Manifestantes protestam contra a extinção do Ministério da Cultura e demissão na EBC

PalavraLivre-extincao-ministerio-cultura-temer-pmdbDezenas de artistas, produtores e agentes do setor cultural realizaram, nesta terça-feira, um concerto ao ar livre em protesto contra a extinção do MinC e a demissão do presidente da EBC, jornalista Ricardo Melo. O ato aconteceu no Palácio Capanema, no Centro do Rio.

Na véspera, a sede do Ministério da Cultura e da Fundação Nacional de Artes (Funarte), na Avenida Graça Aranha, Centro, foi ocupada por centenas de manifestantes contrários à extinção da pasta e ao governo do presidente Michel Temer.

Nesta terça-feira, o protesto aumentou, após a demissão de Melo. O cargo que ocupava é eletivo, com mandato de quatro anos, dos quais o executivo, nomeado pela presidenta Dilma Rousseff, exerceu por apenas 11 meses.

Na ocupação do Palácio, houve também o ato, chamado de “abraçaço”, em que foi dado um abraço simbólico no prédio modernista que, no passado, abrigou o Ministério da Educação.

Também houve um ato chamado de “abraçaço”, em que foi dado um abraço simbólico no prédio

No segundo andar do edifício, onde os ocupantes montaram a base da ocupação, cartazes pedem “cuidado com o patrimônio”, “não comer no carpete” e “não fumar”. Pelo lado de fora, faixas dizem “Fora Temer”, “Golpe”, “Fascistas não passarão” e “Teatro pela Democracia”.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro (CUT-RJ), Marcelo Rodrigues, diz que a CUT apoia o movimento:

“Nós estamos dando total apoio a esse movimento, desde cedo. Por volta de dez horas, começou a ocupação e vamos continuar aqui o quanto for necessários, estamos junto. É contra a extinção do Minc, contra esse governo golpista. A pauta é única. Precisamos do Minc, precisamos levar a cultura mais a sério nesse país e precisamos derrubar esse governo golpista”.

Uma das organizadoras do abraçaço, a atriz e diretora Iara Rocha, da companhia teatral Língua de Trapo Pontos de Cultura, de Petrópolis, diz que a ocupação não tem dia para terminar.

Segundo ela, pelo menos cem pessoas devem pernoitar no Capanema e haverá revezamento entre os manifestantes para manter a mobilização. Ela diz, também, que o movimento não reconhece Michel Temer como presidente.

Segundo ela, participaram da ocupação coletivos do audiovisual, movimento Teatro pela Democracia, Pontos de Cultura, Programa Cultura Viva, representantes do circo e do teatro. O prédio passa por restauração na parte externa e as atividades normais do Capanema não foram interrompidas pela ocupação.

Com informações do Correio do Brasil