Corregedoria investiga conduta de juiz por usar bens de Eike Batista

A Corregedoria Regional da Justiça Federal da 2ª Região instaurou uma sindicância para apurar o uso de bens apreendidos do empresário Eike Batista pelo juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Os bens tinham sido apreendidos por decisão do próprio magistrado, em processo, no qual o empresário é acusado de crimes contra o mercado de capitais.

A informação foi divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça, que acompanhará a investigação por meio da Corregedoria Nacional de Justiça. A decisão de abrir a sindicância partiu da presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Reportagens publicadas ontem (24) pela imprensa noticiaram que o juiz Flávio Roberto de Souza usou um dos carros apreendidos do empresário.

Ontem, o desembargador federal Messod Azulay, da Segunda Turma Especializada do TRF-2, determinou a suspensão dos leilões de cinco automóveis apreendidos, que estavam marcados para amanhã (26) e para o dia 9 de março.

O desembargador considerou que os carros não correm risco de deterioração iminente e, por isso, é possível adiar o leilão, a fim de que seja garantido o direito à ampla defesa de Eike Batista.

Com informações da Ag. Brasil

OGX pode cobrar Eike Batista na Justiça no caso do aporte de US$ 1 bilhão

OGX divulgou nesta terça-feira o contrato de “put” com o controlador Eike Batista mostrando que oexercício da opção contra o empresário para que ele injete US$ 1 bilhão na petroleira pode ser determinado pela diretoria da companhia, em caso de ausência de conselheiros independentes.

Na sexta-feira passada, a petroleira informou que sua diretoria vai propor uma reunião extraordinária do Conselho de Administração para convocar uma assembleia destinada a aprovar um aumento de capital de US$ 100 milhões de dólares a ser subscrito por Eike. Os outros US$ 900 milhões seriam solicitados conforme as necessidades de caixa da OGX.

Porém, Eike informou que questionará a validade do exercício da opção concedida por ele à OGX e disse que poderá pedir arbitragem. Um dos argumentos de Eike seria a necessidade de que o exercício da opção da OGX contra ele fosse decidido pelos membros independentes do Conselho de Administração, e não pela diretoria da empresa. Atualmente, a petroleira não tem nenhumconselheiro independente, após todos eles renunciarem.

O contrato da “put” encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira afirma que, na ausência de membros independentes do Conselho, a diretoria pode determinar as condições que validam a opção. Ainda segundo o documento, o controlador está impedido de transferir a “put” a qualquer terceiro ou afiliada. A opção perde a validade se houver mudança no controle da companhia antes de seu exercício, conforme o texto. O contrato da opção à OGX foi firmado em outubro de 2012. A petroleira tem até o fim de abril de 2014 para exercer a opção.

Calote iminente
Na segunda-feira, a agência de classificação de crédito Fitch rebaixou o rating da OGX para “C”, de “CCC”, apontando que a inadimplência da petroleira é iminente ou inevitável. A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.

Com situação crítica de caixa e fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de 280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios. A petroleira – com uma dívida acima de US$ 4 bilhões, a maioria em bônus no exterior – espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas, para conseguir um alívio no caixa.

A Petronas, porém, aguarda a conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio de 850 milhões de dólares com a petroleira brasileira.

Do Correio do Brasil