Lixo no esgoto sanitário, e nas áreas mais ricas da cidade? O que é isso companheiros?

esgTodos os dias, materiais de todo tipo – fraldas, absorventes, brinquedos, preservativos e até animais mortos – são recolhidos das redes de esgoto em Joinville. Esse mau hábito causa diversos transtornos, dentre eles entupimento da rede coletora, retorno do esgoto aos imóveis, vazamento na rua e mau cheiro.

A necessidade de desobstruções frequentes impacta diretamente no custo de manutenção das redes. “A empresa responsável por fazer a limpeza cobra um valor por serviço, que poderia ser dispensado se a população se conscientizasse de quanto o lixo causa danos na rede coletora”, afirma César Rehnolt Meyer, gerente de operação e manutenção da Águas de Joinville.

“Em certos locais, a limpeza da rede de esgoto tem de ser feita semanalmente, chegando a ser realizada, em alguns pontos, dia sim, outro não”, afirma a técnica em saneamento Dalva Schnorrenberger. A manutenção é feita para retirar lixo e também o óleo descartado pela pia, o que frequentemente ocorre em locais próximos a restaurantes.

“O óleo solidifica e forma crostas, que obstruem a tubulação”, explica. Cerca de 30% das reclamações de entupimento de rede têm como causa o óleo de cozinha jogado na pia ou vaso sanitário. Mesmo com o trabalho de educação ambiental que é feito pela Companhia, são grandes as quantidades de gordura e lixo encontradas nas redes.

O lixo jogado na rede que vai até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Jarivatuba fica retido em cestos nas estações elevatórias – locais que bombeiam o esgoto até as estações – e precisa ser retirado mensal ou quinzenalmente por uma empresa terceirizada.

Parte do que é jogado na rede coletora consegue chegar à outra estação de tratamento de esgoto. Na ETE Espinheiros – uma estação nova com baixo número de ligações, que ainda não funciona a plena carga – já são encontrados diariamente papéis higiênicos, preservativos, embalagens, tampas de plástico, papéis de bala e até pedaços de brinquedos.

A retirada desse lixo grosseiro é feita duas vezes por dia, de manhã e à tarde. “Conseguimos tirar manualmente a maior parte dos sólidos, mas cabelos e pequenos plásticos podem ultrapassar a primeira fase do tratamento de esgoto, que é o gradeamento. A sujeira pode entrar e danificar as válvulas, ou queimar o rotor das bombas”, afirma Rafaela Machado Soares, técnica em saneamento da Águas de Joinville. A limpeza nas hélices dos misturadores também deve ser feita constantemente, pois um detrito acumulado pode danificar todo o sistema.

Em 2011, sacos de lixo, tubos de cola e até rodinhas de brinquedo foram alguns dos objetos removidos das tubulações do então recém-inaugurado sistema de coleta e tratamento de esgoto do Morro do Amaral. O mau uso do sistema coletor, por parte de alguns moradores, provocou o travamento e queima de pelo menos duas estações elevatórias das cinco que existem na localidade.

Um filtro para educar a população
Com base na quantidade de ordens de serviço abertas para consertos de vazamentos na rede coletora, a Companhia Águas de Joinville criou, em parceria com uma empresa especializada em PVC, um filtro educador. Desenvolvido no ano passado, o dispositivo é instalado entre a rede do cliente e da Companhia e permite que sejam retidos os resíduos médios e grandes, deixando a água escoar normalmente.

Primeiramente, foram instalados filtros nas duas sub-bacias que mais apresentaram problemas na rede de esgoto. A instalação dos equipamentos aconteceu no dia 23 de outubro do ano passado e a partir desta data passaram a ser monitorados. Assim que foram descobertos os imóveis que causavam prejuízo à rede coletora, a coordenação de educação socioambiental da Companhia foi avisada para que realizasse a abordagem domiciliar e orientasse os moradores quanto ao uso adequado da rede.

Segundo Dalva, o filtro não é um dispositivo fixo, mas apenas um identificador do problema. “O filtro é um educador ambiental. Através dele achamos o problema, mas o que resolve a situação é a conscientização das pessoas”, afirma.

Saneamento: nova ETE dos Espinheiros entra em funcionamento dia 20/11

Mais um passo no avanço do tratamento de esgoto de Joinville, e consequentemente na qualidade de vida de toda a cidade, será dado com a inauguração da ETE Espinheiros. A Estação de Tratamento, somada à implantação da rede de esgoto, tem investimento de cerca de R$ 10 milhões, e capacidade para atender mais de 10 mil pessoas. A cerimônia está marcada para o dia 20/11 (terça).

O tratamento de esgoto beneficia diretamente a população que vive às margens da Baía da Babitonga e Lagoa do Saguaçu. “A Estação vai atender todo o bairro Espinheiros, que hoje tem aproximadamente 8 mil moradores, com possibilidade de ampliação para atender uma população de mais de 13,5 mil”, diz Grasiela Breis, coordenadora das estações de tratamento de esgoto da Companhia Águas de Joinville. “A ETE Espinheiros vai ajudar a melhorar a paisagem da Lagoa do Saguaçu e também a vida da comunidade de pescadores do local”, aponta Luiz Alberto de Souza, presidente da Companhia.

A nova ETE, diferentemente das lagoas de estabilização utilizadas no atual sistema do Jarivatuba, terá sistema fechado. Além de monitoramento com acesso remoto, possui tecnologia para manter a concentração de matéria orgânica e vazão constantes, graças à presença de um equalizador. Esta estabilidade permite maior controle de todo o processo.

“O monitoramento remoto e o equalizador farão da ETE Espinheiros a estação mais automatizada de Joinville, e uma das mais modernas do estado”, revela a bióloga da Águas de Joinville Cláudia Rocha. A ETE Espinheiros também terá uma Estação de Tratamento de Lodo (ETL) própria, que permitirá que o excesso de lodo, resultante do tratamento, seja devidamente descartado em aterro.

Agentes socioambientais da Companhia, por meio de visitas e folders explicativos, já informaram os moradores do bairro sobre como ligar corretamente o esgoto doméstico à rede, e sobre os cuidados para não ligar a rede de drenagem ou de piscinas ao sistema. Agora os moradores começam a receber mais uma visita dos agentes, que estão avisando que as ligações à rede de esgoto já podem ser feitas.

Embora o prazo para a interligação à rede seja de 120 dias, contados a partir da data do aviso, a Companhia Águas de Joinville recomenda que as ligações sejam feitas o quanto antes. Segundo o engenheiro Michel Bitencourt, coordenador de fiscalização de obras da Companhia, a ETE não apresenta odor, desde que haja uma carga mínima para funcionar plenamente. “Quanto mais cedo os moradores se ligarem à rede, mais cedo essa carga mínima será atingida”, afirma.

Hoje, a Companhia Águas de Joinville investe mais de R$ 300 milhões em melhorias nos serviços de saneamento básico da cidade, tanto na implantação de rede de esgoto como em melhorias na distribuição de água.

Inauguração da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ESPINHEIROS:

Quando: 20/11/2012 –  terça-feira

Horário: 10h

Onde: final da Rua Francisco R. Miranda – bairro Espinheiros / lateral da Rua. Pref. Baltazar Buschle

Investimento: Cerca de R$ 10 milhões.

População beneficiada: aproximadamente 8.000 pessoas.

Rede de esgoto: 32,3 km, com 12 estações elevatórias (locais onde se faz o bombeamento do esgoto)

Vazão: 21 litros por segundo

Saneamento: matéria em A Notícia ficou muito bacana

Matéria publicada hoje, segunda-feira, 26 de março pelo jornal A Notícia falando do andamento das obras de saneamento em Joinville (SC), maior cidade catarinense, ficou muito bacana. A ilustração então é mais que didática, e além de tudo presta um grande serviço à população que ainda não sabe como funciona, onde está acontecendo, o que ela tem de fazer para se adequar, enfim, detalhes fundamentais do tema, que ainda é tão distante do cotidiano do povão.

Parabéns aos colegas envolvidos com a matéria, vocês mostram que há qualidade superior sim em jornalismo na cidade. Quem quiser curtir, e ter acesso ao mapa e textos é só acessar o www.an.com.br.