Carta Capital é denunciada pelo MPF por calúnia contra Gilmar Mendes

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O Ministério Público Federal apresentou no início do mês denúncia criminal contra Mino Carta e Leandro Fortes, dono e repórter da revista CartaCapital, respectivamente, e os empresários Dino Miraglia Filho e Nilton Antonio Monteiro pelo crime de calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. A acusação é de que eles vincularam o nome do ministro a uma lista de pessoas que receberam dinheiro de um esquema de caixa 2 em campanha política para o governo de Minas Gerais.

A reportagem em que as imputações são feitas foi publicada pela CartaCapital em agosto de 2012. Assinado por Leandro Fortes, o texto afirma que Gilmar Mendes recebeu R$ 185 mil de um esquema financeiro montado pelo empresário Marcos Valério para abastecer o caixa 2 da campanha de reeleição de Eduardo Azeredo, hoje deputado federal pelo PSDB mineiro. A ‘prova’ apresentada por Fortes é uma ‘lista’ fornecida à revista por Dino Miraglia e Nilton Monteiro.

Monteiro hoje está preso pelo crime de estelionato e já esteve preso outras duas vezes, sempre pelas acusações de fraude ou crime conta o patrimônio. A tal lista apresentada por ele como prova à CartaCapital é sabidamente falsa. É a famosa Lista de Furnas, tida como forjada já desde 2002 pela CPI dos Correios, e que foi produzida no computador de Nilton Monteiro. Uma das prisões do empresário foi pela falsificação de documentos e assinaturas.

O tal “documento” apresentava duas listas. Uma com doadores de campanha, com a quantia que cada um doou, e outra, com os beneficiários da campanha, com as importâncias que cada um recebeu. Tudo com o selo da SMP&B. O caso chegou ao Ministério Púbilco depois de representaçãoapresentada pelo ministro Gilmar Mendes, representado nos autos pelo advogado Rodrigo Mudrovitsch.

“Todas essas acusações fundamentaram-se em documentos cuja falsidade de conteúdo era evidente, e provenientes de fonte — Nilson Antonio Monteiro — notoriamente indigna de crédito. Ademais, à época da publicação da notícia, a falsidade estava já estampada em inquérito policial no bojo do qual restara demonstrado que fora fabricado nos computadores pessoais de Nilton Antonio Monteiro, os quais já haviam sido objeto de busca e apreensão em cumprimento a decisão judicial exarada em 18 de outubro de 2011”, diz a denúncia.

Para o MP, a intenção da reportagem era “diminuir a autoridade moral” do ministro Gilmar Mendes, “imputando-lhe falsamente a prática do crime de corrupção passiva”.

Ainda de acordo com a denúncia, assinada pelos procuradores da República Luciana Sperb Duarte, Gustavo Torres Soares, Ana Letícia Absy, Andrey Borges de Mendonça, a reportagem teve “motivo torpe”. A primeira reportagem que acusa Gilmar Mendes foi publicada no dia 27 de julho do ano passado, na iminência do julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, pelo Supremo. Isso, dizem os procuradores, “faz evidente que os acusados pretendiam influenciar indevidamente os trabalhos da Suprema Corte, criando falsamente a impressão de suspeição de um de seus 11 ministros”.

O pedido é da condenação prevista no artigo 138 do Código Penal, que define o crime de calúnia e prevê prisão de seis meses a dois anos, com as causas especiais de aumento da pena descritas no artigo 141, incisos II e III. Com isso, a pena seria aumentada em um terço pelo fato de o crime ter sido cometido contra funcionário público (inciso II) e “na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação de calúnia, da difamação ou injúria” (inciso III). Também é apontado o agravante do artigo 61, inciso II, alínea “a”, que qualificam o crime caso ele tenha sido cometido por motivo torpe, como alega o MP.

A revista Consultor Jurídico não conseguiu contato com os acusados até a publicação desta reportagem.

 

Repórter da Carta Capital e Marcelo Tas discutem jornalismo feito pelo “CQC”

A nova temporada do ‘CQC’ mal começou e as discussões a cerca do jornalismo feito pelo programa já começaram. Na última segunda-feira, 25, a matéria feita com o ex-presidente do PT, José Genoino, foi criticada pelo repórter da Carta Capital em Brasília, Leandro Fortes, em artigo publicado na versão online do veículo. Sobre o assunto, Marcelo Tas disse que o jornalista quer defender o político “custe o que custar”.

Com pouco mais de oito minutos, a reportagem feita pelo humorista Mauricio Meirelles fala sobre a condenação de Genoino e questiona o motivo de o político não responder as questões feitas pelo ‘CQC’. Para contornar a situação, a produção levou até o escritório do petista uma criança acompanhada do pai, que, pautada, questionou o político sobre corrupção ativa e o motivo de ele estar solto. O deputado só soube do envolvimento do programa no final da conversa.

Sobre a atitude, Fortes considerou que “a violência do ‘CQC’ contra Genoíno alcançou, essa semana, um grau de bestialidade que não pode ser dimensionado à luz do humorismo, muito menos no campo do jornalismo”. O repórter pontuou que não existe “repórter-mirim”, assim como não existem médicos-mirins, advogados-mirins e engenheiros-mirins e que a presença da criança na reportagem “revela o grau de insanidade” do programa.

“Jornalismo é uma profissão de uma vida toda, a começar da formação acadêmica, a ser percorrida com dificuldade e perseverança. Dar um microfone a uma criança, ou usá-la como instrumento pérfido de manipulação, como fez o ‘CQC’ com José Genoíno, não faz dela um repórter – e, provavelmente, não irá ajudá-la a construir um bom caráter”, lamentou Fortes, em texto intitulado “Nazijornalismo”.

Pelo Twitter, Tas rebateu as críticas e afirmou que Genoino não precisa gastar dinheiro com advogados, já que tem os funcionários da revista comandada por Mino Carta para defendê-lo. “Pra que Genoino, condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, gasta $ com advogado. Tem de graça os colunistas da Carta Capital”. “Sou do tempo que jornalista honrado era crítico ao governo. Agora os ‘honrado’ são patrocinados pelo governo”, disse o apresentador do ‘Custe o Que Custar’ em outro post.

Do Comunique-se

E agora Gilmar Mendes? Qual banco emprestou R$ 8 milhões para o Ministro acalmar sócio?

Essa é a principal pergunta que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá responder com urgência. E que o Conselho Nacional de Justiça também se deve fazer. Em reportagem da revista CartaCapitaldesta semana, o jornalista Leandro Fortes apurou que Inocêncio Coelho, um dos sócios de Gilmar Mendes em um negócio privado chamado Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), acusou Mendes de desfalques e de sonegação fiscal.

Para resolver o suposto “litígio” com Coelho, Gilmar Mendes e seu também sócio Paulo Gustavo Gonet Branco desembolsaram R$ 8 milhões, obtidos por meio de empréstimo bancário, conforme relata o repórter: “Em uma nota lacônica, a assessoria do instituto alega que ‘as irregularidades que foram detectadas’ pela auditoria foram sanadas. Afirma ainda que os R$ 8 milhões pagos ao ex-sócio foram levantados graças a um empréstimo bancário'”. Com o montante, afirma a reportagem, Mendes e Branco sepultaram o processo. “De onde os servidores públicos de carreira, sócios de uma empresa em estado pré-falimentar, tiraram tanto dinheiro é uma boa pergunta”, prossegue Fortes.

Em oposição, a revista Veja ignora o assunto e torna-se mais uma vez um panfleto partidário de ataque a Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT. Sua seção de cartas, que recebe milhares de mensagens. publica 14 atacando Lula e o governo Dilma, outras nove enaltecendo o pastor evangélico Silas Malafaia e duas elogiando o texto “prazeroso” de Reinaldo Azevedo, blogueiro da revista costumeiramente agressivo.

Embora a capa seja a história de Elize Matsunaga, a “mulher fatal” que confessou o assassinato do marido, sua principal matéria é o julgamento do mensalão. Em “Encontro marcado com a Justiça”, a revista traz de novo um enorme nariz de cera, que, na linguagem jornalística, trata-se de comentário pouco informativo e pré-julgando os acusados para reafirmar o “desespero de Lula e o tiro no pé com a CPI do Cachoeira” – para a qual Veja poderá ser convocada.

Veja destila ódio. Numa reportagem que até poderia ser honesta sobre a Rio+20, em meio à discussões sobre o planeta, ataca as terras indígenas e elogia o agronegócio. Veja SP aproveita a Parada LGBT, ignora a luta contra a homofobia que pautou vários jornais paulistanos, e sai com a reportagem “arco-iris de intrigas”, sobre supostos desentendimentos entre militantes da Parada.

Da Rede Brasil Atual

Falta de sabedoria: Serra não sabe que o Brasil é uma República

O jornalista Gianni Carta da Revista Carta Capital divulgou na sua coluna semanal a “falta de sabedoria” e não “gafe” do ex-governador tucano, José Serra. O tucano, que sonha com a Presidência da República, afirmou que desconhecia o fato de que o Brasil é uma República Federativa. No último domingo, dia 4, o ex-governador e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo explicou no Jornal da Noite, da TV Bandeirantes: “O Brasil chama Estados Unidos do Brasil. Os Estados Unidos chamam Estados Unidos da América”.  “Boris Casoy, o entrevistador, teve o bom senso de corrigir o tucano. “Não, o Brasil chama República Federativa do Brasil”, disse Gianni.
Serra cogitou a possibilidade de o nome de seu País ter mudado. Finalmente, reconheceu o erro. “Mas, tentou consertar ao dizer que os nomes são “parecidos”. Ou seja, para ele dá na mesma”, disse Gianni.

Jornalões
Segundo ainda Gianni Carta, para a Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo, que há dez anos pintam Serra como um político “preparado”, Serra cometeu uma “gafe”. “Os jornalões dedicaram escassas linhas à “gafe” para poupar o político que consideram o bastião do republicanismo. Mas não se tratou de “gafe”. Revelou isso sim, a falta de sabedoria do ex-governador de direita. Seria o caso de Serra ler um pouco mais sobre a História de seu País? E para conhecer melhor o PSDB sugerimos a leitura da Privataria Tucana, de Amaury Jr”, finaliza o jornalista da Carta Capital.

Agência FEM