Taxas bancárias: 40% dos consumidores não sabem quanto pagam

Boa parte dos consumidores brasileiros ainda não se informa sobre tarifas bancárias. Pesquisa da Proteste (Associação Brasileira de Defesa dos Consumidores) aponta que 39% dos clientes desconhecem quanto pagam na manutenção de conta corrente. Entre os que sabiam a informação, a média apontada foi de R$ 54,93 ao mês.

Segundo a pesquisa, os altos juros, o custo de manutenção das contas, o atendimento dos bancos e a falta de transparência são os fatores que mais decepcionam os clientes. Por outro lado, as instituições financeiras foram bem avaliadas no quesito atividades operacionais.

Na avaliação da Proteste, os bancos deveriam orientar melhor os clientes, para que a forma correta de crédito fosse escolhida. O órgão levantou informações sobre sete bancos (Caixa Econômica, Banco do Brasil, Bradesco, HSBC, Itaú Unibanco e Banco do Estado do Rio Grande do Sul) com 5.095 pessoas entre outubro e novembro de 2011.

Apesar dos descontentamentos, o brasileiro é “fiel” aos bancos: a maior parte (74%) mantém conta corrente no mesmo banco onde recebe salário ou pensão e mais da metade (52%) tem a principal conta há pelo menos 10 anos.

Na avaliação do cartão de crédito, o órgão apurou que 60% têm no mínimo 2 plásticos e pagam uma anuidade média de R$ 61 por cada. O limite médio, de R$ 2.984,20, é o item que mais agrada aos consumidores, embora os juros altos do rotativo decepcionem. Um quinto desse universo, mostra a pesquisa, não consegue quitar as faturas no período de vencimento.

Crédito imobiliário e pessoal
Do lado do crédito imobiliário, 35% dos entrevistados tinham assumido algum empréstimo na modalidade. Desse montante, 11% adquiriu o financiamento utilizando o FGTS – o recurso permite obter juros menores. A avaliação sobre a modalidade é positiva, mas o custo da operação foi alvo de reclamações. O valor médio financiado é R$ 85.424 e o período, de 18 meses.

O crédito pessoal também é utilizado por 45,3% dos entrevistados. Destes, 22,9% contrataram mais de um financiamento, principalmente para renegociar outro. A percepção da Proteste é que, em geral, essas operações são caras e de longo prazo – o primeiro crédito tem duração de mais de dois anos para 35,1% da amostra e o segundo, para 42,2%. Metade dos pesquisados pegou mais de R$ 5 mil emprestado no primeiro empréstimo, porcentual que caiu para 46,5% quando outro crédito pessoal é contratado.

Do O Estado de S. Paulo

 

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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