Tortura: leilão de ferramentas é suspenso na França após polêmica

Um leilão de objetos de tortura que deveria ocorrer na terça-feira em Paris, foi suspenso após uma grande polêmica no país e por protestos de organizações de direitos humanos. Em um comunicado conjunto, organizações não-governamentais como a Anistia Internacional afirmaram ser ”chocante e inaceitável” que instrumentos utilizados para torturar e executar pessoas possam ter fins comerciais. ”Diante da emoção suscitada por essa venda, decidimos suspendê-la para que todas as partes envolvidas possam examinar com calma o conteúdo real dessa coleção”, afirmou o leiloeiro Bertrand Cornette de Saint Cyr.

A venda, intitulada ”Penas e castigos do passado”, reunía 350 objetos e documentos ligados à tortura de prisioneiros e à aplicação de penas capitais na Europa ao longo dos séculos. Entre eles, um aparelho para esmagar as mãos, uma banheira para recolher cabeças decapitadas, máscaras usadas por carrascos para esconder o rosto durante a execução do condenado e uma cadeira com assento repleto de pontas espetadas.

A coleção, estimada em 200 mil euros, também tinha um chicote encontrado na Torre de Londres (que funcionou como uma prisão até o século 12) ou ainda uma corda de enforcamento ”autografada” pelo carrasco britânico Syd Dernley, que atuou nos anos 50 e morreu em 1994.

Pêra da angústia
A venda incluía ainda uma ”pera da angústia”, como era chamado o instrumento colocado na boca e que ia aumentando de volume para sufocar os gritos dos prisioneiros que podiam ”incomodar” os juízes dos tribunais da Inquisição.

Instrumento de tortura conhecido como 'pera da angústia ' (Cornette de Saint Cyr)

A ”pera da angústia” também era usada nas partes genitais de homossexuais ou de mulheres suspeitas de ter relações com o ”diabo” na Idade Média. O proprietário da coleção posta à venda também foi motivo de polêmica na França. Os objetos e documentos pertenciam ao ex-carrasco francês Fernand Meyssonnier, que realizou, sob ordens do governo da França, quase 200 execuções na Argélia entre 1957 e 1962, no período da guerra de independência do país.

O leilão, que não continha nenhum objeto da guerra civil da Argélia, havia sido organizado a pedido da família do ex-carrasco, falecido em 2008. O ministro da Cultura, Frédéric Mitterand, também havia criticado a venda e expressado o desejo de que ela fosse cancelada.

Morbidez e barbaridade
”A natureza da coleção se enquadra mais na categoria de morbidez e barbaridade do que cultural. Ela também provoca, em razão de sua origem, dolorosos questionamentos históricos”, declarou o ministro.

Máscara de carrasco que integrava mostra (Cornette de Saint Cyr) Em um comunicado conjunto, organizações de direitos humanos afirmaram que a venda é ”uma ofensa à memória e à dignidade das pessoas que sofreram torturas”.

”Em vários países, o uso da tortura ainda é uma prática comum. Aceitar a venda desses objetos significa banalizar o flagelo”, diz o comunicado das ONGs, que pediram ao governo francês para que a coleção seja adquirida por museus.

Antes mesmo do início previsto da venda, o leiloeiro já havia decidido, na semana passada, retirar da coleção a réplica de uma guilhotina, afirmando que ainda existe um ”contexto emocional” na França em relação ao objeto.

Da BBC

 

Católica de SC inaugura hoje (30/3) unidade Centro em Joinville na antiga fábrica da Wetzel

As novas instalações da Católica de Santa Catarina nas antigas instalações da Companhia Wetzel no centro de Joinville serão inauguradas oficialmente nesta sexta-feira, dia 30, às 17 horas. Depois de mais de sete meses de obras, o espaço de 11,4 mil metros quadrados já está preparado para receber os acadêmicos dos 13 cursos de graduação, que desde o início do ano letivo ocupam a unidade da Católica SC localizada no bairro América. Os acadêmicos serão transferidos para a nova unidade no início da próxima semana.

A nova sede da instituição tem como endereço o coração de Joinville na Rua Visconde de Taunay, próximo ao Shopping Center Mueller, no Centro. A primeira etapa do projeto de reforma dos prédios resultou na adequação de uma estrutura de 2,4 mil metros quadrados para abrigar salas de aula, laboratórios de informática, banheiros, sala de desenho; laboratório de anatomia e biologia, laboratório de maquetes, modelos e projetos, laboratório de química e bioquímica, cantina, biblioteca e um prédio reservado às áreas administrativas da Católica de Santa Catarina, além da área de estacionamento. Conforme o reitor da instituição, professor Robert Burnett, nesta primeira etapa foram investidos cerca de R$ 9 milhões, distribuídos entre reforma e adequação dos espaços, equipamentos e estruturação dos laboratórios e salas de aula.

Em uma segunda etapa, com a captação de recursos da Lei Rouanet, será restaurado o restante do complexo arquitetônico, que é tombado como patrimônio histórico. O investimento previsto pela instituição para executar as obras de restauro de toda a área da antiga indústria é de mais de R$ 15 milhões. Esta fase, também, precisará contar com a participação dos empresários que valorizam o patrimônio histórico da cidade através da aplicação de recursos que seriam recolhidos ao Governo Federal, como imposto de renda sobre os lucros das empresas.

Da Ass. Imprensa – Ronaldo Corrêa

Comissão da Verdade: ultradireita tenta reagir à pressão popular

A convocação dos oficiais aposentados para um ato público em favor da ditadura militar, nesta quinta-feira às 15h, horário semelhante aos dos manifestantes que tomarão a Cinelândia em uma manifestação de apoio à Comissão da Verdade, ganha contornos de uma paródia ao enfrentamento nos moldes conhecidos durante os Anos de Chumbo. Por e-mail, em mensagens apócrifas,militares afastados das tropas por alcançar idades acima dos 65 anos, apresentar problemas de saúde ou psicológicos, usam dos velhos jargões dos governos ditatoriais na tentativa de convocar simpatizantes a uma campanha denominada Brasil acima de tudo.

Com base no manifesto em que os sócios do Clube Militar, instituição ligada à ultradireita, com sede no Centro da cidade, tentaram pressionar – sem sucesso – a presidente Dilma Rousseff para não seguir adiante com as investigações de abusos e tortura de prisioneiros durante o regime de 64, os indivíduos que já não usam mais a farda e passam o tempo entre uma e outra conspiração contra a democracia, apelam aos aliados daquela era na tentativa de arregimentar apoiadores à palestra do general Luiz Eduardo Rocha Paiva, figura conhecida nos porões dos antigos Doi-Codi e Cenimar, centros de referência na tortura e morte de prisioneiros políticos no Brasil.

“Creio ser um assombro a luta de alguns poucos no sentido de abrirem os olhos da sociedade! Eles serão mártires ou heróis desta luta insana! De qualquer forma, que Deus os ilumine pela verdadeira guerra que fazem com as armas da crítica e do esclarecimento. Se cometerem algum erro, que tenham a certeza, ele será irrelevante no contexto do bom combate que travam, pois seu alerta está sendo dado!”, diz o texto, apócrifo, do “chamamento” que distribuem na web. Segundo os organizadores, policiais alinhados à extrema direita, integrantes de clubes de serviço que, na época da ditadura, apoiaram o regime militar, membros do grupo fascista Tradição, Família e Propriedade (TFP) e maçons que apoiaram o regime imposto pela força das armas deveriam ser convocados para comparecer ao Clube Militar.

Na mensagem, ditam como cada um dos ex-integrantes das Forças Armadas deveria atuar, na busca de mobilizar alguns incautos para uma reação à Comissão da Verdade.

“1 – Para tirar cópia do chamamento (…) na copiadora – 15 minutos. Quem preferir gastar alguns centavos, tire cópias no comércio local e distribua pelo menos nas caixas de correspondência de seus edifícios.
“2 – Quantos parentes sem e-mail já foram contatados pelo telefone? – 30 minutos;
“3 – Já telefonaram ou passaram e-mails para os conhecidos das (sic) polícias militares? – 15 minutos;
“O “LIONS” e o “ROTARY” da cidade já estão por dentro da campanha, telefonema ou e-mail? 10/15 minutos;
“4- A “loja maçônica” da cidade já está por dentro da campanha, telefonema ou e-mail? – 10/15 minutos”.

A mensagem, sem nenhuma assinatura, em tom de ameaça, alega ainda que os antigos militares não podem “entregar o ouro ao bandido vermelho, de graça”, talvez em referência à ação guerrilheira do Partido Comunista do Brasil e de outras vanguardas revolucionárias da resistência, que terminaram por determinar o fim da ditadura no país, com o apoio de toda a sociedade civil. Ainda segundo o texto, “depende das comunicação que vocês lograrem, por e-mail ou telefone, com os “LlONS’, ‘ROTARY’, ‘lojas maçônicas’, ‘TFP’ e assemelhados”, sem citar o que seriam estes últimos.

Sem dentes

Para alguns dos organizadores da manifestação, convocada pelas redes sociais em uma mensagem transmitida, por vídeo, pelo cineasta Silvio Tendler, essas “manifestações malucas que circulam pela internet” não significam um perigo real para a realização do ato convocado para as 14h, em frente ao Clube Militar, na Avenida Rio Branco, nesta quinta-feira.

– São leões sem dentes. Rugem, fazem barulho, mas já não mordem mais ninguém – concluiu um dos ativistas, que prefere não se identificar “para não jogar mais lenha na fogueira”. Procurado pelo CdB, o presidente do Clube Militar, general aposentado Renato Cesar Tibau da Costa, sequer respondeu às ligações.

Por Correio do Brasil

Artigo: “A água potável como elemento importante da soberania alimentar”

Esse artigo foi escrito pelo padre José Leitão no Jornal de Angola, e reproduzimos aqui diante da proximidade da Rio+20 e nossa responsabilidade com a defesa do meio ambiente, da sustentabilidade como recurso fundamental para a manutenção da vida na Terra. Instigante, desafiador e crítico, o padre fala aos corações. Leia e comente:

“A água potável como elemento importante da soberania alimentar”

A falta de chuva, nestes últimos meses, em Portugal, despertou-nos para a importância vital da água. Agora podemos entrever as dificuldades em que vivem os povos que sofrem secas prolongadas e dificuldades de acesso à água potável de forma habitual. A água é de tal forma essencial para a sobrevivência de todo o ser vivo, que a sua falta motiva migrações, fomes, mortes, guerras e especulações no seu controlo e comercialização. Por isso a ONU declarou, em 2010, que todos têm direito ao acesso à água potável, em quantidade e qualidade suficientes para uma vida digna.
O acesso à água é um factor fundamental na produção de alimentos, vegetais ou animais. A água é o sangue azul da natureza. No entanto, para produzir alimentos utilizamos cerca de 70 por cento da água doce disponível. É preciso, em média, dois mil a cinco mil litros de água para produzir alimentos diários para cada pessoa. A urbanização e o desenvolvimento dos países emergentes estão a aumentar o consumo de carne; ora a produção de 1 quilo de carne de vaca precisa de dez vezes mais água que um quilo de milho. A água, doce e salgada, é também o grande habitat de animais e plantas marinhas. A poluição e a pesca industrial estão a destruir a biodiversidade dos oceanos e dos rios. O tema dos oceanos e da vida na água faz parte da agenda da Conferência da ONU Rio-20, em Junho deste ano, no Rio de Janeiro.

Os investidores começam a olhar para a água como uma “matéria-prima” ou mercadoria de valor acrescentado no futuro, em que vale a pena investir, privatizar e comercializar. Por outro lado, a necessidade de produção de alimentos e de biocombustíveis está a desencadear um processo de aquisição-ocupação de terrenos em África e outros continentes para a agricultura intensiva e industrial.

Esta orientação economicista, em vez de resolver o problema definitivamente, está a agravá-lo: na privatização da água, quando não regulada, dificulta-se o acesso a este bem por parte dos mais pobres; na aquisição de terras de posse ancestral mas não documentada, estão-se a empurrar mais pessoas para as grandes cidades, a promover monoculturas de exportação e o uso não alimentar das terras de cultivo (biocombustíveis e lazer/turismo).

Assim, o acesso à água potável e à alimentação básica fica cada vez mais dificultada para os grupos mais pobres e para os países subdesenvolvidos. O ser humano passa a ser tratado mais como cliente do que como pessoa. Bento XVI na Caritas in Veritate, 27, afirma:


“Os direitos à alimentação e à água revestem um papel importante para a consecução de outros direitos, a começar pelo direito primário à vida. Por isso, é necessário a maturação de uma consciência solidária que considere a alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções nem discriminações”.


A Santa Sé tem repetido nos Fórum Mundiais da Água a mensagem da centralidade da pessoa humana e do direito universal do acesso à água, à terra e à segurança alimentar.
No último fórum, realizado em Marselha de 12 a 17 deste mês, o Conselho Pontifício para a Justiça e Paz recordou que há que prevenir o futuro devido ao aquecimento global, às alterações climáticas e ao aumento da população, mas também olhar e reparar o presente.

Cerca de metade da população mundial utiliza água de qualidade insegura e não tem saneamento básico. A fome, com a actual crise, tem-se vindo a agravar. O preço dos alimentos tem aumentado. Bento XV já alertava na Caritas in Veritate 27: “falta um sistema de instituições económicas que seja capaz de garantir um acesso regular e adequado, do ponto de vista nutricional, à alimentação e à água e também de enfrentar as carências relacionadas com as necessidades primárias e com a emergência de reais e verdadeiras crises alimentares provocadas por causas naturais ou pela irresponsabilidade política nacional e internacional.”

O VI Fórum Mundial sobre a Água teve como lema “Tempo para agir”. Nesse fórum representantes de governos, empresas privadas e organizações sociais reflectiram sobre formas de solucionar os problemas ligados aos recursos hídricos.
No final, apresentaram algumas soluções assentes em três grandes objectivos: assegurar o bem-estar de todos; contribuir para o desenvolvimento económico e manter o planeta azul. A aplicação e monitorização desses objectivos contribuirão para ajudar a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em 2015. Todos somos co-responsáveis pela saúde do Planeta e dos seus recursos.

O que podemos fazer?

1. Garantir o acesso de todos à água potável e à soberania alimentar. Isto supõe uma boa administração nacional e local, e a cooperação internacional no apoio ao desenvolvimento das regiões e países mais pobres e afectadas pela escassez de água.
2. Educar para a mudança de comportamentos alimentares, higiénicos e industriais, evitando o desperdício de água e de alimentos.
3. Melhorar formas de produção de alimentos utilizando menos água: sistemas de rega mais eficientes, reutilização e reciclagem, colecta e armazenamento das águas das chuvas, tratamento de esgotos e de resíduos líquidos industriais…
4. Diminuir a emissão de gases com efeitos de estufa, baixar a poluição, assegurar o direito à terra, proteger as florestas e aquíferos e promover políticas energéticas que não coloquem em causa o acesso à água e à soberania alimentar.
Deus sonhou um jardim irrigado por um rio de vida (Gn 2,10), um mar povoado de seres marinhos (Gn 1,20) e uma humanidade que cuida da Criação (Gn 2,15). A água e o alimento acessível a todos são sinais messiânicos de que este sonho de Deus continua válido (Is 55,1; Ap 7,16). Somos desafiados a fazer a nossa parte para o bem da humanidade de hoje e em solidariedade com a humanidade do futuro.

(*) Rede Fé e Justiça Europa/África

Nova programação da Band é anunciada

Divulgada na noite da última terça-feira, 6, em evento que reuniu publicitários e profissionais da imprensa, a programação da TV Bandeirantes que entrará no ar a partir deste mês vai unir humor, entretenimento e jornalismo em algumas de suas atrações. Essa estratégia foi confirmada por alguns apresentadores e pelo diretor-geral de conteúdo da emissora, Diego Guebel.

O executivo do canal, que está no cargo desde outubro do ano passado, afirmou à reportagem do Comunique-se que a mescla informação-entretenimento tem tudo para ser sucesso e ser o diferencial da Band. Argentino, Guebel é o criador da produtora Eyework-Cuatro Cabezas, responsável pelos formatos ‘CQC’, ‘A Liga’ (que na nova temporada terá o cantor Lobão e Cazé “Peçanha” Pecini, da MTV, nas reportagens) e ’Polícia 24 horas’, todos exibidos pelo canal do Morumbi.

Nesta nova fase da Band, a primeira atração a estrear tendo como base notícia e diversão será ‘Os Donos da Bola’, que irá ao ar a partir da tarde desta quarta-feira, 7. Com o comando de Neto e as participações de Denílson e Edmundo, o programa, que entrará no lugar ‘SP Acontece’, vai “ir fundo na notícia, mas também terá espaço para brincadeiras e diversão”, conforme disse o apresentador Neto.

“Não será um programa para as crianças. Será para toda a família”, avalia Marcelo Tas, que, em 2012, estará à frente do ‘Conversa de Gente Grande’, com a participação de crianças para comentar, de modo bem peculiar, os últimos acontecimentos. Além da nova atração, Tas continua na equipe do ‘CQC’, que volta na próxima segunda-feira, 12. Informação “leve” para o público infantil, o apresentador já fazia – e continuará fazendo – com o ‘Plantão do Tas’, no Cartoon Network.

Outro programa apresentado por Tas na Band também traz novidades para a sua quinta temporada. O ‘Custe o Que Custar’ terá a estreia do quadro ‘Nem Fu’, com Felipe Andreoli, no qual convidados terão que acertar uma bola no balde – que estará a 25 metros de distância. ‘Sem Saída’ é mais um novo atrativo do ‘CQC’; nele, celebridades passaram pelo detector de mentiras. A saída de Danilo Gentili, a ida de Oscar Filho para a bancada e a entrada de mais um repórter, que ainda não foi revelado, encerram as novidades do humorístico.

Sem ter espaço para o jornalismo, mas com a presença do jornalista responsável por apresentar de segunda a sexta-feira o policial ‘Brasil Urgente’, essa será a marca do ‘Quem Fica em Pé’, game show que, ainda sem confirmação da data de estreia, será produzido três vezes por semana com José Luiz Datena na apresentação. “Eu tenho um clone, inclusive foi o meu clone que foi para a Record”, brincou o comunicador, ao ser questionado de como seria a rotina para comandar os dois programas da TV e o ‘Manhã Bandeirantes’, na Rádio Bandeirantes.

Eleições
Apesar de destacar a mescla do humor com informação, o noticiário sem brincadeiras também tem espaço na nova programação da Band. A emissora divulgou que dará amplo destaque à cobertura das eleições municipais que ocorrerão em todo o País em outubro. Nos grandes municípios, o veículo pretende manter a tradição de ser o primeiro a realizar debates entre candidatos.

‘Pânico na Band’
Por outro lado, também terá espaço para atrações que tem foco no humor sem a necessidade de se preocupar com a prática jornalística. Com novo nome, ‘na Band’ no lugar de ‘na TV’, conforme foi durante os nove anos na Rede TV, o ‘Pânico’ vai estrear na emissora no dia 1° de abril, mantendo a exibição durante as noites de domingo. Apresentador da atração, Emílio Surita disse que na nova casa até ele poderá fazer reportagens.

Do Comunique-se

De volta para os leitores, com muita informação!

Então gente boa, estamos de volta com o Blog Palavra Livre após merecidas férias! Espero que tenham curtido muito as festas, e que o início do novo ano já tenha sido repleto de saúde e oportunidades para todos. Estou feliz em retornar ao debate aqui em nosso blog, até porque o ano promete!

Temos eleições municipais, o Jec voltando à Série B, em que pese esse tropeço já no inicio do Catarinense, teremos Olimpiadas de Londres, e no meio disso tudo vários eventos importantes em nossas vidas. Aqui no Palavra Livre você vai encontrar muitas novidades este ano, com grandes informações, entrevistas, denúncias e muito mais! Continue com a gente, porque já começamos com a poesia e o poder do gênio Charles Chaplin!

Muita força e saúde a todos e todas! Mandem informações, notas, fotos, poesias, porque aqui a Palavra é Livre!

Projeto estabelece que não é crime templo religioso impedir presença de homossexual

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1411/11, do deputado Washington Reis (PMDB-RJ), que estabelece que não é crime a recusa, por parte de clérigos de templos religiosos, de efetuar casamento em desacordo com suas crenças. A proposta também deixa claro que não cometem crime organizações religiosas que não aceitarem, em cultos, a permanência de cidadãos que violem seus valores, doutrinas, crenças e liturgias.

O autor ressalta que a prática homossexual é descrita, em muitas doutrinas religiosas, como uma conduta em desacordo com as suas crenças. O objetivo da proposta, segundo o deputado, é garantir às organizações religiosas “o direito de liberdade de manifestação”.

“Não obstante o direito que assiste às minorias, na legítima promoção do combate a toda e qualquer forma de discriminação, há que se fazê-lo sem infringir outros direitos e garantias constitucionais e sem prejudicar princípios igualmente constitucionais”, argumenta o autor do projeto.

A proposta acrescenta dispositivo à Lei 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito. Atualmente, a lei estabelece que praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é crime, sujeito à pena de reclusão de um a três anos e multa.

Tramitação
A proposta, de caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Câmara dos Deputados

Crônica da talentosa Vanessa Bencz: Sobre ser repórter

Recebi um chamado da jornalista, e recém-premiada com apoio do Simdec para lançar um livro, a jornalista Vanessa Bencz, via twitter para ler seu texto. Achei ótimo, forte, sincero, e reproduzo aqui sob permissão dela. Parabéns, compartilhar nossos momentos da profissão ajuda a nos humanizar um pouco, nos retirando do alto do pedestal em que por vezes nos colocam, ou que alguns se auto-colocam. Boa leitura aos leitores do Palavra Livre:

“Sobre ser repórter”
“Ao me aproximar do entrevistado, percebi que ele se arrumara especialmente para a entrevista. Camisa branca, bem passada. Cabelos penteados com pente de cerdas finas. Havia feito a barba naquela manhã. Estava muito cheiroso. Me aguardava na recepção do jornal com um sorriso sincero. Foi impossível não sorrir de volta. Assim começou a apuração da matéria que mais me marcou, nestes três anos de reportagem. André, 33 anos, é portador de uma doença degenerativa que o mantém eternamente sentado sobre uma cadeira de rodas. Neste dia, eu chorei duas vezes. Uma, pela história de vida do rapaz. Outra, por não ter conseguido levá-lo para conhecer o jornal por dentro – um degrauzinho de 20 centímetros impediu que conseguíssemos levá-lo para o interior da empresa. Senti vergonha por isso.

Este dia me marcou não apenas porque guardei André no coração. Registrei esta data porque foi a primeira vez que olhei meu reflexo no espelho e me senti grata por, cinco anos atrás, ter escolhido jornalismo como minha primeira opção no vestibular. Desde então, eu havia me decepcionado com o curso, me tornado uma universitária rebelde e havia lamentado para todos os ventos o piso salarial baixo. Ao me despedir de André, tratei de não calar aquela desconfiança que, de quando em quando, falava baixinho no meu ouvido: talvez jornalismo não seja tão ruim. Talvez a reportagem seja uma estratégia para dar voz aos que não tem. Talvez eu possa fazer muito como repórter. Talvez eu me divirta muito como jornalista. Talvez eu mude alguma coisa com a minha profissão.

Aos 18 anos, preenchi o quadradinho ao lado da palavra “jornalismo”, no ato da inscrição do vestibular. Mas eu não fazia a mínima ideia do que era ser jornalista – e acho que os vários estudantes que rabiscam o mesmo quadradinho, ano após ano, também não fazem. Ser jornalista é um mistério; cada um encontra um tesouro diferente. Não é objetivo como ser advogado, médico ou sacerdote. Ser jornalista é ser os entrevistados, as fontes e os adjetivos. É ser literatura, denúncia e relato. É encontrar seus Andrés e, com emoção, transformá-los em palavras, vírgulas e orações.

Hoje, com um livro de contos para sair do forno, concluo que a minha melhor forma de relatar o mundo é através de uma literatura que melhoro a cada dia, a cada André, a cada passo mais perto da naturalidade em ser um repórter cansado com um crachá balançando na barriga.”

Perfis: Elpídio e Leontina, 69 anos de amor e união

Elpidio Borba era grande violeiro, e sendo assim, tocava por toda parte. Certo dia saiu para o Terno de Reis na localidade de São João do Itaperiú em Barra Velha. A caminhada com o grupo encerrou ao se deparar com uma bela ruiva que lhe encantou. Seu nome? Leontina Gonçalves. Foi amor à primeira vista. O Terno de Reis perdia um músico e um casal apaixonado se formava a partir daquele encontro. “Eu tinha 16 anos, ele 24. Ele ficou amoitado por ali”, conta dona Leontina, 87 anos comemorados no dia da entrevista (22/6) olhando carinhosamente para seu marido Elpidio, prestes a completar 94 anos em setembro.

Dessa união que chega há quase sete décadas, nasceram 15 filhos, dos quais 11 estão vivos: Juca, Irineu, Mario, Maria, Marli, Nair, Naza, Nice, Josué, Elias e Miriam, a caçula do casal com quem eles moram no bairro Santa Catarina. Dessa família gigante Elpidio e Leontina ganharam 33 netos, 12 bisnetos e até uma tataraneta de três meses que nasceu na Espanha, Annabely, de apenas três meses que eles ainda não conhecem. Como fizeram para criar todos os filhos? “Nós se unia bem (sic). No sítio a gente tinha lavoura, criação de gado, fazia farinha, goma para rosca. Vinha gente de longe buscar farinha e a rosca”, fala orgulhosa do trabalho e da forma com que manteve a família ao lado do esposo. “Ele era muito trabalhador. Não parava”, conta.

Elpidio só ouve a conversa. Está debilitado pela idade, a audição anda fraca. Mas ao ver os violinos que as filhas Miriam e Maria apresentam na mesa ele participa. “Fiz um prá cada filho”, fala sorridente. Leontina e as filhas destacam o trabalho artístico do marido e pai. E ele completou: “Um homem derrubou um sombreiro, aí peguei a madeira, que é boa e forte, e fiz. É mais firme”. A saúde que os preserva bem até hoje eles creditam à alimentação no sítio e ao trabalho, duro. Um ajudava o outro. Leontina costurava, fazia goma e ajudava Elpidio a fazer farinha, muito requisitada pelo sabor e cheiro inconfundíveis. A filha Maria lembra que o pai acordava pelas quatro da manha para trabalhar na produção. “O engenho era movido pelos bois. Eu o acompanhava. Gostava. Tenho saudades daquele tempo”, diz.

Maria, que tem 60 anos, afirma que nunca viu o pai e a mãe brigarem em todos esses anos. Questionada, dona Leontina comenta que o diálogo era presente. “Sempre tem uma discussãozinha né, mas não é nada que não tenha jeito”, explica. Religiosos ligados à Assembleia de Deus há 55 anos, e morando em Joinville desde o final da década de 1960, o casal é aposentado. Ele como agricultor, ela como costureira. Não gostam de sair de casa, somente para ir à casa dos filhos. Um álbum mostra várias fotos, entre as quais das festas de 50 e 60 anos de casamento. As filhas avisam que já pensam na festa dos 70 anos em 2012, as bodas de vinho.

Hoje, 27 de julho, o casal completa 69 anos de um enlace cheio de amor em cada história e gestos de um para o outro. Quando Elpidio fez 60 anos, Leontina fez 60 bolos para a festa. “Eles gostavam muito de bolo. Era tanto que enfeitava a parede da casa. E tinha mais uma vara cheia de rosca, e mais beijú, cuscús”, relembra. A receita dessa longevidade e uniao contém muito trabalho, conversa, diversão, alegria, respeito com um toque final que dona Leontina resume em uma frase. “O amor. Só se vive assim, com amor um do outro né”, ensina sob o olhar do velho amado Elpidio. Que venham as bodas de vinho!

* Publicado na seção Perfil do Jornal Notícias do Dia em julho de 2011