Terceiro Turno: Janot dá parecer contrário ao pedido do PSDB de auditoria das eleições

O procurador-geral Eleitoral, Rodrigo Janot, enviou ontem (3) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parecer contrário ao pedido do PSDB para auditar o resultado das eleições presidenciais. Segundo o procurador, o  partido “visa promover gravíssimo procedimento de auditoria sem que exista qualquer elemento concreto que o justifique”.

No entendimento de Janot, o pedido do PSDB é baseado em especulações de usuários das redes sociais, sem nenhum indício de fraude. ”Não se pode justificar postura de um partido político do tamanho e da representatividade do requerente de, em baseando-se unicamente em comentários formulados em redes sociais, em boatos muitas vezes camuflados pelo anonimato, pretender a instauração de um procedimento que, a par de não previsto em lei, pode comprometer a credibilidade do sistema eleitoral deste país. Tal medida é de uma imprudência a toda prova, dada a real possibilidade de criar uma situação de instabilidade social e institucional”, diz.

O procurador-geral também ressalta no parecer que medidas de fiscalização, públicas a todos os partidos, foram disponibilizadas ao PSDB, como cópias dos boletins de urna, de arquivos eletrônicos, além de acesso aos programas de totalização dos votos.

“Vê-se, pois, a partir de tais exemplos, que o sistema eleitoral brasileiro, ao qual o partido requerente empresta tão pouca credibilidade, por conta de boatos postados em redes sociais, pode ser amplamente acompanhado e fiscalizado, em suas mais diversas fases, pelos partidos políticos, circunstância que, aliada á ausência de indícios mínimos de irregularidade apontados pelo requerente impõem o indeferimento do pleito”, entende Janot.

No pedido de auditoria, protocolado na semana passada, o PSDB   diz ter “absoluta confiança” de que o tribunal garantiu a segurança do pleito, mas pretende tranquilizar eleitores que levantaram, por meio das redes sociais, dúvidas em relação à lisura da apuração dos votos.

O partido solicitou que o TSE crie uma comissão formada por integrantes dos partidos políticos para fiscalizar todo o processo eleitoral, desde a captação até a totalização dos votos. O partido não pede a recontagem dos votos. O pedido deve ser julgado pelo plenário do TSE esta semana.

Com informações do Congresso em Foco

Deputado Dirceu Dresch pede investigação na Cohab de SC

O Plenário da Assembleia Legislativa aprovou nesta quarta-feira,7, indicação do deputado Dirceu Dresch (PT), líder do PT, solicitando que o Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE) faça uma auditoria na Companhia de Habitação do Estado (Cohab). O parlamentar também teve aprovado pedido informação solicitando que a direção da  Cohab repasse informações sobre suas ações.

Conforme Dresch, o objetivo da auditoria é apurar as denúncias feitas pelo diretor técnico da Cohab, ex- deputado Sérgio Godinho, sobre irregularidades graves na gestão da companhia. Uma dos pontos principais estaria na defesa jurídica da empresa. A Cohab teria perdido mais de R$ 11 milhões como resultado de condenação em várias ações judiciais movidas por empreiteiras de mão de obra nos últimos anos.  Relatório de execução orçamentária  do Estado mostra que, somente em 2011, a companhia desembolsou mais de R$ 1 milhão em sentenças  judiciais.

Outro exemplo da falta de zelo na gestão da companhia  é  a perda de um terreno da Cohab na capital avaliado em mais de 3 milhões em uma ação trabalhista que pedia indenização de R$ 145 mil, neste ano. Há ainda a denúncia de que a companhia não cobra os mutuários com parcela vencidas, o que resulta em uma inadimplência acumulada superior a R$ 55 milhões. O ex-diretor também denuncia que a presidente da Cohab, Maria Darci Mota, contratou advogados com recursos da empresa para se defender em processos de foro íntimo.

“Queremos saber o que está acontecendo na Cohab. A realização de auditoria é urgente. Os fatos denunciados são consistentes e precisam ser apurados para evitar o possível  desperdício de dinheiro público. A má gestão pode comprometer o futuro da Cohab, uma empresa que é fundamental para resolver o déficit habitacional em Santa Catariana, por isso precisa ser bem gerenciada”, afirmou Dresch.

Outro fato que motivou o deputado a solicitar auditoria na Cohab é o não cumprimento, por parte do Estado,  da Lei  Complementar 503/2009, que destina  1% da arrecadação estadual para habitação popular. Se a lei estivesse sendo cumprida, o fundo teria arrecado só no ano passado em torno de R$ 140 milhões. No entanto, a Cohab operou um orçamento de R$ 24,7 milhões em 2011.

Assessoria de Imprensa