O bolo servido nesta terça-feira pelo sindicato dos mecânicos de Joinville e região ao cerca de 300 funcionários que, de acordo com a polícia militar, participaram do protesto em frente a sede da Busscar Ônibus S.A teve um gosto amargo para os trabalhadores: marcou um ano de salários atrasados.
O parabéns cantado sem ânimo e a timidez em pegar um pedaço revelavam o quanto os manifestantes não queriam estar sem pagamentos, enfrentando processos judiciais e precisando buscar outras formas de ganhar a vida.
Os motivos que levaram ao sabor desagradável que os cerca de 3,5 mil trabalhadores e ex-funcionários que tinham ou mantem relações trabalhistas com a empresa desde setembro de 2008, quando começou a atual crise financeira da fabricante de carrocerias, sentiram nesta terça foram detalhados em um documento entregue ao procurador do Ministério Público do Trabalho, Guilherme Kirtsching no início da semana.
A carta, assim como as que quase mensalmente são enviadas às assembleias realizadas pelo sindicato, não coloca um ponto final nos problemas econômicos. Mas desta vez, explica com mais detalhes o que levou ao cenário atual, no qual a empresa tem cerca de 1,4 mil funcionários, sendo apenas aproximadamente 200 na produção, além de dívidas milionárias.
Para o sindicato, as informações não trazem novidades em relação ao que já era de conhecimento dos trabalhadores. A expectativa é de que na próxima semana, o MPT faça uma nova solicitação de informações.
Da repórter Marina Andrade, Jornal A Notícia.