Gentileza, gera gentileza

Gentileza gera gentileza. Eis uma verdade. Eu sei, parece clichê, parece auto-ajuda, parece simplista.
Todavia, é uma verdade; e as verdades, por mais óbvias que pareçam, às vezes precisam ser ditas.
Gentileza gera gentileza.
E o que é ser gentil? É difícil definir o que é ser gentil, afinal cada pessoa gosta de uma coisa, a cada pessoa uma coisa agrada. Cada um tem uma definição de “gentil”. Contudo, certas características são bastante comuns as pessoas gentis e vou tentar expô-las aqui.

Ser educado é uma delas. “Com licença”, “por favor”, “obrigada”. Uma pessoa gentil sempre usa essas palavras. E mais: pessoas gentis sabem como fazer essas palavras soarem mais do que simples convenção.
Sorrir é outra característica comum das pessoas gentis. De que adianta dizer “com licença”, se a tua expressão está dizendo: “se você não sair da minha frente eu passo por cima”? Sorria, simplesmente porque é bom sorrir. Sorria porque é bom ver outras pessoas sorrindo para você. Ou sorria por simples gentileza – uma hora o sorriso que era apenas um ato gentil, acaba se tornando uma expressão de alegria.
Pessoas gentis não aceitam maus-tratos. Ser gentil não é “engolir sapos” nem “levar desaforo para casa”. Ser gentil é saber que “gentileza gera gentileza” assim como “aspereza gera aspereza”. Se alguém foi áspero contigo, seja gentil com ele, e quebre uma cadeia de agressividade. Ser gentil é saber colocar-se no lugar do outro para encontrar a melhor forma de responder a uma indelicadeza, sem ser indelicado, mas deixando claro que não gosta de ser tratado de tal forma.

Ser gentil é saber expor sentimentos. Ser gentil é saber elogiar. É descobrir que elogios existem para ser usados. É reparar nas qualidades das pessoas que estão ao nosso redor. É dizer para elas que estamos prestando atenção nos seus pequenos atos, e que as coisas positivas que elas fazem são muito importantes para nós. Assim como devemos dar apoio para que os erros possam ser corrigidos, devemos dar valor para as coisas positivas. Não elogie por elogiar: seja sincero. Entretanto, não fique esperando para fazer um elogio: aprenda a descobrir qualidades.
Ser gentil é mais do que uma característica: é uma atitude perante a vida.

Acredito que todos queremos um “mundo melhor” e quem quer um mundo melhor deve estar consciente de que este mundo é feito por pessoas também “melhores”. Tornar-se uma dessas pessoas é uma boa forma de tornar o mundo melhor hoje.

Época

Afaste os pensamentos negativos

pensarNo dia a dia, a gente não presta atenção aos pensamentos e mal percebe quando está presa num círculo vicioso de ideias negativas. Em seu famoso livro O Poder do Agora (ed. Sextante), o escritor alemão Eckhart Tolle conta que esses pensamentos aparecem sob diversas formas, como vozes internas, imagens ou até “filmes” mentais. É um processo involuntário e constante que drena nossa energia vital, além de causar tristeza, medo e ansiedade.

Algumas pessoas só percebem o mundo através de um ponto de vista sombrio, mesmo quando a situação não tem essa conotação. Até quando tudo parece caminhar bem e acontece apenas uma coisa ruim, todo o resto perde o sentido para elas”, explica a psicoterapeuta junguiana Sâmara Jorge.

A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching Flora Victoria explica que pensar negativamente é enxergar apenas determinado ponto da questão. “O pessimista acredita na permanência do problema, generaliza o que é ruim e especifica o que é bom. Diz que nada funciona para ele. Quando a gente o lembra daquela vez que deu certo, ele alega que foi uma exceção. Já o otimista faz o contrário, sabe que as adversidades são passageiras e que dificilmente as coisas dão errado”, afirma.

A consultora americana Linda Spangle, autora de diversos livros sobre perda de peso, como Life Is Hard, Food Is Easy (em tradução livre, “Viver É Difícil, Comer É Fácil”), ainda não publicado no Brasil, acredita que a mente tem uma importância determinante nos resultados que obtemos em qualquer questão. Ela usa a fórmula: fato-pensamento-ação-resultado para demonstrar que é nossa interpretação dos acontecimentos que determina o sucesso ou fracasso em uma situação.

De acordo com a escritora, nossas leituras distorcidas sobre os fatos se baseiam em experiências anteriores que não deram certo. “Seu passado não determina seu futuro. Elimine a crença de que as coisas sempre acontecem do mesmo jeito e de que você nunca chegará aonde quer. Quando essa ideia vier à mente, afirme: eu costumava ser assim. Não sou mais”, aconselha.

Para Sâmara, somos nós que atribuímos valores aos fatos. “O que vai determinar a qualidade da experiência, se é positiva ou negativa, é a forma como lidamos com ela e o que privilegiamos: as mágoas, a raiva, as dores e o sofrimento ou a compreensão de sua transformação em aprendizado”, aponta.

Aliás, remoer culpa e ressentimento, lembra a psicanalista Cida Lessa, não traz nenhum benefício. “Se as coisas não estão como gostaria, transforme sua vida adotando novos comportamentos. De nada adianta se culpar ou culpar os outros. Somos totalmente responsáveis pelos nossos pensamentos, atitudes e escolhas”, afirma.

Mdemulher

Uso da fé sem limites

Sou uma pessoa que acredita em Deus, mas não em religiões. A cada templo que vejo cheio de pessoas a gritar, chorar, e em alguns entregar até seus pertences pessoais, dinheiro, roupas e sei lá mais o que, mais fico indignado. Não que todos sejam iguais, mas a enorme maioria somente usa o nome do Criador para obter vantagens pessoais, pecuniárias e outras. Conheço vários nessa linha, que usam de suas “santidades” para esse uso indevido da fé humana. Uma barbaridade.

O caso dessa jovem mulher de 34 anos, que ao invés de ser imediatamente atendida ao desmaiar foi utilizada como exemplo de “ação” da oração, e morreu após a segunda parada cardíaca, ilustra bem o uso da fé sem limites. Aliás, penso que agora chegaram ao limite do aceitável com a morte de uma pessoa dentro do seu templo. Igrejas de diversas linhas de religião se multiplicam sob nomes que beiram ao ridículo por todo o país, e muito, mas muito mesmo na maior cidade de Santa Catarina.

Se havia uma coisa a ser feita naquele momento era o atendimento imediato, primeiros socorros. Era o momento de partir para a parte mais importante da nossa tentativa de comunicação com o divino, que muitos chamam de “oração”. Era hora da “ação”, mas o que se viu conforme as reportagens é a “omissão”, ou pior, o uso de um fato de saúde, grave, para ludibriar a fé de pessoas que buscam a paz interior.

Lamentável, e o que se espera agora é uma investigação séria que não só busque os culpados dessa tragédia para a famíliia, mas que faça nascer na consciência dessas pessoas que se autointitulam pastores, padres, monges e tudo o mais, a necessidade de se levar a sério a questão religiosa que move milhões no mundo inteiro, diariamente. Mais respeito à inteligência, meus senhores, mais seriedade ao tratar com a fé das pessoas, senão, terão de pagar sim com a Justiça dos homens, e mais tarde, com a do Criador.

Ronaldo emociona com humildade e lições de vida

Com a humildade que enobrece os grandes nomes, os grandes ídolos, Ronaldo se despediu dos gramados em uma emocionada entrevista coletiva. Ao lado dos filhos e do presidente do Corinthians, o eterno Fenômeno dos gramados mostra que é também um fenômeno de exemplo para as gerações que chegam.

Chora a bola, pranteiam os gramados. Os dribles incríveis, os gols fantásticos, as arrancadas direto ao gol dos adversários, e no final da carreira o tormento das defesas na grande área, nada mais disso será visto a partir de hoje. Hajam documentários, filmes, textos, vídeos, para mostrar tudo o que fez nos gramados.

Ficam para sempre gravados não só esses momentos de Ronaldo, mas também sua luta contra as adversidades que vieram com as lesões, gravíssimas lesões, que pouco a pouco minaram sua carreira. Ele sempre mostrou como se deve encarar os problemas, lutar, cair, levantar, cair de novo, tornar a levantar e erguer a cabeça, indo em frente na luta.

Parabéns Ronaldo, seu exemplo de jogador que não esquece as origens, sua gente, seu modo de ser, mesmo com toda a fama, e agora o exemplo de embaixador da bola, da fraternidade, paciência, solidariedade para a juventude que precisa se orientar de coisas boas, exemplos bons.

Para nós, das gerações passadas, resta o consolo de ver em vídeos as glórias do grande jogador que deixou pinturas na arte dos gramados mundo afora. Valeu Ronaldo, siga em frente, obrigado pela arte e por seu exemplo.

Zé Dirceu fala do Zé Alencar

Pelo respeito a uma figura importante para o país, e por sua luta contra o terrível câncer e pela vida, reproduzo aqui texto do ex-deputado José Dirceu falando do ex-vice Presidente, José Alencar. De Zé para Zé:

Nosso abraço, e reconhecimento público de sua coragem, ao ex-vice-presidente José Alencar que, depois de três meses de internação para tratamento no Sírio-Libanês, deixou o hospital neste 25 de janeiro para receber comenda comemorativa do aniversário de São Paulo. A saída proporcionou-lhe um emocionado encontro com o ex-presidente Lula e com a presidenta Dilma Rousseff.

Zé Alencar nos emociona, mas não surpreende, já que esta força e otimismo sempre foram marcas suas e são, seguramente, responsáveis por ele já ter vencido muitas – com certeza, irá vencer mais – batalhas na luta que trava há anos no tratamento de câncer.

Com estas manobras, das que o levaram a sair do hospital numa alta pedida à sua rebeldia – após a cerimônia ele comunicou a seu médico que ontem ia dormir em casa – ele não só dá ânimo a gente, como renova nossa torcida e confiança de que continuará assim, firme e na luta.

Converte-se de vez em exemplo para todos nós. Vice do presidente Lula e filiado de honra do PT, Zé Alencar é para todos nos um símbolo. Conquistou a militância petista e o respeito e admiração de todo o povo brasileiro. Seu exercício na vice-presidência foi exemplar.

Garantiu ao cargo, e à instituição Presidência, a estabilidade e tranqüilidade que um Presidente da República precisa para governar. É por isso que de amigo e aliado do presidente Lula ele se transformou num companheiro durante os oito anos que passaram juntos.

Novas e bem sucedidas rebeldias, Zé Alencar!”

Grandes lições…viva intensamente cada dia!

idosossDona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda e tão elegante que todo dia às 8 horas da manhã já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão. E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, deu uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.E ela falava com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho: “Ah, eu adoro essas cortinas…”. Mas, dona Cacilda, disse a atendente, a senhora ainda nem viu seu quarto. Espera um pouco…”. !Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada. Vai depender de como eu preparo minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.” A atendente então disse: “Simples assim?” Dona Cacilde rebateu:
” Nem tanto. Iso é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo ‘treino’ pelos anos afora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher os sentimentos.”

Calmamente ela continuou: “Cada dia é um presente e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.”

Depois ela pediu para a atendente anotar:

COMO MANTER-SE JOVEM

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade,o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.

3. Aprenda sempre: aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. ‘Uma mente preguiçosa é oficina do alemão. E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas.

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E, se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele ou ela!

6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós mesmos. Viva enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama, quer seja a família, animais, plantas, hobbies…

8. Tome cuidado com a sua saúde: se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhorá-la , procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa.

10. Diga às pessoas o quanto as ama.

A danada da Nostalgia

nostalgiaPor que será que, por mais que a gente tente, muitas vezes é incapaz de abandonar determinadas memórias afetivas: imagens que construímos de nós mesmos, velhos amores, antigos padrões de comportamento? E parece que não adianta mesmo fugir – tais memórias são nossa bagagem, estarão sempre a nos acompanhar. Claro que tudo isso depende do uso que fazemos do nosso passado. Pois uma coisa é ter o tempo pretérito como referência – é por meio do exemplo de pessoas e ações que vieram antes de nós que procuramos não perpetuar os erros de outrora ou que nos espelhamos para construir um presente melhor. Isso é essencial em todas as culturas, do velho pajé que conta antigas proezas da tribo aos mais jovens até os livros de história que nos ensinam sobre os capítulos sombrios da nossa civilização.

Outra coisa bem diferente (e daninha) é a fixação no passado, quando remoemos aquilo que já está longe no tempo e no espaço, ou idealizamos (alguém, uma situação, um estilo de vida) a ponto de não mais conseguirmos olhar para a frente e aproveitarmos o presente – nosso tempo – em todo seu potencial. Aí entra a danada da nostalgia. Sim, porque a nostalgia, essa palavra grega que significa algo como “saudade de um lar que não mais existe ou nunca existiu”, pode ser um obstáculo para o nosso crescimento. Repare em como num momento ou outro a gente pensa num tempo bom que não volta nunca mais, numa “era de ouro” (completamente idealizada, uma ficção que mistura memória e desejo) em que tudo tinha cores mais belas. Ah, antigamente…

Ao ser comparada à depressão e à melancolia, por exemplo, a nostalgia pode ser considerada um estado de espírito, quando a depressão e a melancolia são doenças em si. “A nostalgia pode ser vista como algo que desperta para a ideia de que também no presente coisas boas serão possíveis. Somente quem viveu momentos belos e felizes é que é invadido pela nostalgia, diferentemente daquele que passou pela vida e não viveu. Por isso, nostálgicos voltam ao passado no qual amaram e foram amados. Na melancolia ou depressão: nunca foram amados ou amparados”, afi rma a psicanalista Maria Olympia França.

Faz sofrer

Você certamente conhece a figura: aquele eterno insatisfeito, o tipo de pessoa de quem mais se ouve que antigamente… – ah! antigamente, como as mulheres eram mais bonitas (a beleza natural), as ruas mais limpas e o ar mais puro. É bem possível mesmo que a vida fosse mais amena. O custo de vida era mais baixo e o trânsito, muito menos estressante. E, lógico, havia menos gente no mundo. Acontece que esse “antigamente” idealizado nunca mais voltará. Fato é que fabricamos muitas das nossas memórias e não temos certeza do passado, por isso mesmo é que o tempo pretérito nos parece ter cores tão mais definidas e ostenta uma cenografia tão impecável. É como um quadro que pintamos em nosso cérebro. Para Maria Olympia, a nostalgia é uma espécie de reaproveitamento da tristeza. “Ainda que difusa, ela sinaliza algo que foi bom. Eu era feliz e não sabia”, afirma a psicanalista. Isso denota o estado fantasioso da nostalgia em relação ao presente.

Claro que é impossível voltar ao passado, mas trazer seus elementos agradáveis de volta ao presente é algo bastante concreto. Se você gostava, por exemplo, de tocar violão, mas não pratica há anos, que tal treinar de vez em quando? Se sente muita falta da casa da mãe, comer um arroz com feijão no fim de semana pode dar um gostinho do lar para sempre desaparecido. Não é que vá matar a saudade. Até porque nostalgia e saudade são coisas diversas.
Uma saudade dos velhos tempos ou uma fantasia sobre certo fato do qual você adoraria ter participado podem alimentá-lo, mas, quando essas sensações se tornam obsessivas, é melhor ficar atento: finque o pé no presente e bola pra frente.
Pois nostalgia e perda são sentimentos tão parecidos que muitas vezes podem se confundir. A dor imensa que representa a perda de um filho é um exemplo de situação-limite que instaura uma condição nostálgica – e que pode desencadear uma baita depressão, já que as lembranças do passado se convertem em um fardo insuportável. “Nesses casos, a tristeza levará à impotência, ao sentimento de fracasso e de culpa. Nada mais é recuperável”, diz a psicanalista. Aí o recomendável é que se trate a depressão advinda desse processo.

Vida Simples – Abril

Transforme reclamação em gratidão

entusiasmoReclamar tem sido a cada dia um hábito mais e mais corrente. Tem dias que tudo costuma nos aborrecer, seja a forma como as pessoas nos tratam, sejam os pequenos inconvenientes do dia a dia. Às vezes, até o clima é suficiente para nos colocar em estado queixoso.
Acredito que se todas as pessoas pudessem se ouvir reclamando, se considerariam pedantes, chatas e desinteressantes. Afinal, quem gosta de ficar perto de alguém que sempre se queixa?

Mesmo que não se fale nada, emitimos a energia negativa de nossos pensamentos lamuriosos, o que nos afasta das pessoas e também das oportunidades.
Para deixar de reclamar, você deve aprender a agradecer. Por outro lado, ser grato só é possível quando aceitamos que tudo aquilo que mais nos incomoda tem origem, na verdade, dentro de nós mesmos”ser grato só é possível quando aceitamos que tudo aquilo que mais nos incomoda tem origem, na verdade, dentro de nós mesmos” . Pois, como veríamos orgulho no outro, se não formos, intimamente, orgulhosos?

Então, pegue caneta e papel e anote tudo aquilo que mais lhe tira do sério nos outros, seja a ignorância, a petulância, a irritabilidade, ou até mesmo a tranquilidade, a alegria, a espontaneidade ou ainda o excesso de atividade, a crítica e a exigência. Depois, se questione se você tem as mesmas características.

Existem situações em que detestamos uma pessoa que está sempre sorrindo, porque no fundo gostaríamos de ser assim, mas nos reprimimos, então a alegria alheia irá nos incomodar. Já em outras circunstâncias, podemos ser pessoas muito críticas e exigentes e sofrer muito, toda a vez que alguém nos chama a atenção ou aponta uma falha.
Tanto na situação de repressão quanto na de reconhecimento, temos que ter a humildade de reconhecer isso em nós mesmos. Sem isso, não há cura. Então, pare agora de reclamar, faça a lista e comece seu auto-tratamento.

Não gosta que as pessoas lhe tratem com desrespeito? Então passe a se respeitar, não fazendo mais favores que não quer, comprando coisas para você ao invés de para os outros, etc. Não gosta que as pessoas lhe ignorem? Então, preste mais atenção nas necessidades alheias, tente não ser o centro das atenções, valorize a si mesmo, sem precisar de aprovação alheia e assim por diante.

Ninguém está de fato contra nós. No fundo, estamos todos conectados, nos ajudando, mesmo sem saber. Aproveite esta oportunidade de crescimento e transforme a reclamação em gratidão!

Abril

A arte de ouvir e escutar

abreu071105Quero compartilhar com os leitores um pouco do que penso da comunicação. Desde pequeno aprendi a ouvir os sons, escutar o seu significado, o tom. Aprendi também que para ser entendido, principalmente, preciso ouvir e escutar bastante, dar atenção ao outro. Por vezes me vejo perdendo essa capacidade, e isso me acarreta problemas. Todos devem ter passado por situação em que não conseguiu se fazer entender, ou mesmo, sequer prestou atenção em algo, no trabalho, escola, atendimento, ou até da sua companheira ou companheiro.

Escutar não é ouvir. Ouvir a gente ouve o que é dito no campo do significado estrito das palavras. Bola é bola, coca é coca, mulher é mulher. Escutar é bem diferente e requer treino, autoconhecimento e conhecimento do outro. Escutar é do campo da significação das coisas para cada um, diferente para cada um sempre. Ouvir é do campo dos sentidos e Escutar é do campo do Inconsciente. Escutamos sem precisar ouvir. A Escuta é muitas vezes silenciosa, escuta–se o não verbal, a entrelinha, o gesto, a atuação.

Quantas vezes já me vi em situações de discussão – nem sempre com bons resultados – em que a pessoa falou o que bem entendeu, e eu mais do que a ouvir, a escutei atentamente. Vi seus gestos, percebi o olhar, a indignação. Entendi então o que ela queria dizer, passar, se comunicar. Após tantos anos de profissão, desde o balcão do bar de meu pai no bairro Floresta em Joinville (SC) ouvindo de tudo, escutando bastante, até hoje em inúmeros atendimentos de todos os níveis, tenho a certeza ainda maior de que cada vez mais precisamos aprender a nos comunicar.

Comunicação, ou a falta dela, é a responsável por tantas barbaridades que vemos nos jornais, telejornais, em festas, empresas, em qualquer trabalho. Nessa hora de decidir o voto em quem vai governar o nosso país por quatro anos, é preciso mais do que ouvir, escutar muito e atentamente.