Moeda Social garante apoio a pessoas em vulnerabilidade social no Morro do Mocotó em Florianópolis (SC)

O Palavra Livre já noticiou aqui uma inovação que movimenta a economia, ajuda quem mais precisa, com a moeda virtual “mumbuca” (clique aqui) criada pelo município de Maricá (RJ). Enquanto as lideranças política e econômicas pensam sempre pelo mesmo prisma e não enxergam saídas inovadoras, a sociedade civil, organizada como sempre, cria saídas para as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em Florianópolis (SC) também existe uma nova maneira de fazer a roda da economia girar: a moeda social.

A moeda social já circula na comunidade do Morro do Mocotó , que fica no Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis. Instituída pelo IVG, a nova unidade do Banco Comunitário ICOM é correalizada pela ACAM e tem o objetivo de atender as famílias que mais precisam.

Estão sendo cadastrados moradores em situação de vulnerabilidade social que são atendidos pela ACAM, e comércios do bairro já estão recebendo pagamentos por meio deste recurso. Cada família receberá R$ 200 por mês, durante três meses, em moedas sociais. Elas poderão ser utilizadas para compras nos comércios cadastrados pelo Banco Comunitário no bairro.

É a moeda social garantindo a autonomia dos moradores, fortalecendo os pequenos comércios e fazendo com que o dinheiro circule dentro da comunidade. Os valores que são convertidos em moeda social saem das doações recebidas pelo Instituto Pe. Vilson Groh e pelo Banco Comunitário ICOM, iniciativa do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (@icomfloripa).

“A moeda social garante mais autonomia aos moradores, fortalecendo os pequenos comércios e fazendo com que o dinheiro circule dentro da comunidade”, afirma o Padre Vilson Groh, com mais de 30 anos de atuação junto às comunidades da periferia da Capital.

O valor fica disponível na conta de cada família no Banco Comunitário e pode ser acessado por meio de um aplicativo, o “e-dinheiro”.
Nele, é possível consultar o saldo e também ver em quais estabelecimentos podem gastar. Nesses lugares, é só apresentar o aplicativo ou o CPF e comprar ao longo do mês o que for preciso, com o valor que receberam.

Dúvidas frequentes:

1. O que é um Banco Comunitário?
Bancos comunitários são serviços financeiros solidários, em rede, de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda na perspectiva de reorganização das economias locais, tendo por base os princípios da economia solidária. Seu objetivo é promover o desenvolvimento de territórios de baixa renda, através do fomento à criação de redes locais de produção e consumo.
O primeiro intuito com um Banco Comunitário e com a criação de uma moeda social própria é o de enfrentar a crise decorrente do Covid-19, garantindo alimentação suficiente e nutritiva às famílias que vivem em áreas em vulnerabilidade social da Grande Florianópolis, fortalecendo os pequenos comércios locais e as comunidades.

2. O que é a Moeda Social?
É uma moeda alternativa criada para ser usada por determinado grupo e circular em regiões específicas.
No caso do Banco Comunitário ICOM, a moeda social é virtual e é depositada na conta de cada família cadastrada. Esta conta pode ser acessada por meio de um aplicativo específico, em que a família pode consultar o saldo e saber onde utilizar aquele valor, caso a família conte com essa tecnologia. Outra opção é a compra de produtos com o CPF, sem necessidade do uso do celular.
A moeda só será aceita por estabelecimentos cadastrados pelo ICOM, que serão informados às famílias.

3. Qual o câmbio da Moeda Social?
O mesmo do real. O que significa que 1 moeda social equivale a R$ 1,00.

4. De onde vêm os recursos do Banco Comunitário ICOM?
Empresas e pessoas físicas realizam doações que viabilizam os recursos do Banco Comunitário.

5. A Moeda Social pode ser trocada por dinheiro em Real?
A família que recebe a Moeda Social não pode fazer o saque ou a troca do valor por dinheiro em Real. Os valores só podem ser gastos para compras nos estabelecimentos cadastrados, e o aplicativo atualiza o saldo conforme cada compra é feita. Já os estabelecimentos que aceitam a Moeda Social podem utilizá-la para fazer pagamentos e também podem solicitar o resgate do valor em Real, que será transferido para uma conta bancária cadastrada.

6. O que é possível comprar com a Moeda Social?
Alimentos perecíveis e não perecíveis, itens de higiene e de limpeza.

7. Em quais estabelecimentos é possível fazer compras com a Moeda Social?
Nos estabelecimentos das comunidades cadastrados pelo ICOM. As famílias serão informadas sobre os locais em que a Moeda Social é aceita.

8. Quais são as famílias que podem participar?
Famílias que vivem em áreas de vulnerabilidade social cadastradas pelas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) locais que firmam parceria com o ICOM.
Juntos, ICOM e OSC definem os critérios para selecionar as famílias beneficiadas. São as próprias OSCs locais que procurarão as famílias.

9. Onde já funciona em Florianópolis?
O projeto-piloto iniciou na comunidade da Serrinha (Maciço do Morro da Cruz).
Depois, o projeto chegou às comunidades Chico Mendes, Nossa Senhora da Glória e Novo Horizonte (Complexo do Monte Cristo).
A terceira unidade foi instituída pela Rede IVG e correalizada pelo Cedep também no Complexo do Monte Cristo.
E, agora, no Morro do Mocotó.

10. Como os estabelecimentos comerciais podem participar?
Podem demonstrar interesse em aceitar a Moeda Social à OSC parceira local (Casa São José, no caso da Serrinha) ou diretamente ao ICOM por meio do e-mail icomfloripa@icomfloripa.org.br ou do telefone (48) 99812-0010.

11. Como doar?
Você pode fazer sua doação por meio de depósito bancário ou transferência bancária.
Dados bancários para doações:
Banco: 001 – Banco do Brasil
Agência: 5201-9
Conta Corrente: 11.079-5
ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis
CNPJ: 07.756.988/0001-62

12. Quais os canais para tirar dúvidas?
Você pode entrar em contato com o ICOM pelo e-mail icomfloripa@icomfloripa.org.br ou pelo telefone (48) 99812-0010.
Para saber mais sobre o Banco Comunitário, acesse: http://coronavirus.icomfloripa.org.br/banco-comunitario-icom/

  • com informações do ICOM, IVG, e site Floripa Centro


Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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