China quer impor censura prévia ao jornalismo digital

Autoridades chinesas responsáveis pela imprensa anunciaram um projeto de lei que vai proibir que as páginas na internet e nos portais informativos produzam notícias próprias, além de impor a censura prévia a esses conteúdos.

Segundo o projeto, divulgado em comunicado da Administração Estatal de Imprensa, Publicações, Rádio, Cinema e Televisão, os serviços informativos na internet deverão contratar “supervisores profissionais”, encarregados de rever o conteúdo das notícias antes que sejam publicadas.

Além disso, só se pode emitir informação audiovisual procedente de rádios e televisões já estabelecidas que tenha, no mínimo, caráter municipal, destacou a circular.

As violações a essas novas regulações podem resultar em multa de até 30 mil yuan (4.303 euros), acrescenta a administração estatal, que também estabelece que todos os programas divulgados sejam arquivados durante pelo menos dois meses após a emissão. A medida foi publicada para colher opiniões da população até o fim de junho.

Com informações da Agência Lusa

Meio Ambiente: Poluição afeta quase 90% das principais cidades da China

O ar que se respira em quase 90% das principais cidades chinesas continua aquém dos padrões de qualidade, apesar da “melhoria” registrada em 2014, segundo avaliação divulgada hoje (2) pelo Ministério chinês da Proteção Ambiental.

Das 74 cidades avaliadas, apenas oito satisfizeram os padrões nacionais de qualidade do ar, principalmente quanto à densidade das pequenas partículas, as mais suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões e de atacarem o sistema respiratório. Em 2013, só três cidades (Haikou, Lhasa e Zhoushan) cumpriram os padrões, diz o ministério.

Pequim, considerada uma das capitais mais poluídas do mundo, “não está entre as dez piores nem entre as dez melhores”, informa o jornal China Daily, sem precisar o lugar ocupado pela cidade. Mas sete das dez cidades chinesas com pior qualidade do ar em 2014 estão em volta da capital. Hoje, o índice municipal de qualidade do ar em Pequim estava no nível “moderadamente poluído”.

A poluição tornou-se nos últimos anos uma das principais fontes de descontentamento popular na China, além da corrupção e das crescentes desigualdades sociais. Em março de 2013, o novo primeiro-ministro, Li Keqiang, prometeu que o governo ia “declarar guerra à poluição”.

Seis empresas de Taizhou, na província de Jiangsu, no Leste da China, foram condenadas em dezembro passado a pagar 160 milhões de yuans (cerca de 23 milhões de euros) por terem descarregado 25 mil toneladas de detritos químicos em dois rios, na maior multa desse tipo ordenada por um tribunal chinês.

Das dez cidades com melhor qualidade do ar em 2014, quatro (Shenzhen Zhuhai, Huizhou e Zhongshan) ficam na província de Guangdong. Entre as dez piores, a lista é liderada por Baoding, cidade da província de Hebei situada a cerca de 200 quilômetros ao sul de Pequim e que é a sede de uma das mais conhecidas fábricas chinesas de painéis solares.

Em 2014, o número de dias “altamente poluídos” na capital chinesa diminuiu para 45, treze a menos do que em 2013. Houve 93 dias com qualidade do ar “excelente”, 22 a mais do que no ano anterior.

Da Agência Lusa

Economia da China cresce 7,8% em 2012

A economia da China cresceu 7,8% em 2012. Apesar de o percentual ser elevado, as autoridades chinesas informaram que houve uma desaceleração. Foi o pior índice desde 1999, quando ficou em 9,3% – depois subiu para 10,4%. Os dados foram divulgados hoje (18) pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China.

De acordo com os números preliminares, o Produto Interno Bruto (PIB) foi US$ 8,28 trilhões em 2012. O economista Wang Jun disse que o governo aumentou os estímulos à economia no ano passado, no esforço de produzir resultados.

Em maio de 2012, o governo diminuiu o controle sobre a concessão de empréstimos, os projetos de construção e as reduções fiscais. Também foram registrados aumentos nas vendas a varejo, que subiram de 14,9%, em novembro, para 15,2%, em dezembro.

O crescimento da produção industrial foi 10,3% em dezembro, com pequeno aumento em comparação a novembro, que foi 10,1%. As exportações da China, um dos principais parceiros econômicos do Brasil e de vários países, aumentaram em 2,9%.

As autoridades reconhecem que as incertezas que cercam a economia da China em 2013 envolvem os mercados externos e o setor imobiliário doméstico. A meta de crescimento para o ano é 8%. *Com informações da agência estatal de notícias da China, Xinhua.

China quer investir R$ 200 milhões para montar trens no Brasil

Com contrato fechado para fabricar 34 trens para o governo do Rio, a empresa vai investir R$ 200 milhões numa unidade na cidade de Três Rios (RJ), próxima à divisa com Minas Gerais. Atualmente, a CNR mantém produções na Ásia, na Austrália e na África. A construção dos trens no Rio era uma das exigências da licitação para a compra de novas composições. Uma primeira encomenda para 30 trens, adquiridos por US$ 166 milhões (R$ 300 milhões), está em produção na China. O início das entregas está previsto para o fim do ano.

A companhia chinesa vai se instalar na fábrica da TTrans, que funciona há 12 anos na cidade. As duas empresas firmaram acordo de cooperação técnica. A atual unidade da TTrans está com 70% de capacidade ociosa, que será ocupada pela CNR. Atualmente, a fábrica tem 170 funcionários. Com a chegada dos chineses, a previsão é alcançar 2.500 trabalhadores. Os R$ 200 milhões serão investidos na aquisição de maquinário e modernização da planta já existente.

Três Rios, cidade com população estimada em 76 mil habitantes, tem tradição ferroviária. Era lá que funcionava a Companhia Industrial Santa Matilde, uma das principais fabricantes do setor nos anos 1970. Além da mão de obra local já habituada ao setor ferroviário, incentivos garantiram a entrada dos chineses, que ficarão isentos de pagar ICMS sobre a produção dos trens encomendados pelo governo do Rio e operados pela concessionária SuperVia.

Terreno
A Prefeitura de Três Rios já garantiu a cessão de um terreno vizinho de 12 mil metros quadrados, caso a empresa chinesa queira ampliar suas operações. Além de já ter encomendas em outros Estados, a CNR tem tecnologia para fabricar peças e vagões do trem-bala. “Temos a segurança de que os chineses vão permanecer por mais tempo, já que o contrato prevê que eles farão a manutenção dos trens. Haverá demanda por longo período”, diz o prefeito Vinicius Farah (PMDB).

A CNR também é a fornecedora dos 19 trens comprados pelo Metrô Rio por US$ 148,2 milhões (R$ 266 milhões). O primeiro deles tem previsão de chegada ao Rio no fim de 2011. Com a vinda dos chineses, Três Rios projeta crescer 21% nos próximos dez anos. Segundo dados da prefeitura, 91 novas empresas do ramo industrial se instalaram na cidade nos últimos 30 meses. A cidade receberá também nova fábrica da Nestlé, cujo investimento previsto chega a R$ 163 milhões.

Da CNM/CUT

China ameaça controle dos recursos naturais brasileiros

A China é o maior comprador de produtos brasileiros desde 2009 e, ainda este ano, deve ultrapassar os Estados Unidos também como vendedor para o mercado brasileiro.

O prognóstico é do economista Eduardo Costa Pinto, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo ele, enquanto as relações comerciais oferecem oportunidades de curto e médio prazos, podem gerar ameaças de longo prazo.

“Foi muito bom que o comércio Brasil-China tenha deslanchado na última década, mas devemos lembrar também que o comércio é apenas a ponta do iceberg nas relações bilaterais”, disse o economista ao apresentar hoje o trabalho As Relações Bilaterais Brasil-China: A Ascensão da China no Sistema Mundial e os Desafios para o Brasil.

Minérios e alimentos

Ele destacou um fator que pode representar problemas para a economia brasileira.

Como o forte das exportações do Brasil tem sido as commodities (produtos básicos com cotação internacional), especialmente minérios e alimentos agropecuários, o economista argumenta que essa concentração não é desejável.

E pergunta: “em caso de exaustão desses recursos primários, o que o Brasil vai fazer?”

Segundo o estudo, embora a China tenha crescido 10% ao ano, em média, nos últimos dez anos, tem como grande limitação da expansão a questão ambiental, e vai atrás dos países que podem suprir suas necessidades, como o Brasil.

Tanto que, além de comprar recursos naturais, os chineses também investem na aquisição ou na associação com empresas brasileiras para controlar as explorações, principalmente de minerais.

Costa Pinto disse que só no ano passado os chineses investiram mais de US$ 15 bilhões em nosso país, a maior parte no controle de exploração de minério de ferro em duas jazidas de Minas Gerais, bem como nas áreas de petróleo e siderurgia no Rio de Janeiro.

Controle da terra

Mas existe também uma preocupação adicional de setores da sociedade brasileira, que é a compra de vastas áreas de terras agricultáveis na Bahia e em Goiás.

Ele enfatizou que a dinâmica comercial e financeira entre os dois países “traz oportunidades para o Brasil no curto e médio prazos, mas se não forem bem aproveitadas poderão representar ameaças no longo prazo”.

O economista citou ainda a perda de participação de nossas exportações para outros competidores, perda do controle estratégico sobre fontes de energia, principalmente petróleo, e de recursos naturais, como terras e minas, que podem acarretar em “aumento da vulnerabilidade externa estrutural”.

Cuidados com a China

Segundo ele, o Brasil tem que avançar nos instrumentos de regulamentação, regulação e fiscalização da compra de terras e de recursos naturais pelos chineses; precisa utilizar mais ativamente os instrumentos disponíveis de defesa comercial no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC); e negociar com o governo chinês condições isonômicas para a entrada e operação de empresas brasileiras em setores restritos a empresas chinesas.

Inovação Tecnologica