“Pedido de impeachment tem erros conceituais básicos”, diz Advogado Geral da União

PalavraLivre-jose-eduardo-cardozo-agu-defesa-dilmaResponsável pela defesa da presidenta Dilma Rousseff no processo de impeachment, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, disse ontem (4) que a denúncia aceita pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresenta erros “erros conceituais básicos de direito financeiro” e confunde gestão orçamentária com gestão financeira.

“Quem já atuou na gestão pública sabe disso. Mas é possível que pessoas que não militem nessa área tenham dificuldade de entender”, disse Cardozo.

Segundo o ministro, a Lei Orçamentária estabelece uma programação, com uma previsão do que vai ser arrecadado e define onde será efetuado o gasto. Ao falar em defesa de Dilma na comissão especial que analisa o impeachment, Cardozo lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal criou instrumentos para garantir o controle financeiro, “a despeito” do controle orçamentário, que é efetivado por meio do contingenciamento, que é a limitação de gastos do orçamento.

“Quando fala-se créditos suplementares não se está falando em gestão financeira, mas orçamentária”. De acordo com o ministro, na maior parte das vezes, os créditos não têm implicação com o gasto financeiro.

Assim como fez o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, quando esteve na comissão na última semana, Cardozo comparou a elaboração orçamentária do governo ao gastos domésticos em uma feira, que podem variar conforme a necessidade de uma família.

“O crédito suplementar é a alteração da lista [de compras] sem que isso implique gasto a mais, porque o gasto é controlado pelo contingenciamento. Ele altera a disponibilidade do gasto”, argumentou o ministro.

“Em síntese, os créditos suplementares editados por decreto não afetaram as metas fiscais. Metas fiscais têm a ver com gestão financeira, que é controlada pelo decreto de contingenciamento. A simples alteração de crédito suplementar não implica em ofensa à nenhuma meta estabelecida.”

Mesmo que houvesse ilegalidade, segundo Cardozo, o argumento só poderia servir de base para o pedido de impeachment sem ferir a Constituição, se houvesse, necessariamente, uma ação dolosa da presidente.

“Sabem os senhores quantos órgãos técnicos intervêm para que um decreto seja expedido? Mais de 20. Todos os decretos foram respaldados por relatórios técnicos”, argumentou.

“Ela [Dilma] agiu com má-fé quando todos os técnicos dizem que é possível, factível e pode ser feito? Há um princípio no direito que trata da legitimidade dos atos administrativos. Ele prevê que os atos administrativos são legais até que se prove o contrário. Imaginar-se que a presidente tivera uma ação dolosa na edição de decreto quando própria AGU, o Ministério do Planejamento firmou esses estudos, seria um verdadeiro absurdo”, acrescentou.

Cardozo destacou que, por 15 anos, o Tribunal de Contas da União e os tribunais de contas estaduais admitiram a prática de edições de decretos.

“Portanto, se essa Casa admitir o impeachment haverá processos de impeachment em todo o país, de governadores e prefeitos. Todos praticam porque as cortes de contas aceitam isso.”

Pedaladas
Sobre as chamadas pedaladas fiscais, o ministro da AGU ressaltou que, mesmo que elas sejam consideradas crimes – tese que ele discorda – ocorreram no mandato de Dilma encerrado em 2014 e, portanto, a presidente não pode ser penalizada com a perda de mandato por essa razão.

“[A aprovação do impeachment] fere o princípio da previsibilidade jurídica, fere a segurança das instituições, criam-se teses para justificar fatos a partir de uma concepção política. Não pode o país viver com tal situação de imprevisibilidade na gestão governamental. Ao defender a presidenta, defendo todos os governadores e todos os defeitos”, argumentou Cardozo.

Por quase duas horas, o ministro apresentou a defesa da presidente Dilma à comissão especial do impeachment. Por determinação do presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), os parlamentares não puderam fazer perguntas ao ministro. Ao longo da exposição, no entanto, alguns deputados favoráveis a saída de Dilma interromperam a fala de Cardozo com críticas a ele e ao governo.

Com informações da Ag. Brasil

Câmara terá semana movimentada com o processo de impeachment

PalavraLivre-impeachment-deputados-senadoresAs discussões em torno da defesa da presidenta Dilma Rousseff, que será apresentada nesta segunda-feira (4) à comissão especial que analisa o processo de impeachment, as negociações para ampliação da base aliada do governo, a formação das comissões permanentes da Câmara e as votações em plenário vão movimentar a semana legislativa.

Esta segunda-feira será marcada pelo fim do prazo de dez sessões da Câmara para a apresentação da defesa por escrito da presidenta Dilma no processo de impeachment. A defesa deverá ser entregue à comissão no fim da tarde de hoje pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que fará a sustentação oral para os integrantes do colegiado.

Com a defesa em mãos, o relator da comissão, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), irá elaborar o seu parecer para ser discutido e votado pelo colegiado. Arantes quer apresentar o parecer até quinta-feira (7).

Também nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reúne-se com os líderes partidários a partir das 16h, para definir a pauta de votações da semana.

A previsão é de que seja apreciado, a partir da noite de hoje, projeto de resolução que redefine a composição partidária, em função da chamada janela partidária que permitiu a troca de legenda de 87 deputados, para a formação das 25 comissões permanentes da Casa.

Atualmente são 23, mas estão sendo criadas mais duas: uma destinada à política de defesa dos direitos dos idosos e a outra dos direitos da mulher.

Com a possibilidade de aprovação do projeto, Eduardo Cunha já marcou para terça-feira (5) reunião com os líderes partidários para definir que partidos irão presidir cada uma das comissões. Pela regra da proporcionalidade, os maiores partidos terão direito às primeiras escolhas de comissões que vão presidir.

Só depois da definição de que partido ficará com qual comissão é que os colegiados serão compostos e eleitos os seus dirigentes. A formação das comissões deverá ocorrer ainda nesta semana.

Entre as matérias a serem votadas nesta semana estão o projeto de Lei Complementar que alonga por mais 20 anos o prazo para o pagamento das dívidas dos estados com a União; o projeto que cria fundos de precatórios nos bancos federais e a proposta de emenda à Constituição (PEC) que aumenta o piso de recursos federais direcionados à saúde pública anualmente. O texto deverá ser votado em segundo turno para ser encaminhado à apreciação do Senado.

Com informações da Ag. Brasil

Relator avisa que vai antecipar entrega do relatório do impeachment de Dilma

PalavraLivre-dilma-impeachmentO relator do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), confirmou nesta sexta-feira que vai antecipar a apresentação de seu parecer. Ele pretende entregar o texto até quinta-feira – quatro dias antes do prazo previsto.

– São cinco sessões que tenho pelo Regimento Interno. No primeiro e no segundo dia [após a entrega da defesa de Dilma], vamos avançar. Já apresento na quarta ou quinta, porque até dia 11 quero estar com ele votado – disse.

Na conta de Arantes, já está incluída a possibilidade de pedido de vista, o que pode atrasar a votação por duas sessões. – Quero o melhor relatório possível. Vou queimar etapa dentro do rito do Supremo Tribunal Federal – disse.

Arantes confirmou que a defesa de Dilma será entregue às 17h de segunda-feira pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que poderá falar por 30 minutos na comissão.

Tramitação
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), explicou que o plenário tem 96 horas depois da decisão da comissão para votar o parecer.

– A tramitação está clara, quando a comissão acabar [o relatório] vai ser lido em sessão ordinária, publicado no dia seguinte e entra na pauta em 48 horas – disse.

Cunha descartou que já exista data definida para a votação em plenário. Ele garantiu que vai seguir o regimento e disse que haverá uma lista de inscritos para falar, com o tempo de uma hora para cada partido.

– A gente vai balizando o tempo. A ideia é continuar a sessão. Não dá para começar um processo desse e parar -disse, ao destacar que as discussões podem se prolongar por dias e madrugadas.

Com informações do Correio do Brasil

Cid Gomes pede o impeachment do vice-Presidente Michel Temer (PMDB)

PalavraLivre-cid-gomes-michel-temer-impeachmentO ex-governador do Ceará Cid Gomes protocolou nesta sexta-feira (1º) na Câmara um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República Michel Temer, em razão dos seis “crimes” que ele atribui a Temer enquanto “pessoa física e jurídica”.

Na representação, o ex-governador enfatiza que o vice-presidente é citado em delações premiadas, como a do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), e chama a atenção para as doações eleitorais direcionadas ao PMDB, legenda presidida por Temer.

“Eu tenho dito sistematicamente que ele é o chefe da quadrilha política que assola e achaca o Brasil há 20 anos. Não quero estender essa acusação ao PMDB todo, mas os cabeças dessa quadrilha estão no partido e ele, Temer, é o cabeça dos cabeças. É impossível entregar o país a uma pessoa como essa”, fustigou o ex-ministro da Educação, que hoje engrossa as fileiras do PDT.

O ex-governador do Ceará Cid Gomes protocolou nesta sexta-feira (1º) na Câmara um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República Michel Temer, em razão dos seis “crimes” que ele atribui a Temer enquanto “pessoa física e jurídica”.

Na representação, o ex-governador enfatiza que o vice-presidente é citado em delações premiadas, como a do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), e chama a atenção para as doações eleitorais direcionadas ao PMDB, legenda presidida por Temer.

Na denúncia, Ciro não acusa Temer de ter recebido propina no esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras, mas diz que ele tem de ser responsabilizado, como presidente nacional do PMDB, pelos repasses ilícitos que investigadores dizem identificado para campanhas e personagens do partido.

“Foi revelado, por força da Operação Catilinárias [desdobramento da 21ª fase da Operação Lava Jato], o pagamento da quantia de R$ 5 milhões ao denunciado, valor cuja suspeita de origem ilícita é marcante – mormente pelas insuficientes explicações ofertadas pelo denunciado após a revelação de mensagens sobre o pagamento de tal quantia, por parte do senhor Léo Pinheiro, trocadas pelo denunciado e o presidente da Câmara dos Deputados, em cobrança por adiamento na quitação de compromissos com a ‘turma’”, diz trecho da denúncia.

STF
Outro pedido de impeachment foi protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Temer, na manhã desta sexta-feira (1o).  O ministro Marco Aurélio de Mello foi designado para relatar o caso, e  a análise do processo deve começar na próxima semana.

Ex-governador classifica vice como “cabeça” do PMDB
No documento, o autor do pedido, advogado mineiro Mariel Márley Marra, aponta que Temer também cometeu crimes de responsabilidade.

De acordo com o texto, o vice-presidente teria atentado contra a lei orçamentária ao assinar os decretos que autorizavam abertura de crédito suplementar sem a autorização do Congresso Nacional – atos que ficaram conhecidos como “pedaladas fiscais”.

Segundo informações do  jornal Folha de S.Paulo, Mariel já tinha apresentado pedido de impeachment do vice-presidente à Câmara dos Deputados, mas o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aliado notório de Temer, arquivou o processo.

Além do advogado, um grupo de profissionais da área que integram entidades representativas do Direito também afirmou que vai protocolar denúncia contra Temer. Ainda de acordo com a Folha, a assessoria do vice-presidente da República não quis se manifestar.

Com informações do Congresso em Foco

STF decide hoje se investigações de Lula seguem com Sérgio Moro

PalavraLivre-stf-lula-moroO Supremo Tribunal Federal (STF) decide hoje (31) se o juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, continuará na condução dos inquéritos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Corte vai decidir se referenda decisão proferida na semana passada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo. O ministro suspendeu as investigações que envolvem Lula, por entender que cabe à Corte analisar se o ex-presidente tem foro privilegiado e deve ser processado pelo tribunal.

A polêmica sobre a nomeação de Lula para ocupar o cargo de ministro da Casa Civil do governo Dilma não deverá ser decidida pelos ministros, porque o processo no qual a posse foi suspensa está sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes e não está pautado.

Na decisão, que atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), Teori suspendeu, com base em jurisprudência da Corte, a divulgação das interceptações envolvendo a Presidência da República e fixou prazo de dez dias para que Sérgio Moro preste informações sobre a divulgação dos áudios do diálogo entre a presidenta Dilma Rousseff e Lula, tornados públicos após decisão do juiz.

Na terça-feira (29), em informações prestadas a pedido de Zavascki, Moro pediu desculpas por ter autorizado a divulgação de escutas telefônicas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff. Ao ministro, Moro também disse que não teve a intenção de provocar polêmicas, conflitos ou constrangimentos.

Com informações do STF e EBC

Em meio à fumaça da crise política, Eduardo “Caranguejo” Cunha (PMDB) arma golpe para se safar da cassação

Foi uma festa que um roteirista teria dificuldades para imaginar. No comando os ex-ministros Romero Jucá e Eliseu Padilha. Ao lado deles, Caranguejo e Viagra.

Caranguejo é o codinome de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, na planilha da Odebrecht. Ele é réu por corrupção no STF e dono de ao menos 9 contas comprovadas no Exterior.

Só em 2010, ele foi intermediário de doações de R$ 5 milhões da Odebrecht ao PMDB, PSC e PR — o que talvez ajude a explicar sua ascendência sobre o baixo clero. Viagra, de braços cruzados na foto acima (do fotógrafo Igo Estrela), é o deputado Jarbas Vasconcelos.

Bastaram três minutos para o partido que elegeu um vice-presidente graças à parceria com o PT desembarcasse do governo, sem no entanto abrir mão do Palácio Jaburu. O objetivo é levar o vice-presidente Michel Temer ao Planalto sem o voto popular.

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Jucá, o Cacique, teve papel importante na cena do desembarque. Ele é um dos senadores investigados na Operação Lava Jato. A suspeita é de que tenha sido beneficiado pelo esquema de propinas que sugou a Petrobras.

O senador de Roraima também aparece na lista de “parceiros” históricos da Odebrecht, ao lado de dez outros peemedebistas:

o presidente do Senado Renan Calheiros (Atleta), Henrique Alves, Luiz Fernando Pezão, Sergio Cabral (Proximus), Jorge Picciani (Grego),  Garibaldi Alves Filho, Eunício Oliveira, Paulo Melo e o ex-presidente José Sarney.

Assim que o PMDB fez o anúncio oficial, começou a repercussão. Roseana Sarney ressurgiu das cinzas para dizer ao Estadão que o rompimento tinha sido na hora certa.

O pai e os dois irmãos dela figuram na lista antiga da Odebrecht, a dos anos 80. Roseana é a Princesa. Os filhos de Sarney, Filhão e Filhote. O pai deles é o Escritor.

Deu para entender agora por que o Jornal Nacional e o Fantástico esconderam as listas da contabilidade da Odebrecht?

Enquanto isso, começava a tramitar na Câmara proposta assinada pelo próprio Eduardo Cunha que recompõe o Conselho de Ética e o livra de cassação (ver documento abaixo). Definitivamente, um escárnio.

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Lista da Odebrecht atinge em cheio o sistema político e agrava a instabilidade

Ao todo, cerca de 300 políticos brasileiros de 18 partidos políticos constam na lista que a Polícia Federal (PF) encontrou, na busca e apreensão realizada nos escritórios da empreiteira Odebrecht, como receptadores de propina distribuída pela maior empreiteira nacional.

Diante da disposição dos executivos da empresa, de firmar delação premiada perante a Justiça Federal, o ambiente na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira — antevéspera do feriadão de Páscoa — era tenso.

Cunha foi gravado na lista da Odebrecht como 'Caranguejo'

Nos corredores, os semblantes refletiam a última notícia corrente, resumida numa frase dita entre os dentes, na qual palavras como ‘fim do mundo’, ‘terra arrasada’, ‘encerramento da República’ podiam ser ouvidas em tons bem discretos.

Segundo experiente assessor parlamentar, em conversa com a reportagem do Correio do Brasil, “o panorama da Casa tende a mudar, radicalmente, a partir da delação premiada de Marcelo Odebrecht”. — Ele sabe tudo sobre os governos de FHC, Lula e Dilma — acrescentou.

Para o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que leu o nome do presidente de seu partido, Roberto Freire, na lista dos beneficiários de doações da empreiteira envolvida no escândalo investigado pela Operação Lava Jato, a “taxa de instabilidade política” aumentou exponencialmente, nas últimas horas.

Jungmann lembrou, em conversa com jornalistas, nesta manhã, que no caso do impeachment do atual senador Fernando Collor de Mello (PR-AL), em 1992, a estabilidade política foi assegurada pouco depois, cenário sobre o qual não há a menor garantia de que se repita, doravante, diante da dimensão que o caso acaba de ganhar.

— Em eventual governo Temer, há algo que está de fora do controle da política, que é a Operação Lava Jato — disse, ainda acreditando que haverá o impedimento da presidenta Dilma.

PalavraLivre-lista-odebrecht-crise-politica-agravaEm nota oficial, a empreiteira Odebrecht confirma a existência de “um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país”.

Lista da Odebrecht
Da lista localizada pela Polícia Federal, em poder da Odebrecht, constam nomes exponenciais como o do ex-presidente José Sarney (gravado com o codinome ‘Escritor’), do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sergio Cabral (Proximus), do prefeito do Rio, Eduardo Paes (Nervosinho), do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Carangueijo), do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (Grego), e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), grafado como ‘Cacique’.

Todos, agora, passam a constar dos autos da PF, no âmbito da Lava Jato. Ao todo, são cerca de menos 200 parlamentares e chefes do executivo de partidos diversos que vão do PCdoB ao PSDB. De pronto, é possível constatar que muitos dos nomes daqueles que pedem o impeachment da presidenta foram citados na lista.

Mas o da presidenta Dilma, não aparece. Ressalta-se que a lista não distingue quem recebeu recursos legalmente, com declaração feita ao TSE, e quem recebeu via caixa 2 – com isso podem ocorrer injustiças – pedimos cautela na análise. Ao todo são 18 partidos políticos.

A lista não distingue doação legal de campanha, que foi declarada ao TSE ou TRE, das distribuições ilegais – via caixa dois.

Ela não foi ainda transformada em documento para a Delação Premiada porque, segundo revela a colunista de política Tereza Cruvinel, do site 247, ela conteria nomes além do PT.

Com isso, revela, o processo que pretende excluir Lula das próximas eleições presidenciais estaria naufragado. Os documentos apreendidos pelas quatro equipes de investigadores da PF estavam em dois endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon e de Copacabana.

Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio. Nomes e codinomes são usados na lista. Eduardo Cunha (presidente da Câmara Federal) seria o “caranguejo”.

Jacques Wagner, o “Passivo”. Já a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB) é chamada de “avião”. Outro nome conhecido é de Paulinho da Força que disse estar arrecadando recursos para iniciar uma ampla campanha pelo impeachment de Dilma.

Leia, aqui, a lista completa, com o discernimento que nem todos os nomes citados estão envolvidos na distribuição de propina. Alguns receberam doações legais.

Com informações do Correio do Brasil e Agências

Ministro Teori determina que investigações sobre Lula sigam para o STF

Miinistro Teori Zavascki
Ministro Teori Zavascki suspendeu a divulgação das interceptações envolvendo a Presidência da República Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem (22) que o juiz da 13ª Vara de Federal de Curitiba, Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da operação na primeira instância, envie ao STF, imediatamente, todas as investigações que envolvam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na decisão, que atende a pedido da Advocacia-geral da União (AGU), Teori suspendeu, com base em jurisprudência da Corte, a divulgação das interceptações envolvendo a Presidência da República e fixou prazo de dez dias para que Sérgio Moro preste informações sobre a divulgação dos áudios.

“Embora a interceptação telefônica tenha sido aparentemente voltada a pessoas que não ostentavam prerrogativa de foro por função, o conteúdo das conversas – cujo sigilo, ao que consta, foi levantado incontinenti, sem nenhuma das cautelas exigidas em lei – passou por análise que evidentemente não competia ao juízo reclamado”, diz o ministro do STF.

Segundo Teori, os argumentos levantados pela AGU em relação à divulgação das interceptações do diálogo entre a presidenta Dilma Roussef e Lula, tornadas públicas na semana passada após decisão do juiz da primeira instância, apresentam “relevantes fundamentos que afirmam a ilegitimidade dessa decisão”.

Na ação, a AGU, que representa a Presidência da República, sustenta que o juiz de primeiro grau não poderia ter levantado sigilo das conversas, decisão que caberia somente ao próprio STF.

“Em primeiro lugar, porque emitida por juízo que, no momento da sua prolação, era reconhecidamente incompetente para a causa, ante a constatação, já confirmada, do envolvimento de autoridades como prerrogativa de foro, inclusive a própria Presidente da República. Em segundo lugar, porque a divulgação pública das conversações telefônicas interceptadas, nas circunstâncias em que ocorreu, comprometeu o direito fundamental à garantia de sigilo, que tem assento constitucional”, afirma Teori no despacho.

Publicidade aos grampos
Na decisão, Teori ainda desqualificou os argumentos de Moro para dar publicidade aos grampos. “Não há como conceber, portanto, a divulgação pública das conversações do modo como se operou, especialmente daquelas que sequer têm relação com o objeto da investigação criminal. Contra essa ordenação expressa [a Lei de Regência, que veda a divulgação de qualquer conversação interceptada], que – repita-se, tem fundamento de validade constitucional – é descabida a invocação do interesse público da divulgação ou a condição de pessoas públicas dos interlocutores atingidos, como se essas autoridades, ou seus interlocutores, estivessem plenamente desprotegidas em sua intimidade e privacidade”.

No despacho, o ministro do STF ressaltou que a decisão não leva em conta o teor das gravações. “Cumpre enfatizar que não se adianta aqui qualquer juízo sobre a legitimidade ou não da interceptação telefônica em si mesma, tema que não está em causa. O que se infirma é a divulgação pública das conversas interceptadas da forma como ocorreu, imediata, sem levar em consideração que a prova sequer fora apropriada à sua única finalidade constitucional legítima [‘para fins de investigação criminal ou instrução processual penal’], muito menos submetida a um contraditório mínimo.”

Veja aqui a íntegra do despacho.

Com informações da Ag. Brasil

Dilma afirma que impeachment é tentativa de golpe

PalavraLivre-juristas-dilma-impeachment-A presidenta Dilma Rousseff fez ontem (22) um discurso incisivo contra o que chamou de golpe em curso no Brasil. Ela repetiu que não vai renunciar e afirmou que não cometeu nenhum crime previsto na Constituição e nas leis.

Ao citar o processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados, Dilma disse que não há “crime de responsabilidade” e que, na ausência de provas, o afastamento de um presidente da República se torna, “ele próprio, um crime contra a democracia”.

“Este é o caso do processo de impeachment em curso contra meu mandato, devido à ausência de base legal. Não cometi nenhum crime previsto na Constituição e nas leis para justificar a interrupção de meu mandato. Condenar alguém por um crime que não praticou é a maior violência que se pode cometer contra qualquer pessoa. É uma injustiça brutal. É uma ilegalidade”, afirmou.

Citando a ditadura militar como um processo do qual foi “vítima”, a presidenta declarou que vai lutar “para, em plena democracia, não ser vítima de novo”.

Democracia
“Não cabem meias palavras nesse caso. O que está em curso é um golpe contra democracia. Eu jamais renunciarei. Aqueles que pedem minha renúncia mostram fragilidade na sua convicção sobre o processo de impeachment, porque, sobretudo, tentam ocultar justamente esse golpe contra a democracia, e eu não compactuarei com isso. Por isso, não renuncio em hipótese alguma”, afirmou.

Após ouvir manifestações de juristas contrários ao seu impeachment, a presidenta disse que jamais imaginaria voltar ao momento do passado em que Leonel Brizola liderou movimentos pela legalidade no país. Ela afirmou estar se dirigindo a eles com a “segurança de ter atuado desde o início” do seu mandato para combater de forma “enérgica e continuada a corrupção que sempre afligiu o Brasil”.

“Pode-se descrever um golpe de Estado com muitos nomes, mas ele sempre será o que é: a ruptura da legalidade, atentado à democracia. Não importa se a arma do golpe é um fuzil, uma vingança ou a vontade política de alguns de chegar mais rápido ao poder. Esse tipo de uso inadequado de palavras é o mesmo que usavam contra nós na época da ditadura para dizer que não existia preso político, [que] não existiam presos políticos no Brasil, quando a gente vivia dentro das cadeias espalhadas por esse país afora. Negar a realidade não me surpreende, por isso, o nome é um só: é golpe”.

Veja o discurso clicando aqui.

Com informações da EBC

Odebrecht é novamente alvo da Lava Jato

PalavraLivre-marcelo-odebrecht-operacao-lava-jatoO grupo Odebrecht é o alvo de mais uma fase da operação “lava jato”, que ocorre nesta terça-feira (22/3). De acordo com o Ministério Público Federal, o objetivo é investigar estrutura secreta do grupo usada para pagamentos ilícitos até o pelo menos o segundo semestre de 2015.

A ação é um desdobramento da 23ª fase da operação que, com a apreensão de material, descobriu um esquema de contabilidade paralela no grupo Odebrecht, destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, “vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas”.

Ao todo estão sendo cumpridos 110 mandados sendo 67 de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva. A operação acontece em oito estados (São Paulo, Rio de janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco).

Em nota, a Odebrecht confirma que foram cumpridos mandados em escritórios e residências de integrantes da empresa. Além disso, informa que tem prestado todo auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários.

Segundo o Ministério Público, o material apreendido anteriormente durante a operação revelou indícios de que foi instalado dentro da estrutura da Odebrecht um setor organizado que era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empreiteira, chamado “setor de operações estruturadas”. Esse pagamentos teriam sido feitos, pelo menos, até novembro de 2015, conforme troca de e-mails entre os investigados.

De acordo com os investigadores, foi instalado dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht um sistema informatizado próprio, utilizado para armazenar os dados referentes ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas.

Para viabilizar a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios, utilizava-se outro programa, em que todos se comunicavam por meio de codinomes.

O Ministério Público Federal aponta que pelo menos 14 executivos de outros setores do grupo Odebrecht encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores ficassem centralizados nesta estrutura específica.

“Essas evidências abrem toda uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas”, diz o MPF.

Marcelo Odebrecht
Nesta fase da operação, os investigadores voltam a acusar o presidente afastado do grupo, Marcelo Odebrecht, que está preso e foi condenado pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Varal Federal de Curitiba, a 19 anos de prisão por crimes praticados durante sua gestão.

Segundo o Ministério Público Federal há novas evidências de que Marcelo Odebrecht não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica Moura e João Santana. Essa constatação, segundo os investigadores, foi possível graças planilhas obtidas e anotações contidas no celular de Marcelo.

Ao justificar os pedidos de prisão preventiva, o MPF aponta que além de evidências de pagamentos de propinas vultuosas, mesmo depois da 14ª fase da “lava jato”, que teve como foco a empreiteira, houve também indicativos de obstrução à investigação, com a destruição de arquivos e informações, bem como as provas de mudança para o exterior, por conta da empresa.

Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF.