Essa greve dos servidores públicos municipais de Joinville (SC) têm toda a razão de ser após um anúncio desastrado de não concessão de aumento salarial na data-base dos servidores. Vindo de quem construiu sua trajetória política na movimento sindical, causa espanto que o prefeito Carlito Merss se negue a pelo menos repor as perdas inflacionárias. Bateu esquecimento no professor, ex-deputado, ex-militante da CUT e Sinte.
Agora, passados alguns dias, o que se vê após a dissipação de um pouco da fumaça é a face real da luta política em questão, entre aliados do PT. As correntes de Carlito e Adilson Mariano, este vereador da Esquerda Marxista, se digladiam agora em público. Antes era apenas entre paredes do seu partido. Quem sofre neste quadro? A população, e servidores que podem estar servindo de massa para essa briga caseira.
Pede-se bom senso às partes, porque do outro lado do balcão estão trabalhadores e trabalhadoras, com suas famílias, precisando de resultados práticos na saúde, educação, assistência social, infraestrutura e tantos outros setores. Ao Prefeito, vontade política agora para conceder no mínimo a inflação do período – e nada de conversas orçamentárias, que são apenas peça de ficção – com vontade política. Ao Sindicato, vontade e entendimento de que a cidade também precisa respirar, ter algum din din sobrando para tocar obras essenciais.
A cidade, maior de Santa Catarina, espera grandeza de ambas as partes.