Deu no site da Central Única dos Trabalhadores e mostra o quanto essa crise financeira mundial é perigosa para a estabilidade do mundo. O capitalismo está em crise, e esse modelo deve ser reformulado para que no futuro se evite que a maioria pague pelos erros de uma minoria egoísta, que pensa ser o dinheiro a única razão de viver. Veja a matéria:
“Desde abril, os governos já gastaram mais de 11% do Produto Interno Bruto (PIB) global para irrigar a economia e salvar os bancos desde abril. Da semana retrasada pra cá, valor da ajuda dobrou e chega perto dos 5 trilhões de dólares (R$11 trilhões de reais).
O montante é equivalente a mais de três vezes o tamanho da economia brasileira e 32 vezes maior que o necessário para acabar com a fome no mundo. Há 15 dias essa mesma relação era de 16 vezes. Tirando Estados Unidos, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido e França, a dinheirama é maior que as economias dos demais países do mundo.
A maior ajuda de um governo aos especuladores foi a dos Estados Unidos. Os americanos colocaram 1,6 trilhão de dólares (R$ 3,3 trilhões) apenas em bancos, o dobro do que se imaginava no início da crise. Na Europa, os banqueiros terão 784,6 bilhões de euros (R$ 2,1 trilhões). Vale lembrar que esse dinheiro é público. Ou seja, dinheiro que as pessoas pagam aos governos na forma de impostos.
Mais protegida
Durante muito tempo considerada uma região indisciplinada em termos de endividamento, a América Latina aparece melhor armada contra a crise da agiotagem, depois de ter acertado suas contas e prevenido seus bancos contra os empréstimos de alto risco, que deram origem à crise.
A região é hoje um exemplo ao mundo por não ter cedido à folia dos empréstimos hipotecários (financiamento de imóveis) que limaram o setor bancário nos EUA e na Europa.
“É pouco provável que os países latino-americanos sejam atingidos pela bolha imobiliária”, afirmou Pablo Kornblum, professor de economia da Universidade de Buenos Aires. Segundo ele, as instituições bancárias foram mais prudentes em sua política de crédito e não concederam empréstimos a clientes com pouca capacidade de pagamento, nesta região caracterizada por fortes desigualdades. “Por seu passado desorganizado, a região limitou a aplicação dos seus recursos na ciranda financeira internacional, o que a preservou da contaminação atual”, segundo Kornblum.”