Gabriel da Costa tem 13 anos. Estuda na rede municipal de ensino de Joinville (SC), toca violão e guitarra, adora futebol ou algum esporte onde haja uma bola rolando. De vez em quando ele resolve escrever. E quando escreve, consegue colocar o sentimento no papel com toda a força. Na crônica (que ele ainda mal sabe o que é) “O jogo”, ele revela a ansiedade, o nervosismo que antecedia sua estréia em campeonatos de futsal. Leia o texto e reconheça nele algo da sua infância também. É muito legal. Leia a crônica a seguir:
“O Jogo”
“Numa quarta-feira ensolarada, o menino Gabriel acorda calmo, sem nenhuma preocupação ou nervosismo. São seis da manhã. Ele se levanta, veste o uniforme escolar, toma um suco de laranja e come um pão com geléia de morango. Após isso, arruma o seu material, escova os dentes e vai para a escola, pensativo.
Dentro do carro, já a caminho da escola, ele pensa na agenda do dia. Quando se lembra da agenda da noite, os pelos de seus braços e pernas ficam arrepiados e ele dá um pulo! Daí em diante Gabriel não pensa em outra coisa: o jogo. Bate o sinal, já são onze e meia e acabou a aula. Enquanto ele espera seu pai, seus nervos vão à flor da pele.
O nervosismo aumenta até que seu pai chega. Na volta para casa eles vão conversando e então Gabriel se esquece. À tarde ele e seu pai saem para a concentração do time. Há um amistoso antes e ele faz uma bela apresentação. Cada vez ele fica mais ansioso e nervoso. Entra no vestiário junto com o time, veste o uniforme, conversam. Minutos antes de entrar na quadra, rezam.
Começa o jogo. O time faz o primeiro gol. Infelizmente a diferença no placar não dura muito.. O time está perdendo. O técnico vai fazendo substituições. Gabriel está quase explodindo de nervosismo. Ele não gosta de ver o time perdendo e não poder ajudar. Ele pensa se entrará bem ou mal no jogo.
O apito final soa aos seus ouvidos. Ele não acredita. Não jogou. Entraram todos que estavam no banco, com exceção dele. Gabriel volta ao vestiário, tira o uniforme e sai quase chorando. Seu pai conversa com ele e lhe passa ensinamentos. Depois disso ele se prepara, pois tem a certeza que não jogou neste dia, mas o próximo jogo é dele”.