Acabo de receber nota do Instituto Observatório Social sobre a decisão de organizações sociais em firmar o dia 16 de abril como o Dia Internacional contra a Escravidão Infantil. É gente, ainda existe escravidão por esse mundão de Deus, e até por aqui pertinho. Leia a reportagem:
“A morte do menino paquistanês Iqbal em 1995 – vítima das máfias têxteis de seu país, onde teve a mão-de-obra explorada desde os 4 anos -, é a razão para que organizações de direitos humanos do mundo reivindiquem o dia de 16 de abril como o Dia Internacional contra a Escravidão Infantil. Essa grave violação aos direitos da infância ainda afeta a 400 milhões nas cinco regiões do planeta.
De acordo com a organização espanhola Solidaridadnet, os meninos representam mais de 10% do potencial de mão de obra estimado em mais de 3 bilhões de pessoas. Nesse sentido, os meninos escravizados produzem cerca de 13 bilhões de euros por ano para o PIB mundial. Além disso, são vítimas da prostituição, da exploração trabalhista, da fome, de maus tratos.
“A escravidão infantil é o maior problema trabalhista e, por tanto, sindical do mundo”, disse o Solidaridadnet; e acrescentou: os empresários, no entanto, o ignoram como problema. Ao contrário, empresas de carros, roupa de grande consumo, sucos e tênis utilizam crianças, mediante sub-contratações nos países empobrecidos, para baratear a mercadoria que se vende em outros lugares e que esses menores nunca poderão desfrutar.
“A escravidão infantil é um problema moral e político, e só tem solução a partir do moral e do político, em uma perspectiva política de solidariedade”, acrescentou a organização espanhola.
No México, só a exploração sexual comercial faz cerca de 16 mil vítimas crianças. Para a Visão Mundial essa “é uma das piores formas de escravidão moderna”. Em cidades como Acapulco, Cancún, Ciudad Juárez, Guadalajara, Tapachula e Tijuana estima-se que mais de 4 mil crianças são exploradas. A situação fica mais grave nos grandes centros, nas zonas turísticas e regiões de fronteira.
“A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes no México é um fenômeno lacerante que aumentou nos últimos anos e constitui uma modalidade particularmente cruel de exploração”, disse a Visão. Muitas vezes ela está relacionada com crianças e adolescentes em situação de rua. De acordo com dados apresentados no Fórum Internacional sobre Exploração Sexual Infantil, 90% das crianças em situação de rua do país são vítimas de abuso sexual.