Opinião – Mude a política renovando geral, não reelegendo ninguém

PalavraLivre-eleicoes2016Eleições 2016 às portas, e os últimos acontecimentos da política joinvilense só reforçam minha tese desde o ano passado: não reeleja ninguém, renove geral!

Prefeito que se diz gestor, mãos limpas, que nega a política e os políticos, usando a máquina para, digamos, cooptar partidos com seus tempos de tv. Trocando secretarias por partidos, sem qualquer pudor, mostrando que faz política velha, atrasada, em nada favorável às mudanças que a população exige na política.

Vereadores que pensam apenas em manter a todo o custo os seus cargos, e para isso negando investigações do governo, ou criando investigações e comissões com amigos do poder para promover relatórios pífios, fracos, muristas, negando ao eleitor o direito de saber de fato se as acusações e denúncias são ou não são verdadeiras.

Por tudo isso, você que desejou a mudança desde 2013 nas ruas, e a cada ano se escandalizou com cada nova notícia de acordos espúrios, preste atenção nos fatos, nos atos de quem diz uma coisa, e faz outra totalmente diferente!

Faça seu papel de cidadão, e ajude a dar um ar novo à política, porque a política é o melhor instrumento para melhorar a vida das pessoas, mas se feita com ética, responsabilidade, de forma coletiva, para interesses coletivos.

Não reeleja nem prefeito, nem vereadores e tampouco quem já foi vereador, dê uma chance a Joinville!

* Por Salvador Neto, jornalista, editor do Blog Palavra Livre.

Deputados aprovam pacotão bilionário de aumentos ao funcionalismo

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A pedido do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), a Câmara dos Deputados votou na noite de ontem 15 projetos de reajustes salariais de servidores de diversas carreiras públicas federais. O reajuste médio concedido foi de 21,5%, divididos em quatro anos.

O governo não divulgou um número oficial, mas cálculo feito pela Agência Estado apontou que os projetos terão impacto de pelo menos R$ 56 bilhões até 2019 nos cofres públicos, sem contar o chamado “efeito cascata”.

Até por volta das 23h15, já haviam sido aprovados 11 dos 15 projetos: para servidores do Poder Judiciário e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); servidores do Ministério Público da União e o procurador Geral da República, além de funcionários do Poder Executivo, da Câmara, do Senado, do Tribunal de Contas da União (TCU), defensores públicos da União e servidores da área de Educação.

Até o fechamento desta edição, faltavam ainda a votação de servidores da Defensoria Pública da União (DPU), de agências reguladoras, das Forças Armadas e de ex-territórios.

Conforme o projeto aprovado, os ministros do STF terão seus salários aumentados dos atuais R$ 33.763 para R$ 39.293. O montante é considerado o teto do funcionalismo público. Junto com os demais servidores do Judiciário, o impacto é de mais de R$ 6 bilhões até 2019.

Por força da lei, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, também teve o salário aumentado, para igualar seu vencimento ao que será pago aos ministros do STF.

Um dos maiores impactos será o do projeto de reajuste dos servidores do Poder Executivo. Até 2019, a estimativa de impacto era de cerca de R$ 14,9 bilhões.

Os reajustes dos servidores das Forças Armadas (R$ 14 bilhões) e da área da Educação (R$ 14,9) também terão impacto expressivo em quatro anos. Já o reajustes servidores do TCU deverá provocar um impacto de quase R$ 320 milhões até 2019. Alguns projetos, como o dos reajustes da Câmara e do Senado, não trazem previsão.

Apoio
Para o deputado Silvio Costa (PtdoB-PE), da oposição a Temer, a atual base governista não quis, quando oposição, votar os reajustes.

“Queria que o líder do governo (deputado André Moura (PSC-SE) viesse ao microfone e fizesse o compromisso de que o presidente Michel não vai vetar. Porque uma coisa é votar, outra coisa é não vetar”, disse ele.

Houve acordo, antes do início da sessão desta noite, para que os reajustes do funcionalismo fossem votados e, em seguida, os deputados apreciassem a nova proposta de Desvinculação de Receitas da União (DRU).

O acordo ocorreu para evitar que o PT, da presidente afastada Dilma Rousseff, obstruísse a sessão, como havia ameaçado, e levasse os trabalhos até a madrugada.

A base de Temer, formada por PMDB, PSDB, DEM e pelo chamado centrão (PP, PR, PTB, PSD, PRB e outras legendas nanicas), tem ampla maioria para aprovar as propostas, mas a obstrução atrasaria os trabalhos.

Com informações de O Tempo, e outros jornais

Parecer do processo contra Eduardo Cunha (PMDB) será lido hoje

Brasília – O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo, o Vice-Presidente, Sandro Alex, e o relator, Marco Rogério, durante a reunião do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. (José Cruz/Agência Brasil)
Brasília – O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo, o Vice-Presidente, Sandro Alex, e o relator, Marco Rogério, durante a reunião do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. (José Cruz/Agência Brasil)

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar reúne-se nesta quarta, às 14 horas, no plenário 11, para fazer a leitura do relatório do processo contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentado ontem pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

Alegando cautela, Marcos Rogério não quis revelar se seu voto recomenda ou não a cassação do mandato de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar. O voto está lacrado no cofre da secretaria do colegiado.

“Minha cautela de não antecipar conclusões de voto é justamente para preservar o processo, para que não haja manobras no sentido de amanhã [hoje] solicitarem meu impedimento e nós estarmos novamente com o processo se arrastando por muito mais tempo”, explicou o relator ao entregar o parecer ao presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PR-BA).

O parecer – relatório e voto – tem 84 páginas. Diante da possibilidade de pedido de vista, Araújo prevê que a discussão e votação do parecer ocorra na próxima terça feira (7).

O processo
O deputado afastado Eduardo Cunha afirmou que desconhece o teor do relatório apresentado pelo deputado Marcos Rogério.

Cunha é acusado de ter mentido em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015, sobre a existência de contas bancárias de sua propriedade no exterior, mais precisamente em bancos suíços.

Cunha alega que não é o dono de contas bancárias não declaradas no exterior, mas reconhece que instituiu trustes (entidades que administram bens e recursos) para gerir ativos que diz ter acumulado, por exemplo, com a venda de carne enlatada para países africanos. Ele afirma que é beneficiário atualmente de um truste, chamado Netherton.

Afastamento
Desde o dia 5 de maio, Cunha está afastado das funções de deputado federal e da Presidência da Câmara dos Deputados por decisão unânime do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). O STF entendeu que Cunha usava o cargo de presidente para “constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações”.

Eduardo Cunha afirma que as postergações na análise do processo contra ele se deram por atuações antirregimentais do presidente do Conselho de Ética e do próprio relator.

Com informações da Ag. Câmara

Parecer sobre Eduardo Cunha (PMDB) será entregue hoje ao Conselho de Ética da Câmara

PalavraLivre-cunha-pmdb-cassacaoO parecer que pode apontar o futuro do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será entregue ao Conselho de Ética da Casa hoje (31), às 11h.

Quase seis meses depois do início das investigações pelo colegiado, o relator do caso, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), concluiu o relatório, que deve ser lido ainda nesta semana, mas só deve ser votado no próximo dia 9.

O texto será entregue ao presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA). Cunha é acusado de mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras quando negou a existência de contas no exterior em seu nome, o que caracteriza quebra de decoro parlamentar.

A partir da entrega do parecer, Araújo deve marcar uma reunião para a sua leitura. Como o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, não fica em Brasília e são necessárias 24 horas de antecedência para agendar uma sessão, a expectativa é de que o próximo encontro do conselho ocorra amanhã (1º) à tarde ou na quinta-feira (2).

Diante de todas as medidas adotadas ao longo do processo, classificadas por parlamentares contrários ao peemedebista como manobras protelatórias de aliados de Eduardo Cunha, a votação do relatório também deve se arrastar por todo o prazo permitido.

Isto significa que haverá pedido de vistas para uma análise mais aprofundada do texto de Rogério, tomando mais dois dias úteis para o início das discussões. Só depois de esgotados os debates, que podem se estender por mais de um dia, o parecer será votado e, se aprovado, será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Com informações da EBC

Cai mais um ministro do governo interino de Michel Temer (PMDB)

PalavraLivre-exoneracao-ministro-cgu-protestosA exoneração a pedido de Fabiano Silveira do cargo de Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e Controle está publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (31).

Fabiano telefonou no início da noite de ontem (30) para o presidente interino Michel Temer e pediu demissão do cargo, segundo informação do Palácio do Planalto.

A situação de Fabiano Silveira na pasta ficou fragilizada após serem divulgadas conversas gravadas em que ele aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Desde o início dessa segunda-feira, protestos organizados pelos servidores da antiga Controladoria-Geral da União (CGU) foram feitos em Brasília, incluindo um ato em frente ao Planalto e entrega de cargos por parte dos funcionários.

Com informações de Ag. de Notícias

Opinião do Editor – Uma “Frota” de imbecis afundando o país

O jornalista Salvador Neto, editor do Palavra Livre, fala da ida do "grande ator pornô" ao MEC para dar dicas de educação para o Brasil... pobre país.
O jornalista Salvador Neto, editor do Palavra Livre, fala da ida do “grande ator pornô” ao MEC para dar dicas de educação para o Brasil… pobre país.

Nosso editor, o jornalista Salvador Neto, é também articulista para o Blog Chuva Ácida, o maior blog crítico de Santa Catarina na web. Lá sua coluna leva o título de “Nas teias do poder”.

Como o tema educação é uma bandeira do Palavra Livre e do seu editor, reproduzimos aqui o texto de Salvador Neto publicado hoje também no Chuva Ácida, sobre educação com o título “Uma frota de imbecis afundando o país”. Confira, curta, comente, compartilhe:

A manchete da semana, superando até os áudios de Romero Jucá, Renan Calheiros, José Sarney, Sérgio Machado, o timaço que agora “dirige” o país, foi sem dúvida alguma o memorável encontro do ministro da Educação, Mendonça Filho do DEM, com o grande (?!) ator e educador Alexandre Frota, acompanhado de mais imbecis do Revoltados On Line.

A pauta? Certamente imbecilidades. E muitas, entre as quais o fim da ideologia de gênero, política, e o “comunismo” nas escolas. Mas o que esperar de um governo interino formado por tantos imbecis – mas espertos – amigos do presidente interino Michel Temer? Quem é Alexandre Frota para propor “ideias” para a educação?

Podemos esperar isso. Um “ator pornô” que confessou estupro em programa televisivo (depois negou), vai agora dar as diretrizes educacionais para a nossa juventude. E com aval do novo ministro de Temer. Um escárnio, um desrespeito aos milhões de professores e professoras, pensadores, filósofos da educação, trabalhadores do setor, gente que milita há tantos anos para que o Brasil tenha um povo com acesso à educação de qualidade.

Um governo ilegítimo, com ministros ilegítimos, investigados até o pescoço em casos de corrupção não podem, com uma “Frota” de imbecis deste baixíssimo nível, afundar o país! 
Pensem em Alexandre Frota, Marco Feliciano, Jair Bolsonaro, e tantos outros imbecis comandando a educação brasileira? No que nos transformaremos?

Seremos terra arrasada, sem futuro, mera colônia dos interesses capitalistas americanos, como já fomos durante tanto tempo. Voltaremos à Idade Média. Quem luta pela educação pública e de qualidade, e até na iniciativa privada sabe o quanto é difícil avançar em um país continental, com tanta diversidade cultural. Conhece o quanto a tarefa de emancipar o povo via educação é dura.

Não é possível que um país que produziu mentes brilhantes como Florestan Fernandes, Anísio Teixeira, Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Cristovam Buarque, Renato Janine Ribeiro e tantos outros, se entregue covardemente aos imbecis que chegam em “Frotas” do atraso. Vamos deixá-los atracar nos portos da nossa consciência facilmente?

A grande mídia já imbeciliza milhões diariamente em programas televisivos. A falta de investimentos maciços na literatura, no incentivo à leitura, à ciência, à pesquisa já nos coloca em patamares muito distantes do primeiro mundo. E agora, vamos aceitar ditames de Frota? Diga não a isso. É o futuro dos seus filhos e netos que está em jogo.”

É assim, nas teias do poder…

* Salvador Neto é jornalista, master coach em comunicação, editor do Palavra Livre.

Opinião do Editor – “Incerta” em PA em ano eleitoral, cheira mal

O jornalista Salvador Neto, editor do Palavra Livre, foi ver de perto e acompanha as mazelas da saúde há muitos anos.
O jornalista Salvador Neto, editor do Palavra Livre, foi ver de perto e acompanha as mazelas da saúde há muitos anos.

De repente, após quase quatro anos de governo – antes tarde do que nunca… mas muito tarde… – as secretárias da Saúde e da Gestão de Pessoas da Prefeitura de Joinville (SC) resolvem dar uma olhadinha na madrugada de trabalho nos PAs.

Além de atrasado, tal procedimento deveria ser corriqueiro pois fiscalizar é também gerir as pessoas, os servidores, e tudo o mais que envolve a saúde. Me pareceu mais uma jogada de marketing, afinal o ano é eleitoral. Vejamos no que vai dar de fato, de prático, na solução de um problema velho.

Já escrevi sobre a saúde de Joinville recentemente. Os nobres vereadores fizeram até uma CPI fajuta, que deu em um relatório que nada diz, nada apurou, custou muito dinheiro público, ou seja, um deboche à população que sofre com a falta de atendimento. Leia aqui:http://www.chuvaacida.info/…/cpi-da-saude-pra-que-vereadore….

Também comentei no programete Com a Palavra, assista aqui:https://www.youtube.com/watch?v=iWI1e19LDXI. Esse jogo de faz de conta, eu faço de conta que fiscalizo (vereadores), faço de conta que sou gestor (Prefeitura), e vocês (povo) fazem de conta que acreditam, tem de acabar.

A mudança começa agora em outubro deste ano. Vote para mudar, renovar. O que está aí, está comprovado, não funcionou. Faltam trabalho e vontade política de resolver.

Por Salvador Neto, jornalista, master coach em comunicação, editor do Palavra Livre

Escândalo 2 – Parlamentares avisam que entrarão com ações contra Jucá

PalavraLivre-romero-juca-pmdbPartidos contrários ao impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff reagiram nesta segunda-feira ao conteúdo de gravações de conversas entre um dos principais articuladores do processo contra a petista, o ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Divulgadas no jornal de ultradireita de São Paulo, as conversas mostram o senador Jucá sugerindo que uma “mudança” de governo poderia resultar em um pacto com o Supremo Tribunal Federal para frear investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Na Câmara, o PSOL adiantou que elabora um pedido de prisão de Jucá sob o argumento de que o ministro tentou obstruir a Justiça. Segundo o presidente nacional da legenda, o sociólogo Luiz Araújo, e o líder do PSOL na Casa, Ivan Valente (SP), o documento será entregue diretamente à Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda nesta semana.

Outro partido que está mobilizado é o PT. A sigla quer ter acesso a outras gravações e documentos relacionados ao mesmo assunto. O objetivo do partido de Dilma Rousseff é tentar usar estas informações para tentar anular o processo de afastamento da petista.

Paulo Pimenta (RS), vice-líder do PT na Câmara, disse que a gravação comprova que o “processo de impeachment foi motivado por uma articulação criminosa com forte presença na Câmara e no Senado”.

Apesar de admitir “absoluta perplexidade” com a gravação, Paulo Pimenta afirmou que não há surpresa no envolvimento de uma “organização criminosa” dentro do Parlamento que barganhava votos pelo impeachment em troca de proteção a deputados e senadores que fariam parte de um esquema de negociações de Medidas Provisórias, emendas e outras matérias na Casa, que “perceberam o risco de perder o poder”.

– Isto foi utilizado como moeda de troca para obtenção de votos – disse Pimenta, defendendo que a revelação comprova que havia uma tese de que a mudança de governo pudesse alterar o foco das investigações da Lava Jato.

Pimenta antecipou que setores do PT já estão consultando a área jurídica para tentar acessar outras gravações e informações relacionadas ao mesmo teor da conversa entre Jucá e Machado.

Para o deputado, os documentos que eram conhecidos desde março, se fossem divulgados à época, poderiam influência no resultado da votação na Câmara e no Senado que acabaram afastando Dilma do comando do Executivo, por 180 dias.

Senado
No Senado, Telmário Mota (PDT-RR) disse que ele, o presidente do PDT, Carlos Lupi e o senador Lasier Martins (PDT-RS) entrarão na terça-feira com uma representação no Conselho de Ética do Senado que pedindo a cassação do mandato do ministro do Planejamento e senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR).

Para os pedetistas, a situação de Jucá é a mesma que resultou na cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que foi gravado pelo filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, oferendo um plano de fuga e uma mesada em troca de o executivo não fazer acordo de delação premiada com o Ministério Público no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.

– Novamente nós estamos vivendo uma situação extremamente delicada no país que vem dessas crises: política, econômica e, mais uma vez, um senador da República está envolvido em tentar obstruir a Justiça brasileira. Então o procedimento do senador Jucá é igual ao do senador Delcídio e isso está nos impulsionando a entrar com uma representação no Conselho de Ética contra o mandato do senador Romero Jucá – disse.

Telmário ressaltou que neste caso, espera a mesma celeridade e interesse dados ao caso Delcídio do Amaral. – Do contrário, essa Casa passa a ter dois pesos e duas medidas e aqui nós não estamos para passar a mão na cabeça de ninguém. É muito grave o que o senador Jucá falou com o Machado. Ele tenta obstruir diz que precisava do impeachment para fazer um pacto com o Judiciário. O Judiciário não pode estar fazendo pacto com senadores envolvidos em corrupção em nenhuma situação – avaliou.

Até partidos aliados do governo Temer já pediram providências. O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO), lembrou que a sociedade brasileira saiu às ruas para conter um processo de corrupção e apoiar a Lava Jato.

– Se no decorrer deste momento problemas surgirem, deverão ser tratados com rigor. Qualquer denunciado tem a obrigação e o direito de se defender das acusações que recaem sobre ele. Mas esses atos individuais deverão ser tratados longe da administração pública para que a reestruturação e a credibilidade do governo não sejam comprometidas. Só assim teremos as mudanças necessárias e desejadas pela população – defendeu Caiado, acrescentando que o governo Dilma é um exemplo claro de perda de confiança da população por deixar que problemas individuais contaminem o governo.

Com informações do Correio do Brasil

 

Escândalo – Romero Jucá (PMDB) será exonerado nesta terça-feira (24)

PalavraLivre-juca-ex-ministro-planejamentoApesar de o ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciar que vai se licenciar da pasta para aguardar uma manifestação da Procuradoria-geral da República (PGR) sobre a conversa que teve com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, sobre a Operação Lava Jato, Jucá será exonerado do cargo para reassumir o mandato no Senado e a portaria com a exoneração será publicada nesta terça-feira (24).

Irritado, Jucá disse que pretende voltar ao Senado para fazer “o enfrentamento” e evitar “babaquices” e manipulações da oposição, como o PT.

“Sou o presidente do PMDB, sou um dos construtores desse novo governo e não quero, de forma nenhuma, deixar que qualquer manipulação mal intencionada possa comprometer o governo. Portanto, enquanto o Ministério Público não se manifestar, aguardo fora do ministério o posicionamento. Se ele se manifestar que não há crime, que é o que acho, caberá ao presidente Michel Temer me reconvidar ou não”, disse Jucá.

Jucá avaliou que seu afastamento do ministério não vai prejudicar a aprovação da nova meta fiscal de R$ 170,5 bilhões. “A meta é uma meta de governo, que foi feita por mim e pelo ministro [da Fazenda, Henrique] Meirelles. É técnica, um dado de responsabilidade, e vamos aprovar a meta”.

Gravação
Romero Jucá voltou a negar que tenha cometido crime no diálogo que teve o ex-presidente da Transpetro. “A sangria é de um modo geral, sobre a questão política, econômica social. O governo estava sangrando, o país estava sangrando. Portanto, essa questão é geral, eu tenho dito isso em diversas entrevistas. Não se atenham a uma frase, se atenham ao contexto do que eu tenho dito em entrevistas nas páginas amarelas da Veja, na Isto é, na Época, na Folha de S.Paulo, no Roda Vida. Tenho debatido isso o tempo todo, não mudo um milímetro do que eu tenho dito”, argumentou Jucá.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, em conversa com Machado, Jucá sugere um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato. De acordo com o jornal, Machado afirma estar preocupado por acreditar que ele seria alvo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, devido a relação dele com a cúpula do PMDB. Machado já foi citado por delatores da Lava Jato.

Em resposta a Machado, Jucá diz que a solução tem que ser política. “Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa p… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”, disse Jucá, segundo a reportagem.

Jucá durou apenas 12 dias no cargo de ministro do governo interino de Michel Temer (PMDB).

Com informações da Ag. Brasil

 

Jucá: troca de governo “estanca sangria” da Lava Jato

PalavraLivre-jucá-lava-jato-stfO ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” provocada pela Operação Lava Jato, que investiga os dois peemedebistas.

A informação é da Folha de S.Paulo, que publica a transcrição de conversas gravadas entre os dois em março, semanas antes da votação do impeachment na Câmara.

O áudio, de 1h15 min, foi gravado de forma clandestina e está em poder da Procuradoria-Geral da República, segundo o repórter Rubens Valente.

Ex-senador pelo Ceará e amigo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Sérgio Machado demonstra preocupação com a possibilidade de sua investigação descer do Supremo Tribunal Federal (STF) para as mãos do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba.

“Então eu estou preocupado com o quê? Comigo e com vocês. A gente tem que encontrar uma saída”, declarou. Segundo ele, as novas delações da Lava Jato não deixariam “pedra sobre pedra”. Ainda no exercício do mandato de senador, do qual se licenciou para assumir o ministério, Jucá concordou que o caso de Machado “não pode ficar na mão desse [Moro]“.

De acordo com o atual ministro do Planejamento, a resposta a ser dada tinha de ser política para evitar que o caso caísse nas mãos de Moro. “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, disse o senador roraimense, um dos principais articuladores do impeachment de Dilma.

Jucá orientou Machado a se reunir com Renan e o ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) para articular uma “ação política”. O ministro disse que o governo Michel Temer construiria um pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. Machado disse: “Aí parava tudo”. “É. Delimitava onde está, pronto”, emendou Jucá, a respeito das investigações.

O senador licenciado contou que mantinha conversas com ministros do Supremo e que eles associavam a saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato.

Machado responde a inquérito no Supremo ao lado de Renan Calheiros, considerado responsável por sua indicação à Transpetro, subsidiária a Petrobras que presidiu entre 2003 e 2014 na cota do PMDB.

Ele é apontado como beneficiário do esquema de corrupção na estatal por dois delatores. Um deles, o ex-diretor da companhia Paulo Roberto Costa contou que recebeu R$ 500 mil dele.

Jucá também é suspeito de ter recebido propina. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse que o peemedebista lhe pediu R$ 1,5 milhão para financiar a campanha do filho, candidato a vice-governador de Roraima em 2014. A defesa de Jucá disse à Folha que não há qualquer indício de ilegalidade na conversa com Machado.

Com informações da Folha de SP e Congresso em Foco