Busscar: administrador judicial questiona uso de grana do terreno liberado

A utilização de parte dos R$ 7 milhões obtidos com a venda de um terreno da Busscar para a produção de 20 carrocerias de ônibus foi alvo de ressalvas pelo administrador judicial da empresa, Rainoldo Uessler. O parecer à prestação de contas feita pela fabricante de carrocerias – e apresentada em 19 de março – foi encaminhada por Uessler no final da tarde de terça-feira para a 5ª Vara Cível, em Joinville.

Ele analisou as despesas relacionadas à compra de matéria-prima, tributos, pagamento de mão de obra e administração. Nestes dois itens, ele considerou que houve pagamentos diferentes do previsto (veja mais detalhes ao lado). O advogado da empresa, Euclides Ribeiro S. Júnior, diz que é comum as contas terem uma margem de erro quando se está em um processo de recuperação judicial. “No entanto, toda essa quantia foi utilizada para aumentar a produção”, destaca.

O documento apresentado pelo administrador judicial ressalta que não houve o pagamento de tributos e encargos sociais incidentes sobre o custo de mão de obra neste período. “Foi uma escolha da empresa usar quaisquer quantias para somar à produção. São questões negociáveis. Se produzimos mais, teremos mais dinheiro para regularizar as contas previstas no plano de recuperação”, explica Ribeiro.

Matéria-prima
Rainoldo Uessler não estranhou a compra a mais de matéria-prima. Ele lembra que os fornecedores vendem os produtos em lotes. Ou seja, é preciso pagar um preço padrão por uma quantidade mínima para que a empresa receba o necessário para seguir com a produção. “A quantidade de matéria-prima que sobrou da produção das primeiras carrocerias já está sendo utilizada na confecção de novos ônibus”, garante o advogado Euclides Ribeiro. O documento aguarda a análise do juiz Maurício Cavallazi Póvoas, que deverá dar um posicionamento na semana que vem.

Matéria publicada em A Notícia, edição de hoje, assinada por Maellen Muniz.

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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