Educação – Campanha reforça apoio das famílias no aprendizado remoto

Neste momento de pandemia, uma das áreas que mais precisou se adaptar foi a Educação. Acostumados a sair de casa todos os dias para encontrar amigos e professores e realizar atividades escolares, milhares de alunos se veem agora estudando em casa. Os professores, que sempre estiveram nas salas de aula, agora estão interagindo por tela, áudio e atividades impressas. E os pais, em suas casas, se esforçam para ajudar na realização das atividades. 

De acordo com a recente pesquisa da Nova Escola, “A situação dos professores no Brasil durante a pandemia“, 31,9% dos professores afirmam que a maioria dos pais e responsáveis têm realizado as atividades escolares com os filhos. Na rede privada, a participação é de 58% e na rede pública 36%. “O índice não é baixo e revela interesse das famílias pela Educação dos filhos, mesmo numa situação tão incomum, na qual as famílias enfrentam desafios de toda ordem para sobreviver e manter os filhos aprendendo”, analisa Alice Junqueira, coordenadora de projetos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). “O número mostra também que os familiares e responsáveis, ainda que com limitações, estão dedicando tempo e investindo recursos para ajudarem na aprendizagem dos filhos”.

Para contribuir com este novo modelo de aprendizagem, estar mais próximo das famílias e estimular a continuidade do trabalho educacional em casa, o Arranjo de Desenvolvimento da Educação da Grande Florianópolis (ADE Granfpolis) lança, em parceria com a Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis, Colegiado de Gestão em Educação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (CoGemfri) e o Instituto Positivo, uma campanha regional de incentivo às famílias para as atividades não presenciais.

Segundo a assistente educacional da Granfpolis, Bianca Silveira, a campanha dá ênfase à importância do trabalho conjunto entre escola e família na garantia do desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. “O incentivo dentro de casa é fundamental para os estudantes realizarem suas atividades. Muitos pais têm ajudado nas tarefas, fazendo leitura e contas. Além de ensinar, esse tipo de atitude reforça o vínculo entre as crianças e seus pais ou responsáveis, o que só traz benefícios e resultados positivos na Educação”, destaca.

A campanha busca atingir mais de 94 mil estudantes das redes municipais de Educação da região da Granfpolis e suas famílias. As peças, criadas pela Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, estão sendo encaminhadas para utilização das escolas e secretarias municipais de Educação. A ação convida as famílias a compartilharem fotos dos afazeres educacionais com a #EducaçãoCasaEscola, sendo esta uma forma de mostrar para outras famílias que muitos estão neste movimento de estudo com seus filhos. 

A pequena Melissa, aluna do Pré I, da Escola Básica Municipal Alice da Silva Gomes, de São João Batista, está ansiosa para aprender a ler e escrever e são os pais os principais incentivadores neste processo. “Quase todos os dias faço atividade de escrita e leitura com ela, para exercitar e ajudar a aprendizagem. A Melissa sempre quis aprender a ler, então ela gosta e se sente orgulhosa com essa atividade. Tanto eu quanto o meu esposo incentivamos e auxiliamos ela durante as aulas e nas atividades que são repassadas”, explica a mãe Larissa dos Santos.

Segundo ela, no começo a filha não gostava da aula on-line, mas agora fica ansiosa e orgulhosa para falar. “Lógico que não é como estar na sala de aula interagindo com os colegas e professoras, mas vejo a evolução dela a cada dia com as atividades propostas pelas professoras”, comenta Larissa, que segue os ensinamentos dos pais agora com a filha. “Eu tive acompanhamento e incentivo quando eu estudava, então quero repetir com meus filhos. Acredito que é papel dos pais estar sempre ao lado dos filhos, em qualquer momento da vida deles. Então no processo de aprendizagem não deve ser diferente. Por isso, sempre acompanho de perto o que ela está aprendendo e também tento ajudar como posso”, enfatiza a mãe.

A consultora técnica do Instituto Positivo e do ADE Granfpolis, Gilmara da Silva, ressalta que, assim como as escolas precisaram de um novo processo de adaptação à nova realidade, as famílias precisaram se adaptar com as crianças em casa. “O nosso pedido é que os pais nos ajudem a manter o vínculo indispensável entre família e escola no processo de formação integral de crianças e adolescentes. Um dos aspectos mais importantes para mantermos o bem-estar das crianças é permitir que os estudantes se mantenham ativos nos processos de aprendizagem para que possamos minimizar os impactos do isolamento social neste período de suspensão de aulas presenciais”, finaliza.

Toda a campanha de incentivo às famílias para atividades não presenciais nas escolas pode ser acompanhada nas redes sociais das prefeituras municipais da região, das escolas e da Granfpolis (@granfpolis).

Monitore-SC: CovidZero está recebendo inscrições até 31/8 para projetos sociais e de retomada econômica

Oportunidades como essa não podem ser deixadas de lado. Se você tem alguma ideia e precisa de recursos, pode se inscrever aí no Monitore-SC: CovidZero e conseguir os recursos necessários. Projetos voltados para ações sociais e de retomada econômica podem receber recursos de doadores em plataforma desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). Os interessados em participar do painel Monitore SC: CovidZero têm até o fim de agosto para se inscrever no telefone (48) 99132-4633 ou pelo e-mail contato@incentiv.me.

As entidades inscritas vão passar por seleção para confirmar se atendem os critérios. Nesse primeiro momento, a ideia é criar um portfólio de projetos sociais que fomentem a geração de emprego e renda para as pessoas que foram afetadas pela pandemia. A partir de setembro, esses projetos já estarão prontos para receber doações ou recursos de impostos de empresas ou pessoas físicas.

O desenvolvimento do painel contou com R$ 80,4 mil da Fapesc, recurso aprovado via edital. Com o sistema, será possível acompanhar todo o percurso do dinheiro até o impacto social do investimento. A intenção é, além de incentivar a solidariedade, dar mais transparência às doações durante a pandemia.

Uma das fundadoras da startup Incentiv.me e coordenadora do projeto, Thais Nicolau, destaca as facilidades do sistema. “Não só o processo de doação foi pensado de forma prática, mas também o acompanhamento. Nós vamos poder calcular o impacto que cada projeto está trazendo, vamos mensurar o ROI (Retorno Sobre Investimento) social, saber as métricas de performance dos projetos e ter dados muito mais robustos, muito mais palpáveis”, comenta.

O presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, destaca ainda que o Monitore SC: CovidZero vai gerar uma trilha de auxílio em Santa Catarina. “Para nós da fundação, essa é uma plataforma importante nesse momento. Com certeza trará muitos benefícios para o Estado de Santa Catarina e para as instituições catarinenses”, afirma.

Como funciona o programa

O painel Monitore SC: CovidZero faz parte do movimento Incentiva SC, criado pela empresa Incentiv.me, para que empresas e pessoas físicas possam destinar parte dos impostos para projetos sociais que, além de ajudar as pessoas, também vão contribuir para a retomada econômica.

O CEO da empresa, Douglas Nicolau, reforça o papel da plataforma em dar mais segurança às doações já que realiza um processo de compliance, de análise documental. “A lógica disso é que o imposto que a empresa iria pagar ou que a pessoa física iria destinar para o governo seja destinado a esses projetos sociais. E isso, automaticamente, vai ser revertido em emprego e renda para a sociedade”, defende.

O argumento de Douglas é que o dinheiro do imposto de renda e até parte do ISS e do IPTU demoraria algum tempo até retornar à sociedade. Com as doações diretas ou via incentivo fiscal, as pessoas mais vulneráveis teriam acesso ao recurso, gerando uma retomada econômica mais rápida.

Live para tirar dúvidas 

Quem tiver dúvidas sobre como inscrever um projeto ou como fazer uma doação, pode fazer sua pergunta durante a live que a Fapesc vai realizar nesta quinta-feira, 6, às 17h. A transmissão será feita pela página do Facebook facebook.com/fapesc.gov ou pelo canal do YouTube youtube.com/c/FapescGovSC.

Irão participar Douglas e Thais, que vão apresentar o movimento Incentiva SC, junto com o presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, e a nova gerente de Inovação da fundação, Gabriela Mager.

Ações contra a Covid-19 em SC

Desde o início da pandemia, a Fapesc tem se mobilizado para combater os efeitos da pandemia em Santa Catarina. A fundação lançou um edital de pesquisa que contemplou cinco projetos de curto prazo, que vão se converter em novos testes rápidos para detectar a doença até a abertura de um laboratório na Serra catarinense.

Destinou ainda recursos para empresas que oferecem solução de curto prazo na retomada econômica e no combate à doença. O painel Monitore SC: CovidZero foi uma das cinco propostas aprovadas.

Mais recentemente, a fundação liberou R$ 1,2 milhão em bolsas de estudos para reforçar as pesquisas de grande porte que foram selecionados em edital federal para combate à Covid-19. Seis projetos catarinenses foram contemplados.

Para saber mais sobre os projetos e os editais em andamento, acesse o site da Fapesc www.fapesc.sc.gov.br.

Pesquisadores da Udesc Lages desenvolvem teste rápido e inovador para o Covid-19

Mais uma vez uma universidade pública e gratuita mostra que tem capacidade imensa de produzir conhecimento e resultados para a sociedade. Vejam só o que pesquisadores da Udesc em Lages (SC) produziram:

Pesquisadores do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages, desenvolveram, em parceria com outras instituições, um teste molecular inédito para diagnóstico da Covid-19.

A descoberta aconteceu no Laboratório de Bioquímica da universidade, onde, após três meses de trabalho, os pesquisadores formularam um novo teste, mais rápido, mais simples e mais barato.

Eles desenvolveram um peptídeo, ou seja, uma molécula que reconhece o vírus e se liga a ele. Depois, acrescentaram estruturas químicas que emitem luz e deixam as moléculas com cor fluorescente. Quando elas encontram o vírus e a cor desaparece, o resultado é positivo para o novo coronavírus.

A vantagem do novo teste é que o material coletado dos pacientes não precisa passar por várias análises. As hastes contendo o vírus são mergulhadas em tubos onde há moléculas e a resposta é imediata. “É um peptídeo totalmente nacional, com produção barata e teremos a possibilidade de realizar testes em massa”, afirma a professora Maria de Lourdes Magalhães, coordenadora do projeto.

Pesquisa conta com força-tarefa nacional

O projeto que resultou na descoberta do teste promissor iniciou com a startup Scienco Biotech, criada dentro do ambiente de inovação da Udesc Lages. A startup foi contemplada, em abril, com recursos do Edital de Inovação para a Indústria, do Senai, na “Missão contra Covid-19”.

As pesquisas foram realizadas pelos alunos do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular da universidade, ao lado da professora Maria de Lourdes e do professor Gustavo Felippe da Silva. Foi o grupo que desenvolveu o peptídeo que se liga ao vírus.

O desenvolvimento das estruturas químicas que dão cor às moléculas ficou a cargo das instituições parceiras do projeto. A força-tarefa inclui uma equipe formada por especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Instituto Senai de Inovação Química Verde.

Teste pode estar no mercado em até quatro meses

A expectativa dos pesquisadores é que o novo método esteja disponível comercialmente nos próximos três ou quatro meses. Os dados da pesquisa serão públicos e a invenção não será patenteada. Portanto, empresas e laboratórios poderão desenvolver a mesma molécula ou usar a mesma estratégia para formulação de testes. 

“Um teste simples como esse, de custo reduzido e de tecnologia totalmente nacional é muito factível e poderá melhorar muito a eficiência de testagem. Isso só é possível por causa do estímulo à mão de obra qualificada e aos programas de pós-graduação”, avalia Maria de Lourdes.

Pandemia em SC – Prefeitos pedem regionalização das ações de combate a Covid-19

Prefeitos catarinenses estão pedindo ao governo do Estado para que as ações de combate ao coronavírus sejam regionalizadas, de forma que as características de cada região e dos municípios sejam levadas em consideração na adoção de ações de enfrentamento da pandemia. Esta foi uma das conclusões da audiência pública virtual promovida nesta segunda-feira (3) pela Comissão Especial da Assembleia Legislativa que acompanha os gastos do Executivo no combate à doença.

Por quase três horas, parlamentares, prefeitos, dirigentes de hospitais e clínicas e até o presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) debateram as ações governamentais e a alocação de recursos para frear a Covid-19 em Santa Catarina e questionaram os secretários da Fazenda, Paulo Eli, e da Saúde, André Motta Ribeiro. Para atender aos pedidos dos prefeitos, a comissão aprovou a realização de seis audiências mesorregionais daqui a duas semanas, nos dias 17 (às 9h30, 13 horas e 15h30), 19 (às 9h30) e 20 (às 13 horas e 15h30). A definição de qual mesorregião será debatida em cada uma das audiências deve sair nesta terça-feira (4).

Descentralizar ações
Para o prefeito de Joinville, Udo Döhler, há uma distância entre o governo do Estado e as regiões que “causa desconforto e atrapalha o dia a dia” do combate à doença. “Queremos que o Estado se aproxime mais. Temos muitas decisões unilaterais, sem ouvir os municípios”, afirmou o prefeito da maior cidade catarinense. “É o momento para somar esforços e é essencial que o Estado responda às reivindicações”, completou.

Döhler também reclamou que o governo do Estado resiste a descentralizar ações como a realização de testes. “O Laboratório Central tem 11 mil testes represados que poderiam ser feitos aqui na nossa região.”

As duas afirmações foram rebatidas pelo secretário da Saúde, que garantiu não haver distanciamento e que são feitas reuniões periódicas com equipes de municípios do interior para analisar a situação. Ribeiro também garantiu que os testes estão sendo processados mais rapidamente do que no início da pandemia porque o Estado já habilitou dez laboratórios para essa tarefa.

O subprocurador-geral de Justiça, Fábio Trajano, concordou que o enfrentamento de forma regionalizada é a melhor alternativa, mas que o modelo implantado não tem sido satisfatório. “Tivemos dificuldade de adoção de soluções regionais”, avaliou. Ele citou como exemplo a região de Laguna, onde muitos municípios não aderiram à decisão de quarentena.

Trajano pediu transparência nos critérios científicos adotados na tomada tanto das decisões restritivas quanto das liberatórias. “O Ministério Público não defende a paralisação das atividades econômicas, mas que o estado atenda às recomendações técnicas”, afirmou.

Falta de leitos de UTI
Tanto o prefeito de Blumenau, Mario Hildebrandt, quanto o de Tubarão, Joares Ponticelli, reclamaram da demora na instalação de leitos de Terapia Intensiva (UTI) em algumas regiões, o que estaria causando o aumento da ocupação em outras localidades. “A falta de leitos no Alto Vale tem impactado em Blumenau”, afirmou Hildebrandt.

“Quero fazer coro ao prefeito de Blumenau, porque a carga de toda a região aqui está indo para Tubarão, porque as UTIs em Laguna e Imbituba não saíram”, complementou Ponticelli.
André Ribeiro respondeu que uma região deve ajudar a outra. “Quando as regiões precisam, o entorno está aí para isso”, disse o secretário.

Repasse de recursos
Ponticelli também reclamou da falta de apoio financeiro governamental. Segundo o prefeito, o município apenas recebeu ajuda do governo federal. Os prefeitos aproveitaram para pedir aos dois secretários que seja sancionada o mais rápido possível a lei aprovada na semana passada pela Assembleia Legislativa que desburocratiza e dá prazo para repasse de recursos federais para as prefeituras.

Dificuldades com fornecimento
No enfrentamento à pandemia de Covid-19 em Santa Catarina, o governo do Estado já empenhou R$ 335 milhões, dos quais R$ 224 milhões já foram efetivamente pagos. No entanto, Estado, municípios e unidades de saúde têm sofrido com a dificuldade para adquirir medicamentos e equipamentos para atender à população.

De acordo com o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, a procura mundial por medicamentos e equipamentos desregulou o mercado. “Alguns hospitais e fornecedores fizeram estoque e estão vendendo a preço de ouro”, afirmou Paulo Eli, que garantiu que não faltarão recursos para o combate à doença. A dificuldade do Estado foi compartilhada por diversos prefeitos e dirigentes hospitalares que participaram do encontro.

O presidente da Associação dos Hospitais de Santa Catarina, Adriano Carlos Ribeiro, disse ter conversado com mais de 50 dirigentes hospitalares e que muitos estão com os estoques quase zerados. Ribeiro sugeriu ao governo que centralize as compras para o Estado aumentar o volume a ser adquirido e ter poder de barganha.

Falta de mão de obra
Ribeiro também levantou outra questão: a dificuldade de contratação de mão de obra qualificada para as UTIs. “Não adianta instalar mais UTIs e não ter pessoal capacitado. Há uma dificuldade de contratação de médicos intensivistas e técnicos de enfermagem”, relatou o dirigente.

Para o presidente da Acafe, Claudio Alcides Jacoski, é necessário debater a formação de profissionais da área em Santa Catarina, inclusive com a possibilidade de oferta de cursos técnicos e de tecnólogo na área. Jacoski aproveitou para colocar a estrutura dos 13 cursos de medicina das universidades associadas à Acafe à disposição do Estado.

O secretário da Saúde considerou “fundamental” o posicionamento da Acafe e disse que está conversando muito sobre a necessidade de recursos humanos. Segundo André Ribeiro, Santa Catarina tem a melhor atenção primária do Brasil e alguns funcionários poderiam ser disponibilizados para atuar nos hospitais onde falta mão de obra. “Estamos em situação de guerra”, justificou.

Hemodiálise em risco
O diretor executivo da Associação Renal Vida, Tarcisio Steffen, chamou a atenção para os problemas financeiros enfrentados pelas clínicas particulares contratadas para fazer tratamento de hemodiálise em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “São 3.500 pacientes fazendo diálise, dos quais 95% em clínicas particulares, e há uma defasagem muito grande, um desequilíbrio econômico do contrato”, revelou Steffen. “Estamos caminhando muito rápido para a insolvência das clinicas de hemodiálise”, alertou.

André Ribeiro disse ser solidário às clínicas e fez um apelo aos prefeitos que têm contrato de convênio que acompanhem a proposta do Estado para minimizar a situação.

Transparência e didática
O deputado Miltons Hobus (PSD) elogiou a postura do secretário da Saúde. “Pela primeira vez estamos tendo uma apresentação didática e com dados relevantes que não tínhamos ainda”, avaliou o parlamentar. Fui muito crítico pela falta de visão e transparência e deu resultado.”

Hobus questionou o valor que o Estado tem economizado com a suspensão do pagamento das dívidas com a União, BNDES e Banco do Brasil. Segundo o secretário Paulo Eli, são R$ 450 milhões com a União, R$ 330 milhões com o BNDES e mais R$ 340 milhões com o Banco do Brasil, totalizando mais de R$ 1 bilhão até o fim do ano.

Ada de Luca (MDB) solicitou ao secretário o detalhamento do número de leitos de cada hospital do estado destinado ao tratamento da Covid-19 e quanto cada município recebeu de recursos até agora. André Ribeiro prometeu a informação para os próximos dias.

O deputado Coronel Mocellin (PSL) demonstrou preocupação com a situação e a possibilidade de colapso do sistema público de saúde. “O que preocupa é o que vem pela frente, quando o médico vai escolher quem vive”, disse o deputado. Ele pediu que fosse priorizado o tratamento precoce de quem for contaminado, inclusive com “medicamentos de tratamento empírico que deram resultado positivo”.

O secretário da Saúde garantiu que o Estado não vai chegar a essa situação ter que escolher entre quem vive e quem morre.

Falta de gestão
A deputada Luciane Carminatti (PT) criticou o baixo índice de testagem em Santa Catarina e disse que falta gestão da crise pelo governo federal. “O problema não se resolve só com dinheiro. Não tem gestão da Covid no país. O Ministério da Saúde deveria ter ações planejadas, articuladas com estados e municípios. Vamos parar de achar que é só mandar dinheiro”, protestou a parlamentar. “Precisamos de gestão compartilhada. Não adianta ter dinheiro e não encontrar medicamentos e profissionais”, completou.

André Motta concordou com a deputada. “Falta gestão da saúde no Brasil. É complicado lidar com o Ministério da Saúde, que troca ministros durante uma pandemia”, opinou.

José Milton Scheffer (PP) reconheceu o esforço da Secretaria da Saúde, mas defendeu um trabalho forte na atenção básica, nos agentes de saúde e na busca por tratamento precoce e isolamento social. “Se não houver isso, vamos perder muitas pessoas para a Covid nos próximos meses”, afirmou.

Marcius Machado (PL) defendeu o fornecimento de suplementos vitamínicos como forma de aumentar a imunidade da população e questionou o secretário da Saúde sobre a possibilidade de contaminação de um ambiente simplesmente pela presença de alguém com o vírus no local, sem que essa pessoa precise falar.

O secretário disse que se houver entendimento entre paciente e médico para uso do suplemento, eles estarão à disposição, mas ressaltou que a boa alimentação e banho de sol são fatores que ajudam a aumentar a imunidade. Sobre a possibilidade de contaminação nas condições apresentadas pelo deputado, disse ser pequena, mas que pode existir. “Por isso é importante o distanciamento social, limpeza de superfícies, uso de máscaras”, alertou.

Jair Miotto (PSC) se mostrou preocupado com as dificuldades na compra de insumos e contratação de equipes e quis saber sobre o programa Médicos pelo Brasil. André Ribeiro disse que há possibilidade de Santa Catarina receber profissionais pelo programa.

O último parlamentar a se manifestar foi o deputado Volnei Weber (MDB). O emedebista pediu mais rigor contra a quebra de isolamento, defendeu a liberação de recursos para os hospitais se manterem porque as cirurgias eletivas – importantes fontes de recursos das unidades – estão suspensas e se mostrou contrário ao retorno das aulas presenciais nas escolas. “Voltar às aulas é colocar as crianças em risco”, avaliou.

André Ribeiro reconheceu que fiscalizar o que está ocorrendo em cada região não é fácil e que apenas o compartilhamento de informações possibilita fiscalizar o que está sendo definido. Sobre a volta às aulas, foi taxativo. “Não passa pela minha cabeça”, garantiu.

Comissão especial
O papel da comissão especial nesse acompanhamento da pandemia foi destacado tanto pelo deputado Milton Hobus quanto pelo presidente do colegiado, deputado Marcos Vieira (PSDB).
Hobus exaltou a importância da Assembleia Legislativa e a visão do presidente Julio Garcia de transformar em lei essa comissão especial. “Porque queremos contribuir para que a gente passe da melhor forma possível por esse momento”, disse.

Marcos Vieira disse não ter dúvida de que a criação da comissão foi uma decisão acertada. “A comissão está cumprindo sua obrigação: não só de fiscalizar, mas também protagonizar, colocar no mesmo ambiente todas as autoridades envolvidas no combate ao coronavírus”, afirmou.

O presidente da comissão avaliou a audiência pública como um sucesso. “A Assembleia Legislativa, mais uma vez, está agindo de forma correta, trazendo para o mesmo ambiente não só os deputados, mas o governo do Estado, prefeitos, diretores de hospitais e clínicas e agora o sistema Acafe para discutirmos o combate ao coronavírus. Da audiência pública realizada no dia 20 de julho até o dia 3 de agosto, o Estado agiu mais rápido, levou a cada uma das regiões mais alguns fatos novos.”

Covid-19: Campanha alerta para a importância do atendimento precoce

Iniciativa do Movimento Floripa Sustentável e da Associação Catarinense de Medicina traz depoimentos de médicos sobre o que fazer diante dos primeiros sintomas da Covid-19.

O atendimento logo aos primeiros sintomas da Covid-19 pode salvar muitas vidas, especialmente neste momento de crescimento exponencial no número de casos e de óbitos em Santa Catarina. Por isso, com o objetivo de informar a população sobre as novas orientações do Ministério da Saúde, o Movimento Floripa Sustentável e a Associação Catarinense de Medicina (ACM) lançaram, nesta segunda-feira (27), uma campanha nos veículos de comunicação, com depoimentos de médicos sobre a importância do imediato acolhimento do paciente que apresente os sinais do novo coronavírus.

A campanha traz gravações com os médicos Antônio Cesar Cavallazzi (pneumologista), João Ghizzo (ex-secretário da Saúde de SC), Luiz Alberto Silveira (ex-secretário da Saúde de Florianópolis) e Anastácio Kotzias Neto (conselheiro titular por SC no Conselho Federal de Medicina).

“Queremos contribuir na defesa da vida, levando à sociedade e autoridades informações essenciais sobre como enfrentar o grave quadro da pandemia em Santa Catarina e por que, diante da realidade dos números, é urgente aplicarmos de fato a mudança nas orientações frente aos primeiros sintomas, devendo ser recomendado o acolhimento precoce. O alerta é feito por entidades e centenas de profissionais da saúde”, explicou Zena Becker, presidente do Movimento Floripa Sustentável, formado por 44 entidades da sociedade civil.

Para o presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Jr., o combate à pandemia precisa ser feito sobre três pilares: assistência médica, inteligência de dados e comunicação. “A assistência médica é a atenção à saúde, com toda a estrutura necessária, como equipamentos, equipes preparadas, leitos, testes, entre outras coisas essenciais; com os dados, podemos analisar cada momento e planejar as ações; com a comunicação, devemos ter um discurso unificado, que garanta às pessoas o direito a serem bem informadas, atendidas e saberem sobre os tratamentos. Com isso, passaremos mais segurança à sociedade”, defendeu.

Criada pela agência Doc.Sync Floripa, a campanha foi realizada com a participação da ZIG Filmes, TumDum e DOT, em um trabalho totalmente voluntário. Destinada à TV, rádio, jornal, frontlight e mídias sociais, conta ainda com o apoio das empresas de comunicação que veiculam as peças educativas. 

Assista os vídeos aqui

PROJEÇÕES
Levantamento do Social Good Brasil (SGB), que apoia o Governo do Estado, Ministério Público e Tribunal de Justiça de forma voluntária e gratuita para o desenho e construção de oito produtos de inteligência de dados, incluindo  o banco de dados dos casos de Covid-19, mostra que no dia 18 de julho o número de casos confirmados em Santa Catarina foi de 52.531. Em 26 de julho, foi de 68.730, o que significou um aumento de 16.199 casos, com crescimento de 30,83% em nove dias. No mesmo período, também houve um aumento expressivo no número de óbitos registrados por Covid-19. O número de óbitos até 18 de julho foi de 662 e, em 26 de julho, 907, representando um aumento de 245, com crescimento de 37,00% em nove dias.

No teste do modelo epidemiológico em 21 de julho, no cenário de Rt (taxa de transmissibilidade) de 1,36, a projeção de óbitos para 26 de julho era de 913 e o número de óbitos registrados foi de 907, ou seja, estima-se que Santa Catarina esteja com Rt aproximado de 1,36. Caso siga este cenário, é possível que ocorram mais 1.222 óbitos em três semanas, chegando a 2.129 em 16 de agosto.

Veja mais aqui: https://socialgoodbrasil.org.br/modelo-epidemiologico/

O QUE É O ACOLHIMENTO PRECOCE?
Envolve a recepção, o atendimento, a proteção, o amparo e, sobretudo, o diagnóstico logo nos primeiros sinais e sintomas da doença. O protocolo de atendimento deve prever a realização de exames laboratoriais e, se necessário, tomografia computadorizada, com o monitoramento e o acompanhamento da evolução da doença.

No lugar de encaminhar o paciente para casa e recomendar o isolamento, precisa haver o monitoramento e o acompanhamento da evolução da doença pelas Secretarias de Saúde. Conforme o Ministério da Saúde, que modificou suas orientações em no dia 9 de julho, as pessoas devem buscar atendimento médico aos primeiros sintomas.

O Conselho Federal de Medicina, o Conselho Regional de Medicina/SC e a Associação Catarinense de Medicina já conferiram autonomia ao médico para logo no início dos primeiros sinais e sintomas da doença iniciar o tratamento, evitando que o quadro se agrave. Sempre com a decisão do paciente e com a autonomia do médico.

QUAIS OS DIREITOS DA PESSOA COM SINTOMAS DE COVID-19?

1) Atendimento médico ambulatorial.

2) Realização dos exames laboratoriais indicados para avaliação do quanto a Covid-19 pode estar comprometendo sua saúde, além de tomografia computadorizada e exames complementares, se for o caso.

2) Ser informada sobre as  opções de tratamento disponíveis, mesmo que ainda não tenham estudos padrão ouro de comprovação de eficácia. O médico e o paciente podem decidir mediante avaliação dos riscos.

3) Ser informada que o tratamento tem que ser personalizado de acordo com a condição de saúde do paciente, prescrito e acompanhado por um médico.

4) Receber os medicamentos prescritos pelo médico para seu caso.

5) Ao monitoramento e o acompanhamento da evolução da doença.

SINAIS E SINTOMAS LEVES

Anosmia: Perda do olfato, impossibilidade de sentir cheiros.

Ageusia: Perda do sentido do paladar, do gosto.

Coriza.

Diarreia.

Dor abdominal.

Febre.

Mialgia: Dor muscular

Tosse.

Fadiga: Cansaço, canseira.

Cefaleia: Dor de cabeça.

SINAIS E SINTOMAS MODERADOS

Tosse e febre persistente diária; ou tosse persistente e piora progressiva de outro sintoma relacionado à Covid-19adinamia, prostração, hiporexia (diminuição do apetite), diarreia -; ou pelo menos um dos sintomas acima e presença de fator de risco.

SINAIS DE GRAVIDADE

Síndrome respiratória aguda grave – síndrome gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório; ou pressão persistente no tórax; ou saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente; ou coloração azulada de lábios ou rosto.                                 

Ficha técnica da campanha

Criação: Doc.Sync Floripa

Diretor de criação:  Daniel Kfouri

Redação: Barbara Bergamasco

Direção de arte: Eduardo Carranque

Atendimento: Manuela Feltrin

Aprovação: Zena Becker

Direção dos filmes: Fernando Klepzig

Direção de fotografia: Rogerio Xavier

Direção e edição de áudio: Murilo Valente

Trilha sonora: Renato Casca

Locução: Marcello Trigo

Produtora de áudio: TumDum

Produtora de vídeo: ZIG Filmes

Produtora digital: DOT

Coordenação geral: Roberto Costa

Revalida – Projeto pretende reduzir prazos de revalidação de profissionais formados no exterior

Além da falta de leitos e insumos, outro grave problema escancarado nessa pandemia e que enfrentamos no Brasil, é a falta de médicos. A distribuição regional desses profissionais no país é absolutamente desigual. Um projeto de lei que tramita no Senado, pretende mudar essa realidade diminuindo o período burocrático na revalidação de diplomas de profissionais formados em instituições de educação superior no exterior. O autor do projeto é o senador catarinense, Dário Berger (MDB).

A intenção é aumentar o número de médicos em regiões com carência no atendimento. O exame foi realizado pela última vez em 2017. Segundo a assessoria do Senador, nessa semana o governo se manifestou favorável à iniciativa. Pelo texto da proposta, a União ficará responsável por listar as instituições mundo afora e realizar um processo menos burocrático com duração entre 30 e 60 dias com diplomas de instituições reconhecidas. Nos demais processos, o prazo cai dos atuais 180 para 90 dias.

O senador acredita que essa simplificação estimulará o retorno de brasileiros e a vinda de estrangeiros ao país com ampla qualificação acadêmica e profissional. “Não é admissível que brasileiros e estrangeiros que queiram dar sequência às suas carreiras acadêmicas e profissionais no Brasil ainda precisem enfrentar tantos trâmites burocráticos para revalidar ou reconhecer os diplomas de nível superior que obtiveram em instituições de educação superior de outros países. Com a aprovação desse projeto, muitos profissionais poderão auxiliar nesse momento tão difícil que estamos vivendo no país”, justificou Dário.

Confira o projeto de lei na íntegra: bit.ly/39sXJ9S

Pesquisa – Fapesc lança edital que destina R$ 4 milhões para projetos em SC

Em meio à pandemia de Covid-19 e necessidade de soluções apontadas pela ciência, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), lançou o maior edital para investimento em pesquisa no Estado. Serão destinados R$ 4 milhões para contemplar até 200 projetos de todas as regiões. A divulgação foi feita ao vivo na última quarta-feira, 22, pelas redes sociais da fundação.

Podem participar da chamada professores e pesquisadores com doutorado e que tenham vínculo com instituições de ensino e pesquisa públicas, comunitárias e privadas sem fins lucrativos. O prazo de inscrição começa nesta quinta-feira, 23, e vai até 23 de setembro. O edital completo pode ser acessado em www.faphttp://fapesc.sc.gov.br/esc.sc.gov.br.

O Programa de Pesquisa Universal é o mais tradicional da Fapesc, realizado pela primeira vez em 2001 e teve sua última edição em 2014. Durante mais de uma década, apoiou 1.114 pesquisas, mais de 3,2 mil pesquisadores e resultou na publicação de cerca de 4 mil artigos e revistas científicas. Além de contribuir com 1,7 mil produções de pesquisas (trabalhos de conclusão de curso e iniciação científica), 800 produções técnicas (softwares e protótipos) e 700 apresentações em eventos e feiras.

O edital retorna agora como o maior investimento em pesquisa básica e aplicada de Santa Catarina. Cada projeto aprovado poderá receber de R$ 20 mil a R$ 80 mil para cobrir despesas como compra de equipamentos, insumos, melhorias em laboratórios e deslocamentos de pesquisadores.
O presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, defende o papel dessa chamada para produção de conhecimento científico e a busca de soluções para os problemas da sociedade, como os desafios gerados pela pandemia de Covid-19.

“Para nós, estar disponibilizando R$ 4 milhões é muito importante porque mostramos o valor que a ciência representa para o Governo do Estado e para as instituições catarinenses. A fundação vai lançar outros editais nos próximos meses, mas o Programa de Pesquisa Universal, sem dúvida, é o mais importante para o ecossistema científico”, explica. O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Amauri Bogo, destaca ainda que lançar esse edital, após cinco anos, mostra um grande comprometimento ao investir R$ 4 milhões em pesquisa, mesmo em um momento de crise mundial.

“Esse edital é uma demanda que envolve todas as instituições de nível superior e todas as grandes áreas de conhecimento. Isso oxigena o ecossistema e permite que a academia produza conhecimentos para alimentar também o sistema de tecnologia e inovação de Santa Catarina”, completa.

Pesquisadores catarinenses
Segundo dados de 2016 da Plataforma Lattes, onde são registrados os currículos de todos os profissionais e estudantes envolvidos com pesquisa no país, Santa Catarina tem aproximadamente 11 mil pesquisadores. Destes, quase 6,8 mil possuem título de doutorado. O Estado conta ainda com 171 Programas de Pós-Graduação, que estão formando outros 3,5 mil doutores.

As inscrições podem ser feitas diretamente na plataforma da Fapesc (clique aqui).

Estudantes da rede municipal de Florianópolis ganham medalhas em desafio internacional

A Escola Básica Municipal de Florianópolis José Jacinto Cardoso, localizada na comunidade da Serrinha, foi premiada com medalhas de prata e bronze no “Desafio Latinoamericano Emprenday”, organizado pela Sociedade Latinoamericana de Ciência e Tecnologia- Solacyt, com sede no México.
Estabelecimentos de ensino de 10 países produziram trabalhos em torno do temas Ciência,Tecnologia, Quarentena e Coronavírus”.

Dentro desses temas, era possível escolher uma entre sete categorias de participação: animação, artigo científico, ciências aplicadas, conto científico, habilidades lógicas, pôster temático e programação.

A categoria escolhida de três estudantes da escola municipal da capital catarinense foi “Conto Científico”. A garotada decidiu falar um pouco sobre como eles estão passando esses dias de quarentena devido à pandemia do Coronavírus e quais são suas expectativas para o futuro.
Nycolas Castelani Batista, do quarto ano, e Saywa Aza Bejarano, do quinto ano, optaram pelo formato história em quadrinhos, enquanto Nathalia Trindade Ribeiro, também do quinto ano, escreveu um poema. O colombiano Saywa redigiu o texto em espanhol. Os demais, em português.

A premiação consiste no certificado digital de medalhista, uma bolsa de estudos para um curso na área de tecnologia oferecido pela empresa Solidworks e a possibilidade de publicação do trabalho em revista internacional. Os trabalhos foram realizados na casa dos estudantes e orientados via plataformas digitais pelas professoras Vanessa de Oliveira, de espanhol, e Giselle Medeiros , de tecnologia educacional.

“Salientamos que os pais e mães desses estudantes foram fundamentais em todo o processo, nos auxiliando no cadastro, no envio dos projetos e motivando seus filhos a participarem”, frisou Vanessa de Oliveira.
Receberam menção honrosa os estudantes Gabriel Souza, Gabriela do Nascimento, Isabela Leandro, Jhemily Hawane, Maria Eduarda Coelho, Rafael Duarte, Rayssa Silva, Sthefany Ribeiro e Thiago Ruan de Souza.
A professora Giselle Medeiros salienta que “esses estudantes igualmente enviaram excelentes trabalhos para esse desafio”.

Segundo Vanessa de Oliveira , as professoras regentes das turmas também foram fundamentais na empreitada, tanto no contato com as famílias dos estudantes, quanto no incentivo à participação de todos. O desafio, patrocinado pela iniciativa privada, reuniu escolas da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Perú e Estados Unidos. A competição contou com 1072 participantes inscritos em 874 projetos nas mais diversas categorias.

Conforme o secretário de Educação de Florianópolis, Maurício Fernandes Pereira, o estímulo aos estudantes em participações de eventos como o Solacyt é uma das marcas da rede municipal de ensino. “Parabéns aos nossos estudantes, familiares e equipe da Escola José Jacinto pelo resultado”.

Nathalia Trindade Ribeiro
Saywa Aza Bejarano
Nycolas Castelani Batista

MEDALHA DE PRATA
Saywa Aza Bejarano – Categoria – Conto científico /Quadrinhos: “ La Quarentena” ( Turma 52)

Nycolas Castelani Batista –Categoria – Conto científico /Quadrinhos: “Quarentena” ( Turma 42)

MEDALHA DE BRONZE
Nathalia Trindade Ribeiro – Categoria – Conto científico /Poema: “Quarentena” ( Turma 51)

Poema de Nathalia Trindade Ribeiro

Eu temo o coronavírus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
E também de bala perdida
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
É a minha própria lida

Assombra-me a pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo
Porque todo cidadão
Merece mais atenção
O sentimento é profundo

Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre evito
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí – acredito

O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos só liberdade!

Celesc – Segundo perícia cobrança de energia elétrica estava dentro dos padrões

A 29ª Promotoria de Justiça da Capital, com atuação estadual na área do consumidor, arquivou o inquérito civil que apurava os supostos abusos na cobrança de energia elétrica nas faturas do verão de 2018/1019. Após perícias e estudos feitos por setores técnicos do Ministério Público e por diversos órgãos, além de auditoria em medidores, não se identificaram elementos que pudessem demonstrar eventual conduta inadequada da Celesc no faturamento. Durante a perícia, foram realizadas aferições em 1200 medidores (residências), selecionadas entre as reclamações registradas nos Procons, na ouvidoria da Celesc e no Ministério Público – MPSC.

As aferições foram realizadas com acompanhamento do Imetro/SC e MPSC. Após a análise, verificou-se  que das 1200 aferições solicitadas pelo MP apenas 0,6% (7 medidores) do total estavam fora dos limites da norma regulatória, medindo a mais, sendo que todos os medidores foram substituídos pela empresa no momento da aferição, bem como a Celesc promoveu a compensação desses clientes, conforme previsto em resolução da agência reguladora. 

Desta forma, diz a Celesc, o MP confirmou as informações repassadas à época pela Celesc de que o aumento do consumo de energia elétrica pelas famílias, devido às altas temperaturas do verão 2018/2019, implicou em aumento da conta. A empresa informa ainda que para orientar o consumidor sobre uso consciente da energia, e conforme compromisso da nova gestão da empresa na ocasião, a Celesc vem realizando campanhas frequentes, com dicas para evitar o desperdício no consumo e o aumento excessivo da fatura de energia elétrica.

O consumidor pode encontrar as dicas no site da empresa e nas redes sociais oficiais da Celesc. É possível consultar, inclusive, um simulador de consumo. Consulte: www.celesc.com.br . Emergências 0800 48 0196 e, para serviços comerciais, 0800 48 0120 ou pelo e-mail: atendimento.comercial@celesc.com.br.

SC tem boas expectativas para a safra de inverno

Apesar da estiagem e da erosão do solo, a safra de verão 2019/20 em Santa Catarina teve um desempenho considerado satisfatório, puxado pelos bons preços, altas produtividades em algumas culturas e regiões específicas e qualidade adequada de grãos colhidos. A previsão para a safra de inverno 2020/21 é positiva, caso as condições climáticas previstas se confirmem. Os números foram apresentados pelos técnicos do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa) em evento virtual na tarde da quinta-feira, 9, que marcou o encerramento da safra de verão e a abertura da safra de inverno.

Alho deve ter aumento de 11,69% na produção na safra 2020/21

Gláucia de Almeida Padrão, analista da Epagri/Cepa, aponta que a estiagem, que atingiu principalmente o Meio-oeste catarinense no final de 2019 e início de 2020, atrasou o plantio e trouxe queda de produtividade, principalmente para as lavouras de milho, soja e feijão. A erosão de áreas cultiváveis foi outro problema que atingiu pontualmente a safra de verão. A degradação do solo acontece em cultivos que não primam pela cobertura de solo e rotação de culturas, contrariando recomendações da Epagri.

Aspectos positivos também foram apontados na safra de verão durante o evento on-line. O arroz teve uma produtividade elevadíssima, principalmente no Sul do Estado. Soja e milho também apresentaram produtividades acima do ciclo agrícola anterior nas regiões Oeste e Meio-oeste. A qualidade dos grãos colhidos foi impulsionada justamente pela pouca chuva no período adequado. Essa condição reduz também o custo de secagem para a indústria. O alto valor do dólar ajudou a elevar os preços, principalmente dos commodities. “Tivemos perdas nas safras de verão, mas quem colheu teve qualidade e bons preços”, resume Glaucia.

Verão

arroz foi um dos destaques da safra de verão. A produtividade de 8.391kg/ha ficou acima da média dos anos anteriores. No ciclo 2019/20 foram colhidas uma média de 168 sacas de arroz por hectare, contra uma média de 160 na safra passada. O Sul do Estado contribuiu fortemente para a boa colheita. Apesar da alta oferta do produto no mercado, os preços se mantiveram em patamares elevados, graças à expectativa inicial de uma safra abaixo da média provocada pela estiagem no Sul do Brasil e à corrida aos mercados no início da pandemia, o que aumentou a demanda pelo alimento.

milho total em Santa Catarina teve uma redução de 3,48% na área plantada, queda de 10,78% no total produzido e enfrentou uma produtividade 7,57% menor, sempre em comparação com a safra 2018/19. A estiagem, que se agravou desde janeiro, foi um dos motivos da queda, mas é importante ressaltar que a área plantada com milho no Estado catarinense vem caindo a cada ciclo agrícola. O cereal tem nos bons preços um alento, que compensaram para os agricultores a redução de produtividade. Na região que se espalha a partir de Joaçaba para o Oeste do Estado, o milho grão total alcançou uma boa produtividade, graças principalmente o período em que é plantado, que fez com que as lavouras se livrassem dos piores momentos da estiagem. O estado continua dependendo da importação de milho de outras regiões e países para suprimento das agroindústrias. O cereal participa com cerca de 70% da composição das rações e é fundamental para a cadeia produtiva da proteína animal.

soja vem aumentando continuamente sua área plantada no Estado, avançando por espaços que antes eram ocupados principalmente por plantios de milho e pastagens. Entre as safras 2018/19 e 2019/20 a área plantada com o grão em Santa Catarina aumentou 2,35%, enquanto que a produtividade reduziu em 4,76%, resultando numa produção total 2,52% menor do que no ciclo anterior. Mais uma vez a estiagem e a erosão em algumas regiões de cultivo foram os vilões, mas, assim como no milho, os preços foram compensatórios, impulsionados pela alta do dólar e pelo volume da importação chinesa. O estado exportou 1,4 milhão de toneladas de soja entre janeiro e junho, volume recorde.

feijão foi outro cultivo de verão que sofreu com a estiagem. Em relação à safra passada, houve uma queda na produção de 9,11%, resultado de uma redução de 6,18% na produtividade e de 3,12% na área plantada. A primeira safra de feijão, que responde por 66% da produção estadual, obteve um produto de boa qualidade, que alcançou preços excelentes. A segunda safra, que responde por 34% do total de feijão produzido no Estado, foi a que mais sentiu os reflexos da falta de chuvas, resultando numa queda de 23% na produção e menor qualidade dos grãos. Na média das duas safras, os preços pagos ao produtor foram considerados muito bons.

Inverno

As culturas agrícolas de inverno são aquelas plantadas a partir de maio. A cebola é uma das mais importantes delas em Santa Catarina, visto que o Estado é responsável por 30% da produção nacional. O transplante das mudas e também o semeio direto, que se dão entre junho e agosto, apontam para uma área plantada 7,4% menor na safra 2020/21 quando comparada com o ciclo passado. Assim, também cai a expectativa de total produzido, que deve ser 8,71% mais baixo que na safra 2019/20. A possível redução na produtividade se deve ao resultado excepcional da safra 2019/20, que ficou acima das médias dos últimos anos no Estado. Contudo, graças à alta tecnologia que deverá ser aplicada pelos produtores, espera-se que a produtividade enfrente uma queda menos acentuada, de 1,42%. A concretização deste cenário depende das condições climáticas para os próximos meses, principalmente nos períodos críticos de desenvolvimento da cultura.

alho encerrou a safra 2019/20 com bons resultados em termos de produtividade, produção e qualidade comercial, bem como de preços pagos ao produtor. A condição representa uma virada na cultura, que vinha sofrendo nos últimos anos com produções e preços muito ruins, devido sobretudo à estiagens, doenças e importações. Diante dos bons resultados alcançados, a safra 2020/21 deve ter a área de cultivo aumentada em 8,85%. O reflexo esperado é um aumento de 11,69% no total produzido, com produtividade 2,61% maior. Se tudo se confirmar, Santa Catarina deve colher 21.100t de alho em 2020/21, contra 18.892t no ciclo agrícola anterior.

Cerca de 48% da área destinada ao plantio de trigo no Estado para a safra 2020/21 já foi cultivada. A área plantada nesta safra deverá aumentar 7,82% em relação ao ano anterior, com um crescimento na produtividade média de aproximadamente 9%. Assim, o total produzido deve ser de cerca de 182 milt, representando um incremento de 17,52% na produção. À campo, as lavouras estão com bom desenvolvimento agronômico, o que leva a crer que a boa perspectiva se confirmará. Os preços favoráveis, que vêm sendo praticados desde o ano passado, impulsionados pelo alta do dólar, estão entre os fatores para o aumento da área da cultura no Estado. As restrições para importação do grão da Argentina, impostas pela pandemia, também colaboram para a elevação dos valores pagos ao produtor. O aumento em Santa Catarina acompanha o cenário nacional de crescimento da área plantada.

A cevada terá redução significativa de 66,3% na área plantada, reflexo da má safra verificada no ciclo 2019/20. A quantidade produzida na safra 2020/21 deve ser 47,57% menor que o ciclo anterior. Em relação à produtividade é esperado um crescimento de 55,54%, chegando a 4.100 quilos por hectare.

Em relação à cultura da aveia grão, a Epagri/Cepa estima um pequeno aumento de 1,29% na área plantada. Esse dado, aliado ao crescimento de 22,9% na produtividade, resultará num crescimento de 24,48% na produção total.