O Brasil ocupa a partir desta terça-feira (01/02) a presidência do Conselho de Segurança, órgão mais poderoso das Nações Unidas. A embaixadora do país na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, será a primeira brasileira a ocupar a cadeira. O mandato da presidência do Conselho de Segurança dura um mês, para que cada um dos 15 países-membros possa exercer o cargo. A sequência dos ocupantes segue a ordem alfabética. Em março, será a vez da China, que é membro permanente.
Viotti declarou que planeja reacender as discussões sobre a inter-relação entre paz, segurança e desenvolvimento. Para isso pretende promover um debate sobre o assunto, com a participação de ministros dos 15 países-membros do Conselho de Segurança.
“Queremos realçar a importância de um enfoque integrado nas questões de paz e segurança, que leve em conta as causas dos conflitos, muitas vezes associadas à pobreza, à desigualdade social e à falta de emprego para os jovens”, disse a embaixadora, afirmando que a intenção é fazer com que o Conselho de Segurança e também outros órgãos da ONU procurem encontrar soluções integradas para essas questões.
“Esse é um tema muito caro para os países e é uma contribuição que o Brasil pode dar, pois temos uma sensibilidade especial para essas relações, que talvez não sejam tão prioritárias para alguns governos, mas são essenciais para o Brasil e para os países africanos e latino-americanos”, declarou Viotti.
A embaixadora afirmou que o posto traz visibilidade ao Brasil. “É uma oportunidade de a nossa voz ser ouvida com mais atenção.” Há anos que a reivindicação por uma cadeira fixa no Conselho de Segurança tem sido o enfoque principal de governantes brasileiros nas questões relacionadas à estrutura das Nações Unidas. “Ocupar a presidência é a chance de ter voz ativa e mostrar com mais evidência como o país pode contribuir com ideias e ações.”
O Brasil busca uma maior participação nas decisões mundiais da política internacional e se destaca principalmente em missões de ajuda humanitária, como no caso do Haiti, onde está desde 2005. As tropas brasileiras foram enviadas ao país após a crise que forçou a saída do então presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004. O trabalho do Brasil foi essencial logo após o terremoto, no início de 2010.
Informações dw.world.de