Ataques do Boko Haram levam 500 mil crianças a deixar suas casas na África

Cerca de 500 mil crianças foram forçadas a fugir dos seus locais de origem, nos últimos cinco meses, devido à intensificação dos ataques do grupo radical islâmico Boko Haram na Nigéria, em Camarões, no Chade e Níger, anunciou hoje (18) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Com esses números, chega a 1,4 milhão o número de crianças da região que deixaram suas casas pelos ataques islâmicos, concentrados principalmente em áreas remotas do Nordeste da Nigéria.

“É alarmante ver que essas crianças e mulheres continuam a ser assassinadas, sequestradas ou utilizadas para explodir bombas”, afirmou, em comunicado, o diretor do Unicef para a África Central e Ocidental, Manuel Fontaine.

A Nigéria foi o país mais afetado, com 1,2 milhão de crianças, metade delas com idade inferior a 5 anos. Mais 265 mil crianças foram atingidas em Camarões, no Chade e Níger.

Esses países têm sido cada vez mais visados pelo Boko Haram, desde que se juntaram ao Exército da Nigéria em uma contraofensiva regional.

O Boko Haram luta para estabelecer um Estado Islâmico no Nordeste da Nigéria desde 2009. Pelo menos 15 mil pessoas foram mortas no período.

Com informações das Ag. de Notícias

HIV/AIDS: programa italiano reduz transmissão das mães para os bebês na África

Com a terapia correta, 97% dos bebês filhos de portadoras do vírus da aids (HIV) não nascem com a doença. A informação é da bióloga Zita Sidumo, que chefia o laboratório moçambicano de análise clínica do Programa Dream, mantido pela Comunidade Sant’Egídio, da Itália. Segundo ela, o resultado foi comprovado entre as mulheres que participam do programa nos dez países africanos que contam com o trabalho da entidade: Malawi, Quênia, Guiné, Guiné-Bissau, Camarões, República Democrática do Congo, Angola, Nigéria e Moçambique.

Em pouco mais de uma década, 1 milhão de pessoas em todo o Continente já passaram pelas sedes da instituição. O foco está na prevenção da chamada transmissão vertical, da mãe para o feto. “Fora do programa, a prevalência do vírus transmitido da mãe ao recém-nascido é muito maior”, diz Zita.

Estima-se que um em cada cinco africanos seja portador do HIV. Em algumas regiões, a incidência pode chegar a 60%. O Programa Dream, que não cobra nada dos pacientes e é financiado por doadores internacionais, acompanha a gestação e o nascimento do bebê, faz testes clínicos na criança e auxilia na introdução da alimentação após os seis meses, com voluntários que visitam casas e ensinam as mães a preparar alimentos de alto teor energético e baixo custo.

A voluntária Artemisa Chiziane, que dá dicas sobre alimentação e ajuda a aferir os resultados, diz que uma das queixas mais recorrentes das mães é que elas não têm alimentos adequados para oferecer aos filhos. Acabam dando comida sólida aos bebês antes do tempo, o que não é bom. “Um tomate fervido com um pedaço de peixe já dá uma sopa para um bebê”, ensina a voluntária.

O combate à subnutrição no tratamento da aids é fundamental, pois um organismo enfraquecido facilita a ação de doenças oportunistas, como a tuberculose, que pode matar. Além disso, as mães infectadas recebem medicamentos antirretrovirais e acompanhamento psicossocial, além de alimentos como farelo de soja, farinha de milho, óleo de soja e açúcar. “Não é só dar medicamentos, é uma abordagem holística. Recebemos o doente como se estivesse em casa”, disse Susana Chefa, coordenadora do programa em Moçambique.

Da Ag. Brasil

Mandela é internado para exames de rotina

O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela foi internado em um hospital de Johanesburgo na noite. Funcionários da fundação liderada por Mandela disseram que o líder de 92 anos faz “exames de rotina” e “não está em perigo”. Nesta quinta-feira, o Congresso Nacional Africano, partido que governa a África do Sul, pediu calma à população e à imprensa.

“Todos sabemos que ele tem 92 anos e já não é um jovem”, afirmou Jackson Mthembu, porta-voz do CNA. “Fazemos um apelo para que as pessoas não façam declarações infundadas. Vamos permanecer calmos, porque não há razão para pânico.”

A mulher de Mandela, Graça Machel, está no hospital onde ele está internado, em Johanesburgo, assim como sua filha, Josina, e a assistente pessoal do líder, Zelda La Grange. Na manhã desta quinta-feira, Mandela recebeu a visita de sua ex-mulher, Winnie.

O jornal “The Star” afirmou que Mandela foi examinado pelo pneumologista Michael Plit. Segundo o diário, o líder foi internado para que o médico pudesse “estudar seu estado”. A agência local SAPA informou que a concentração de pessoas e veículos em frente ao hospital, que está cercado pela polícia, causou problemas no trânsito e impediu a chegada de estudantes a uma escola próxima.

Mandela se retirou da vida pública em 2004 e, desde então, fez poucas aparições. A mais recente foi em 11 de julho de 2010, durante a final da Copa do Mundo de futebol.

Com EFE, Reuters e AFP