Coronavírus já contagiou 10 milhões de pessoas no mundo

Matéria do El País chama a atenção para a continuidade dos cuidados com o Covid-19, famoso coronavírus. Não há sinais de que a pandemia tenha cessado. Segundo o periódico, pode ser somente um número, mas também significa uma lembrança de que a pandemia continua acelerando e que o mundo ainda está longe de poder controlá-la. Neste domingo foi atingida a marca de 10 milhões de contágios por covid-19 no mundo, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins, que costuma estar um pouco à frente da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao compilar os dados diretamente dos países.

A aceleração da pandemia pode ser claramente vista na América, com os Estados Unidos e o Brasil na liderança dos países que mais informam sobre novos casos por dia. “São 10 milhões, mas 10 milhões registrados”, diz Jeffrey Lazarus, epidemiologista e pesquisador do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), em conversa com o EL PAÍS. Nos Estados Unidos, onde já são quase dois milhões e meio de casos, o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) alertou recentemente que na verdade é preciso multiplicá-los no mínimo por dez.

O Brasil, onde os testes alcançam apenas os doentes mais graves, se aproxima das 60.000 mortes e já supera 1,34 milhão de infectados. E a covid-19 segue se espalhando por lugares preocupantes, como as comunidades indígenas. Em apenas 24 horas, entre sexta e sábado, nove índios da etnia Xavante morreram com sintomas de covid-19, incluindo um bebê. Já há entre os Xavante 102 casos da doença confirmados, além de 61 suspeitos, e 21 mortos, segundo dados oficiais. O coronavírus já chegou em pelo menos quatro dos nove territórios da etnia que se distribuem ao longo de 14 municípios do Mato Grosso.

HIV/AIDS: programa italiano reduz transmissão das mães para os bebês na África

Com a terapia correta, 97% dos bebês filhos de portadoras do vírus da aids (HIV) não nascem com a doença. A informação é da bióloga Zita Sidumo, que chefia o laboratório moçambicano de análise clínica do Programa Dream, mantido pela Comunidade Sant’Egídio, da Itália. Segundo ela, o resultado foi comprovado entre as mulheres que participam do programa nos dez países africanos que contam com o trabalho da entidade: Malawi, Quênia, Guiné, Guiné-Bissau, Camarões, República Democrática do Congo, Angola, Nigéria e Moçambique.

Em pouco mais de uma década, 1 milhão de pessoas em todo o Continente já passaram pelas sedes da instituição. O foco está na prevenção da chamada transmissão vertical, da mãe para o feto. “Fora do programa, a prevalência do vírus transmitido da mãe ao recém-nascido é muito maior”, diz Zita.

Estima-se que um em cada cinco africanos seja portador do HIV. Em algumas regiões, a incidência pode chegar a 60%. O Programa Dream, que não cobra nada dos pacientes e é financiado por doadores internacionais, acompanha a gestação e o nascimento do bebê, faz testes clínicos na criança e auxilia na introdução da alimentação após os seis meses, com voluntários que visitam casas e ensinam as mães a preparar alimentos de alto teor energético e baixo custo.

A voluntária Artemisa Chiziane, que dá dicas sobre alimentação e ajuda a aferir os resultados, diz que uma das queixas mais recorrentes das mães é que elas não têm alimentos adequados para oferecer aos filhos. Acabam dando comida sólida aos bebês antes do tempo, o que não é bom. “Um tomate fervido com um pedaço de peixe já dá uma sopa para um bebê”, ensina a voluntária.

O combate à subnutrição no tratamento da aids é fundamental, pois um organismo enfraquecido facilita a ação de doenças oportunistas, como a tuberculose, que pode matar. Além disso, as mães infectadas recebem medicamentos antirretrovirais e acompanhamento psicossocial, além de alimentos como farelo de soja, farinha de milho, óleo de soja e açúcar. “Não é só dar medicamentos, é uma abordagem holística. Recebemos o doente como se estivesse em casa”, disse Susana Chefa, coordenadora do programa em Moçambique.

Da Ag. Brasil