Da colega jornalista Claudia Mota recebo um texto de Divaldo Pereira Franco sobre o egoísmo e o autoamor, que cabe bem a esta tragédia que tirou a vida da menina Eloah, vítima do ex-namorado Lindemberg por conta de um pseudo amor não reconhecido. Essas histórias se repetem em todos os lugares do mundo, tudo por que a sociedade em que vivemos se esmera na individualidade, no ter antes do ser. Essa lógica que antes parecia só estar presente nos temas econômicos, aparece também na vida pessoal, onde um quer ser dono do outro, mandar no outro, impor sua vontade de qualquer forma, a qualquer preço. Leiam e ajudem a construir no dia a dia uma outra sociedade.
“Egoísmo x Autoamor – Palavras de Divaldo Pereira Franco”
Quando nós falamos sobre o autoamor, as pessoas menos avisadas confundem com o egoísmo. O egoísmo é querer coisas para si, querer pessoas para si, sem nenhum mecanismo de evolução. O autoamor é o despertar da consciência para eleger o melhor para si. Não se tornando uma posse, mas uma proposta evolutiva. Quando o indivíduo se autoama ele trabalha pela seu aprimoramento moral. Ele estuda. Ele cresce intelectual, moralmente, desenvolve-se socialmente. Evita os vícios. Isto é autoamar-se.Os indivíduos egoístas não se amam. Eles amam a posse. Gostam das coisas e das pessoas.
Para atender as suas paixões e necessidades desequilibradas. Daí o autoamor é um mecanismo de evolução. Nós podemos constatar isso na proposta triangular de Jesus: ‘Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como se ama a si mesmo’. Quem não se ama não ama a ninguém. Porque se eu não cuido de mim que me conheço. Se eu não trabalho pelo meu engrandecimento moral como eu poderei amar a outrem. Em verdade, eu não amarei a outrem eu terei paixões, terei interesses, eu desejarei. Por isso que nesse decantado ‘Amar e não ser correspondido’ está embutido o egoísmo. Porque a pessoa não deseja amar, deseja negociar o amor. Eu amo você e você não me paga.No autoamor, nós, é claro, ficamos gratificado quando temos resposta. Mas não é fundamental. A nossa felicidade é ver a pessoa amada feliz. Se não com a gente, com quem for. Vê-la feliz é o amor não egoísta. Porque no egoísmo desejamos que o ser seja feliz conosco sob os nossos caprichos. Por isso o autoamor é de grande importância.
Trabalhar esse ângulo da nossa individualidade para mudarmos o comportamento. Quando eu planto uma couve eu espero colhê-la dentro de dois meses. Quando eu planto uma mangueira eu não sei quando eu vou colhê-la. Mas o importante é plantá-la não importa quem venha a colher as mangas mais tarde. Por quanto, se eu assim fizer e deixar. Alguém também terá plantado adiante e deixará. Provavelmente eu não colherei na árvore que plantei, mas colherei noutra que eu encontrarei pelo caminho. O autoamor é semeadura. Nós vamos espalhando e a vida vai nos dando a grande alegria de ser semeador.