A beleza das palavras de um poema revela o olhar do poeta, o sentimento, o momento. Escrito em 1979 pelo poeta Odylo Costa Filho, o “Soneto da Tarde” nos leva a perceber por onde passamos, o que vivemos:
“Não digo que o sol pare, nem suplico
que teu cabelo não se faça branco.
Nos segredos serenos que fabrico
vive um pouco de mago e saltimbanco.
mas te desejo simples, natural,
e que o dia na tarde amadureça.
Venceste muita noite e temporal.
Confia em que outra vez ainda amanheça.
O teu reino da infância sempre aberto
guarda o campo e os brinquedos infinitos
nas cores puras, sob o céu coberto.
Nos cajueiros, os pássaros… Os gritos
infantis… Mas a ronda neles nasce
e embranquece o cabelo em tua face.“