Artigo: BMW, Busscar – noticiosas especulações da produção automobilística em SC, por Eduardo Guerini

gueriniO mestre em sociologia política, professor Eduardo Guerini, volta a oferecer aos leitores do Blog Palavra Livre o seu olhar atento ao cotidiano, aos fatos que saltam aos olhos de quem verdadeiramente vê. Confira mais esse artigo que faz pensar sobre essas vindas de multinacionais… Confira:

Em seu retiro límbico, criando os pangarés para os barnabés provincianos que se vangloriam de  trocar 5.000 postos de trabalho de empresa nacional contra  1.500 empregos de corporação  transnacional…

Na comemoração do auspicioso mês de abril de 2013 na província catarinense,com a presença de inúmeras personalidades governamentais de todas as esferas, marcaram presença   todos os envolvidos em nova especulação para o lançamento da “pedra fundamental” de nova planta  automobilística na cidade de Araquari (SC),  na região metropolitana de Joinville , nordeste catarinense.

A terra do trabalho, sede de empreendedores criativos e dinâmicos,inserida no padrão automotivo implementado pelo governo lulo-petista como salvação de um plano de desenvolvimento vinculado ao incentivado consumo interno via concessão de crédito para indivíduos, famílias e empresas (estrangeiras como prioridade nacional), sem dinamização das bases produtivas articuladas à  dinâmica da economia nacional foram efusivamente saudados na cerimônia de assinatura do contrato de instalação da fábrica da empresa estrangeira.

Com enfoque mais apurado, a adesão da BMW, tem um conteúdo simbólico importante para a Manchester  catarinense,  encontrar um novo modelo de desenvolvimento para a combalida  indústria metal-mecânica local.  Com toda a sorte de incentivos , doação de terrenos,  acrescidos de  um benefício de reversão de impostos  transformados em crédito em favor da montadora,  qualquer alma benevolente  estaria satisfeita com o  pacote distributivo em favor da empresa alemã. Os benefícios gerados segundo especulações é da ordem de 1.400 diretos, mais alguns empregos indiretos – em torno de 6.000 , sendo  bastante otimista.

Contudo,a história se encarrega de dar força para os vitoriosos, relegando aos derrotados , um olímpico esquecimento diante de  toda  a mobilização de trabalhadores  e classe empresarial para manter  uma empresa nascida em  terras catarinas – a BUSSCAR Ônibus S.A.

Uma empresa tipicamente catarinense, originária de descendentes suecos, iniciando suas operações como simples marcenaria, fábrica de aberturas,posteriormente, carrocerias de caminhões. A ascendente situação iniciada em 1946 progrediu para montagem de uma jardineira (em chassi Chevrolet), transformando-a posteriormente, na importante empresa de produção e montagem de ônibus: meio de transporte para maioria da população brasileira.

Em 1990, a Busscar ganhou reconhecimento no mercado brasileiro e internacional, desenvolvendo tecnologia própria na concepção e fabricação de soluções para este “meio de transporte coletivo” elemento importante paraa crise da mobilidade urbana nas engarrafadas cidades brasileiras e catarinenses. 

Um dado importante, a BUSSCAR empregou em sua época dourada – 5.000 trabalhadores diretos, que produziam  tecnologia própria , um escândalo para nossos governantes domesticados pela lógica  globalizada. As sucessivas tentativas de recuperação judicial, para reescalonamento de uma dívida de R$ 870 milhões, foram  rejeitadas pelos bancos credores (privados e oficiais), resultando  no fechamento daquele símbolo da pujança empreendedora catarinense.

A cerimoniosa ostentação de nosso espetacular cinismo governamental uniu governistas de todas as plumagens para  a foto póstera , demonstrando novamente que  diante da vontade política, toda a máquina estatal dá fluidez aos desejosos interesses privados, para  construir e destruir empreendimentos. A opção para produção automobilística do carro dos sonhos de nossa elite provinciana e colonizada  traduz de forma cabal  qual a opção preferencial  dos gestores em torno da solução dos problemas do transporte nas cidades: ao invés da necessidade coletiva , o privilégio para a mobilidade individual e de luxo.

Em síntese , melhor sofrer no engarrafamento dentro de uma BMW , gerando parcos empregos para os catarinas eufóricos da elite funcional do sistema , do que produzir ônibus  com tecnologia nacional de uma empresa local para massa de trabalhadores espremidos na marca  rejeitada pelo sonho inadiável de nosso operosos governantes.

No ímpeto de pegar atalhos nas cidades engarrafadas, com veículos de marcas globais, tomei uma decisão minimalista inadiável, providenciei o aluguel de  um terreno para criar pangarés crioulos  que poderão ser usados com maestria na próxima eleição. Em breve mandareium plano de investimentos  para os bancos públicos  com intuito de angariar alguns níqueis para montar pastagens na linha de produção de pangarés que serão utilizados pelos barnabés cosmopolitas”.

* Eduardo Guerini é  professor de ciência política da Univali desde 2000. Cursou mestrado em gestão de políticas públicas e sociologia política. Atualmente orienta pesquisas nas áreas da Dinâmica Institucional de Políticas Públicas, Criptoeconomia, Sociologia do Crime, Economia Política da Corrupção e Corrupção Institucional. Atento observador da cena política.

Convention & Visitors Bureau Joinville promove VI Rodada de Negócios

No dia 02 de abril de 2013, o Joinville Região Convention & Visitors Bureau promoverá a VI Rodada de Negócios do Turismo de Eventos de Joinville e Região, evento que reunirá organizadores/promotores de eventos e potenciais clientes do mercado, otimizando as relações do setor turístico. O encontro será na V12 Lounge de Eventos, localizado na Rua Visconde de Taunay, 1103 (na Via Gastronômica de Joinville) a partir das 13h30m.

Fornecedores de várias categorias do segmento de eventos participarão, oferecendo seus produtos e serviços  para empresas que durante este ano,  realizarão eventos na cidade. Cada participante terá uma agenda, com períodos de 15 minutos, para apresentar seu portfólio a estas empresas, denominadas de Empresa Âncora, O evento oportuniza a aproximação entre compradores e fornecedores, contribuindo desta forma, com a geração de novos negócios.

A participação na rodada será garantida mediante a inscrição, que começará a ser realizada a partir de 1º de março. Aos associados do Convention, o valor é de R$ 60,00, para os não associados R$ 350,00. Outras informações através do e-mail:administrativo@eventosemjoinville.com.br ou pelo telefone 47 3433-3483.

Crise Busscar: Sindicato defende voto “não” ao plano da empresa como forma de recomeço

A Busscar continua a se utilizar de meios pouco éticos para convencer a seus cinco mil e quinhentos trabalhadores que tem créditos a receber, para que votem sim ao seu plano de recuperação judicial. Com o dinheiro que deveria estar pagando parte dos 25 meses de salários atrasados, ela contratou uma empresa de comunicação – das maiores do sul do país, portanto, cara – para tentar reverter a imagem ruim que deixou a toda a sociedade, mercado investidor, de capitais e opinião pública. Nada contra a empresa, que vai ganhar o que merece por sua qualidade, mas a fonte das informações continua a tentar gerar desconfiança, confusão, medo e insegurança. Caminho que já a levou ao atual estágio, de quase falência.

Diferente do que seus acionistas tentam implantar na cabeça dos trabalhadores e da opinião pública, o Sindicato dos Mecânicos vem esclarecer que o voto “NÃO” ao plano de recuperação judicial proposto pela Busscar não representa necessariamente o fim da empresa, com lacre nos portões, desligamento de funcionários (quais, quantos e de onde?) e fim do sonho de retomar produção e empregos. O “NÃO”  a esse plano fraco, inconsistente e sem apoio de nenhuma das classes credoras – já há informações de acertos entre bancos, fornecedores e outros fortes credores – pode sim é significar um novo começo para trabalhadores, fornecedores, para toda a economia de Joinville, do estado e do país.

Possibilidades com o “NÃO” são bem melhores
Quem vai decidir o que será feito em relação à Busscar caso o plano receba o “NÃO” é o juiz Maurício Póvoas, que é quem preside oficialmente o processo. Por exemplo: com a negativa do plano, os demais credores podem apresentar na própria assembleia geral dos credores uma outra proposta, que pode ser o aluguel das instalações e retomada da produção, ou ainda recomposições acionárias que certamente implicam na saída dos atuais acionistas da direção geral. Ou seja, em apenas duas das possíveis situações o sonho de continuar a produzir ônibus com o talento de nossos trabalhadores pode continuar, e com salários em dia, direitos e benefícios também.

Por outro lado, caso uma proposta como aluguel fosse acatada pela Justiça, os bens podem sim ser vendidos para pagar os créditos trabalhistas que 5,5 mil pessoas tem a receber da Busscar. Os mesmos bens não operacionais que a empresa alega que vai vender caso o seu sim seja aprovado, com a grande diferença que é uma nova gestão, sem vícios, um novo negócio com grandes chances de prosperar, gerando empregos, renda e estabilidade para milhares de trabalhadores. É melhor ter um novo emprego com novos gestores, sérios, com dinheiro novo, e ainda poder receber o que lhe devem, ou ficar na dúvida de manter nas mãos atuais, uma gestão fracassada que deixou os trabalhadores a ver navios por 25 meses, sem respostas, sem pagamentos, sem nada?

Na outra ideia, que um novo ordenamento acionário aconteça, com bancos, fornecedores e novos investidores assumindo todo o passivo e a empresa como está hoje, com dívidas com trabalhadores, fornecedores e tudo o mais a pagar, um novo projeto pode ser apresentando, aí sim com os trabalhadores sabendo quem são os investidores, quanto dinheiro será investido, um horizonte novo a ser trilhado com retomada da produção com novos sócios, e não o que hoje está colocado, que sempre fez promessas e a todas descumpriu.

O que você escolheria trabalhador? Uma gestão viciada, orgulhosa, que jamais cumpriu seus acordos com trabalhadores nesta crise, que pode vender todos os bens que são sua garantia de receber para colocar em mais uma aventura sem perspectivas de sucesso, ou uma nova gestão, profissional, organizada, com recursos financeiros para pagar o que se deve aos trabalhadores, manter a produção ativa, forte e gerando mais empregos, renda e fazendo a economia girar? Por isso que o Sindicato insiste em alertar e orientar aos trabalhadores: o NÃO pode ser sim o recomeço de suas vidas com dignidade, com empregos dignos, pagos em dia, e com seus créditos a receber sendo pagos com Justiça e dentro do que prevê a Lei de Recuperação Judicial.

O “Sim” quita tudo, os bens em garantia são vendidos, você fica desamparado
Uma das coisas que a Busscar não diz, ainda que amparada por assessores especializados, é que o plano de recuperação apresentado por eles, caso aprovado, representará para os trabalhadores a quitação geral e irrestrita de seus créditos a receber. Isso está previsto em lei, na Lei de Recuperação Judicial!

Ao aprovar o Plano, você trabalhador não terá mais direito aos seus valores a receber caso a Busscar venha a quebrar novamente, o que é muito provável com esse plano economicamente inviável. Mesmo entrando na Justiça novamente, você não terá direito porque receberá em garantias totais as tais “debêntures”, que no caso da Busscar são papéis “podres”, ou seja, sem valor por não existirem garantias reais. Você passará de credor a até devedor junto com os acionistas da empresa. Portanto, fique atento porque você pode trocar o certo pelo duvidoso caso o sim seja aprovado. Veja o que são debêntures:

“Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, regulamentados pela (CVM), os quais podem ser emitidos por sociedades por ações de capital aberto ou fechado.  São usadas quando estas empresas necessitam de dinheiro para financiar seus planos de desenvolvimento mas não desejam recorrer a empréstimos bancários, se tornando portanto um dos instrumentos mais interessantes de captação de recursos de que uma empresa pode lançar mão, no âmbito dos mercados de capitais.

Podem ser de médio e longo prazos, simples ou conversíveis em ações, sendo que no segundo, o título possui características de renda fixa e de renda variável ao mesmo tempo: debenturistas podem fazer o resgate, na data de vencimento, em dinheiro ou em ações.Elas podem também podem render juros, pré ou pós fixados, prêmios e outros benefícios. As 4 garantias alternativas oferecidas aos debenturistas:

Real, assegurada por bens do ativo da empresa emissora ou de terceiros (hipoteca, penhor ou anticrese);

Flutuante, com privilégio geral sobre o ativo em caso de falência;

Subordinada, com preferência sobre o crédito dos acionistas, em caso de falência;

Sem preferência, ou seja, sem privilégio em caso de falência.

OBS: As características das debêntures devem sempre constar em sua escritura de emissão que deverá ser coordenada por uma instituição financeira, que pode ser um banco de investimento ou múltiplo, corretora ou distribuidora de valores mobiliários. Referenciada no mercado financeiro como coordenador líder, essa instituição modelará a operação, tomará providências pertinentes junto à CVM, preparará uma diligência (due diligence) sobre as informações da empresa emissora disponibilizadas ao público-alvo, organizará apresentações (road shows) e colocará o título junto a investidores”.

Viram só o que se está propondo aos trabalhadores como a poção mágica, que vai curar todas as dívidas da Busscar? E vejam bem, isso tudo em um parcelamento que prevê seis meses de carência (!) e depois mais 36 meses, completando, sem qualquer atraso, 42 meses para receber! Contando os 25 meses que já estão em atraso, já chegamos a 51 meses, ou cinco anos e três meses, caso tudo corra bem… Você acha que isso ainda é pouco para você se convencer a votar “NÃO” contra esse plano da Busscar? Pois vamos a mais informações.

A empresa diz em seus informativos e palestras para trabalhadores – onde até choro convulsivo é visto com apresentação em telão – que vai vender os bens não operacionais para manter a empresa funcionando, pagando salários, pagando atrasados, bancos, etc. E põe mais um adendo, quase imperceptível: a venda da Tecnofibras, ou TSA, como preferirem. Portanto, você trabalhador não terá mais as garantias reais caso a empresa quebre novamente – muito provável com esse plano e essa gestão – e a jóia da coroa, a Tecnofibras, será imediatamente vendida após a possível aprovação do tal plano da Busscar.

Isso está dito no informativo da empresa. Ou seja, a única empresa que gera empregos dignos ainda, paga em dia, gera impostos e tudo o mais, vai ser vendida, e para quem? Eles dizem já ter comprador. Quem será? E porque a pressa em vender exatamente a empresa que gera lucros, e até banca parte dos apaniguados aos acionistas atuais. O que estará por trás dessa manobra? Porque não manter a Tecnofibras junto ao grupo, para manter forte? Por que vender? O que ficará para garantir os trabalhadores, o que não tem valor e chances de venda rápida? E os trabalhadores da Tecnofibras, sabem que podem ser usados como massa de manobra, votando a favor de um plano, de uma gestão que vai logo em seguida descartá-los?

É por essas e tantas outras que o Sindicato orienta a seus trabalhadores pelo voto “NÃO” a esse plano da Busscar. Além de ser fraco, inviável, tem armadilhas para os trabalhadores. Não há preocupação nenhuma em garantir salários, ativos fortes para caso de quebra. Todos os bens serão vendidos, não sobrando nada para garantias reais aos trabalhadores, e nada para garantir as tais debêntures que eles propõe para pagar, papéis sem valor para receber, e que ainda quitam as dívidas deles para com os trabalhadores.

Toda essa espécie de “circo” armado com entrevistas, palestras, presenças aqui e acolá tentando mostrar transparência e preocupação não passam de cortina de fumaça, encenação, porque o desespero bateu à porta. O dia da votação na assembleia geral dos credores está chegando, anote e não falte – 22 e 29 de maio a partir das 8 horas no complexo do Centreventos Cau Hansen em Joinville (SC). Tudo que está saindo na imprensa de parte da Busscar visa encenar, confundir, criar medo do futuro. O que mais poder acontecer do que já aconteceu aos trabalhadores? Estão sem receber há meses, e ainda podem ficar sem garantias reais para receber no futuro caso o sim passe. Ou podem ver algo novo nascer, com a votação do “NÃO”, que o Sindicato e quase dois mil trabalhadores que aprovaram em assembleia, e acreditam.

Está na hora da verdade para você trabalhador! Aqui é o lugar dos trabalhadores, onde se defendem os seus direitos. A informação correta, verdadeira, você só tem aqui. Faça contato conosco, participe, convide seus colegas a votar pelo justo. Depois não adianta chorar. O Sindicato reitera que defende os direitos dos trabalhadores, deseja a recuperação dos postos de trabalho, dos salários, da renda, da produção, mas não às custas dos trabalhadores.

Posicionamento retirado do site do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região.

Presidenta sanciona lei que amplia limite de faturamento

A partir de 2012, o trabalhador por conta própria que tiver faturamento bruto de até R$ 60 mil por ano poderá se cadastrar como Empreendedor Individual (EI) e ter acesso a benefícios da Previdência Social, como aposentadoria por idade e auxílio-doença.

A lei que amplia o limite de faturamento do EI de R$ 36 mil para R$ 60 mil anuais foi sancionada nesta quinta-feira (10) pela presidenta da República, Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto.

A presidenta ressaltou a importância da nova lei, que deve incentivar ainda mais a formalização dos empreendedores. “Reafirmo meu comrpomisso com o crescimento do país e com os empreendedores que são responsáveis pela geração de empregos. Queremos ser facilitadores do seu desenvolvimento”, disse.

Hoje, há uma lista com mais 400 ocupações que se enquadram no perfil de empreendedor individual. Entre elas, doceira, pipoqueiro, borracheiro, barbeiro, artesão, carpinteiro, encanador, engraxate, jardineiro, jornaleiro, manicure, maquiadora e quitandeira. A lista completa de atividades pode ser consultada no site da Previdência Social.

O Brasil já possui 1.719.444 empreendedores individuais. Entre os estados que possuem o maior número de empreendedores individuais cadastrados estão São Paulo (396.453), Rio de Janeiro (217.955), Minas Gerais (169.262) e Bahia (141.504).

O projeto de lei também reajusta em 50% as tabelas de enquadramento das micro e pequenas empresas no Simples Nacional (Supersimples). Com o ajuste, a receita bruta anual máxima para que as microempresas possam optar pelo regime simplificado passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil por ano. Para a pequena empresa, a nova faixa de enquadramento irá de R$ 360 mil até o teto de R$ 3,6 milhões.

Cadastro – Para se cadastrar como EI e ter acesso a uma série de benefícios e à cobertura da Previdência Social, o trabalhador por conta própria deve se inscrever no Portal do Empreendedor na internet (www.portaldoempreendedor.gov.br). A inscrição é rápida e gratuita e permite ao empreendedor obter o número de CNPJ.

O EI cadastrado paga 5% sobre o salário mínimo (R$ 27,25) mais R$ 1 de ICMS para o Estado caso trabalhe em atividades ligadas à indústria e ao comércio e R$ 5,00 de ISS para o município, caso atue como prestador de serviço. O custo máximo de formalização para quem realiza atividade mista é de R$ 33,25 por mês.

Ministério da Previdência Social

Empreendedores individuais já geraram quase 20 mil empregos com carteira

Os empreendedores individuais – profissionais que empreendem um negócio com faturamento de até R$ 36 mil por ano cadastrados em programa do governo federal – já geraram quase 20 mil empregos com carteira assinada. O dado consta da radiografia desse público, apresentada nesta quarta (6) pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa).

Segundo o levantamento, até 15 de março deste ano, dos mais de um milhão de empreendedores individuais cadastrados, 19.750 contrataram empregados com carteira assinada.

Outro dado mostra que 6.283 destes empreendedores já ultrapassaram o teto de R$ 36 mil por ano, se transformando em microempresa (cuja configuração prevê faturamento de até R$ 240 mil anuais).

Áreas
Os vendedores de roupas e cabeleireiros lideram o número de formalizações, mas a lista também é integrada por atividades como donos de bares e lanchonetes, costureiras, pedreiros, eletricistas, pintores de parede, donos de minimercados e mercearias, serviços ambulantes de alimentação, serviços de reparação e manutenção de computadores e periféricos, fornecedores de alimentos entregues em domicílio, vendedores de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal.

Segundo o levantamento, a maioria dos empreendedores individuais está localizada em São Paulo (20,71%). Em seguida vem o Rio de Janeiro (com 13,04%), Minas Gerais (9,73%), Bahia (9,32%), Rio Grande do Sul (5,56%) e Paraná (5,27%).

Segundo a radiografia, há empreendedores individuais formalizados de outros 99 países, além do Brasil. Os bolivianos reúnem 646 registros. A lista conta também com argentinos, chilenos, portugueses, chineses, italianos, angolanos, libaneses, alemães e japoneses.

Idade
Na análise por idade, o levantamento mostra que as formalizações abrangem desde empreendedores de 16 a 70 anos. A maioria está na faixa entre 31 e 40 anos, e depois, entre 21 e 30 anos.

No recorte por estado, aquele com maior índice de empreendedores entre 16 a 17 anos é Santa Catarina, com 0,24%. No grupo de 18 a 20 anos, lidera o Acre, com 4,54%. Já o estado com o maior índice acima de 70 anos é o Rio de Janeiro, com 0,49%.

Gênero
Os homens são maioria no gênero dos empreendedores individuais: 55%. Um dos estados destaque nesta questão é o Piuaí, onde metade dos empreendedores individuais é composta por mulheres. No Acre, Roraima e Sergipe elas são 49%. Nos estados de Alagoas, Amapá, Ceará, Espírito Santo e Maranhão as mulheres ficam com 48% da participação. Já na análise que leva em conta as capitais, as mulheres estão na frente em Teresina (PI), com 52,80% dos registros; São Luiz (MA), com 52,57%; e Aracaju (SE), com 51,29%.

Em outras capitais, os homens superam as mulheres com índices acima de 50%. As maiores diferenças foram registradas em Recife (PE), onde os homens são 59,86%, e em Florianópolis (SC), na qual representam 59,62%. Os homens são maioria em todas as regiões do País, sendo o maior índice registrado no Centro-Oeste, com 55,53%, e o menor, no Sudeste, com 54,44%.

Domicílio
Mais de 70% dos empreendedores individuais exercem a atividade em domicílio. Em todas as regiões, o índice dos que trabalham em domicílio supera os 70%, com exceção do Sudeste, que tem percentual de 66,65%. O maior índice é registrado na região Norte, com 77,68% atuando em casa. Quanto à forma de atuação, o levantamento mostra que 58,09% atuam em estabelecimento fixo; 20,32% no serviço porta a porta, postos móveis ou ambulantes; 8,52% trabalham em local fixo, mas fora da loja; 6,75% atuam com internet; 3,18% com televendas; 2,16% com Correios; e 0,94% com máquinas automáticas.

Segundo o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, os dados mostram que o programa está atendendo ao seu público-alvo e está contribuindo para fortalecer o crescimento dessas atividades, a exemplo da migração para a microempresa. Ele também acrescenta que as informações poderão orientar políticas específicas para os empreendedores individuais.

“O fato de que mais de 70% dos empreendedores exercem a atividade em domicílio pode contribuir para a definição de políticas públicas que facilitem o licenciamento de empreendimentos domiciliares”, destaca Quick.

Do InfoMoney