Comércio é o setor com mais focos de trabalho infantil

O comércio é o setor que mais concentra focos de trabalho infantil no país. A Agência Brasilapurou que dos 20.105 focos no Brasil entre 2007 e 2012, cerca de 5,4 mil estão no comércio – o que corresponde a mais de 27% do total. O estado onde foi identificado o maior número de ocorrências nesse setor é o Rio de Janeiro, com 1,4 mil. Os dados são do Sistema de Informações sobre Focos de Trabalho Infantil (Siti), do Ministério do Trabalho e Emprego, resultado das ações fiscais sobre a atividade. A agência considerou apenas os dados dos focos nos quais houve identificação e discriminação da atividade exercida.

“Quando a concentração de focos de trabalho infantil está mais forte, revela-se ação mais efetiva e permanente da inspeção do trabalho. Isso tem um aspecto negativo, porque significa que ainda há índices elevados. Por outro lado, é positivo porque demonstra fiscalização mais atuante”, informou a secretária executiva do Fórum Nacional para a Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), Isa Oliveira.

Segundo ela, o comércio tente a concentrar focos pela informalidade e pela flexibilidade, que permite que os menores de idade frequentem a escola e trabalhem.

Depois do comércio, os principais setores em que se identificam focos de trabalho infantil são o de manutenção, com 2,8 mil; o de serviços coletivos e domésticos, com 2,1 mil; e o da indústria, com 1,5 mil.

Na análise de todos os estados brasileiros e considerando todos os setores citados pelo ministério no sistema, a unidade federativa onde mais se encontram focos de trabalho infantil é o Sergipe, com 2,9 mil. Em seguida estão o Distrito Federal, com 2,5 mil, e São Paulo, com 2,1 mil.

Mais da metade dessas ocupações estão entre as citadas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil, oficializada por decreto em 2008. Dos mais de 20 mil focos no país, 10,2 mil fazem parte da lista. Em primeiro lugar estão os trabalhos de manutenção; em segundo, atividades na indústria; e em terceiro, na agricultura.

A lista menciona atividades prejudiciais à saúde (como a exposição ao sol, ao frio, a sangue, a dejetos humanos, lixo, poeira, produtos tóxicos) e à segurança (como o manejo de instrumentos perfurocortantes e o levantamento de peso) e atividades prejudiciais à moralidade (como a exposição a bebidas alcoólicas, drogas, conteúdos impróprios e abusos físicos e psicológicos).

“A maioria desses jovens trabalha na rua, e todo trabalho de rua é perigoso. Alguns danos não são visíveis. Entre os mais sérios está o aliciamento para uso e tráfico de drogas e pequenos furtos. Além disso, há os riscos da exposição ao sol, ao frio e a atropelamentos. Isso caracteriza piores formas de trabalho”, informou a secretária executiva do FNPeti.

De acordo com a legislação brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o trabalho infantil é proibido no Brasil. Dos 14 aos 15 anos, permite-se que o jovem trabalhe como aprendiz. A partir dos 16 anos, é possível trabalhar, desde que não se exerça atividade insalubre, perigosa, penosa ou em horário noturno (a partir das 22h).

Da Ag. Brasil

Países ricos têm 30 milhões de crianças pobres, diz Unicef

Os 35 países mais ricos do mundo concentram 30 milhões de crianças pobres – 15% da população infantil assistida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo relatório divulgado hoje, somente na Europa há 13 milhões de crianças pobres.

O relatório do Unicef é constrangedor para os países ditos economicamente avançados. E deve servir de alerta. O estudo foi feito nos 27 países da União Europeia, além da Noruega, da Islândia, da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos, do Japão, da Nova Zelândia e da Suíça.

As democracias escandinavas têm somente 3% de crianças pobres. Os maiores índices de privação estão em países como a Romênia, Bulgária e Portugal (com mais de 70%, 50% e 27% respectivamente).

O Unicef definiu alguns critérios de comparação para estabelecer pobreza, entre eles, o acesso a três refeições por dia, com frutas e legumes frescos, livros, conexão à internet e um local calmo para fazer as atividades escolares.

De acordo com o relatório, um dos casos que chama a atenção é o da França. Para o Unicef, o país desperdiça dinheiro público. A França é o país que mais gasta verba pública em políticas familiares: 3,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB) é investido no setor, ficando atrás apenas da Itália.

Apesar dos investimentos, a França ocupa o 14° lugar no ranking de crianças pobres. O relatório informa que há cerca de 1,3 milhão de crianças francesas consideradas pobres, o equivalente a 8,8% da população infantil. Do total, a metade mora em locais insalubres e 20 mil crianças não têm domicílio fixo.

Outro critério pesquisado pelo Unicef é a pobreza relativa, o percentual de crianças que vivem em agregados familiares com rendas, ajustadas em função do tamanho e da composição familiar, inferiores a 50% da renda média no país onde vive. Novamente, os países nórdicos e a Holanda têm as menores taxas de pobreza relativa para as crianças, cerca de 7%.

Em contraste, mais de 20% das crianças da Romênia e dos Estados Unidos vivem na pobreza relativa. “A comparação entre países semelhantes mostra que as políticas governamentais podem ter um impacto significativo sobre as vidas das crianças”, afirma o Unicef.

Do Observatório Social

Dia Nacional da Adoção: apenas uma em cada sete crianças em abrigos pode ser adotada

Em uma ampla sala colorida, cercado por cuidadoras, um grupo de seis bebês, com 6 meses de idade em média, divide o mesmo espaço, brinquedos e histórias de vida. Todos eles vivem em uma instituição de acolhimento enquanto aguardam que a Justiça defina qual o seu destino: voltar para a família biológica ou ser encaminhados para adoção.

A realidade das 27 crianças que moram no Lar da Criança Padre Cícero, em Taguatinga, no Distrito Federal (DF), repete-se em outras instituições do país. Enquanto aguardam os trâmites judiciais e as tentativas de reestruturação de suas famílias, vivem em uma situação indefinida, à espera de um lar. Das 39.383 crianças e adolescentes abrigadas atualmente, apenas 5.215 estão habilitadas para adoção. Isso representa menos de 15% do total, ou apenas um em cada sete meninos e meninas nessa situação.

Aprovada em 2009, a Lei Nacional da Adoção regula a situação das crianças que estão em uma das 2.046 instituições de acolhimento do país. A legislação enfatiza que o Estado deve esgotar todas as possibilidades de reintegração com a família natural antes de a criança ser encaminhada para adoção, o que é visto como o último recurso. A busca pelas famílias e as tentativas de reinserir a criança no seu lar de origem podem levar anos. Juízes, diretores de instituições e outros profissionais que trabalham com adoção criticam essa lentidão e avaliam que a criança perde oportunidades de ganhar um novo lar.

“É um engodo achar que a nova lei privilegia a adoção. Em vez disso, ela estabelece que compete ao Estado promover o saneamento das deficiências que possam existir na família original e a ênfase se sobressai na colocação da criança na sua família biológica. Com isso, a lei acaba privilegiando o interesse dos adultos e não o bem-estar da criança”, avalia o supervisor da Seção de Colocação em Família Substituta da 1ª Vara da Infância e da Juventude do DF, Walter Gomes.

Mas as críticas em relação à legislação não são unânimes. O juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça Nicolau Lupianhes Neto avalia que não há equívoco na lei ao insistir na reintegração à família natural. Para ele, a legislação traz muitos avanços e tem ajudado a tornar os processos mais céleres, seguros e transparentes. “Eu penso que deve ser assim [privilegiar a família de origem], porque o primeiro direito que a criança tem é nascer e crescer na sua família natural. Todos nós temos o dever de procurar a todo momento essa permanência na família natural. Somente em último caso, quando não houver mais solução, é que devemos promover a destituição do poder familiar”, defende.

O primeiro passo para que a criança possa ser encaminhada à adoção é a abertura de um processo de destituição do poder familiar, em que os pais poderão perder a guarda do filho. Antes disso, a equipe do abrigo precisa fazer uma busca ativa para incentivar as mães e os pais a visitarem seus filhos, identificar as vulnerabilidades da família e encaminhá-la aos centros de assistência social para tentar reverter as situações de violência ou violação de direitos que retiraram a criança do lar de origem. Relatórios mensais são produzidos e encaminhados às varas da Infância. Se a conclusão for que o ambiente familiar permanece inadequado, a equipe indicará que o menor seja encaminhado para adoção, decisão que caberá finalmente ao juiz.

Walter Gomes critica o que chama de “obsessão” da lei pelos laços sanguíneos. “Essa ênfase acaba demonstrando um certo preconceito que está incrustado na sociedade que é a supervalorização dos laços de sangue. Mas a biologia não gera afeto. A lei acaba traduzindo o preconceito sociocultural que existe em relação à adoção.”

Uma das novidades introduzidas pela lei – e que também contribui para a demora nos processos – é o conceito de família extensa. Na impossibilidade de a criança retornar para os pais, a Justiça deve tentar a reintegração com outros parentes, como avós e tios. Luana* foi encaminhada ao Lar da Criança Padre Cícero quando tinha alguns dias de vida. A menina já completou 6 meses e ainda aguarda a decisão da Justiça, que deverá dar a guarda dela para a avó, que já cuida de três netos. A mãe de Luana, assim como a de vários bebês da instituição, é dependente de crack e não tem condições de criar a filha.

O chefe do Núcleo Especializado da Infância e Juventude da Defensoria Pública de São Paulo, Diego Medeiros, considera que o problema não está na lei, mas na incapacidade do Estado em garantir às famílias em situação de vulnerabilidade as condições necessárias para receber a criança de volta. “Como defensoria, entendemos que ela é muito mais do que a Lei da Adoção, mas o fortalecimento da convivência familiar. O texto reproduz em diversos momentos a intenção do legislador de que a prioridade é a criança estar com a família. Temos que questionar, antes de tudo, quais foram os esforços governamentais destinados a fortalecer os vínculos da criança ou adolescentes com a família”, aponta.

Pedro* chegou com poucos dias de vida ao Lar Padre Cícero. A mãe o entregou para adoção junto com uma carta em que deixava clara a impossibilidade de criar o menino e o desejo de que ele fosse acolhido por uma nova família. Mesmo assim, aos 6 meses de vida, Pedro ainda não está habilitado para adoção. Os diretores do abrigo contam que a mãe já foi convocada para dizer, perante o juiz, que não deseja criar o filho, mas o processo continua em tramitação. Na instituição onde Pedro e Luana moram, há oito crianças cadastradas para adoção. Dessas, apenas duas, com graves problemas de saúde, têm menos de 5 anos de idade.

Enquanto juízes, promotores, defensores e diretores de abrigos se esforçam para cumprir as determinações legais em uma corrida contra o tempo, a fila de famílias interessadas em adotar uma criança cresce: são 28 mil pretendentes cadastrados e apenas 5 mil crianças disponíveis (veja infográfico). Para a vice-presidenta do Instituto Brasileiro de Direito da Família, Maria Berenice Dias, os bebês abrigados perdem a primeira infância enquanto a Justiça tenta resolver seus destinos. “Mesmo que eles estejam em instituições onde são super bem cuidados, eles não criam uma identidade de sentir o cheiro, a voz da mãe. Com tantas crianças abrigadas e outras tantas famílias querendo adotar, não se justifica esse descaso. As crianças ficam meses ou anos depositadas em um abrigo tentando construir um vínculo com a família biológica que na verdade nunca existiu”, critica.

Brasil Carinhoso investirá R$ 10 bi para tirar crianças até 6 anos da extrema pobreza

Mais de dois milhões de famílias brasileiras que vivem na extrema pobreza e têm filhos com até seis anos de idade serão beneficiadas com a nova ação da Agenda de Atenção Básica à Primeira Infância – Brasil Carinhoso, lançada nesta segunda-feira (14), pela presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

Brasil Carinhoso irá combater a miséria na primeira infância, diz presidenta Dilma

O plano reúne iniciativas voltadas para a primeira infância nas áreas social, com a ampliação do Bolsa Família; da educação, com o aumento da oferta de vagas nas creches; e da saúde, oferecendo suplementação de vitamina A, ferro, e medicação gratuita contra asma. A previsão de investimento é de R$ 10 bilhões entre 2012 e 2014.

A expectativa do governo é reduzir em 62% a extrema pobreza na faixa de 0 a 6 anos. O impacto generalizado previsto em todas as faixas é a redução da extrema pobreza em até 40%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Durante o lançamento das novas medidas, a presidenta disse que a iniciativa reduz de fato a extrema pobreza onde ela se concentra, quando se olha pela distribuição etária. “A pobreza se concentra nas faixas de idade mais baixa da população. Essa é, infelizmente, uma das características da nossa distribuição de renda. Chegou a hora de centrarmos o nosso foco e o nosso olhar para essa faixa etária”, enfatizou.

Dilma destacou ainda que a ação representa a primeira porta de acesso a uma vida melhor, com cidadania. De acordo com ela, esse é um governo que não tem medo de enfrentar o duplo desafio de crescer e enfrentar a pobreza. “Queremos ser um país rico e sem pobreza, quanto mais rápido, melhor”, afirmou.

Ações na Saúde

Sobre a distribuição de medicação, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que, de cada cinco mulheres, uma tem anemia. E 20% das crianças brasileiras têm falta de vitamina A. Ele adiantou que será feita uma busca ativa das crianças, para que elas tomem suplementação de vitamina A pelo menos duas vezes por ano, a cada seis meses. E lembrou, ainda, que a asma é a segunda principal causa de internação de crianças de até cinco anos no SUS.

A distribuição de vitamina A será feita durante as campanhas nacionais de vacinação. O suplemento de ferro será garantido por meio das Unidades Básicas de Saúde para quem tiver indicação médica. Os remédios para o tratamento da asma serão distribuídos de graça, na rede Aqui tem Farmácia Popular. Bolsa Família

Bolsa Família será ampliado para garantir a todas as famílias que tenham, pelo menos, uma criança de zero a seis, uma renda mensal de no mínimo R$ 70,00 por pessoa. Esse dinheiro será pago no cartão do Bolsa Família no mesmo dia em que as famílias já recebem o benefício.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, lembrou os resultados do último Censo 2010, divulgados em abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram os indiscutíveis avanços sociais do País na última década. Ela destacou a queda no indicador de mortalidade infantil, que, em uma década, caiu praticamente pela metade, e o aumento da frequência escolar, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, as mais pobres.

“Todos os preconceitos com os pobres e os questionamentos sobre políticas de transferência de renda ruíram com os últimos números do IBGE”, comemorou ela.

Educação

Na área da educação, o governo vai aumentar o número de vagas nas creches. Durante o lançamento do Brasil Carinhoso, foi assinado um acordo com as prefeituras para a construção de mais 1.500 creches em todo o País. O governo federal vai repassar para as prefeituras os recursos para custear cada nova vaga aberta nas creches públicas ou conveniadas.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que, além disso, para cada criança doBolsa Família matriculada, o município vai receber 50% a mais do valor que já é repassado pelo governo federal. Com isso, o governo quer estimular a matrícula de crianças do Bolsa Família nas creches de todo o País.

Outra ação prevista no Brasil Carinhoso é o aumento em quase 70% do valor que o governo federal repassa aos municípios para reforçar a alimentação nessas creches.

A presidenta Dilma enfatizou que vai buscar, “por todos os meios possíveis”, implantar, conveniar e incentivar a implantação de creches no País, em especial para os mais pobres. Isso porque, lembrou ela, a creche é uma forma de se atacar pela raiz a desigualdade – que é sempre uma desigualdade de oportunidades -, para que a criança possa, mais tarde, disputar seu lugar na sociedade.

JusBrasil

 

Campanha Nacional contra a gripe começa neste sábado (5/5) em Joinville (SC)

A Secretaria da Saúde de Joinville já está preparada para receber mais de 62 mil pessoas entre idosos, gestantes e crianças de seis meses a dois anos que devem ser vacinadas na 14ª Campanha Nacional contra a Gripe. A abertura da campanha será realizada pelo prefeito Carlito Merss e pela secretaria da Saúde Antonia Grigol neste sábado (5/5), às 9h, na Policlínica Aventureiro. Durante o evento, será inaugurada a Policlínica Aventureiro I.

Mais de 500 profissionais vão estar envolvidos no Dia D de Vacinação no sábado. Além das 56 unidades de saúde e da Sala de Vacinação Central (rua Itajaí), haverá cinco postos volantes para atender aos idosos nos seguintes pontos centrais: supermercados Giassi, Big (Av. Beira Rio), Angeloni (rua João Colin e Ministro Calógeras) e Shopping Americanas. Todas as unidades estarão abertas das 8h às 17h. A campanha anual de vacinação contra a Influenza prosseguirá até o Dia 25 de Maio.

A responsável pelo setor de Imunização, Maria Goreti Cardoso, frisa que os postos volantes atenderão apenas aos idosos no Dia D de Vacinação. As gestantes e crianças menores de dois anos deverão comparecer às unidades de saúde. “Essa será uma forma de verificar se as crianças estão com todas as vacinas em dia e, caso não estejam, será aproveitado para imunizá-las com as doses faltantes. Já as gestantes também têm que receber a vacina Antitetânica e a de Hepatite B e, por isso, todos devem apresentar a carteira de vacinação”, confirma.

Durante os últimos 14 anos em que foi realizada, a imunização contra a Influenza oferecida pelo Ministério da Saúde contribuiu para a prevenção da gripe e das consequentes complicações da doença. Além disso, houve um impacto considerável na redução das internações hospitalares, óbitos e gastos com medicamentos para tratamento de infecções secundárias. Para tomar a dose, basta procurar uma das 56 unidades de saúde do município e apresentar a carteirinha de vacinação ou algum outro documento que comprove a data de nascimento.

Série Histórica da Influenza Joinville

2005
META…………………….. 32.013
VACINADOS………….. 24.025
75,05% alcançado

2006
META ………………….. 32.603
VACINADOS…………..25.386
77,86% alcançado

2007
META…………………….33.190
VACINADOS………….25.000
75,32% alcançado

2008
META…………………….33.785
VACINADOS………….27.069
80,12% alcançado

2009
META……………………..42.919
VACINADOS…………..31.002
72,23% alcançado

2010
META……………………..43.210
VACINADOS…………..34.724
80,36% atingido

2011
META……………………..62.328
VACINADOS…………..52.272
83,87% atingido

Fonte: Setor de ImunizaçãoGerência da Unidade de Vigilância em Saúde / Secretaria Municipal da Saúde

Mortalidade infantil: país reduz em 47% a mortalidade infantil segundo IBGE

Os dados do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destaca que a mortalidade infantil no Brasil reduziu praticamente pela metade (47%) na última década. Em 2000, 29,7 a cada mil crianças nascidas vivas não completavam o primeiro ano de vida. Em 2010, o índice reduziu para 15,6/1.000.

Os dados divulgados hoje estavam dentro das expectativas do Ministério da Saúde e revelam que o Brasil já alcançou os índices de redução definidos pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, acordo internacional, que prevê uma taxa de mortalidade infantil de 15,7/1.000 nascidos vivos no país, para 2015, além de reforçar a política social que vem sendo conduzida pelo governo.

O Ministério da Saúde tem investido fortemente em políticas públicas voltadas para a família, à gestante e à criança. A Rede Cegonha, conjunto de medidas que garantem assistência integral às grávidas e ao bebê, criou em 2011, 348 leitos neonatais e requalificou mais 86.

A rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável qualificam profissionais da Atenção Básica para acompanhar e fortalecer ações de promoção, proteção e apoio do aleitamento materno e da alimentação complementar.

A região Nordeste, que historicamente concentra os maiores índices, desta vez apresentou a maior redução, de 59%. Em 2000,44,7 crianças – a cada mil nascidas vivas – morriam antes de um ano. Atualmente, a taxa é de 18,5/1.000.

“Esta significativa redução faz parte da expansão da Atenção Básica no país e reflete ainda o compromisso do Ministério da Saúde para acelerar a redução das desigualdades na região Nordeste e na Amazônia Legal dentro do Pacto Pela Redução da Mortalidade Infantil, da ampliação da Estratégia Saúde da Família (ESF) e de ações já preconizadas para a melhoria da atenção integral a saúde das crianças”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

ADOLESCÊNCIA – A pesquisa do IBGE também traz dados sobre a fecundidade das brasileiras. As famílias estão cada vez menores e as mulheres estão adiando a maternidade. Uma boa notícia é a redução da taxa de adolescentes gestantes. As mulheres entre 15 e 19 anos que se tornaram mães passou de 18,8% a 17,7%.

Criada em 2007, a Política Nacional de Planejamento Familiar prevê a oferta de métodos contraceptivos gratuitamente e a venda de anticoncepcionais na rede Farmácia Popular, com redução de preços em até 90%, além da ampliação do acesso vasectomias e laqueaduras. “Para muitas mulheres, tornar-se mãe é um sonho. É importante que toda brasileira possa escolher o momento para torná-lo realidade”, conclui Padilha.

 

Trabalho escravo: crianças bebiam água do gado em fazenda de deputado

Crianças e adultos bebiam a mesma água que o gado na Fazenda Bonfim, zona rural de Codó (MA), onde foram resgatadas sete pessoas de condições análogas às de escravos após denúncia de trabalhadores que não quiseram se identificar. A libertação aconteceu no início de março e foi realizada por ação conjunta de Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Maranhão (SRTE/MA), Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal.

A propriedade em que foram flagradas condições degradantes pertence à Líder Agropecuária Ltda., empresa da família Figueiredo, que tem como sócios o deputado estadual Camilo de Lellis Carneiro Figueiredo (PSD/MA), além de Rogério Carneiro Figueiredo, Rodrigo De Lellis Salem Figueiredo e Camilo De Lellis Carneiro Figueiredo Filho. À Repórter Brasil, o deputado Camilo afirmou desconhecer as denúncias e disse que a fazenda é administrada por seu pai, Benedito Francisco da Silveira Figueiredo, o Biné Figueiredo, ex-prefeito de Codó. Biné, por sua vez, nega que seja administrador e alega que não há trabalhadores na propriedade, “apenas moradores”.

A água consumida no local era a mesma que a utilizada pelos animais da fazenda. Retirada de uma lagoa imunda, repleta de girinos, ela era acondicionada em pequenos potes de barro e consumida sem qualquer tratamento ou filtragem. Os empregados tomavam banho nesta lagoa, e, como não havia instalações sanitárias, utilizavam o mato como banheiro. De acordo com o auditor fiscal Carlos Henrique da Silveira Oliveira, que coordenou a ação, todos estavam submetidos às mesmas condições degradantes, incluindo as crianças pequenas.

Pecuária

A propriedade da família Figueiredo era utilizada para criação de gado para corte. Os trabalhadores resgatados cuidavam da limpeza do pasto com a retirada de ervas daninhas e arbustos, atividade conhecida como roço da juquira, e ficavam alojados em barracos feitos com palha. Os abrigos não tinham sequer proteção lateral, apesar de serem habitados por famílias inteiras, incluindo crianças. Os resgatados declararam aos auditores fiscais que em noites de chuva as redes onde dormiam ficavam molhadas e que todos sofriam com o frio.

A maioria dos trabalhadores era de Codó (MA), a 30 km de distância, e estava há cerca de dois meses na fazenda. Os resgatados não tinham Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) assinada e não contavam com nenhum equipamento de proteção individual no roço da juquira. “Todas as irregularidades e ilegalidades constatadas constituíram total desrespeito a condições mínimas de dignidade da pessoa humana, distanciando-se da função social da propriedade e ferindo assim, além dos interesses dos trabalhadores atingidos, também o interesse público”, explica o coordenador da ação.

Responsabilidade

A empresa Líder Agropecuária consta na declaração de bens do deputado estadual Camilo Figueiredo. Por telefone, ele se disse surpreso ao ser informado pela reportagem sobre a libertação na Fazenda Bonfim. “Isso de trabalho escravo é novidade para mim. Até agora não tomei conhecimento desta situação, vou entrar em contato agora para saber o que houve”, disse. Ele confirmou que seu pai, Biné Figueiredo, é o responsável por administrar a propriedade.

Biné, que foi prefeito do município de Codó em duas ocasiões, de 1993 a 1996 e de 2005 a 2008, negou, por telefone, qualquer responsabilidade. Ele alega que não é administrador da propriedade, e, questionado, disse não saber nem a quem a terra pertence. “Eu não acompanhei a fiscalização e não sei se a situação foi solucionada, mas acredito que sim”, afirmou.

Não é a primeira libertação de escravos envolvendo políticos na região. Em 2009, equipes de fiscalização libertaram 24 pessoas na fazenda do então prefeito de Codó, José Rolim Filho (PV), o Zito Rolim.

Rede Brasil Atual

Rede Cegonha: mães avaliarão qualidade do atendimento pelo SUS

O Ministério da Saúde avaliará a qualidade dos serviços prestados às gestantes assistidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de abril, a Ouvidoria do SUS vai realizar contatos telefônicos com as mulheres que tiveram filhos durante o mês de março com perguntas sobre qualidade da assistência à saúde durante o pré-natal, parto e pós-parto. A Portaria 133 ,publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (27), é resultado de projeto piloto realizado pela Ouvidoria Geral do SUS em Porto Alegre (RS) em novembro do ano passado.

Os números dos telefones serão obtidos nos formulários de Autorização para Internação Hospitalar (AIH), instrumento utilizado pelo Ministério da Saúde para avaliar as ações e serviços do SUS. A AIH, preenchida pelos profissionais de saúde no momento da internação, é ferramenta essencial para a gestão dos hospitais e controle de gastos públicos e integra o Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS), que fornece os dados de quais e quantos procedimentos hospitalares foram realizados, além dos recursos repassados aos estados e municípios para pagamento ao hospital, com regras e critérios pactuados.

Segundo o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, a ação é inédita e faz parte da estratégia da Rede Cegonha, lançada ano passado pelo governo federal. “O preenchimento do campo TELEFONE, na Autorização de Internação Hospitalar (AIH), ajudará a analisar como foi realizado o pré-natal, qualidade da assistência oferecida à gestante, o direito do acompanhante, se o atendimento foi adequado, seguro e humanizado. Essas informações são fundamentais para a melhoria da assistência à saúde”, destaca o Secretário.

Além da avaliação do atendimento às gestantes, a inclusão do campo TELEFONE na AIH possibilitará o aperfeiçoamento na identificação dos usuários, ajudando o Ministério da Saúde a monitorar os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde.

OUVIDORIA ATIVA – A pesquisa será realizada pela Ouvidoria Nacional do SUS. Desta forma, o ministério pretende conhecer o nível de satisfação dos usuários quanto ao atendimento recebido. “A opção de ligar para o paciente é uma ação ativa da Ouvidoria e a pesquisa feita pelo Ministério possibilita que a pessoa fique mais a vontade para avaliar o serviço que lhe foi prestado no SUS”, explica o secretário.

A partir desses resultados, o Ministério também gerará relatórios de avaliação do atendimento e enviará para os gestores locais. “A intenção é identificarmos pontos que precisam ser melhorados”, completou Helvécio Magalhães.

Neste ano, o telefone da ouvidoria foi simplificado: os antigos dez dígitos foram substituídos pelo 136, de fácil memorização e uso pela população. O serviço é gratuito, de telefone residencial, público ou celular.

Em 2011, o Disque-Saúde já recebeu mais de 3,5 milhões de ligações e disseminou 7,5 milhões de informações. Os temas que geraram maior número de ligações foram o Programa Farmácia Popular (23,4%), tabagismo (23%) e aids (9,6%).

Do Portal da Saúde

Parecer da “Lei da Palmada” vai a discussão nesta terça na Câmara

A comissão especial criada para analisar o projeto da “Lei da Palmada” (Projeto de Lei 7.672/10), instalada em agosto, vai se reunir nesta terça-feira (29), às 14h30, na Câmara dos Deputados, para discutir o parecer da relatora, deputada Teresa Surita (PMDB-RR). Ela defende a criação de uma rede de proteção que envolva também o atendimento do agressor, além das vítimas e de suas famílias. Mais de 30 países no mundo já adotaram ou estão em vias de adotar uma lei que proíbe o castigo corporal contra crianças e adolescentes.

Nesta segunda-feira (28), em Salvador, a comissão promove seu último fórum de debates para discutir o aperfeiçoamento da proposta. Participam representantes da Rede Não Bata, Eduque; do Ministério Público da Bahia; da Defensoria Pública da Bahia; do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente; e um representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A “Lei da Palmada”  busca a reversão de um quadro apontado por profissionais de saúde e educadores que convivem com crianças vitimadas e por pesquisa da Secretaria de Direitos Humanos: 70% dos meninos de rua saíram de casa por causa da violência.

O Brasil já tem legislação que veda o castigo corporal para crianças e adolescentes: o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Constituição Federal e a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, que já preveem o dever de proteção contra a violência física e psicológica. Porém, não explicita o que é castigo corporal. O Código Civil permite “castigos moderados”, mas não há parâmetro para saber o que seria isso.

Teresa Surita afirmou que a intenção não é entrar na vida das famílias, mas propor uma política de conscientização do problema e também para a elaboração de políticas públicas que possam atender adequadamente as vítimas da violência.

“Nós temos milhares de crianças que chegam em pronto-socorro, que chegam em hospitais, que foram agredidas dentro de casa, que foram agredidas por um adulto e que não têm o acompanhamento desse atendimento e como tratar essa situação”, destacou a parlamentar.

A presidente da comissão especial, deputada Erika Kokay (PT-DF), adverte que é preciso não minimizar a gravidade da simples palmada. Ela disse que o princípio é de que educação é convencimento, e a palmada segue o princípio de educar pela dor.

Rede Brasil Atual

Crianças de hoje são mais fracas do que a geração anterior

A troca de brincadeiras de rua pela televisão e pelo videogame tem deixado as crianças mais fracas. Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada no Reino Unido. O estudo comparou em 2008 o desempenho em atividades comuns de um grupo de crianças de dez anos com o desempenho de outro grupo de crianças da mesma idade, em 1998. As crianças foram estimuladas a fazer atividades físicas como exercícios de barra e abdominais. Segundo o levantamento, o grupo avaliado em 2008 não consegue realizar os exercícios com a mesma facilidade que o grupo avaliado uma década antes. O resultado da pesquisa não surpreendeu o chefe do Centro de Ortopedia da Criança e Adolescente do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Pedro Henrique Mendes.

“A modernidade está fazendo com que as crianças fiquem cada vez mais na frente de computadores, de tablets, de jogos eletrônicos. E elas não têm mais as atividades ao ar livre que elas tinham no passado. Primeiro porque não existem mais grandes áreas como existia no passado. Os pais tem que trabalhar, as crianças ficam em creches e escolas. A gente tem um grande grupo de crianças que estão beirando a obesidade, algumas até obesas,outras bem próximo disso. E fazer o controle da alimentação e da atividade física dessas crianças é bem difícil.”

O especialista afirma que para mudar esse cenário o exemplo tem que vir de casa. “Se os pais são obesos, se eles têm maus hábitos alimentares, se eles não fazem atividade física, as crianças não farão atividade física, não se alimentarão bem e serão obesas. E não só a criança deve-se engajar no processo. Os pais têm que mudar isso e mudar seus hábitos. Segundo passo é estimular as crianças a sempre fazerem atividade física, não necessariamente a nível competitivo, mas por lazer e procurar com a criança adequar os horários, tantas horas para o computador, tantas horas para atividade física”. O especialista acrescenta que além destas dicas, é importante cuidar da alimentação dos pequenos.

O Girassol