Os resultados de uma prova aplicada a estudantes dos três primeiros anos do ensino fundamental indicam diferenças regionais e discrepância entre os resultados de escolas públicas e privadas. A Prova ABC, aplicada a 6 mil alunos de escolas das 27 capitais, mostrou que há defasagem no aprendizado de estudantes em escolas públicas em comparação com as privadas, além de dificuldade maior com matemática em relação à leitura.
A prova é uma iniciativa conjunta entre o movimento Todos Pela Educação, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) – vinculado ao Ministério da Educação. Alunos de escolas públicas alcançaram média de 175,8 pontos, enquanto os de unidades privadas ficaram com 216,7 pontos.
Para Priscila Cruz, diretora executiva do Todos pela Educação, os dados mostram que é preciso garantir a melhoria da aprendizagem nos anos iniciais. “Se não tivermos essa garantia de aprendizagem nos anos iniciais, a tarefa começa a ficar mais complicada para os anos seguintes”, disse. “Precisamos superar e sair desse conformismo de que as realidades são diferentes. Toda criança tem o mesmo direito de aprender.”
A diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro/Ibope, Ana Lúcia Lima, destacou que estudos estatísticos sobre o processo educacional apontam que educação vem de casa e não é exclusividade da escola. Ela reforçou que a pesquisa mede habilidades de tratamento com letras e números, coisas que se desenvolvem na criança desde muito cedo.
“Uma criança que cresce em um ambiente letrado, onde ela tem livros, onde alguém lê histórias para ela e ela tem com quem brincar, os pais foram escolarizados e têm como contribuir com o aprendizado, (essa criança) já entra na escola com vantagens na comparação com uma criança que tem pais que não tiveram a oportunidade de se escolarizar”, ressaltou Ana Lúcia.
Com base nos resultados da Prova ABC, o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, João Horta, disse que prefeituras e sistemas municipais de ensino devem se esforçar para desenvolver a educação de uma forma diferente. Ele acredita que estudos como esse ajudam a mostrar como anda a educação no país.
Como o Ministério da Educação avalia estudantes apenas a partir do 5º ano do ensino fundamental, a prova complementa a Provinha Brasil, exame aplicado pelos próprios professores para identificar o desenvolvimento do trabalho em sala de aula. Por isso, os resultados não são divulgados.
Matemática de lado
Outros dados da pesquisa indicam que os estudantes apresentam, ao final do terceiro ano do ensino fundamental, mais dificuldades em matemática do que em leitura. Enquanto 42% dominam operações básicas como adição e subtração – resolvendo problemas com moedas – 56% têm o domínio adequado da leitura.
O resultado pode indicar os resultados da prioridade conferida à alfabetização por parte do poder público. “O diagnóstico tem que ser olhado com muito cuidado, e tem que servir para iluminar as nossas políticas. Em relação à matemática, é como se ele fosse um sinal laranja”, avalia a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda.
Apesar disso, os dados podem não ser tão positivos. Do total de alunos participantes, mais de 40% não têm o aprendizado em leitura esperado para esta fase, ou seja, que não dominam bem atividades como localizar informações em um texto ou o tema de uma narrativa. Em matemática, 57% teve desempenho abaixo do adequado.
Rede Brasil Atual
Aurea, obrigado por participar do nosso Blog! Concordamos com você, e isso vale para todas as profissões também. Mas no caso da formação de cidadãos, quem abraça a profissão tem de ter esse algo mais sim. Abraço!
mesmo sendo escola publica, não são todos mas alguns professores realmente se importam e se esforçam para que as crianças tenham um aprendizado de qualidade , basta ser professor por amor ao proximo e não pensar apenas no salário do fim do mês. basta apenas querer fazer essa diferença.