Em pleno início do ano letivo, centenas de estudantes da rede pública de ensino estão sem aulas em vários municípios catarinenses por que as escolas estaduais passam por reformas. “Somente em Joinville, a situação afeta cerca de 1,5 mil estudantes de seis instituições”, critica o deputado Dirceu Dresch (PT).
Em Joinville, na semana passada, os pais decidiram fazer protestos para cobrar providências da Secretaria de Desenvolvimento Regional e do governo do estado. “Deixaram para fazer no início do ano letivo obras que deveriam ter sido feitas no início do ano passado. É muita incompetência”, frisa Dresch.
Ele também citou exemplos de escolas estaduais em outros municípios. Em Jaraguá do Sul, o governo do Estado deu início ao fechamento do Colégio Estadual Alberto Bauer, prejudicando centenas de jovens do ensino médio e causando a revolta dos moradores, os quais acionaram o Ministério Público Estadual.
Em Barra Velha, a escola estadual David Pedro Espíndola foi interditada pela Defesa Civil e os alunos precisaram ser remanejados para salas improvisadas na Apae e para outras unidades de ensino. Em Schroeder, a comunidade denuncia que a escola estadual Miguel Couto também está sendo fechada e o número de vagas foi reduzido drasticamente, obrigando os alunos a buscarem matrícula em escolas dos municípios vizinhos, já que é a única unidade de ensino público estadual na cidade.
Na opinião do deputado Dirceu Dresch, o governo deveria reduzir os gastos com as secretarias regionais e, em contrapartida, qualificar a educação, principalmente dos jovens, no momento em que Santa Catarina recebe novas empresas.
“Até agora não se sabe para que servem as SDR. Os prefeitos vêm à administração central para tratar dos problemas. Enquanto isso, o governo gasta R$ 530 milhões por ano para manter as estruturas regionais e as escolas estaduais estão sendo interditadas por representar risco à vida dos estudantes. É um total absurdo.”
Ao falar desse assunto na tribuna da Assembleia Legislativa, o deputado recebeu apoio inclusive de deputados da base governista, como o deputado Nilson Gonçalves (PSDB).
Cerca de 30 alunos da Escola Estadual Conselheiro Mafra, de Joinville, participam na quinta-feira, 12, de uma atividade em favor da solidariedade. Em dois períodos, às 08h30 e às 14h30, os estudantes irão armazenar mais de 50 quilos de arroz e feijão em garrafas pets. Os alimentos foram arrecadados pelas próprias crianças e serão doados para famílias carentes da cidade.
A ideia surgiu nas aulas da professora Sabrina Farias dos Santos, em duas turmas do 5º ano do ensino fundamental. “Lancei para os meus alunos essa proposta de ajuda humanitária e eles adoraram. Teve criança que pediu doação na vizinhança, aos amigos e parentes”, explica. Segundo Sabrina, a técnica de guardar os alimentos em garrafas pets contribui para a conservação dos mesmos.
Os mantimentos serão entregues no final do mês às unidades do Centro de Referência à Assistência Social (Cras). A iniciativa faz parte do projeto “Mãos que ajudam”, promovido pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Brasil. Ao todo, serão ofertadas aproximadamente três toneladas de arroz e feijão, doadas por entidades, instituições religiosas, empresas privadas, entre outros.
Essa matéria está na edição de hoje do jornal A Notícia, mais uma vez falando sobre a tragédia da educação na maior cidade catarinense, em que apenas 10 das 58 escolas estão “boas” em sua infraestrutura. As demais estão caindo aos pedaços. Como já disse em outro post (leia clicando aqui), os cidadãos e eleitores querem saber onde foram parar os milhões anunciados em tantas reformas anteriores que resultam nesse estado deplorável das escolas estaduais. Mais R$ 1,7 milhão para quê? Que tipo de manutenção, como e por quem será feita, quanto custará, e o que resultará ao final? Alguém acredita mesmo que o quadro atual mudará com mais esse anúncio? Alerta aos governantes: vamos trabalhar mais, falar menos, gastar melhor, executar obras com qualidade, olhar para a educação de verdade, e não apenas com retórica vazia e anúncios de milhões que não sabemos se realmente aparecem, e se aparecem, como e de que forma foram, são ou serão utilizados. A sociedade exige mais trabalho e dedicação para a educação. Confiram a matéria e tirem suas conclusões:
— Teremos esse valor para investir até o fim do ano. Por exemplo, se uma escola avisar que o vidro está quebrado, vamos consertar imediatamente —, explica. Clarice garante que a SDR já tem verba destinada para isso, mas precisa da assinatura do governador Raimundo Colombo para lançar o edital. A intenção é repetir esse processo todos os anos.
Enquanto o dinheiro do poder público não chega, as escolas encontram ajuda na comunidade. Para manter os prédios sem problemas – a média de idade das escolas é de 41 anos e só cinco delas têm até dez anos –, os colégios fazem rifas, bingos e sorteios. É quase uma unanimidade a participação da comunidade na busca de recursos para a manutenção.
A professora de mestrado e doutorado em educação da Univali Verônica Gesser diz que não é possível afirmar que existe essa relação em todas as escolas, mas reconhece que é comum e faz um alerta. — Não é responsabilidade dos pais arrecadar dinheiro para arrumar a escola. Isso é dever do Estado. Mas vemos que quando é necessário, eles organizam festas e rifas para melhorar o local onde os filhos estudam —, comenta. A gerente Clarice defende que o papel da comunidade é importante. — As famílias, a sociedade e até os empresários precisam estar conscientes do seu papel na manutenção da escola —, enfatiza”.
Matéria da edição desta segunda-feira (25/6) do jornal diário joinvilense A Notícia mostra o quanto foi feito pelo Governo do Estado para a maior cidade catarinense: pouco, ou quase nada. O levantamento mostra que apenas 17% das 58 escolas estaduais estão em bom estado. Cerca de 10 escolas estão, vejam bem, em bom estado. Cerca de 36% delas, ou 21 escolas, estão em situação precária… entendam como quiserem. E as demais 47% – 27 escolas – sobrevivem em estado “satisfatório”, ou seja, nada diferente de abandono também. O que isso mostra aos leitores? Que o Estado não olhou pela educação em Joinville. Mas também mostra que ou alguém mentiu muito, ou o dinheiro de obras foram desviados, mal investidos, e toda a estrutura de estado mantida pelo dinheiro sofrido dos contribuintes foi em vão.
Onde andaram os governadores, secretários de educação, gerentes regionais de educação e toda a estrutura de servidores regiamente pagos com o dinheiro público? Estavam na lua? Em outro país, ou estado? Ou andavam somente fazendo política e anunciando mentiras a população? A dedução é essa diante desse descalabro com o patrimônio público, onde deveriam estar crescendo as nossas futuras lideranças aprendendo a pensar, cobrar e virarem cidadãos preocupados com o bem estar de todos. Escolas sucateadas mostram o desleixo de quem passou por cargos públicos ao longo das últimas duas décadas, pelo menos. Se é verdade que todos estavam imbuídos de fazer o melhor, e fizeram, porque quase 85% das escolas estão caindo? Por isso a Vigilância Sanitária de Joinville está o tempo todo apresentando serviço! Está tudo caindo o tempo todo!
Desde 1994, portanto há quase 20 anos, governaram Santa Catarina os senhores Paulo Afonso Vieira (PMDB), Esperidião Amin (PP), e Luiz Henrique da Silveira (PMDB), e agora há quase dois anos o senhor Raimundo Colombo (PSD, ex-DEM). Junto com eles, um séquito de secretários e gerentes de educação que se alternam no comando como Heliete Steingraber, Simone Schramm, Clarice Portela, Paulo Bauer (atual senador). E mais outros tantos diretores de escolas. Para que esse estado de coisas chegasse onde chegou, é fato que faltou trabalho, faltou investimento, faltou um olhar prioritário para as escolas, principalmente da maior cidade catarinense. É fato que o dinheiro público não foi bem aplicado, é fato que há de se descobrir onde foram parar os milhões de reais anunciados, supostamente investidos em recuperações de escolas, reformas e afins.
Pior que isso é que Joinville teve seu governador por oito anos, Luiz Henrique da Silveira, e as escolas estaduais estão desabando, literalmente. Que herança é essa que o atual senador deixou para sua cidade? O que dizer do agora também senador Paulo Bauer, ex-secretário da educação em vários governos, inclusive de LHS? Como podem dizer que trabalharam pela educação se o quadro atual é esse, repetindo, quase 85% das escolas estaduais em mau estado, caindo aos pedaços! Eles devem satisfações a sociedade que os elegeu, confiou o voto. E os órgãos de fiscalização devem também satisfações aos contribuintes, visto que ao que mostram os dados oficiais, o dinheiro público foi muito, mas muito mal aplicado.
Por isso o momento de eleger nossos representantes para os cargos políticos, públicos, é um grande momento. Não basta olhar pesquisas de plantão na última hora, na hora de digitar o voto na urna eletrônica. É preciso pesquisa de verdade, acompanhando nossos representantes dia a dia, momento a momento. É o seu dinheiro que está em jogo, e seus filhos que não terão educação pública de qualidade, saúde de qualidade, pavimentações de qualidade, enfim, nada haverá de qualidade para as gerações futuras caso a omissão do eleitor se perpetue. Discurso fácil, e acordos de bastidores, não devem iludir os eleitores.
E fica o recado a quem vem por aí: apresente algo concreto, monte uma equipe competente verdadeiramente, desligada de conchavos e acertos políticos que não sobrevivem a luz do dia. Neste caso específico das escolas estaduais está provado que ninguém fez nada, e dinheiro nosso foi jogado fora, anos a fio, com o acobertamento de muita gente colocada em cargos públicos. Será preciso muito projeto bom, muito dinheiro e projetos consistentes para recolocar a educação pública estadual onde ela deveria estar, prioritariamente, em primeiro lugar. E para mante-la firme, forte, ofertando educação de alto nível. Afinal, a quem interessa uma educação pública falida? Só para interesses privados, distantes do interesse público. E fica a pergunta: o que fizeram os governantes esse tempo todo? Com a resposta, você leitor, e os eleitos que deixaram a desejar a Joinville.