Compartilho com os leitores do blog mais um artigo deste blogueiro que foi publicado no jornal A Notícia deste domingo (20/3) com o título acima. Nele, trato da importância do movimento sindical brasileiro se atualizar e mergulhar na internet e principalmente redes sociais para interagir com os trabalhadores. Enquanto estes já acessam e muito a internet, sindicatos ainda debatem sobre a importância de estar nela, e investir em comunicação. Leiam e comentem:
“A disputa por corações e mentes dos trabalhadores existe desde que a revolução industrial mudou radicalmente as relações de trabalho a partir da Europa por volta de 1760 a 1780. De um lado a força do capital. De outro, a busca por melhores condições de trabalho, salários e direitos sociais. Luta eterna e desigual.
No Brasil, as primeiras iniciativas dos trabalhadores foram jornais com base na ideologia anarquista (entre 1870 até 1920). Pesquisa do historiador Vito Giannotti mostra que neste período foram publicados 343 jornais diferentes. Ao mesmo tempo os empresários usavam sua força econômica junto aos jornais da época. Hoje a história mudou. Além do rádio, televisão, cinema, existe a poderosa internet.
Quem está novamente à frente dessa nova realidade: as empresas. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc) no final de 2010: de 251 companhias pesquisadas no país, 65% delas já utilizam as redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter, YouTube, etc). Por enquanto elas monitoraram o mercado (46%), o comportamento dos clientes (45%) e a concorrência (39%). Mas se movimentam para disputar os trabalhadores de forma virtual. E os sindicatos e centrais sindicais?
Esses ainda iniciam a caminhada na comunicação virtual. CUT, Força Sindical, UGT e outras centrais sindicais mantém sites com muitas noticias, programas de televisão, rádio on line e boletins eletrônicos. Mas sindicatos, que tem a proximidade local e regional com os trabalhadores, ainda engatinham nessa direção.
Se há um meio onde os trabalhadores podem lutar com igualdade é a internet. Por meio de sites bem produzidos e com bom conteúdo, envio de boletins eletrônicos e invasão pelas redes sociais, eles podem igualar o jogo. Jornais impressos não deixarão de existir, mas é preciso mudar o pensamento nas diretorias sindicais para esse novo momento.
A internet é maior revolução desde a revolução industrial. Se o Facebook fosse um país, seria hoje o terceiro no mundo atrás apenas de China e Índia. O Orkut tem 26 milhões de usuários. O Twitter quase 10 milhões. O YouTube, 20 milhões. Para finalizar: metade da população do planeta tem menos de 30 anos, e eles não sabem o que é viver sem internet. É hora de mudar a forma de comunicação com os trabalhadores.”