Um em cada três brasileiros já comprou produtos contrabandeados

Um em cada três brasileiros admite já ter comprado produtos contrabandeados, segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada hoje (25).

Ao menos 40% dos entrevistados disseram saber reconhecer um produto ilegal. O estudo encomendado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) ouviu 4 mil pessoas entre os dias 22 e 24 de abril.

Para 53% dos consumidores, a maior vantagem de um produto contrabandeado é o menor preço. Esse percentual chega a 76% entre aqueles que assumem ter adquirido mercadoria não legalizada. No entanto, 37% dos entrevistados não veem nenhuma vantagem na compra de itens contrabandeados.

A maioria (92%) acredita que a população deixaria de comprar produtos contrabandeados se os preços de venda legal fossem menores. Os produtos contrabandeados têm preços menores porque não pagam impostos na opinião de 89% dos consumidores.

Para 87% os valores mais baixos são possíveis porque esses itens não precisam se submeter às normas de fiscalização e 77% acreditam que os produtos têm qualidade inferior.

Com informações da EBC

França devolve fósseis contrabandeados ao Brasil

A Embaixada da França entregou na quarta-feira (5) ao Brasil 13 fósseis de Mesosaurus braziliensis, um pequeno réptil encontrado no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Eles foram apreendidos pela aduana francesa em 2006, no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. O destino final seria um comprador na Alemanha. Todo o lote tem o valor estimado em R$ 500 mil.

Os fósseis, que têm idade aproximada de 250 millhões de anos, estavam embalados e identificados como livros religiosos. Eles foram remetidos de São Paulo. Segundo apurou a Polícia Federal, eles foram extraídos no interior do estado por uma empresa gaúcha de exploração mineral.

De acordo com o conselheiro de Imprensa e Comunicação da Embaixada da França, Thibaut Lespagnol, antes de serem devolvidos, os fósseis passaram por perícia paleontológica na França para confirmar a origem brasileira.

Depois disso, foram confiscados pela Justiça francesa para serem encaminhados ao Brasil. Já no país, a França teve que encontrar a organização brasileira competente para receber os fósseis.

“Tanto para a França quando para o Brasil, o patrimônio histórico é muito importante. Porque a história é a nossa identidade, para nós é uma evidência que, se pertence ao Brasil, temos que fazer todo o possível para que volte ao Brasil”, diz Lespagnol.

A Polícia Federal foi a organização designada para recebê-los. Eles serão encaminhados ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Quando o processo, que tramita na Justiça Federal de São Paulo, estiver concluído, o lote será encaminhado à universidade ou ao museu apto a recebê-lo.

Segundo o chefe da Divisão de Proteção de Depósitos Fossilíferos do DNPM, Felipe Barbi Chaves, os fósseis são tipicamente encontrados na Bacia do Paraná. Esses foram encontrados no oeste do estado de São Paulo.

“É um material já conhecido, já estudado e, o que é importante para nós, é que, além de ser uma material tipicamente brasileiro, é uma importante evidência do que a gente chama de tectônica de placas, de que o continente americano já esteve unido à África em determinado momento”, explica Chaves.

Para selecionar a instituição que receberá esses fósseis, o DNPM vai levar em consideração alguns critérios, como a existência de exposições permanetes ao público e presença de especialistas na área que possam receber o material. Outra questão que poderá ser considerada é que o material retorne às proximidades da área em que foi encontrado.

Uma pessoa foi indiciada pelo crime, o responsável pela remessa dos fósseis à Europa. Segundo a PF, o processo está em fase final de julgamento. Essa pessoa poderá ser condenada a até dez anos de prisão por contrabando e extração ilegal de produtos minerais.

A PF esclarece ainda que muitos fósseis são encontrados por acidente por empresas em escavações. Esses fósseis devem ser encaminhados ao DNPM. A venda é ilegal.

Da EBC

Forças Armadas fazem megaoperação na Amazonia

O governo brasileiro inicia nesta quarta-feira uma megaoperação para combater narcotráfico, garimpos ilegais e desmatamento irregular na fronteira norte da Amazônia. O Exército chegou a enviar um representante a países vizinhos para esclarecer eventuais temores com a operação. A ação, denominada “Agata 4”, levará 8.700 militares para a fronteira do Brasil com Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Serão usados ainda 11 navios, nove helicópteros e 27 aviões.

A região é considerada o ponto fraco da Amazônia, por ter 5.500 km de fronteira seca e poucas guarnições das Forças Armadas. A perspectiva de intensa movimentação de tropas próximo à fronteira causou apreensão nos países vizinhos. Porém, segundo o general José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto do Ministério da Defesa, a ação não é uma demonstração de força. Equipes diplomáticas visitaram os governos vizinhos para assegurar que a manobra não tem caráter hostil.

“Eu fui à Venezuela, à Guiana e ao Suriname para explicar o sentido da operação [de combater a criminalidade do lado brasileiro da fronteira]. Não é um problema de defesa da pátria”, disse De Nardi. Segundo ele, a ação ocorrerá apenas em solo brasileiro e visa fortalecer a presença do Estado em uma das regiões mais remotas do país.

Contudo, apesar de oficialmente não ter objetivo geopolítico, a operação Agata também não é um mero exercício militar. “É uma operação real, os militares levarão munição real e podem ocorrer tiros reais”, disse o general. A realização da “Agata 4” foi uma determinação da Presidente Dilma Rousseff. Três ações semelhantes já foram realizadas no centro-oeste e no sul em 2011 e mais duas devem ocorrer ainda em 2012.

Narcotráfico
O objetivo da operação será destruir garimpos e pistas de pouso ilegais, além de “sufocar” o tráfico de maconha e cocaína que possui rotas de entrada no Brasil pelo norte da fronteira. Segundo o Ministério da Defesa, a operação “Agata 3”, realizada em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia em 2011, bloqueou a passagem de criminosos pela fronteira e causou um do preço das drogas no mercado negro.

De acordo com estimativa da pasta, só no Mato Grosso a elevação foi de 60% em Cárceres e 100% em Cuiabá. A estratégia do governo é represar o tráfico de drogas, madeira e metais preciosos durante 20 ou 30 dias e depois encerrar a operação.A tendência é que os criminosos preparem então grandes carregamentos logo após a retirada dos militares.

Nesse período, a Polícia Federal, com ajuda da Abin (agência brasileira de inteligência), deflagará a Operação Sentinela e fará incursões pontuais na região para fazer prisões e apreender cargas ilegais.

Da BBC Brasil