Para ela – Uma homenagem a uma mulher estendida a todas

Gi Rabello é a musa inspiradora de Salvador Neto
Gi Rabello é a musa inspiradora de Salvador Neto

Nosso editor, o jornalista Salvador Neto, foi buscar na junção entre a crônica, a poesia e a letra jornalística, a inspiração para escrever uma homenagem à sua companheira, Gi Rabello.

Por entendermos que o texto representa uma bela homenagem também a todas as mulheres neste Dia Internacional da Mulher, reproduzimos no Palavra Livre o que ele escreveu em seu perfil no Facebook, parabenizando a todas as mulheres que lutam todos os dias e fazem a diferença no mundo!

Ela tem a força invencível da mulher brasileira. Desde pequena já tinha responsabilidades em casa, cuidava dos irmãos, encarando a vida como uma adulta.

Cresceu em meio a opressão que aflige todas as mulheres, e ela ainda por questões religiosas. Mas jamais lhe faltou a garra, a vontade de vencer, e a ousadia de sonhar.

Enfrentou as dificuldades para estudar uma faculdade, para quem vem de família simples. Rompeu com dogmas, passou por cima da descrença de muitos.

Virou mãe da bela menina Rayssa, sua pequena flor, a quem protege e cuida como só as mulheres, mães, sabem cuidar. A força e o amor que só a mulher tem e sabe como usar, dar, receber, multiplicar.

Tem dentro dela uma vontade incrível, uma chama ardente por querer ser, aprender, fazer, ser uma profissional do direito, mas com aquele olhar da mulher, percebendo o humano, as diferenças, as necessidades de quem como ela, precisou derrubar barreiras, muitas vezes invisíveis.

Está chegando a sua hora de encerrar um ciclo duro, difícil, mas que forjou uma nova mulher, uma nova Gi Rabello. Daqui a pouco ela será uma advogada, pronta para defender os direitos de quem precisa. Será a sua maior vitória, merecida vitória. Mas será um novo começo, uma largada para a felicidade plena que ela merece.

Neste dia em que oficialmente se comemora o Dia Internacional da Mulher, presto essa homenagem a ela, minha companheira de todas as horas, uma mulher admirável, meiga, linda, amiga que se incomoda com qualquer problema que veja no amigo ou amiga, que deseja ver um mundo mais humano, menos individualista, mais feliz.

Minha amada Gi Rabello – Advogada em formação, você é uma grande mulher, acredite nisso, acredite sempre em você, nos seus sonhos, e tenha coragem de enfrentar todos os obstáculos, pois nada é impossível quando temos a convicção do caminho correto.

Muita amor, paz, sucesso e força sempre em sua vida, que é o que desejo a todas as mulheres neste e em todos os dias!

Essa foto mostra exatamente como você é, e como me sinto com sua ternura no dia a dia. Amo você para sempre, eternamente!”

* Escrito por Salvador Neto, jornalista, escritor e editor do Palavra Livre

 

Minha Crônica: “1461 dias”

Como diria o personagem Chicó (Selton Mello) em Auto da Compadecida, não sei, só sei que foi assim. Naquele dia eu andei pelas ruas, empoeiradas, asfaltadas, lajotadas, enfim, tomei a cidade para mim. Solitário, passeei por colégios eleitorais, encontrei amigos, discuti voto. Dever de cidadão feito, e até mais que isso, resolvi partir para a festa da vitória do candidato que escolhi em segundo turno. Diversão para o lobo solitário. Eis que Marina me liga, me chama para uma cerveja bem próximo ao Centro de Eventos Sítio Novo, em um posto de gasolina. Destino? Talvez. Estava há metros dali. Fui. Nos encontramos, ela e mais um monte de mulheres, grande festa, prévia do que viria depois.

Não demorou muito para que saíssemos dali para o Sítio Novo. Levei Marina comigo, e entramos conversando naquele lugar lotado de gente de vermelho, alegre, feliz pela vitória do futuro prefeito. Me senti feliz por estar ali, vivendo aquele fato histórico para minha cidade. Mal sabia que outro fato marcaria para sempre a minha vida. O teu olhar.

Anda para lá, para cá, abraça um, sorri com outro. Volto ao meio da turma de Marina. E encontro o teu olhar. Inesquecível. Fulminante. Certeiro. Luminoso. Paixão imediata. Sucumbi ao amor que estava em você. Meus olhos não largaram mais os teus. A cada movimento do teu corpo, dos teus cabelos compridos, mais me convencia que encontrara algo que procurei por uma vida inteira. O amor. Entre um gingado e outro das tuas belas curvas, o teu olhar esgueirado ao olhar para trás, me comovia.

Hoje já são 1461 dias daquele momento único. Porque viver é assim tão impreciso? E tão apaixonante, mesmo em tempos de borrascas, trovoadas e desgraças? Antes do encontro de nossos olhares, estivemos no mesmo lugar, na mesma mesa de Marina, e não te vi. Coisas desse mundo louco. E quem lê esta crônica há de pensar no depois desse momento, os abraços, o aconchego, o fazer amor… não, não, nada houve naquele dia.

Mas tudo aconteceu naquele dia. Porque ali marcou o nosso encontro – ou seria um reencontro após muitas vidas? – para sempre. A partir daquele dia, teu olhar não largou mais este homem ávido por um amor de verdade. Você, arisca, desconfiada, ainda atendeu meu telefonema na madrugada. E assim se fez.

Outro encontro, e um chamado de sogra abreviou momentos mais quentes. Que lamento! Troca de telefonemas, emails, até um dia dos mais tristes em minha vida, onde chorastes comigo a perda, o momento inicial de outras agruras. E você me ouviu. Ouviu o choro doído, a amargura, e ficou ali, do outro lado da linha, a me ouvir.

Você não precisava, não sabia, mal conhecia este jornalista escritor de coisas e histórias, e textos, e poesias e crônicas. Mas me deu teu tempo, e me falou coisas bonitas, acalmou meu coração. Mas a vida sempre apronta com a gente. E tudo se desfez logo à frente. Você para um lado, e para outro. Meses se passaram, mas pareciam anos para mim. Teu olhar, sempre ele, me faltava, a inanição da tua fala, tua palavra, tua presença, me faltavam e sofri.

Quando tudo parecia ser mais uma história passada, você reapareceu. Como no olhar, fulminante, você voltou e se atirou corajosa, tal qual o trapezista se larga no espaço vazio a espera dos outros braços que o acolham. Eu, escravo da tua luz, renasci como flores ao receber a chuva. De lá para cá superamos eu e você muitas dificuldades, maledicências, desconfianças, diferenças, tantas coisas! Mas você é o amor da minha vida, e já se passaram 1461 dias de amor, porque amar de verdade é assim.

É brigar, refazer, conversar, sentir, ouvir, ouvir, ouvir, desejar, enfrentar, superar, vencer, perder, viver… E contigo vivo minha Gi Rabello, feliz. Porque tua luz me ensina a perceber que a vida é muito mais. Porque eu sou um homem de sorte por ter você. Quero celebrar tuas vitórias até o último dia que o Criador me conceder, porque amo você, eternamente.

Hoje completam 1461 dias que teu olhar me arrebatou irremediavelmente. Que os dias se multipliquem para que possa te admirar e me apaixonar a cada momento dessa vida especial ao teu lado, minha eterna companheira. E como disse Chicó, não sei, só sei que foi assim, e você está aqui pertinho de mim.