Cheias em Joinville: Prefeitura promove audiência pública sobre obras no Rio Mathias no dia 10 de setembro

A Prefeitura de Joinville, por intermédio da Secretaria de Planejamento Orçamento e Gestão (Seplan), confirmou para o dia 10 de setembro a audiência pública para apresentação das obras previstas no projeto de controle de cheias do rio Mathias, na área central da cidade.

O local da audiência será o auditório da Mitra Diocesana, na rua Jaguaruna, 147, no centro. A Prefeitura vai apresentar justificativa técnica, descritivo técnico e operacional, principais interferências, cronograma de obras e orçamento.

A bacia do rio Mathias foi a primeira área ocupada de Joinville. Existem registros do problema de enchentes no local há mais de 100 anos.

As enchentes na bacia do rio Mathias são causadas, na avaliação dos técnicos, por dois componentes: a primeira é provocada pela variação de nível do rio Cachoeira, que sofre o efeito da maré na baia da Babitonga; e a segunda, provocada pela capacidade insuficiente da calha do rio, que se torna nula em periodos de maré alta.

O sistema de controle de cheias prevê a construção de galerias de desvio “by pass”, conduto forçado, implantação de comportas de maré, estação de bombeamento, galeria reservatório de detenção e muro de proteção. Com previsão de investimento de R$ 75 milhões, a obra deve ser concluída em 24 meses, com o início previsto para este ano.

Da PMJ

Macro-drenagem do rio Morro Alto deve ser entregue em dezembro

Obra gigantesca e até faraônica, a macrodrenagem no rio Morro Alto segue firme conforme se vê nesta foto tirada dia 1 de novembro

A Prefeitura de Joinville definiu para 8 de dezembro a entrega da obra de macrodrenagem do rio Morro Alto (afluente do rio Cachoeira), primeira grande obra do Projeto de Revitalização Ambiental e Qualificação Urbana das Bacias Elementares dos Rios Cachoeira, Cubatão e Piraí – Viva Cidade, – financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – que vai servir de exemplo para outras ações para controle de inundações em Joinville. Representantes do banco estarão no município para o evento.

Foram executadas duas galerias by-pass (na rua Timbó com Marquês de Olinda e rua Timbó entre as ruas Costa e Silva e Jaraguá) que vão desafogar o rio e servir como um desvio. Juntas, essas galerias vão comportar 11 milhões 128 mil 560 litros de água. É a maior galeria em armazenamento de volume de água em Santa Catarina e uma das maiores do Brasil.

Além disso, ainda no item macrodrenagem, cinco pontes foram reconstruídas. Assim como ações para o alargamento do rio e para a limpeza de canais foram executadas. “Tudo isso diminui o risco de inundações porque gera melhoria da capacidade hidráulica ampliando a calha para que as águas não cheguem até as ruas”, explicou a engenheira civil Carla Cristina Pereira, coordenadora do Viva Cidade. As ruas Max Colin e Timbó receberam pavimento novo de alta resistência. Ações de microdrenagem também foram realizadas em toda a área. A rua Timbó ganhou novos canteiros, passeios e arborização. Lírios estão sendo plantados em toda sua extensão.

Outra grande importância da obra é a abertura do binário formado pelas ruas Timbó e Max Colin e a mudança de sentido de uma parte da rua XV de Novembro. A rua Timbó vai ficar no sentido bairro-centro (rua Campos Salles até a rua João Colin) e a rua Max Colin, centro – bairro (da avenida Beira Rio até a rua Campos Sallles).

Um trecho de 200 metros de via foi aberto da rua Timbó até a rua Campos Salles. A rua XV de novembro vai ganhar sentido único para o centro a partir da rua Campos Salles. O binário e a mudança da XV vão melhorar a circulação viária e ampliar a mobilidade no sentido leste-oeste no município. “É uma qualificação da circulação viária, vamos ampliar a fluidez, ganhar capacidade de trânsito, mais segurança, além de reduzir filas nas interseções”, disse o presidente do IPPUJ, Vladimir Constante.
As ruas Max Colin, Timbó, XV de Novembro, Jaraguá e Campos Salles vão ganhar ciclovias. Cinco novos semáforos serão instalados na rua Timbó (rua Timbó com a rua Marquês de Olinda, rua Timbó com a rua Costa e Silva, rua Jaraguá com a rua Timbó, rua Conselheiro Arp com a rua Timbó e rua Blumenau com a rua Timbó).

Confira o calendário de obras e eventos até o final do ano*:

13 a 18 de novembro – 74ª Festa das Flores
20 de novembro – Inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) dos Espinheiros
21 de novembro – Abertura do Natal dos Sonhos (Praça Dario Salles)
24 de novembro – Entrega da Ponte do Rio Seco (obra do OP)
29 de novembro – Entrega da Via Gastronômica
30 de novembro – Entrega da Ponte da Rua dos Aimorés
8 de dezembro – Entrega do binário formado pelas ruas Timbó e Max Colin
15 de dezembro – Entrega do Parque Morro do Finder
16 de dezembro – Entrega do Parque das Águas
18 de dezembro – Inauguração do Restaurante Popular II – bairro Adhemar Garcia

* A programação pode sofrer alterações.

Enchentes, política e falta de educação e cultura

Infelizmente vemos novamente o filme que até os imigrantes viram ao chegar por essas bandas de Joinville, antiga Colônia Dona Francisca: cheias e mais cheias. Desde a decisão em construir aqui suas vidas, os imigrantes inicialmente, depois os migrantes e os nascidos na cidade, conviveram, convivem e sabem que conviverão com calamidades maiores ou menores que essas. Afinal em Joinville era tudo manguezais, banhados, e no centro da cidade ficamos ao nível do mar, o que faz com que os efeitos das marés venham a inundar as ruas até durante dias de sol.

Tantos e tantos governos se passaram, e nenhum deles teve a capacidade, competência, dinheiro ou vontade política para peitar os avanços imobiliários, industriais e também de residências em áreas passíveis de cheias e também deslizamentos. Claro que há pelo menos cinquenta anos atrás não se tinha a visão ambiental que temos hoje, ou melhor, que deveríamos ter. O fato é que para resolver esse grave problema das cheias, empreendimentos imobiliários que ocuparam áreas alagáveis com a complacência do poder público, deveriam ser responsabilizados e dar sua contribuição agora para a resolução dos problemas.

Todos sabemos, e andamos por lugares, em que há prédios, casas, ginásios de esportes e até shopping centers construídos por sobre rios no centro da cidade, que dirá nos bairros. Some-se a esse conhecimento, e omissão da sociedade, a falta de educação e cultura de um povo que joga móveis e lixo nas ruas, rios, córregos todos os dias, como se o lixo fosse para algum lugar e nunca mais voltasse, o resultado é o que temos.

Há que se ter coragem para enfrentar tudo isso, e dinheiro, muito dinheiro, sem o quê vamos ver esse filme repetidas vezes sem ter nunca uma solução. A sociedade tem de deixar de hipocrisia e de olhar para seu umbigo e partir para o que é preciso: retirar casas de onde não deve – onde ainda isso for possível, claro – e investir em conscientização, cultura, educação do nosso povo. E obras, muitas obras, para reduzir riscos e minimizar danos como os que vemos repetidas vezes.

Ah, e para finalizar: os políticos pararem de fazer uso político de um problema antigo e tão sério, culpando apenas o atual Prefeito pelo caos em vários bairros. Ocupantes anteriores da mesma cadeira pouco ou nada fizeram, inclusive vereadores, deputados e senadores atuantes e aposentados. É hora de fazer política com seriedade, de verdade.