Governo e setor produtivo catarinense buscam ampliar diálogo

O Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM) e os secretários da Casa Civil, Juliano Chiodelli, de Desenvolvimento Econômico, Rogério Siqueira, e o adjunto da SDE, Ricardo Stodieck, realizaram reunião por videoconferência, nesta segunda-feira, dia 29, e decidiram aprofundar a colaboração entre governo e setor produtivo. O COFEM é composto pelas Federações das Indústrias (FIESC), do Comércio (FECOMÉRCIO), da Agricultura (FAESC), dos Transportes (FETRANCESC), das Associações Empresariais (FACISC), das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), das Micro e Pequenas Empresas (FAMPESC), além do Sebrae-SC.

No encontro virtual, os empresários se colocaram à disposição para apoiar o planejamento de estratégias para desenvolvimento do estado. Também defenderam maior participação privada nas iniciativas de desenvolvimento, por meio de concessões de serviços como os de saneamento, portos e demais projetos de infraestrutura, para que o Estado possa focar em suas atividades básicas nas áreas de saúde, educação e segurança.

“Podemos construir um caminho. Há uma deficiência de projetos em Santa Catarina e cada setor pode apresentar propostas e demandas para buscarmos investimentos e desenvolvimento. Reforço nossa disposição de colaboração. Esse é o espírito do setor produtivo”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. O posicionamento dele foi endossado pelos demais presidentes das federações.

“Essa aproximação do setor produtivo é fundamental. Todos os diagnósticos que mostram as necessidades do setor produtivo de Santa Catarina estão levantados. O importante é termos um bom planejamento de Estado de curto, médio e longo prazos. Baseado nas nossas vocações e setores estratégicos, devemos definir prioridades. E o Programa Travessia é o pano de fundo para isso”, afirmou o diretor-superintendente do Sebrae-SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.

“Juntos podemos contribuir para que o estado cumpra melhor a sua finalidade. Vamos superar os desafios e o nosso espírito é de contribuição, de proposição. Nossas reuniões já vêm discutindo alguns pontos, mas há aspectos delicados em que precisamos avançar, como turismo e infraestrutura”, afirmou o presidente da FACISC, Jonny Zulauf. Ele também lembrou que está sendo alinhado com o Estado a criação de um conselho estadual de desenvolvimento econômico, de forma colaborativa. “Vamos sim, trabalhar juntos, reforçou”.

O presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, informou que há pouco tempo foi entregue à Secretaria de Desenvolvimento um documento com demandas do comércio e turismo. “Enfatizo que na área de turismo tem demandas simples de serem resolvidas, mas que podem ser implementadas com rapidez e baixo custo. Temos questões de infraestrutura que precisam ser resolvidas, assim como o Centro de Convenções de Balneário Camboriú e outros que estão sendo mal aproveitados”, exemplificou.

O presidente da FETRANCESC, Ari Rabaiolli, destacou os impactos dos congestionamentos no trecho norte da BR-101, especialmente na alta temporada. Ele lembrou que para cada hora que um caminhão fica parado, há um custo fixo de R$ 100, sem contar o custo varável com combustível. Além disso, salientou que a BR-470, a partir de Indaial, precisa ser duplicada. “Temos que ter projeto de duplicação. São pontos que o estado vai ter que repensar junto com o Ministério da Infraestrutura e pensar em concessões”, declarou.

A presidente da Fampesc, Rosi Dedekind, lembrou que ela é do setor de turismo e estará junto com a Fecomércio na defesa da atividade. “Mais de 90% das empresas catarinenses são de micro e pequeno portes. Coloco a Fampesc à disposição para trabalharmos numa política de estado. Necessitamos da retomada de alguns programas que a Secretaria de Desenvolvimento tinha, como o Juro Zero”, disse.

“Existem muitas demandas que são discutidas pelo COFEM. Precisa existir uma sintonia com o setor produtivo”, afirmou o presidente da FCDL-SC, Ivan Tauffer. Ele também ressaltou que o governo precisa dar uma atenção para a ponte Peperi Guaçú, que liga Paraíso à Argentina. “Precisamos olhar para essa fronteira que está aberta e não está. Entendemos que o governo precisa olhar para o oeste. É um novo caminho. Precisamos olhar para a fronteira, que vai somar para a economia catarinense”, disse.

O presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, destacou a importância do trabalho do Instituto do Meio Ambiente e chamou atenção para dificuldades na aprovação de licenças ambientais para os produtores rurais. Também mostrou preocupação com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai decidir se aplica ou não as regras do Código Florestal em região de Mata Atlântica.

“Queremos estar sempre próximos. Essa conexão é importante. O futuro de Santa Catarina depende do esforço coletivo de todos nós. O momento é de união para sair da crise”, afirmou o secretário Juliano Chiodelli. “O objetivo da Secretaria de Desenvolvimento é fazer políticas perenes de Estado e integrar a cadeia produtiva catarinense”, disse Rogério Siqueira, lembrando que a aprovação do marco legal do saneamento pode abrir oportunidades para Santa Catarina.

Ao que parece o Governo de Carlos Moisés (PSL) acertou o passo com o setor produtivo, inclusive colocando lideranças ligadas ao setor nas pastas que existem para apoiar exatamente as atividades produtivas. Poderia ter reduzido o estresse de um ano e meio há muito tempo.

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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