Estamos de volta ao que mais gosto de fazer: jornalismo, comunicação, opinião, informação. Após pouco mais de três meses inativo pelas bandas do Palavra Livre por conta de minha participação nas eleições municipais em minha cidade natal, Joinville (SC), como candidato a vereador, é hora de voltar a cuidar do nosso jardim. E nada melhor que falar rapidamente desta experiência única, o exercício pleno da cidadania.
Como jornalista, até 2011 assessorando políticos e desde então fora “do lado de dentro” da política – exceto por 60 dias na campanha municipal de 2012 – sou um crítico ferrenho dos maus hábitos da classe política brasileira. Em minha cidade, muito mais ainda. Até então havia feito de tudo em campanhas eleitorais, desde caminhar nas ruas, panfletar, visitar, passando por planejamento, organização, tesouraria, comunicação, mas jamais tinha sequer aventado ser um dia candidato.
Ao ver o descalabro da atual gestão do PMDB em Joinville, quase um caso de falência total da gestão pública e também do nascimento de um jeito fascista de governar, perseguindo desafetos políticos, resolvi então colocar meu nome à disposição da minha cidade. Queria vivenciar o “ser” candidato. Aproveitei a tal reforma política que poderia reduzir o poder econômico nas campanhas para esta aventura da cidadania. Desde janeiro deste ano, portanto, foquei na campanha.
Planejei o roteiro, e o executei na íntegra. Desde ouvir sem parar, sem descanso, aos eleitores e amigos, consultando sobre partidos, propostas, ideias, até a busca do apoio financeiro dos amigos (!?), do apoio das redes de participação social das quais faço parte, me aconselhando com todos os experts. Após nove meses, nasceu a verdade: nada mudou.
O dinheiro continua a mandar na politica. Elege-se quem tem muito dinheiro (quente ou frio fica ao encargo da “ágil e cega” Justiça Eleitoral, já ocupando cargos durante anos, e claro, com grande presença em associações, igrejas, bairros, comunidades. O povo continua o mesmo: quer algo em troca do voto, e não é serviços prestados apenas não.
Mas, ao final da jornada posso dizer que vim, vi e venci. Combati o bom combate, conquistei 514 votos fiéis à minha biografia, ideias, propostas e campanha limpa. Sou e serei sempre grato a quem me acolheu em suas casas, me apoiou voluntariamente no dia a dia – e foram muitas pessoas amigas, e a maioria novos amigos – e a todos que mesmo não votando neste jornalista opinador, torceram por minha vitória. Seria realmente algo novo vencer somente com base na rede de amigos, sem grana. Mas a sociedade ainda não quer assim.
Agora volto com energias renovadas para fazer um Palavra Livre ainda mais forte, mais presente, mais comunitário, polêmico, duro, tudo em favor da sociedade. Vamos trazer em breve novidades que deixarão nossos leitores ainda mais felizes com o conteúdo, o papel jornalístico e a postura do nosso Blog.
Por isso ele ainda está aqui após oito anos de sua fundação e lançamento. Porque não tem compromissos com os endinheirados, nem poderosos. Tem compromisso com você, leitor e leitora. E assim seguiremos cada vez mais presentes e fortes!
Por Salvador Neto, jornalista, escritor, editor do Blog Palavra Livre