Começou na quinta-feira (22/03) o processo seletivo para a primeira turma de Ciências do Trabalho organizada pelo Dieese. Será a primeira turma de graduação da Escola Dieese – o instituto recebeu a autorização do Ministério da Educação no final de outubro do ano passado. As aulas serão iniciadas em agosto, para 40 alunos, e o bacharelado terá duração de três anos.
O coordenador de Educação do Dieese, Nelson Karam, destaca a inovação da entidade. “Hoje, não existe um campo de conhecimento denominado Ciências do Trabalho. Muitas universidades já abordam a questão do trabalho, mas limitado a determinado campo”, diz..O objetivo é reunir diversos assuntos, basicamente da área de humanas, sob a ótica do mundo do trabalho, como Antropologia, Economia, Direito e Sociologia. “Será um olhar sobre o trabalho, que hoje está repartido, reunido em um espaço.”
Nessa primeira turma, embora o curso seja aberto a todos os interessados, o público preferencial é formado por trabalhadores e dirigentes sindicais. Segundo Karam, o bacharelado terá dois momentos, o primeiro de fundamentos, com uma base teórica. “A ideia é recuperar o entendimento sobre o trabalho e a importância dele para a sociedade”, afirma. A segunda parte reunirá disciplinas aplicadas, com “boa parte da carga horária destinada a um projeto de pesquisa”.
A seleção inclui uma prova de conhecimento gerais, com questões de múltipla escolha, mais redação, em 3 de junho. A segunda, de 18 a 24 daquele mês, compreende entrevista com base no currículo do candidato. Os resultados deverão ser divulgados em 2 de julho. Mais informações podem ser obtidas no endereço escola.dieese.org.br.
O coordenador lembra que, nas origens do Dieese, já havia a proposta de um espaço regular destinado à formação. Essa questão foi rediscutida em 2005, durante as comemorações pelos 50 anos do instituto. As aulas da primeira turma, todas no período noturno, serão dadas por técnicos, assessores e professores convidados.
Para o ano que vem, estuda-se um processo mais amplo de seleção. Da mesma forma, está nos planos estender o curso para outros locais – o curso será dado na sede da entidade, na região central de São Paulo. “A nossa ideia é de que, a partir da experiência de São Paulo, a gente possa ampliar essa oferta a médio prazo para outros estados, mas aí em convênio com universidades públicas.”
Da CNM/CUT