Sindicalista joinvilense participa de Conferência na Alemanha

O ex-presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região por 13 anos e atualmente secretário de Finanças da entidade sindical, João Bruggmann, é um dos 35 dirigentes sindicais brasileiros escolhidos pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) para participar da II Conferência Expressões da Globalização: Impacto sobre os trabalhadores – Análise Comparativa Brasil/Alemanha que será realizada em Frankfurt na Alemanha entre os dias 25 e 29 de junho reunindo 100 dirigentes sindicais dos dois países. A primeira edição do evento foi realizada no Brasil em junho de 2009. O evento tem apoio da Federação Internacional dos Metalúrgicos (FITIM – WWW.imfmetal.org.br) e o maior sindicato de trabalhadores da Alemanha, o IGMetall (WWW.igmetall.de).

Os dirigentes sindicais vão aprofundar discussões iniciadas no primeiro evento como a crise financeira internacional, os mecanismos de participação e intervenção dos trabalhadores na gestão das empresas transnacionais e seus limites, e o projeto de desenvolvimento dos trabalhadores. Além desses temas, a precarizaçao das relações de trabalho nos dois países, comparar o atual estágio das condições de trabalho e outros avanços conquistados pelos trabalhadores na Europa, especificamente na Alemanha, e Brasil, são alguns temas da pauta. A delegação também se dividirá em dois grupos nos dias 25 e 26 para visitar as empresas Daimler e Mahle em Stuttgart, e ThyssenKrupp e Mannesmann em Düsseldorf, e conversar com os sindicatos locais. Dia 29 os dirigentes visitam a sede do IGMetall em Frankfurt onde debaterão sobre negociações coletivas e prioridades políticas de ação.

Entre os palestrantes confirmados e a confirmar estão a ministra do Desenvolvimento Miriam Belchior; Marcio Pochmann do IPEA; João Cayres presidente da CNM/CUT; Berthold Hüber, presidente do IGMetall; Michael Fichter da Universidade Livre de Berlim, Thomas Metz do Conselho Europeu na Daimler; Frank Patta, Secretário Geral do Conselho Europeu na Volks, entre outros.  “A intenção é também possibilitar o intercambio de experiências sindicais e fortalecer os laços entre os atores do mundo sindical, com foco na inserção dos jovens na luta dos trabalhadores”, destaca João Bruggmann.

Todas as despesas de viagem como passagens aéreas, hospedagens, alimentação, seguro viagem e traslados internacionais são custeadas pela CNM/CUT, FITIM e Fundação Hans Böckler da Alemanha. Somente traslados nacionais são custeados pelo Sindicato. Bruggmann viaja no sábado pela manha cedo saindo de Curitiba a São Paulo, onde embarca a noite para Frankfurt, e retorna dia 29 de junho. Para Bruggmann, essa participação mostra a importância do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região na luta dos trabalhadores no Brasil.

“Vou participar ciente da responsabilidade que tenho em representar o movimento sindical joinvilense no exterior. Nossa experiência de luta aqui será divulgada na Alemanha, e de lá vamos trazer novidades e mais conhecimento para aplicar nas lutas pelos direitos dos trabalhadores em nosso país”, explica o secretário de Finanças e ex-presidente do Sindicato.

Fonte: Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região

Metalúrgicos, químicos e trabalhadores no vestuário formam Sindicato Mundial

No início desta semana, três das maiores federações internacionais de trabalhadores na indústria vão se unificar, criando a IndustriALL Global Union. A entidade representará aproximadamente 50 milhões de trabalhadores nos setores metalúrgico, químico e de vestuário. A ratificação ocorrerá durante congresso em Copenhague (Dinamarca), que começou dia 18 de junho (segunda-feira) e termina nesta quarta-feira (20). Serão 1.300 delegados de 150 países, entre os quais o Brasil, representado por sindicalistas da CUT e da Força Sindical.

Para o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Valter Sanches, a unificação internacional é um reflexo da configuração econômica – e pode representar, também, uma resposta ao poder das multinacionais. “Os setores industrias têm muita interligação. As cadeias produtivas são interrelacionadas”, observa. Uma possibilidade a ser discutida no futuro, acrescenta Sanches, é a participação do setor da construção e do mobiliário na nova entidade. Por enquanto, o IndustriALL Global Union reunirá Fitim (federação mundial dos metalúrgicos), Icem (setor químico) e FITTVC (vestuário).

No mês passado, a mesma fusão foi anunciada formalmente entre as federações das três categorias no continente europeu. Reunidos em Bruxelas (Bélgica), 550 delegados e convidados participaram da criação do IndustriALL Europa, com 7 milhões de trabalhadores na base. “A influência do sindicato não se deverá apenas à força do número de membros, mas a nossa clara determinação de ser um ator poderoso, decidido e eficaz na cena política europeia”, afirmou o presidente da entidade, Michael Vassiliadis.

Nessa reconfiguração do sindicalismo internacional, Sanches detecta uma possível tentativa de reduzir a participação da América Latina. “A nossa intervenção, dos sindicatos da CUT, é no sentido de que a organização realmente priorize a atuação em países onde o trabalho precário é mais grave”, afirma. Segundo o dirigente, a unificação de entidades por setor ainda não é uma discussão prioritária no Brasil, onde os sindicatos já atuam juntos quando necessário. “Não está na ordem do dia.”

Por: Rede Brasil Atual