Procon de Florianópolis interdita posto de combustível por abuso de preço

Uma operação realizada em postos de combustível da Capital foi iniciada nesta segunda-feira, 13 de abril, pelo Procon da Prefeitura de Florianópolis, e resultou na interdição parcial de um posto de gasolina que realizava cobrança de preço considerado abusivo dos combustíveis.

A ação foi realizada no início da tarde, o posto fica localizado na região Central da Capital. A operação continuará até que os abusos de preço não sejam mais praticados em toda a cidade, o que pode ocasionar em mais postos interditados. A interdição parcial busca dar efetividade a medida cautelar do Peocon e ao código de defesa do consumidor.

Houve uma redução de valor dos combustíveis nas refinarias, mas muitos postos continuaram cobrando o valor sem essa diminuição, o que gerou um lucro de até 35%. Normalmente, estes estabelecimentos trabalham com uma média de lucro de 20% em cima do preço de compra, o que o Procon considera razoável.

O gerente de Fiscalização do Procon da Prefeitura de Florianópolis, Rodrigo César Cássio, explica que alguns estabelecimentos até reduziram o valor de venda do combustível, mas não de forma proporcional com o valor de compra, o que resultou em um aumento drástico do lucro e onerosidade ao consumidor.

Na semana passada, o Procon realizou fiscalização e notificação em 70 postos, pois os  combustíveis da Capital estão sendo vendidos com os maiores valores de todo o Estado.  Algumas das possibilidades previstas por lei, caso os estabelecimentos não cumprissem a solicitação do Procon, poderiam ser multa ou até interdição. Optou-se pela interdição para que a decisão tivesse eficácia na prática.

Quanto custa ter e manter um carro

Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, os gastos mensais feitos com um veículo novo representam, em média, 3% a 4% do valor desembolsado na aquisição do carro

Ouvir que o impacto de um carro no bolso se assemelha ao peso de um filho no orçamento é comum – e não deixa de fazer sentido. Afinal de contas, os gastos que serão feitos com o automóvel serão regulares e irão muito além do desembolso para por o veículo na garagem.

O educador financeiro Renaldo Domingos, do Instituto DSOP, alerta, contudo, que nem todo mundo considera o dispêndio com impostos, manutenção e até eventuais multas antes de comprar um carro. O resultado, escreve ele no livro “Livre-se das dívidas”, é o que o veículo pode se tornar “uma prisão financeira disfarçada de liberdade”.

Pelos cálculos de Domingos, de 3% a 4% do valor do carro serão gastos todos os meses pelo motorista. O percentual inclui IPVA, seguro, DPVAT, inspeção veicular, gasolina, revisão, estacionamento e também a depreciação natural do veículo – ao cruzar os portões da concessionária o carro já perde cerca de 10% do seu valor.

No frigir dos ovos, um carro popular de 25.000 reais terá um impacto mensal médio de 875 reais nas contas de seu proprietário, ou 10.500 reais por ano.

Na visão do educador financeiro, é muito comum que os consumidores comprem o primeiro carro financiado, em geral por um valor próximo a 25.000 reais. Mas quem dividir a conta em até 60 meses, terminará este período tendo pago 42.000 reais pelo automóvel, em prestações mensais de 700 reais.

“Sempre haverá quem defenda que esté é um bom negócio”, escreve Domingos. “O problema é que, cego de desejo, você não pensa duas vezes: compra e, depois, só depois, percebe concretamente as consequências da decisão tomada.” Para ele, quem avalia apenas se a parcela do financiamento cabe no bolso e subestimando todo o resto, corre um sério risco de perder o controle das finanças. “Equivocadamente, algumas pessoas acreditam que o carro é um bem de investimento, quando, na verdade, ele não passa de um bem de consumo, cuja aquisição mal planejada pode correr as bases do orçamento.”

Ele lembra que carros mais potentes e luxuosos implicam maior consumo de combustível e gastos também maiores com seguros e peças. “Ao tomar a decisão de comprar um modelo mais sofisticado, é preciso ter certeza que será possível arcar com os custos adicionais acarretados pela aquisição”, finaliza Domingos.

Exame

Brasileiros não polemizam alto percentual de etanol na gasolina

etanolEnquanto a população alemã enfrenta atualmente um grande debate sobre a inclusão ou não de 10% de etanol na gasolina, como forma de reduzir o consumo de petróleo no país, há anos as misturas fazem parte do cotidiano do brasileiro. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), há quase três anos o consumo do álcool combustível entre veículos leves supera o da gasolina.

Para o diretor da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do MME, Ricardo Dornelles, o êxito do álcool no Brasil se deve à determinação dos sucessivos governos brasileiros em estimular a produção de combustível nacional. “Se um governo acredita que o biocombustível, tratado de forma adequada, é viável, precisa então estabelecer políticas firmes e exigir o seu cumprimento”, defende Dornelles.

A grande polêmica na Alemanha gira em torno da preocupação dos motoristas com eventuais corrosões e problemas mecânicos que a mistura, batizada como E10, poderia trazer a seus veículos. A indústria, no entanto, afirma que esse risco não existe.

Ricardo Dornelles afirma que a postura atual do Brasil frente à produção do etanol a partir da cana-de-açúcar tem como base o interesse do país em criar um mercado internacional de etanol como instrumento de desenvolvimento de matrizes energéticas mais limpas. E também garantir que conturbações políticas nos maiores produtores do petróleo, especialmente no Oriente Médio, não afetem tanto o mercado global, como vem acontecendo nos últimos anos.

O uso da energia elétrica no setor de transportes, acredita o diretor de secretaria, ainda vai demorar a ser uma alternativa no mercado global. Ele ressalta ainda que se deve observar a origem da energia elétrica, pois atualmente a principal fonte geradora é o carvão.

“O Brasil hoje é o segundo maior produtor de etanol do mundo. A cana-de-açúcar responde sozinha por cerca de um quinto de toda a energia utilizada no país”, afirma Geraldine Kutas, representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar no Brasil (Unica), no escritório de Bruxelas. O maior produtor são os Estados Unidos, com combustível a partir do milho.

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