O ator José de Abreu é um apaixonado pela profissão. Gosta tanto que por essa paixão abriu mão da aventura de se lançar ao cargo de deputado federal, projeto que chegou a animá-lo no início do ano. Tentado pela ideia, José de Abreu conta que ninguém o apoiou. Nem a família, nem os próprios petistas. Zé, como ele prefere ser chamado, afinal desistiu. Temia prejudicar a carreira de ator para se transformar em político profissional.
Em entrevista exclusiva à recém-lançada oitava edição da Revista Congresso em Foco, ele diz que o PT, seu partido do coração, está há tempo demais no poder. “Daqui a pouco tá na hora de o PT voltar a ser pedra. Chega de ser vidraça. Acho que mais um governo do PT e chega. Sai fora dessa porra”, sugere, lamentando que Eduardo Campos (PSB) tenha deixado o bloco governista, o que poderia levá-lo a ter o apoio dos petistas na campanha presidencial de 2018.
Amigo do ex-ministro José Dirceu, preso após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, o ator diz ter convicção de que o esquema não existiu. “Sempre falo com ele, mas não foi isso que me deu a certeza de que não foi compra de votos. Eu acompanhei pela imprensa na época. Não precisa ser amigo do Zé Dirceu para saber. Não tem lógica isso.” Para ele, há um ódio de classe por trás das denúncias do mensalão.
Na entrevista, ele revela que votou em Fernando Henrique Cardoso (PSDB) contra Lula e que fez campanha para o deputado Roberto Freire (PPS-SP), hoje seu “inimigo mortal”, antes de apoiar o petista. Diz ainda que participou de uma ação entre amigos para ajudar financeiramente o ex-presidente Lula assim que ele deixou o Planalto, em 2011.
Do Congresso em Foco.