Código Florestal é aprovado como ruralistas queriam, vergonha internacional para o país!

A Câmara concluiu nesta quarta-feira à noite a votação do projeto de reforma doCódigo FlorestalBrasileiro. O novo texto agrada especialmente à bancada ruralista, já que retira punições, possibilita o acesso a crédito bancário a desmatadores e deixa as grandes propriedades desmatadas fora da legislação. Após a votação, a matéria segue para sanção ou veto da presidenta Dilma Rousseff.

Para a bancada ruralista, o texto só não foi melhor por conta da necessidade de reflorestamento em 15 metros a cada margem de rios com largura de até 10 metros.

– O texto do deputado Paulo Piau foi o texto possível – afirmou o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Moreira Mendes (PSD-RO). Para ele, as novas regras possibilitam “uma produção agrícola sustentável”.

No entanto, para parlamentares ligados ao meio ambiente, a proposta é desastrosa. O texto prevê a liberação de benefícios e crédito agrícola para quem desmatou, tira a proteção em torno de nascentes de rios e anistia desmatamentos em topos de morro e manguezais, áreas consideradas sensíveis. Essas previsões constavam do projeto do Senado, que já não contava com a simpatia dos ambientalistas.

– Os ruralistas ganharam todas hoje, aprovando um Código que coloca em risco o futuro do país. Uma irresponsabilidade com as futuras gerações – avaliou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

A bancada do PT votou quase que integralmente contra o relatório de Paulo Piau, favoravel ao substitutivo do Senado. A força e a capacidade de mobilização dos ruralistas, no entanto, prevaleceu.

Nos destaques, outras mudanças foram feitas no texto. Um deles retirou o Cadastro Ambiental Rural (CAR) da internet, deixando exclusivamente em cartórios. O argumento dos ruralistas é que colocar os dados na rede mundial de computadores violava a privacidade dos fazendeiros.

Também foi retirado do texto a possibilidade de o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) bloquear a emissão de documento de controle de origem da madeira de Estados não integrados a um sistema nacional de dados sobre a extração de madeira. Da mesma maneira, os documentos de origem florestal, que certificam a madeira e o carvão legais, tiveram seus critérios afrouxados.

No fim da sessão, os ruralistas conseguiram derrubar um destaque do PT que obrigava os grandes produtores agrícolas a recompor as matas ciliares destruídas.

– Sentimento de dever cumprido. No final de 2011, muitos não compreenderam a manobra daqueles que queriam votar o Código Florestaldesfigurado – disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Como resumiu o líder do Psol na Câmara, Chico Alencar (RJ), “os deputados ruralistas, vitoriosos hoje, honraram seus financiadores,a começar pelo relator Piau” . Ele informou que o deputado Paulo Piau (PMDB-MG) recebeu doações no valor total de R$ 991 mil para a campanha de 2010 de empresas do agronegócio. – Isso é uma tolice imensurável – retrucou o peemedebista.

Do Correio do Brasil

Parque Caieira abandonado

Neste fim de semana visitei o Parque Caieira na zona sul de Joinville (SC), equipamento público do qual participei da luta para sua implantação durante alguns anos quando trabalhei na Câmara de Vereadores. Passados sete anos da inauguração, é lastimável constatar que o mirante continua interditado, placas de identificação das espécies estão deteriorando, algumas caíram, e não há nada que possa atrair a população a visitá-lo.

É incrível como a cidade têm locais para algum lazer, mas não esforço dos órgãos públicos para que se tornem efetivos, conquistem o coração dos joinvilenses. O Parque Caieira é um espaço ambiental maravilhoso, sub-utilizado para educar e conscientizar sobre a preservação do meio ambiente e da nossa história. Porque não existir arqueólogos pesquisando, e isso ser um atrativo para quem o visita?

Porque não investir em mais trilhas, mais limpas e abertas, exposições, uso da navegação na Baía da Babitonga que está ali à disposição, para contemplação dos sambaquis? Porque não fazer campanhas permanentes na mídia para que a população aproveite e visite o que temos, fazendo com que esses espaços sejam também procurados por empreendedores que queiram oferecer alimentos, bebidas e outros para quem estiver por lá, curtindo a natureza?

Creio que é imperativo que as cabeças que governam a cidade pensem em algo novo, inovador, parem da mesmice de não poder fazer isso ou aquilo, e corram atrás para que a Joinville se encontre, que o povo reencontre Joinville. Senão ficaremos vendo cada vez mais nossos jovens sendo recrutados para o mundo das drogas.