Em assembleias nesta quarta-feira (5), trabalhadores dos Correios da maioria das bases de sindicatos rejeitaram o acordo formulado no Tribunal Superior do Trabalho (TST) na véspera entre o comando nacional dos grevistas e a estatal. A recomendação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect) era de aprovação da proposta, mas seria necessário que pelo menos 18 das 35 entidades filiadas aprovasse os termos do acordo para encerrar a greve da categoria, que já dura 22 dias. Com a decisão, a paralisação foi mantida.
Entre as bases que rejeitaram a proposta estão: Acre; Amazonas; Bahia; Distrito Federal Espírito Santo; Goiás; Mato Grosso do Sul; Mato Grosso; Minas Gerais; Paraíba; Paraná; Rio de Janeiro; São Paulo e Sergipe.
Antes da decisão, a federação havia alertado para a jurisprudência desfavorável aos funcionários em relação ao corte no ponto de grevistas, o que pode representar riscos caso o dissídio coletivo seja julgado pelo tribunal.
A proposta costurada entre representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e o comando de greve previa 6,87% de reajuste retroativos à data-base da categoria (1º de agosto), mais R$ 80 lineares, que permitiriam ganhos reais (acima da inflação) a partir de outubro. Em relação aos seis dias descontados, haveria devolução dos valores pela empresa e abatimento em 12 parcelas a partir de janeiro de 2012. Os demais seriam compensados em mutirões e horas extras.
Confirmada a negativa nas assembleias,a Fentect irá notificar os Correios e o TST sobre a decisão. Um relator para o processo de dissídio coletivo será desginado pela Justiça do Trabalho, provavelmente na próxima segunda-feira (10).
A insatisfação dos funcionários relaciona-se à “inércia” na proposta sobre o aumento linear, de R$ 80, a ser pago somente em outubro, além do sistema de compensação dos dias parados. Entre as reivindicações da categoria, estão ainda reajuste salarial linear de R$ 200, reposição da inflação em 7,16% e piso salarial de R$ 1.635. Os Correios empregam cerca de 110 mil trabalhadores.
Da Rede Brasil Atual