PEC dos Jornalistas é aprovada em 2º turno no Senado

Com 60 votos favoráveis e apenas 4 contrários, a PEC 33/09, que restabelece a exigência de diploma de curso superior em Jornalismo para o exercício da profissão de Jornalista foi aprovada no Senado na terça-feira (7). A comitiva de profissionais e estudantes de Jornalismo, que acompanhou e comemorou a decisão, permanece em Brasília para articulações na Câmara dos Deputados, que também terá que apreciar a matéria.

As articulações de bastidores ampliaram o clima tenso da sessão desta terça-feira no Senado. De um lado, parlamentares que resistiam à PEC 33/09 buscavam manobras de plenário para esvaziar o quorum e protelar a votação. De outro, senadores apoiadores da proposta, respaldados pela mobilização da Fenaj, Sindicatos de Jornalistas e estudantes, buscavam conter as medidas protelatórias, pressionar pela votação e convocar parlamentares a virem ao plenário.

Comitivas da Fenaj, dos Sindicatos dos Jornalistas de Alagoas, do Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás, que também trouxe uma delegação de estudantes para participar da mobilização, movimentaram-se desde a manhã desta terça-feira em Brasília. Além de contatos com lideranças do Senado, construíram alianças pela aprovação, também, do PLS 344/08, que estabelece critérios de ingresso nas universidades federais e estaduais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio para estudantes de escolas públicas, e do PLS 652/11, que dispõe sobre a aposentadoria especial dos garçons.

Compromisso público

A tensão aumentou quando cresceram as manobras para tentar adiar a votação da PEC 33. Prevaleceu, no entanto, a pressão da comitiva dos jornalistas e as intervenções dos senadores Antonio Carlos Valadares (PSB/SE), autor da PEC, Inácio Arruda (PCdoB/CE), relator da matéria, e da senadora Lídice da Mata (PSB/BA). Os três parlamentares cobraram o compromisso público assumido pelas lideranças partidárias já no final do ano passado, quando a PEC/33 foi aprovada em 1º turno, e no início do primeiro semestre de 2012, de votar a matéria.

Por volta das 20h30, a PEC dos Jornalistas foi colocada em discussão e votação. A primeira fala, única contrária a manifestar-se no microfone, foi do senador Aluysio Nunes (PSDB/SP). Sucederam-se diversas outras favoráveis à proposta. Quando o painel do Senado registrou, às 21h7min, o resultado da votação, jornalistas e estudantes comemoram. Instantes depois o resultado da votação espalhava-se pela internet.

Câmara dos Deputados é o novo palco da luta

“O Senado mostrou sintonia e sensibilidade com o desejo da sociedade e dos jornalistas pela qualificação e valorização do jornalismo. Temos certeza de que, com mais luta e mobilização, a Câmara dos Deputados fará o mesmo”, considera o presidente da Fenaj, Celso Schröder.

A comitiva dos jornalistas permanece em Brasília nesta quarta-feira, reforçada por dirigentes de outros Sindicatos de Jornalistas e de uma delegação de dirigentes sindicais e estudantes de São Paulo. A mobilização se voltará para contatos com lideranças da Câmara dos Deputados, visando a definição de uma estratégia para acelerar a tramitação da PEC 33/09 em conjunto com a PEC 386/09, de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT/RS).

CUT NACIONAL

Curso de Ciências do Trabalho: Dieese organiza e lança a primeira turma

Começou na quinta-feira (22/03) o processo seletivo para a primeira turma de Ciências do Trabalho organizada pelo Dieese. Será a primeira turma de graduação da Escola Dieese – o instituto recebeu a autorização do Ministério da Educação no final de outubro do ano passado. As aulas serão iniciadas em agosto, para 40 alunos, e o bacharelado terá duração de três anos.

O coordenador de Educação do Dieese, Nelson Karam, destaca a inovação da entidade. “Hoje, não existe um campo de conhecimento denominado Ciências do Trabalho. Muitas universidades já abordam a questão do trabalho, mas limitado a determinado campo”, diz..O objetivo é reunir diversos assuntos, basicamente da área de humanas, sob a ótica do mundo do trabalho, como Antropologia, Economia, Direito e Sociologia. “Será um olhar sobre o trabalho, que hoje está repartido, reunido em um espaço.”

Nessa primeira turma, embora o curso seja aberto a todos os interessados, o público preferencial é formado por trabalhadores e dirigentes sindicais. Segundo Karam, o bacharelado terá dois momentos, o primeiro de fundamentos, com uma base teórica. “A ideia é recuperar o entendimento sobre o trabalho e a importância dele para a sociedade”, afirma. A segunda parte reunirá disciplinas aplicadas, com “boa parte da carga horária destinada a um projeto de pesquisa”.

A seleção inclui uma prova de conhecimento gerais, com questões de múltipla escolha, mais redação, em 3 de junho. A segunda, de 18 a 24 daquele mês, compreende entrevista com base no currículo do candidato. Os resultados deverão ser divulgados em 2 de julho. Mais informações podem ser obtidas no endereço escola.dieese.org.br.

O coordenador lembra que, nas origens do Dieese, já havia a proposta de um espaço regular destinado à formação. Essa questão foi rediscutida em 2005, durante as comemorações pelos 50 anos do instituto. As aulas da primeira turma, todas no período noturno, serão dadas por técnicos, assessores e professores convidados.

Para o ano que vem, estuda-se um processo mais amplo de seleção. Da mesma forma, está nos planos estender o curso para outros locais – o curso será dado na sede da entidade, na região central de São Paulo. “A nossa ideia é de que, a partir da experiência de São Paulo, a gente possa ampliar essa oferta a médio prazo para outros estados, mas aí em convênio com universidades públicas.”

Da CNM/CUT