Comcap – Câmara aprova projeto que altera direitos e administração da autarquia

A Câmara de Vereadores de Florianópolis aprovou às 17h25 nesta terça-feira (26) a proposta “Direitos iguais”, que faz parte da reforma administrativa apresentada pela prefeitura. Foram 13 votos a favor do projeto e nove contra, além de um impedido de votar.

A proposta aprovada gerou um impasse entre o executivo e os trabalhadores da Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap). Os funcionários estão em greve desde quarta (20).

Apesar de a sessão extraordinária ocorrer por meio virtual, funcionários da empresa foram para a frente da Câmara de Vereadores, que fica no Centro da Capital. A segurança foi reforçada com mais de 20 policiais militares em frente ao local.

Começa a votação do 'pacotão' de projetos na Câmara de Florianópolis — Foto: Câmara de Vereadores de Florianópolis/Reprodução

Começa a votação do ‘pacotão’ de projetos na Câmara de Florianópolis — Foto: Câmara de Vereadores de Florianópolis/Reprodução

Foi aprovado o PL 1.838/2021, que “estabelece direitos iguais a todos os servidores e empregados da administração pública municipal” e altera leis complementares e outras leis anteriores.

Os vereadores discutiram os pareceres de parlamentares e o projeto de lei que altera e diminui uma série de valores recebidos por servidores da autarquia.

Por volta do 12h15 os parlamentares começaram a votar alterações propostas por outros vereadores no texto do PL 1.838/2021.

A sessão foi suspensa pelo presidente da Câmara de Vereadores às 13h39 e recomeçou às 14h35 com a avaliação dos parlamentares sobre as demais emendas apresentadas pelos seus pares.

Funcionários da Comcap acompanham votação do lado de fora da Câmara de Vereadores de Florianópolis — Foto: Sintrasem/Reprodução

Funcionários da Comcap acompanham votação do lado de fora da Câmara de Vereadores de Florianópolis — Foto: Sintrasem/Reprodução

Como os trabalhadores da Comcap são contra o projeto de reforma administrativa, eles estão em greve e a cidade está sem os serviços da empresa desde 18 de janeiro. Uma empresa privada foi contratada pela prefeitura e tenta atender os roteiros de coleta do lixo comum nas ruas da capital, mas há locais sem coleta.

A categoria fez uma paralisação de 48 horas e deflagrou greve na quarta-feira (20). O sindicato diz que volta ao trabalho caso o projeto seja retirado da Câmara.

“Projeto direto para a Câmara, é para extinguir a Comcap, para exterminar com esta empresa, que sempre prestou um serviço de qualidade na cidade, e retirar até 50% dos salários dos funcionários da Comcap”, afirmou Valcioni Fernandes, que é diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintrasem) e gari da Comcap.

Nesta segunda (25), a Justiça autorizou o bloqueio imediato de R$ 600 mil das contas do sindicato. Na decisão, foi autorizado também um desconto no salário dos trabalhadores paralisados. O Sintrasem ainda não se manifestou sobre a determinação.

Na Câmara, nesta segunda, foram votados os pareceres da comissão especial que analisa esse projeto. Desde 18 de janeiro, houve protestos dos trabalhadores, que chegaram a bloquear uma das faixas da Ponte Pedro Ivo. Também houve denúncias de ataques contra o presidente do sindicato e contra vereadores.

PL 1.838/2021

A prefeitura quer dividir os serviços da autarquia, além de cortar valores recebidos por servidores através de acordos coletivos assinados nos últimos anos. O projeto da minirreforma de Gean Loureiro (DEM) se chama “Direitos Iguais” e abriria uma brecha para a terceirização dos serviços.

Durante a semana passada, vereadores fizeram reuniões com representantes do Sintrasem para discutir a proposta.

Se tramitar como no texto original, os servidores passarão a ganhar hora extra de 50% nos dias normais e de 100% nos domingos e feriados. Atualmente, eles recebem 100% e 150%, respectivamente.

Em relação às férias, eles deixariam de ganhar uma gratificação que vai de 10% a 40%, de acordo com o tempo de trabalho na Comcap.

Os colaboradores também recebem atualmente uma gratificação de 4% a cada dois anos. No projeto de reforma, são 3% a cada três anos.

O projeto passa a área de limpeza pública da Comcap para a Secretaria de Infraestrutura e a coleta de lixo seria transferida para a futura Secretaria do Meio Ambiente.

“Nós estamos falando de direitos e benefícios que, historicamente, há muito tempo atrás, em outro cenário, em outro momento, através de negociações de greve eles adquiriram e não faz mais justificativa, não tem mais sentido nesse novo cenário de pandemia, de retomada econômica”, afirmou o secretário municipal da Casa Civil, Everson Mendes.

  • com informações do G1 e Agências

Com anuência do STF, ministro Pazuello será investigado sobre caos em Manaus (AM)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski autorizou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por conta da calamidade hospitalar de Manaus, onde pacientes graves de covid-19 ficaram sem oxigênio. Ele acatou um pedido da Procuradoria Geral da República, feito com base na representação do partido Cidadania, e determinou que a Polícia Federal tome o depoimento do ministro em até cinco dias. A apuração tem o prazo de 60 dias para ser concluída e pode culminar em uma ação judicial. O pedido do procurador-geral ao STF havia sido feito na semana passada e busca investigar a suspeita de o ministério comandado pelo general da ativa do Exército foi omisso para atuar no caos manauara, já que soube que faltaria oxigênio na cidade cinco dias antes de ele acabar. E agiu tardiamente, deixando pacientes morrerem asfixiados.

Segundo a decisão de Lewandowski, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, afirmou em seu pedido que “embora tenha sido constatado o aumento do número de casos de infectados pela covid-19 já na semana do Natal de 2020, o ministro da Saúde optou por enviar representantes da pasta a Manaus apenas em 3 de janeiro, ou seja, uma semana após ter sido cientificado da situação calamitosa”. Ele cita ainda as afirmações de Aras de que, apesar de ter havido recomendação de evacuação de doentes com o apoio de hospitais universitários e a oferta de 345 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) feita por outros Estados, os primeiros deslocamentos de doentes ocorreram apenas em 15 de janeiro e, no dia seguinte, apenas 32 pacientes haviam sido removidos.

Aras afirmou ainda no pedido que Pazuello, diante da crise sanitária, determinou a entrega de 120.000 unidades de hidroxicloroquina como medicamento para tratamento de covid-19. “Além disso, [o procurador] noticiou que a distribuição de cloroquina 150mg, como medicamento para tratamento da covid-19, foi iniciada em março de 2020, inclusive como indicação para o tratamento precoce da doença, sem, contudo, [se] indicar quais os documentos técnicos serviram de base à orientação”, continuou Lewandowski em sua decisão. As informações foram divulgadas pela imprensa brasileira nos últimos dias serviram como base para o pedido de investigação feito pelo Cidadania.

Aras só atuou depois que foi provocado pelo partido, que é opositor ao Governo. Ministros de Estado têm foro de prerrogativa de função (o foro privilegiado) e só podem ser investigados pela PGR. Foi a primeira vez que a procuradoria agiu contra um ministro de Bolsonaro. O pedido feito por Aras acendeu um sinal de alerta no Palácio do Planalto, já que ele é considerado um aliado do Governo e suas ações não costumam atingir o entorno do presidente.

Sob pressão nos últimos dias, Bolsonaro se viu obrigado a deixar de lado seu tom bélico contra opositores. Além da PGR, o Governo tem sido cobrado por parlamentares e governadores que querem maior celeridade da execução do plano nacional de imunização, e, principalmente, pela opinião pública que tem diminuído o apoio a ele —53% já apoiam a abertura de um processo de impeachment, conforme a consultoria Atlas.

Em postagens nas redes sociais nesta segunda-feira, o presidente agradeceu nesta segunda-feira a “sensibilidade do Governo chinês” por enviar 5.400 litros de insumos para a produção da Coronavac, vacina feita em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Em outubro passado, o presidente havia proibido o ministro Pazuello de comprar a “vacina chinesa”. Ele queria evitar que o governador paulista, João Doria (PSDB), colhesse qualquer fruto político. Acabou também estimulando seus apoiadores a uma campanha xenófoba contra o imunizante chinês.

A decisão de Lewandowski contra Pazuello foi a segunda subida de tom contra as ações da Saúde tomadas no Governo Bolsonaro neste início de semana. Durante a tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está a uma semana de deixar o cargo, reforçou o discurso de que a gestão federal precisa ser investigada pela sua atuação na pandemia e disse que apoia a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde. O foco da investigação, inicialmente, seria a atuação do ministro-general, não a do presidente Bolsonaro. Enquanto isso, há ao menos 57 pedidos de impeachment aguardando o despacho do presidente da Câmara, que já avisou que não pretende dar andamento a eles. Nos últimos dois anos, quatro pedidos foram arquivados.

Na visão de Maia, Pazuello teria cometido ao menos três crimes na coordenação do Ministério da Saúde: estimulou o tratamento precoce da população com medicamentos comprovadamente ineficazes contra o coronavírus —como a cloroquina e a ivermectina; deixou de incentivar, por questões ideológicas, a produção da vacina do Instituto Butantan; e ignorou a oferta de 70 milhões de doses feita pela farmacêutica Pfizer que seriam entregues ainda em dezembro. “Não tenho dúvida nenhuma que tem crime. Pelo menos o ministro da Saúde já cometeu esses crimes”, disse o deputado em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

No sábado, o Ministério da Saúde admitiu, em nota, que deixou de enviar qualquer resposta à Pfizer por entender que a quantia de 70 milhões de doses não seria capaz de vacinar todos os 212 milhões de cidadãos, o que “causaria frustração em todos os brasileiros”. Até o momento, apenas oito milhões de doses foram disponibilizadas à população prioritária —principalmente funcionários que atuam na linha de frente ao combate à covid-19. Todos os imunizantes foram importados da Índia (AstraZeneca) e da China (Sinovac).

Apesar do apoio de Maia, que não pode assinar pedidos de abertura de CPIs por presidir a Casa, a coleta de assinaturas para a criação do grupo está em passos lentos. Até a tarde desta segunda-feira, um grupo de dez de senadores e 31 deputados havia assinado um pedido para criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Para ser aberta, são necessárias as assinaturas de 27 senadores e de 171 deputados federais. Atualmente, os congressistas estão mais preocupados com a disputa pelas presidências do Senado e da Câmara. Além disso, o Legislativo está em recesso e só retorna aos trabalhos no dia 1º de fevereiro, com a eleição das Mesas Diretoras.

Na semana passada, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, se reuniu com Maia para debater a liberação de insumos da vacina para o Brasil. Quando soube que o deputado se encontraria com o representante do governo chinês, Bolsonaro determinou que sua equipe também o encontrasse para debater o assunto. Desde então, parou de criticar a gestão do primeiro ministro Xi Jinping. “Foi um avanço, o Governo até um tempo atrás se negava a conversar com a China”, afirmou Maia.

Depois da postagem de Bolsonaro, o embaixador Yang respondeu a ele com a seguinte mensagem: “A China está junto com o Brasil na luta contra a pandemia e continuará a ajudar o Brasil neste combate dentro do seu alcance. A União e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia.”

Além desses últimos movimentos, Bolsonaro também tem sido orientado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a incentivar a campanha de imunização. O argumento dele é simples, sem vacina, a retomada econômica será mais lenta. Das conversas de bastidores, Guedes partiu para o discurso em público. “A volta segura ao trabalho é importante e a vacinação é decisiva. A vacinação em massa é um fator crítico de sucesso para o bom desempenho da economia logo à frente”, disse o ministro a jornalistas ao analisar os dados da arrecadação federal. A autoproteção de Bolsonaro, por ora, tem falado mais alto.

  • com informações de El País

Grande Reportagem Parte 1 – À espera de uma nova tragédia?

Promessa é dívida. Como nos comprometemos, começamos hoje a publicar uma grande reportagem feita pelo editor do Palavra Livre, jornalista Salvador Neto, já em fevereiro de 2020 quando São Paulo havia sofrido com enxurradas e enchentes, uma tragédia. A ideia era apurar a situação em Florianópolis, que já tinha um histórico de deslizamentos, desmoronamentos, alagamentos e cheias, inclusive com vítimas fatais.

A grande reportagem não foi publicada pelo contratante à época e ficou guardada com o jornalista até que neste final de semana voltou a acontecer a tragédia com muitas chuvas, e mortes em deslizamentos. Por isso vamos publicar em partes a reportagem feita com muitas entrevistas, pesquisas, contatos, visitas. Porque é preciso que se registrem os fatos para que, quem sabe, alguma autoridade ou fiscalizador público faça efetivamente a sua parte. Para que se evitem mortes, reduzam-se danos, que as pessoas vivam com mais segurança.

Com vocês a primeira parte da grande reportagem “À espera de uma nova tragédia? Boa leitura, e se puder, compartilhe com seus amigos e amigas, e apoie o jornalismo do Palavra Livre:

“À espera de uma nova tragédia? Capital tem cerca de 10% de sua população vivendo em áreas de risco.

O Natal de 2011 se aproximava e a aposentada Claudete Ferreira, 65 anos, havia chegado há poucos dias na sua casa no Morro da Mariquinha no centro de Florianópolis. A pedido do filho Marcelo Ferreira, ela passaria alguns dias na antiga casa enquanto sua residência atual passava por reformas, evitando gastar com mais aluguel. Em 13 de dezembro de 2011 o deslizamento da Mariquinha soterrou a vida de Claudete para sempre. Ali a tragédia deixou 21 famílias sem suas casas, mais de duas mil pessoas sob risco, e cicatrizes na vida da família Ferreira e na comunidade. Passados pouco mais de oito anos, a cicatriz na Mariquinha está coberta por vegetação, mas ainda aberta para Marcelo Ferreira e moradores. “A partir do que aconteceu a Prefeitura criou o primeiro núcleo de Defesa Civil no maciço. Realizamos simulados de desastres, tudo isso em dois anos. De lá para cá, está tudo parado”, aponta o fotógrafo Marcelo Ferreira (49), liderança do Conselho Comunitário Cristo Redentor, e morador da comunidade desde criança. Em 2012 cerca de duas mil famílias permaneciam em áreas de risco. Em 2020 não existem dados oficiais, mas a expansão geométrica da população, invasões e moradias irregulares dão o tom de preocupação que deveria deixar em alerta permanente todas as autoridades do município: Prefeitura, Câmara de Vereadores, Ministério Público, Judiciário e entidades.

Conhecedor da realidade local e das comunidades vizinhas, Marcelo ressalta que as áreas de risco amedrontam a população a cada chuva. As casas acima das pedras que ainda ficaram após o deslizamento estão ocupadas por moradores, mas as medidas de prevenção como o envelopamento das pedras e retirada do mato para reduzir possibilidades de infiltrações de água, não acontecem. “Há vários pontos de risco como a pedra de ferro e a pedra bicuda que precisam de atenção”, afirma Ferreira. Todas as pedras do maciço do Morro da Cruz, da Costeira do Pirajubaé, do Saco Grande e muitos outros sabem dos riscos, bem como as áreas de alagamentos constantes na Tapera, Rio Tavares, Campeche, todos listados em estudo elaborado pela UFSC em 2006. Muito bem detalhado e indicando ações, o Plano Municipal de Redução de Riscos e Desabamentos (PMMR) apontava 59 áreas de risco de deslizamentos na Capital, das quais oito eram de alto risco, como no Morro da Penitenciária, Morro do Horácio, Morro do 25, Alto da Caieira do Saco dos Limões, Tico-Tico, Nova Jerusalém e claro, Mariquinha. Para se ter uma ideia da complexidade das áreas de risco, o PMMR identificava 35 assentamentos precários em toda a cidade. Hoje já passam de 60 assentamentos, de norte a sul, leste a oeste, continente ilha. A ação mais efetiva que nasceu baseada no PMMR de 2006 foi o Projeto de Urbanização do Maciço do Morro da Cruz, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC).

Dados retirados de relatório da Controladoria Geral da União (CGU) esta semana mostram a envergadura do investimento em melhorias de infraestrutura voltadas à redução do risco de desastres em 16 comunidades: R$ 83.896.780,08 incluídos aí vários aditivos contratuais. O maior repasse foi federal no valor de R$ 52 milhões, e contrapartida de R$ 31 milhões por parte da Prefeitura de Florianópolis (R$ 18 milhões) e Casan (13 milhões). As comunidades atendidas foram Alto da Caieira, Angelo Laporta, José Boiteux, Laudelina Cruz Lemos, Monte Serrat, Morro da Mariquinha, Morro da Penitenciária, Morro da Queimada, Morro do 25, Morro do Céu, Morro do Horácio, Morro do Mocotó, Morro do Tico-Tico, Santa Clara, Serrinha e Santa Vitória.

Consultada pela reportagem, a Prefeitura de Florianópolis, via assessoria de comunicação, não deu respostas sobre a contrapartida do município, se já está concluída ou se faltariam obras a realizar. A Casan informou que sua participação foi concluída há 4/5 anos, e além de implementar a rede coletora, ainda se comprometeu a executar o ramal interno de esgoto de cada moradia até a rede, que seria obrigação dos usuários, mas que pelo valor social do projeto decidiu executar com orçamento próprio da companhia.   

No centro, mas com falta de infraestrutura adequada
Apesar da localização central na Capital, as comunidades do Morro da Cruz, não tem a infraestrutura adequada e a população é de baixa renda. Estas obras, que ainda não foram totalmente concluídas conforme manifestações de lideranças da comunidade são também ressaltadas pelas comunidades por ter melhorado a qualidade de vida. À época do primeiro PMMF da UFSC em 2006 a estimativa era de residiam no Maciço cerca de 40 mil pessoas. Hoje, sem um censo oficial, pesquisadores da UFSC avaliam que sejam em torno de 60 mil moradores, cerca de 12% da população de Florianópolis.

A pesquisadora e doutoranda no programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC, Rita de Cássia Dutra, participou ativamente dos estudos e pesquisa de campo do primeiro PMMR. Segundo ela em 2006 apontavam 64 assentamentos precários na Capital, mas hoje devem existir aproximadamente 90 assentamentos. “Hoje podemos incluir o Siri, Panaia em Canasvieiras, Papaquara, Rio Tavares e outros. É preciso uma atualização urgente”, destaca a pesquisadora que percorreu todas as regiões da cidade. Junto a ela está o geólogo Juan Antonio Flores, professor doutor do Departamento de Geologia da UFSC (DGL/CFH/UFSC) que aponta a falta da promoção, por parte do poder público, de uma cultura permanente de prevenção a desastres. “Temos exemplos que funcionam no mundo, como o Japão, o México, EUA, onde as populações são bem informadas, treinadas e sabem como agir nos casos de tsunamis, terremotos, furacões e outros”, ressalta Flores.

Rita e Juan chamam a atenção para mais aspectos importantes não observados pelos gestores públicos da Capital. “Existem as cartas de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações de SC, mapas de toda a Capital para uso da gestão pública, tudo disponível no Serviço Geológico Federal para ser estudado e utilizado. Creio que nem saibam da existência disso”, afirma Juan que completa: “Estudo do Banco Mundial (BID) comprovou que investimento em prevenção é sete vezes mais barato que correr atrás de reconstruir”.

Para eles o PAC foi bom e ruim para as comunidades, pois trouxe benefícios de infraestrutura, algum saneamento, drenagem, pavimentações, mas também aumentou a especulação imobiliária, preços das terras, e ampliação desordenada de construções. “Há infelizmente uma construção coletiva do risco por parte da população, e sem fiscalização, orientação, manutenção das drenagens, saneamento, ampliam fortemente o risco dessas áreas. Falta também quase que totalmente a regularização fundiária, que dá o título de propriedade e inclui estas famílias no IPTU, entre outras coisas”, destaca Rita Dutra.

Faltam diálogo e políticas públicas integradas
Segundo Juan e Rita, é de extrema importância fortalecer a organização comunitária no trato das ações de redução de riscos de desastres. “A organização comunitária é a base de tudo para consolidar os Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudecs) com o apoio e presença do poder público. Preparados, os moradores das áreas de risco melhoram a sua capacidade de prever, responder, recuperar e adaptar-se a cenários de novos riscos de detalhes”, frisam o professor e a pesquisadora.

O que se constata na conversa com as lideranças comunitárias é exatamente o oposto: não há diálogo permanente e organizado entre Prefeitura e seus órgãos, Câmara de Vereadores, com as comunidades. A reclamação é unânime de pedidos feitos e esquecidos. Falta, portanto politicas públicas que criem uma gestão integrada de redução de risco e desastres, de forma permanente e contínua. Não há uma política de interlocução clara, efetiva que criem diretrizes para evitar tragédias como as que aconteceram em 1995, 2008 e 2011 na Capital, só para citar algumas das vezes em que desastres naturais comoveram Florianópolis.

Maria Lucelma de Lima, a Celma, mora há 35 anos na comunidade conhecida como Servidão dos Lageanos, na Serrinha, área que fica localizada nos fundos da UFSC. Natural de Joaçaba, a líder comunitária viu o morro crescer, casas serem construídas, todos em busca de ter um lugar para morar com sua família, já que as condições financeiras não permitiam à época, e como não permitem ainda hoje. Celma ajudou a fazer muros, pavimentar as servidões, tem as mãos e o suor em cada pedaço daquela área, que tem ainda muitos problemas a resolver. “Quando cheguei aqui tinham poucas casinhas. A primeira foi de madeira, e em 2000 consegui fazer de alvenaria. Aqui somos todos uma família”, ressalta ela. Celma é um retrato da maioria dos moradores do Maciço. Trabalhou desde os sete anos de idade como babá. Aos 16 conseguiu o primeiro emprego com carteira assinada. Foi doméstica e zeladora. Hoje está aposentada. “Só do trabalho, da luta não”, avisa.

Ela participou da criação da Associação de Moradores da Serrinha em 1987, e hoje ajudou a criar uma nova organização comunitária só com os moradores da área da Servidão dos Lageanos, a Associação Força de Maria, cuja presidente é Terezinha Adão, natural de Lages e filha de um dos moradores mais antigos da comunidade, Horácio Adão. A iniciativa visa garantir a posse do terreno onde existem 87 casas, mais ou menos 400 moradores. “Quando viemos morar aqui, ninguém sabia que a área era da universidade (UFSC). Passados quase 25 anos, vieram pedir reintegração de posse. Nos organizamos, conseguimos apoio da defensoria pública, e sensibilizamos a reitoria que veio depois, e em 2012 começamos a negociar”. Foram 1023 reuniões que ela fez questão de registrar, inclusive com áudios, todos os documentos guardados em sua casa até hoje.

A luta valeu a pena. Segundo Celma, em março a Prefeitura vai assinar um termo de cooperação com a UFSC, possibilitando obras de saneamento, água, escadarias e outras benfeitorias, e o que é melhor, o início da regularização fundiária que dará ao final o título de posse aos moradores, a dignidade que desejam. “Estou aguardando e preparando tudo com a comunidade para esse momento”, avisa a líder. Como área de risco, a região da Serrinha é uma que está em nível alto de atenção e não é de hoje. Celma leva o repórter por onde os problemas correm por entre as casas, esgoto a céu aberto, erosões, e aponta para uma área que, segundo ela, já deslizou uma vez em 1995, e agora está novamente cheia de casas. “Era um solo cheio de lixo, e as pessoas construíram ali. Aí desceu tudo, a defesa civil disse para ninguém mais fazer casas. Aí não fiscalizaram, e estão tudo aí novamente”, afirma. Ela confirma que falta diálogo entre o poder público e as comunidades. “Discutir mais com a comunidade, coisa que não fazem. Aí tudo fica melhor, e não dá problema maior”, ensina Celma.

Motorista profissional, e por isso mesmo conhecedor profundo de todas as comunidades e ruas do Maciço do Morro da Cruz e da capital, Paulo Silva (45) é natural de Pinhão (PR), e mora há quase 20 anos na Serrinha. Atual presidente da Associação de Moradores, ele também garante que falta muita coisa a ser feita no Maciço, mesmo com algumas melhorias das obras do PAC, e obras pontuais como uma praça feita pela Prefeitura. “Agora por falta de manutenção, o mato e entulhos tomam conta. Solicitamos serviços com ofício, e-mail, nem respostas dão. Depois do PAC, que ficou pela metade, ficamos esquecidos”, afirma Paulo.

A liderança comunitária também ressalta que nada de regularização fundiária andou, e que as invasões estão aumentando entre a Serrinha e o Alto da Caieira, sem água, esgoto, muito lixo. “As coisas estão piorando assim. Sem finalizar obras, esgoto sanitário, dar manutenção, podemos sim sofrer uma tragédia”. A avaliação dele é que a Prefeitura cuida muito bem das áreas nobres da Capital, a Câmara de Vereadores também, mas ambos esquecem-se da Serrinha e do Maciço. “Eles não querem conversa, e é preciso que exista essa aproximação, para que as coisas aconteçam, a comunidade precisa”, finaliza Paulo.

O gaúcho de Rio Grande, Sulimar Alves, 69 anos é outra testemunha das melhorias que as obras de infraestrutura e saneamento trouxeram para as comunidades do Maciço. Residente na comunidade do Jagatá no Morro da Queimada, bairro José Mendes, Sulimar abriu espaço em seu trabalho para o carnaval, onde ajuda na confecção das fantasias da Escola Copa Lord, para falar com a reportagem. Outro que valoriza as obras do PAC que deram qualidade de vida para a população, ele lamenta o que ele chama de suspensão das obras, já que elas não foram finalizadas, na sua avaliação.

“Graças a essas obras ainda escapamos de acidentes mesmo com grandes chuvas, mas até onde e até quando elas vão resistir à falta de manutenção, não sei! Já existem áreas deterioradas”, confirma. O líder comunitário entende que obras do nível das que foram feitas entre 2010 e 2014/15 exigem grandes montantes de recursos, mas há coisas que podem ser feitas para minimizar riscos. “Os prefeitos que vieram não tiveram interesse em continuar investindo. Falta vontade política para fazer outras obras importantes no Maciço. Sobre a prevenção necessária com a presença do poder público, defesa civil, ele diz não existir de forma permanente. “A Defesa Civil liga às vezes, mas é pouco para o grau de risco em que ainda vivemos”. O PAC nos deu visibilidade, agora não queremos visibilidade novamente por conta de tragédias”, alerta Sulimar.

A reportagem ouviu outras lideranças e moradores das comunidades, que preferiram o anonimato por receio de represálias. As críticas à falta de ação da Prefeitura e Câmara de Vereadores são recorrentes. Eles acusam os poderes públicos de omissão na fiscalização de novas edificações, invasões, ocupações, por não equipar a Defesa Civil, não contratar mais fiscais para inibir retorno das pessoas ou novas pessoas aos locais de alto risco que já foram interditados anteriormente. Esses moradores apontam também interesses políticos no “fechamento dos olhos” por parte de políticos interessados em votos. Há também denúncias de cultura locatária clandestina no Maciço, com os mesmos interesses. Em resumo, falta de presença do poder público da Capital na vida das pessoas, possibilitando toda sorte de mudanças estruturais que ampliam o risco de tragédias.

A conclusão é que é preciso o monitoramento permanente das áreas de risco da Capital, seja nas áreas passíveis de deslizamentos ou alagamentos, uma política permanente de cuidados com estas populações. É mais barato prevenir, que remediar. Sem o monitoramento constante, o risco nessas comunidades é constante, uma construção coletiva que é agravada por ações incorretas e sem orientação técnica. É possível reduzir esta vulnerabilidade e exposição dessa significativa parte da população da capital melhorando a sua capacidade de preparação, resposta e adaptação aos eventos climáticos extremos, pois pouco se pode fazer para os fenômenos naturais não ocorram. O tema das áreas de risco deve ser tema prioritário para os gestores da capital, Prefeitura, Câmara de Vereadores, e fiscalizadores como o Ministério Público.

  • reportagem produzida por Salvador Neto, todos os direitos reservados – Parte 1

Deslizamentos em Floripa – Áreas de Risco na Capital são tragédias anunciadas

Já em 1995 a capital dos catarinenses sofreu uma das suas maiores catástrofes climáticas em pleno Natal. Frequentemente com grandes volumes de chuvas há alagamentos em todas as regiões da ilha e também no continente, e as comunidades localizadas nos morros já conhecem dos riscos que correm com deslizamentos e desmoronamentos. Portanto, as áreas de risco em Florianópolis são conhecidas dos poderes públicos, e sim podem ser consideradas tragédias anunciadas. É fato.

Há quase um ano recebi uma pauta para uma grande reportagem para um grande grupo de imprensa de SC. A ideia era aproveitar o fenômeno das chuvas em São Paulo em 2020, que deixou um rastro de destruição e prejuízos, para contextualizar mostrando que esta possibilidade poderia acontecer em Florianópolis. Para isso este jornalista foi atrás para descobrir as áreas de risco existentes, quantas casas deveriam ser removidas, quantas famílias atingidas, qual o percentual da população que mora em lugares sujeitos a deslizamentos. Um trabalho de fôlego.

Pesquisei muito, encontrei dados importantes, muitos estudos inclusive feitos por pesquisadores da UFSC. Fui a algumas áreas e ouvi os moradores e lideranças comunitárias. Busquei ouvir a Prefeitura de Florianópolis, Ministério Público de SC, Câmara de Vereadores, Casan, Defesa Civil municipal e estadual, alar com a população. Por que continuam morando nestes lugares perigosos? Qual o perfil desta população? Quantas pessoas hoje teriam de ser removidas? Enfim, reuni um farto material físico e digital, entrevistei várias pessoas, e entreguei a reportagem que deveria ser publicada em duas ou três edições.

Infelizmente a reportagem não foi publicada. Creio que pressões naturais de setores políticos, interesses empresariais e outros, motivaram a que esta grande reportagem fosse engavetada. Confesso que fiquei chateado, e pensando aqui comigo, é preciso que se publique esta reportagem, porque ela é reveladora e motiva uma série de medidas que deveriam ser tomadas por vários entes públicos, principalmente pela Prefeitura de Florianópolis, e fiscalizadas por Ministério Público Estadual e Federal, entre outros.

Ao ver novamente a tragédia anunciada se repetir neste final de semana na Capital, com deslizamentos, desmoronamentos, lagoas de efluentes estourando e causando estragos no cartão postal de Floripa, a Lagoa da Conceição, paralisando o trânsito com alagamentos nas pontes, praias, acessos, em todas as regiões da ilha, decidi publicar aqui a reportagem, e em etapas, porque ela é grande, complexa. Não atualizei dados, não fui atrás novamente das fontes que se negaram a me atender. A reportagem será publicada como foi produzida em 2020, sem tirar nem por. Os leitores farão o julgamento se já se podia ter feito algo ou não.

Amanhã, publico a primeira parte. O título da reportagem era “À espera de uma nova tragédia?“.Fiquem ligados, conto com todos vocês na leitura, comentários e compartilhamentos. Só assim continuaremos a ser efetivamente cidadãos que merecem receber uma cidade mais humana e melhor para todos. Aguardem, nesta terça-feira, 26 de janeiro.

  • Por Salvador Neto, editor do Palavra Livre

Comcap x Gean – Sintrasem se posiciona e greve continua

A guerra aberta entre o prefeito Gean Loureiro (DEM) e os trabalhadores da Comcap e o Sintrasem – Sindicato dos Trabalhadores – parece que vai longe, mesmo com determinações da Justiça em exigir a volta ao trabalho mediante multa diária de R$ 200 mil. O Sindicato sabe que a batalha é dura, Gean tem maioria na Câmara de Vereadores, e o projeto que busca na verdade privatizar serviços da autarquia pode passar facilmente. A pressão contra os vereadores governistas está grande, mas com o distanciamento social e votações remotas, o Governo está com vantagem neste momento.

O Sintrasem colocou este texto em seu site, aonde denuncia a empresa a qual o Prefeito recorre nos últimos tempos quando há greves:

Diante da irredutibilidade do governo Gean em dialogar com a cidade e retirar a mensagem 05 da Câmara de Vereadores, inclusive ameaçando a categoria com a entrada de empresas privadas no município, os trabalhadores aprovaram nesta quarta-feira a deflagração de greve por tempo indeterminado e uma agenda de luta que una Comcap, PMF e população na defesa do serviço público!

Gean precisa entender que, quando quer entregar a Comcap para seus amigos empresários, não está mexendo somente com a limpeza da cidade. Ele está atacando milhares de famílias, arrancando sustento dos trabalhadores e sucateando o acesso da população ao serviço.

Não aceitaremos! Todos unidos contra o projeto privatista de Gean Loureiro! Firmes na luta!

GERENTES E DIRETORES ENTREGARAM CARGOS

Na terça-feira (19), pelo menos 47 gerentes e diretores da Comcap entregam seus cargos em repúdio ao projeto de Gean Loureiro que destrói a autarquia.

Entre os que renunciaram está a diretora de operações Renilda Teixeira Oliveira, a Nilda, que ocupava o “terceiro lugar” na hierarquia da direção da Comcap e era a principal responsável pelo comando das equipes de limpeza, coleta, varrição e outros serviços.

EMPRESA CONTRATA POR GEAN ACUMULA DENÚNCIAS

Saiu também no Diário Oficial de terça-feira a empresa privada contratada por Gean Loureiro para fazer a coleta de Florianópolis.

É a Amazon Fort Soluções Ambientais, uma empresa do grupo Amazon Fort, de Porto Velho (Rondônia), com uma longa lista de denúncias perigosas à saúde da população e prejudiciais aos cofres públicos.

Algumas destas denúncias podem parecer um pouco absurdas e, para que Gean não possa dizer que é “fake News”, disponibilizamos também o link de cada uma delas. Todas as fontes são oficiais – como a polícia – ou portais com credibilidade.

Algumas das acusações são:

• : em outubro de 2020, a Secretaria de Saúde de Rondônia puniu a Amazon Fort após a empresa ser flagrada adulterando a pesagem de lixo hospitalar no Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron). Em resumo, a empresa estava pesando água para aumentar a quantidade de lixo coletado. Até sacos cheios somente com água foram encontrados.

• em junho de 2019, em Porto Velho, uma empresa do grupo Amazon Fort que coleta lixo hospitalar foi flagrada jogando os detritos no lixão. A prefeitura de Porto Velho aplicou uma multa, mas na hora descobriu que a empresa tinha apenas R$ 40 mil em capital – valor que não bancaria um único caminhão de lixo.

•em julho de 2020, a Amazon Fort foi contratada para descontaminar uma antiga termelétrica com vazamento de combustível em Rondônia. O material deveria ser levado pra capital e tratado, mas foi despejado em rios, cabeceiras de pontes e até em um terreno em que seria construído um hospital, contaminando a região com materiais altamente tóxicos.

•em junho de 2019, o estado de Rondônia abriu uma licitação para coleta de lixo hospitalar que obteve dois ganhadores, cada um com uma proposta de R$ 6 milhões ao ano. O governo não chamou nenhuma das duas – mas meses depois contratou pelo dobro do preço a Amazon Fort, que havia perdido em todos os itens da licitação

Não é difícil enxergar o que podemos ter pela frente caso o projeto de destruição da Comcap avance: fraudes, superfaturamento, desprezo pelo meio ambiente e erros graves de operação.

A limpeza da cidade não é um balcão de negócios. A Comcap não pesa água para lucrar mais, não despeja combustível no rio para economizar no tratamento e não ganha contratos suspeitos pelo dobro do preço.

Joe Biden assina normas para combater a pandemia

O presidente Joe Biden assinou uma série de ordens na quinta-feira com o objetivo de dar o pontapé inicial na estratégia nacional COVID-19 de seu governo, chamando o esforço agressivo de “empreendimento em tempo de guerra”.

O presidente recém-nomeado assinou 10 ações executivas destinadas a se concentrar em restaurar a confiança pública e aumentar a transparência; acelerar a produção de materiais para testes e vacinas; melhorar a coordenação da resposta do COVID-19 com funcionários estaduais e locais; e garantir que as estratégias de pandemia sejam equitativas e alcancem as comunidades mais afetadas.

“Nossa estratégia nacional é abrangente. É baseado na ciência, não na política. É baseado na verdade, não na negação. E é detalhado – você pode revisar todo o plano ”, disse Biden na assinatura, mostrando uma cópia do plano que está disponível no site da Casa Branca .

“Nosso plano começa com a montagem de uma campanha de vacinação agressiva, segura e eficaz para cumprir nossa meta de administrar 100 milhões de vacinas em nossos primeiros 100 dias de mandato ”, continuou ele. “Este será um dos maiores desafios operacionais que nosso país já enfrentou. E estou empenhado em fazer isso, estamos empenhados em fazer isso. ”

Aqui estão as 10 ações executivas:

  • Ordem Executiva sobre uma Cadeia de Abastecimento de Saúde Pública Sustentável
  • Ordem Executiva de Proteção à Saúde e Segurança do Trabalhador
  • Ordem Executiva para Garantir uma Resposta Equitativa à Pandemia e Recuperação
  • Ordem Executiva de Promoção da Segurança COVID-19 em Viagens Domésticas e Internacionais
  • Ordem Executiva sobre o Estabelecimento do Comitê de Testes Pandêmicos COVID-19 e Garantia de Força de Trabalho de Saúde Pública Sustentável
  • Ordem Executiva de Apoio à Reabertura e Continuidade da Operação de Escolas e Provedores de Educação Infantil
  • Ordem Executiva para garantir uma resposta baseada em dados para COVID-19 e ameaças futuras de alta conseqüência à saúde pública
  • Memorando para estender o apoio federal ao uso da Guarda Nacional pelos governadores para responder ao COVID-19 e aumentar o reembolso e outra assistência prestada aos Estados
  • Ordem Executiva sobre Melhoria e Expansão do Acesso a Cuidados e Tratamentos para COVID-19
  • Diretriz de Segurança Nacional: Liderança Global dos Estados Unidos para Fortalecer a Resposta COVID-19 Internacional

Embora as ações executivas sejam apenas o começo dos esforços do governo Biden para combater a pandemia e salvar vidas, elas já oferecem um forte contraste com a abordagem negligente e cheia de desinformação que o governo do ex-presidente Donald Trump adotou no combate ao vírus.Assine o e-mail de Política.De Washington à campanha eleitoral, receba as últimas notícias sobre política.

Praticamente não havia plano de distribuição de vacinas sob Trump, deixando Biden e sua equipe basicamente “começar do zero”, de acordo com a CNN .

“Não podíamos contar com o governo federal para agir com a urgência, o foco e a coordenação que precisávamos. E vimos o custo trágico desse fracasso ”, disse Biden. “E embora a vacina forneça tanta esperança, o lançamento tem sido um fracasso terrível até agora.”

O presidente disse que entende “o desespero e a frustração” de civis, funcionários estaduais, locais e tribais que “sentem que foram deixados por conta própria, sem um plano nacional claro”. Mas, em um esforço para ser transparente com o público, ele ressaltou que o plano que está implementando imediatamente não produzirá resultados imediatos.

“As coisas vão continuar a piorar antes de melhorar. O memorial que realizamos há duas noites não será o último, infelizmente. O número de mortos provavelmente chegará a 500.000 no próximo mês, os casos continuarão a aumentar ”, disse ele. “Não entramos nessa confusão durante a noite. Vai levar meses para mudarmos as coisas. Mas deixe-me ser igualmente claro: vamos superar isso. Vamos derrotar essa pandemia. … A ajuda está a caminho.”

Parte das ações executivas inclui a autorização da Lei de Produção de Defesa, que permite ao governo federal controlar a produção industrial. O DPA permitiria que as empresas produzissem os materiais de resposta à pandemia necessários para atender o momento, incluindo materiais que ajudariam na produção, distribuição e administração de testes e vacinas. No início da pandemia, o DPA foi necessário para resolver a falta de dispositivos médicos, como ventiladores .

Na quarta-feira, Biden instruiu a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências  a iniciar a criação de seus primeiros centros de vacinação em massa.

“Nosso plano nacional lança um esforço de guerra em larga escala para lidar com a escassez de suprimentos aumentando a produção e os equipamentos de proteção, seringas, agulhas, entre outros”, disse Biden. “E quando digo tempo de guerra, as pessoas meio que me olham como, ‘Tempo de guerra?’”

“Bem, como eu disse ontem à noite, 400.000 americanos morreram . Isso é mais do que morreu em toda a Segunda Guerra Mundial ”, continuou ele. “Quatrocentos mil. Este é um empreendimento em tempo de guerra. ”

Notavelmente, muitas das ordens incluem destacar a necessidade de abordar a hesitação da vacina, combater a desinformação relacionada ao coronavírus e encorajar os americanos a ouvirem cientistas e especialistas – todos desafios que a administração Trump não apenas se recusou a enfrentar, mas de fato encorajou.

“Acima de tudo, nosso plano é restaurar a confiança pública”, disse Biden. Garantiremos que cientistas e especialistas em saúde pública falem diretamente com você. É por isso que você ouvirá muito mais do Dr. [Anthony] Fauci novamente – não do presidente, mas dos verdadeiros especialistas e cientistas. Ciência e saúde sozinhas, não com as consequências políticas.

  • com informações de HuffPost

Julio Garcia: Em nota, presidente da Alesc se diz inocente e contesta prisão

Com uma nota intitulada “Esclarecimentos Públicos” a defesa do deputado Julio Garcia, Presidente da Assembleia Legislativa de SC busca contestar a decisão da Justiça Federal que decretou a sua prisão. Reconhecido como um hábil articulador político, tanto que foi eleito por duas vezes presidente do parlamento estadual, e quase sendo guindado ao cargo de Governador do Estado quando Carlos Moisés estava com a cabeça na guilhotina do processo de impeachment em 2020, Julio Garcia amarga agora a prisão que, mesmo domiciliar, afeta sensivelmente o cenário político.

Segue a nota enviada aos meios de comunicação:
“Surpreendido pela decisão judicial de afastamento do mandato eletivo e de recolhimento domiciliar, a envolver fatos passados, que já estão sob tutela jurisdicional, em ações penais instauradas, sem fatos novos, o Deputado Júlio Garcia, por sua defesa, numa postura republicana e democrática, vem reiterar a sua confiança nos desígnios da “justiça”, que haverá de se restaurar, tão logo compreenda e admita a sua absoluta ausência de responsabilidade por qualquer ilícito que se esteja a investigar.

Reafirma a sua total inocência e isenção em quaisquer dos episódios que são tratados na operação Alcatraz e seus desdobramentos, como não vê, por conta disso, como da ausência dos pressupostos legais e constitucionais, qualquer mínima possibilidade de se manter as medidas de exceção adotadas, de alijamento de mandato e de recolhimento pessoal.
Como noticiam os jornais, não há acusação nova, o que, por si, deveria afastar qualquer manifestação judicial de impacto na vida civil, política e pública do Deputado Júlio Garcia.

Aliás, alvo das investigações policiais desde 2017, submetido a interceptações telefônicas, telemáticas e a toda uma devassa legalmente autorizada, não se aponta um único fato real que o coloque, ou as suas digitais, no epicentro de qualquer ato ilegal ou imoral.
Embora limitada essa manifestação pelo sigilo judicial estabelecido, que não ocorre no interesse da defesa, mas das investigações, diga-se e afirme-se, não há deixar de esclarecer ao público em geral, simpatizantes ou não do Deputado, que não há, sob o ponto de vista legal, na interpretação humilde da defesa, a presença de quaisquer dos pressupostos legais para uma prisão em flagrante ou preventiva, muito menos lugar para a quebra da imunidade parlamentar, uma garantia no equilíbrio e independência dos Poderes da República.

A “prisão em flagrante” exige que a pessoa seja flagrada cometendo crime, acabe de cometê-lo ou seja encontrado logo depois com instrumentos que façam presumir ser ele o autor. A “prisão preventiva” é instituto reservado para a garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova do crime e indícios suficientes de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. Basta essa ausência de perigo gerado pela liberdade do imputado para afastar essa punição antecipada, não fosse suficiente a ausência de indícios seguros da autoria.

Que não se queira justificar a prisão, outrossim, com a existência de crimes de caráter permanente, porque aí a competência para o exame e eventual decreto de prisão cautelar seria do Tribunal e não do juízo de primeiro grau. Ademais, sendo ínsito ao “flagrante” a necessidade da verificação dos pressupostos para a “preventiva”, ausente a ocorrência de ilícito penal atual, que traduza “flagrante”, o que temos é a aplicação da regra geral, tratada pela Constituição Federal (art. 53) e repetida pela Constituição Estadual (art. 42), que cuida da imunidade parlamentar e desautoriza, em nome da independência dos Poderes, qualquer decreto de prisão, o que caberia ser reconhecido pelo próprio juízo, a dispensar a provocação da Assembleia Legislativa, para restaurar a legalidade perdida.

Sobre a imunidade parlamentar, é bom que se esclareça, não dizem respeito à figura do parlamentar, mas às funções por ele exercidas, com o fim de preservar o Poder Legislativo de qualquer excesso de outro Poder, como garantia de independência e da representação popular.
Portanto, sob o ponto de vista da defesa, não se justifica a prisão em flagrante ou a preventiva do Deputado Júlio Garcia, não apenas por ausência de autoria, coautoria ou participação que lhe possa ser imputada, por inocorrência de qualquer perigo que decorra de sua liberdade, ou mesmo pela ausência dos demais pressupostos da prisão cautelar, além de o decreto de prisão constituir desatenção à regra constitucional de imunidade formal (CF, art. 53), que tem por fundamento preservar o Poder Legislativo de atos que possam comprometer a sua independência, como é próprio a todas as instituições republicanas.”

EUA: Joe Biden toma posse com decisões de Trump que podem complicar sua gestão

Nos Estados Unidos, chama-se de “pato manco” (do inglês “lame duck”) o presidente que está deixando o cargo durante o período de quase dois meses que vai da eleição de seu sucessor até sua posse efetiva.

O adjetivo “manco” refere-se à suposta pouca capacidade do presidente de saída de se “movimentar” politicamente nesse período. Mas, como em tantas outras ocasiões, o governo de Donald Trump rompeu com o protocolo.

Nas últimas semanas no poder, sua administração tomou decisões importantes sobre política externa que podem complicar os planos de Joe Biden, que toma posse como 46º presidente dos EUA nesta quarta-feira, 20 de janeiro.

1. Cuba

Em 11 de janeiro, pouco mais de uma semana para a transferência do poder, o governo Trump fez um anúncio com repercussões importantes para a América Latina: colocou Cuba de volta na lista dos países que patrocinam o terrorismo.

“Com esta medida, mais uma vez responsabilizamos o governo de Cuba e enviamos uma mensagem clara: o regime de Castro deve acabar com seu apoio ao terrorismo internacional e à subversão da Justiça dos EUA”, disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, em pronunciamento.

Para defender essa decisão, Pompeo apontou a recusa de Cuba em extraditar membros do Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN) depois de um ataque a bomba em janeiro de 2019 em uma academia de polícia de Bogotá, no qual 22 pessoas morreram.

Além disso, falou sobre a aliança de Cuba com a Venezuela, onde os EUA promovem uma mudança de governo.

Em 2015, o ex-presidente Barack Obama havia retirado Cuba da mesma lista, da qual estava desde 1982, dando um passo fundamental na reaproximação entre os dois países que um ano depois resultaria na retomada das relações diplomáticas, ainda que com Trump, a postura dos EUA foi endurecida novamente.

Biden expressou sua vontade de melhorar as relações com a ilha, restabelecendo algum nível do compromisso iniciado com Obama — que inclui permitir que cubano-americanos visitem suas famílias e enviem dinheiro — mas essa medida pode ser retardada pelas mais recentes.

Para reverter a inclusão de Cuba na lista, por exemplo, o Departamento de Estado deve fazer uma revisão formal que pode levar meses , alertam analistas.

“Mudar essa designação leva tempo”, disse John Kavulich, presidente do Conselho Econômico e Comercial dos EUA-Cuba, à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, depois que a última ação foi conhecida.

Kavulich também assinalou que para o governo Biden a conexão que Trump fez entre Cuba e Venezuela pode ser um problema.

Maduro e Díaz Canel
Legenda da foto,Nicolás Maduro e Miguel Díaz Canel são dois bons aliados

“O governo Trump conseguiu conectar Cuba com a Venezuela e o próximo governo Biden também o fez. Pode até haver pressão de congressistas para adicionar a Venezuela à lista em vez de remover Cuba”, disse ele.

2. China

Várias decisões sobre a China tomadas pelo governo de Trump que está deixando o cargo mais uma vez prejudicaram o relacionamento entre as duas potências.

A primeira delas ocorreu em 9 de janeiro, quando Pompeo anunciou o levantamento das restrições aos contatos entre diplomatas americanos e taiwaneses, rompendo com uma política mantida por décadas pela Casa Branca.

A China considera Taiwan como uma parte indiscutível de seu território e rotineiramente descreve o que considera uma “ilha desonesta” como a questão mais sensível em seus laços com os EUA.

Apesar de os EUA, como a maioria dos países do mundo, não manterem relações formais com Taiwan, o governo Trump tem intensificado suas ações de apoio à ilha, por meio da venda de armas ou por meio de legislação para ajudar Taipei a lidar com a pressão de Pequim.

Após quatro anos de profunda deterioração nas relações entre as duas potências mundiais, esse último movimento foi visto como uma tentativa do líder republicano de estabelecer uma linha dura contra a China antes de Biden assumir o cargo.

“O governo Biden ficará legitimamente infeliz com o fato de uma decisão política como essa ser tomada nos últimos dias de Trump”, disse Bonnie Glaser, uma das maiores especialistas na relação sino-americana nos EUA, em entrevista à agência de notícias Reuters.

Glaser, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, explicou que alguns exemplos das restrições que Pompeo retirou incluíam a proibição de funcionários taiwaneses de entrar no Departamento de Estado. Reuniões de alto nível com funcionários do governo americano tinham que ocorrer, portanto, fora dali, como em hotéis.

Um funcionário da equipe de transição de Biden observou que assim que o presidente eleito assumir o poder, ele continuará a apoiar “a resolução pacífica das questões entre os dois lados do Estreito (China-Taiwan) de acordo com os desejos e interesses da sociedade de Taiwan”.

Somado à decisão sobre Taiwan, houve outro golpe pesado dos EUA contra a China no último dia da Presidência sob Trump: o governo americano classificou as ações de Pequim contra os uigures (minoria étnica muçulmana) de Xinjiang como “genocídio” e “crimes contra a humanidade”, o que azedará ainda mais a relação entre os dois países.

Patrulha policial durante o funeral dos rebeldes Houthi na capital do Iêmen, em 22 de setembro de 2020
Legenda da foto,A maioria da população do Iêmen vive em áreas sob controle Houthi

3. Irã

O governo Trump também redobrou sua ofensiva contra o Irã nos últimos dias de sua presidência.

Em 12 de janeiro, Pompeo acusou o país persa de ser “o novo quartel-general” da Al Qaeda e de manter laços estreitos com o grupo extremista.

Pompeo não forneceu provas de suas acusações. Teerã chamou os americanos de “mentiras belicistas”.

Os comentários de Pompeo pouco antes de sua saída foram vistos como uma tentativa de aumentar a pressão sobre Teerã antes da chegada de Biden, que deve tentar retomar o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis grandes potências, do qual Trump retirou os EUA em 2018.

Soma-se a isso há poucos dias o anúncio do Departamento de Estado de que declarará os rebeldes houthi no Iêmen como uma organização terrorista, uma medida que “está à espera há meses” e que teme agravar a crise humanitária no país, explicou a correspondente-chefe internacional da BBC, Lyse Doucet.

“Aliados dos EUA no Golfo apoiam essa medida, destinada a enviar uma mensagem dura ao Irã”, acrescentou.

Os houthis, que são apoiados pelo Irã, lutam desde 2015 contra uma coalizão liderada pelos sauditas no Iêmen, em uma guerra que desencadeou uma das piores crises humanitárias do mundo.

Alguns, segundo Doucet, dizem acreditar que o movimento pode fornecer “moedas valiosas de barganha” ao governo Biden para concessões “mas diplomatas ocidentais envolvidos em esforços de longa data para iniciar um processo político para acabar com a guerra destrutiva estão convencidos que isso vai ficar ainda mais difícil.”

O fim da guerra no Iêmen, uma ideia que Obama inicialmente apoiou, será uma prioridade para a equipe de Biden, observou Doucet, portanto, essa decisão de última hora, que entrará em vigor um dia antes da transferência do poder, pode atrapalhar os planos do novo ocupante da Casa Branca.

  • com informações da BBC Brasil


FECAM: Nova diretoria tomou posse na Capital

Com a presença do governador Carlos Moisés, do ex-ministro do Turismo, Vinícius Lummertz, atualmente secretário de Turismo de São Paulo, prefeitos, deputados estaduais, autoridades dos demais poderes o prefeito de Araquari, Clenilton Pereira, tomou posse na presidência da Federação Catarinense de Municípios (FECAM) na manhã desta quarta-feira (20) em Florianópolis (SC).

Com a participação presencial e também remota, seguindo as normas de saúde por conta da Covid-19, o evento foi muito prestigiado por autoridades de todos os poderes. Clenilton agradeceu aos seus pares pela escolha que, segundo ele, representa todas as macrorregiões do estado com a representatividade devida. “Vamos apoiar fortemente os menores municípios, hoje temos 166 cidades com menos de 10 mil habitantes. Já temos projetos voltados à levar desenvolvimento para estas cidades”, discursou.

O Governador Carlos Moisés ressaltou o papel dos prefeitos e a parceria com a Assembleia Legislativa que possibilitam a chegada dos recursos públicos com agilidade nos municípios. “Desde a nossa posse fizemos o dever de casa, cortamos gastos, e podemos atender melhor aos prefeitos. Nossa gestão é 100% dedicada aos municípios, e minha presença hoje aqui é para demonstrar que desejamos sim apoiar ainda mais a todos”, falou o Governador.

Ao final do evento houve uma homenagem a Vinícius Lummertz por sua participação no acordo com a FECAM para a garantia da vacina CoronaVac, produzida em São Paulo, e que está chegando ao estado agora. Em seu primeiro ato, Clenilton Pereira assinou acordo de cooperação com a Associação Paulista de Municípios.

Coluna Curtas do Palavra Livre de volta

A vacinação é só mais um passo
Finalmente começou a vacinação do povo brasileiro, um direito, uma necessidade diante da pandemia que volta a crescer no país. Apesar de todo o esforço contrário do presidente Bolsonaro e ministro da Saúde, general Pazuello, que brincam de cuidar da saúde dos brasileiros, venceu a ciência e os servidores públicos que lutam diariamente contra o coronavírus e Covid-19. Homenagem total a estes homens e mulheres, viva o SUS. Mas, atenção, a vacina é só mais um passo na batalha contra essa doença terrível. Precisamos continuar com as medidas de distanciamento social, uso de máscara e álcool gel, nada de aglomerações. Falta controlar o vírus. Nada de descanso gente.

Paciência
Temos a vacina produzida no Butantan em São Paulo, mas ainda não em quantidade suficiente. O mundo todo corre atrás dos insumos para fabricar as vacinas. Como o Brasil atrasou a busca por uma vacina, estamos no final da fila. A população tem que ter paciência até chegar a sua vez, mas cobrar para que não se paralise o processo. Vidas estão em jogo.

Garcia com tornozeleira
Um dos mais poderosos políticos da história de SC, Julio Garcia (foto do post), está preso. Em casa, mas preso. A Operação Alcatraz segue seu curso, encurralando os investigados, colhendo provas, e agora com a Justiça agindo. O presidente da Assembleia Legislativa não imaginava um final de carreira assim com uma tornozeleira eletrônica. Até voltou às pazes com o Governador Carlos Moisés. A política muda o tempo todo.

Encontro dos poderosos
Julio Garcia foi um dos poderosos que esteve em encontro festivo regado à boa gastronomia manezinha no último dia 9 de janeiro na casa do publicitário Wilfredo Gomes na Capital, localizado na paradisíaca Costa da Lagoa, na Lagoa da Conceição. Dias Toffoli, ex-presidente do STF, Davi Alcolumbre, ainda presidente do Senado, prefeito Gean Loureiro, governador Carlos Moisés também sentaram à mesa. O que conversaram animadamente? Essa mistura de magistrado, político e empresário não dá boa digestão.

Pinho Moreira na busca e apreensão
O ex-governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) também foi alvo de busca e apreensão pela PF no rolo da nova fase da Operação Alcatraz. Segundo ele, só pegaram uns papéis, o celular, e nada mais, e que não encontrarão nada. Mas está com as barbas de molho, a PF não brinca não.

Araquari comanda Fecam
Dupla comemoração em pouco tempo para o prefeito de Araquari no norte do estado, Clenilton Pereira. Venceu a reeleição e agora assume também o comando da Federação Catarinense dos Municípios (FECAM) em momento importante na guerra contra o coronavírus.

São Chico ferve
O prefeito Godofredo Moreira (MDB) busca articular maioria na Câmara de Vereadores. Precisa encaminhar reformas, algumas duras, e sem apoio o barco não navega. Um dos projetos polêmicos é o que aumenta a contribuição dos servidores municipais para 14%. Outro é o Plano Diretor que será revisado com apoio da Amunesc, e depois colocado para apreciação dos vereadores.

Força de lei
“Ninguém quer pagar mais imposto, mas o aumento da alíquota dos servidores é por força de lei federal”, informa o secretário de Governo de São Francisco do Sul, Tufi Michreff Neto. Segundo ele, se a reforma não for feita o município perde a regularidade fiscal e fecha as portas para recursos. O mar não ficará calmo tão cedo na Babitonga.

Adriano e o embelezamento
O prefeito Adriano Silva herdou uma cidade largada pelo ex-prefeito Udo Döhler (MDB). Busca agora um mutirão de embelezamento para deixar Joinville novamente bela até março. Difícil. Um cenário de guerra não se recupera tão rápido, dará apenas para uma maquiagem leve.

Seletivo dos seletos
Críticos de Adriano ironizam o processo seletivo feito para cargos de primeiro escalão. Dizem que há os seletos, gente que andou na campanha e foi… selecionado no processo. Nada como um dia após o outro. Um dia, pedra. No outro, vidraça. Tem que acostumar.

CPI do Mathias?
Reza a lenda que a atual Câmara de Vereadores de Joinville, presidida por Maurício Peixer, vai investigar a vergonhosa obra milionária, inacabada e que destruiu o centro da cidade, do rio Mathias. Já acenderão velas na Catedral para ver se a coisa vai mesmo. Há quem diga que vai faltar vela…