Na última sexta-feira (5), a Prefeitura de Joinville divulgou uma portaria informando que suspenderia, por tempo indeterminado, a matrícula de 56 profissionais da saúde residentes no Hospital Municipal São José.
De acordo com a direção do hospital, os médicos que seriam contratados em fevereiro e ingressariam na categoria R1 de residência médica não serão chamados pela unidade, mas as residências que já estão formalizadas com o hospital, denominadas R2 e R3, permanecem inalteradas.
A decisão, de acordo com nota oficial divulgada pela Prefeitura, foi tomada por conta de contenção de gastos — a Prefeitura alega uma economia de R$ 1,3 milhão.
A decisão não agradou a categoria, que se manifestou na tarde de ontem cobrando uma resposta do município. Segundo os residentes, a economia não justifica a não contratação dos profissionais, que oferecem mão de obra qualificada por um preço baixo.
De acordo com a portaria anunciada pela Prefeitura, os 56 profissionais que não serão chamados para o começo de 2016 abrangem as especialidades de anestesiologia, cirurgia da mão, cirurgia geral, clínica médica, medicina intensiva, neurologia, nefrologia, ortopedia, traumatologia e patologia.
Atualmente, 170 médicos residentes atuam no São José em mais de dez especialidades. As 56 contratações elevariam o número para 226 profissionais.
Problema é a reposição
Segundo o Conselho de Medicina, a preocupação não é apenas com a diminuição de profissionais atuando no hospital, mas com a reposição destes profissionais.
O Sindicato dos Servidores públicos de Joinville (Sinsej) também se pronunciou alegando preocupação com a decisão tomada pela direção do Hospital.
— É preocupante que, com problemas constantes na capacidade de atendimento do São José, que geralmente opera com profissionais que precisam trabalhar dobrado para atender a demanda de pacientes, a direção decida suspender a contratação de residentes, que ajudam na prestação de socorro à população. Precisamos de mais pessoas trabalhando no São José, e não menos — disse o vice-presidente do Sinsej, Tarcísio Tomazoni Junior.
As duas entidades devem se pronunciar na próxima semana sobre a decisão da Prefeitura. Nesta sexta, o Conselho de Medicina já se reuniu com residentes.
Paralelamente, o presidente do Hospital São José, Paulo Manoel de Souza, se reuniu com o prefeito Udo Döhler e a secretária da Saúde, Francieli Schultz, para debater o tema das residências no São José.
Com informações do Diário Catarinense