Coronavírus em SC – Governo compartilha ferramenta tecnológica com municípios

Santa Catarina tem um dos melhores resultados do país no enfrentamento ao novo coronavírus. Um dos números que melhor traduzem esse desempenho são as mais de seis mil pessoas recuperadas da doença no estado. Elas dão rosto e voz ao sucesso das estratégias adotadas desde o início da pandemia. A partir desta segunda-feira, 8, mais um instrumento estará disponível para aprimorar o combate à doença. Uma ferramenta online com informações detalhadas será disponibilizada aos municípios para que, com apoio do Governo do Estado, tomem as decisões mais adequadas para cada realidade. Por meio desse sistema, será possível adotar estratégias regionalizadas contra a Covid-19.

A aproximação do Estado aos municípios se dá com tecnologia, responsabilidade e conhecimento. Prefeitos e gestores de saúde poderão utilizar a ferramenta tecnológica com dados sobre o coronavírus em cada cidade e região para acompanhar como o vírus se propaga, avaliar os riscos e quais as recomendações deverão ser colocadas em prática.

“Temos realidades diferentes da doença em cada região. Com a gestão compartilhada e a parceria dos municípios vamos atuar pontualmente em cada situação. Acreditamos que essa é uma estratégia eficiente com foco na preservação da vida e, ao mesmo tempo, fortalece o Estado para um processo de retomada econômica”, afirmou o governador Carlos Moisés.

Sobre a ferramenta
A ferramenta criada no Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) é capaz de mapear e avaliar risco potencial do esgotamento dos serviços de saúde de regiões específicas durante a pandemia da Covid-19. A avaliação servirá como base para identificar prioridades de investimento hospitalar em Santa Catarina, orientar ações municipais e diagnosticar, por meio de indicadores, quais regiões podem ter maior flexibilização de medidas emergenciais durante o novo coronavírus.

“Essa ferramenta é fundamental para compreender uma parte do trabalho desempenhado pelo COES até agora e justifica determinações que tomamos no início. Ela orienta quais regiões representam maior risco potencial e, por consequência, necessitam de maior apoio”, descreveu o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.

Ainda segundo o secretário, com o mapa, cada região terá a oportunidade de saber sua própria situação de risco epidemiológico. Além de apontar fatores, a ferramenta sugere aos prefeitos e secretários o que precisará ser feito para tirar a sua região da área de risco.

Avaliação de Risco Potencial
As dimensões de análise medem itens como atividade e quantidade dos casos, o potencial de o vírus se espalhar e a sobrecarga do sistema de saúde ocasionada pela doença. Os critérios adotados estão relacionados à prioridade de atuação e são: Isolamento Social, Investigação, Testagem e Isolamento de Casos, Reorganização de Fluxos Assistenciais e Ampliação de Leitos.

De acordo com o risco apontado em cada região, há uma série de recomendações às pessoas, aos estabelecimentos, à gestão pública e à saúde pública, cabendo aos municípios, organizados regionalmente, definirem suas prioridades e ações.

A avaliação será atualizada semanalmente e permitirá que os gestores percebam se as ações tomadas surtiram efeito no combate ao coronavírus ou se devem ser ampliadas ou revistas.

Outro dado interessante é que a avaliação também orienta quais são as dimensões que estão mais frágeis. “Mudar a Classificação de Risco Potencial na região só será possível com uma atuação coordenada entre os municípios e que avalie constantemente sua capacidade de vigilância epidemiológica na identificação e rastreio de casos, organização dos serviços de saúde na triagem e no isolamento social”, reforçou Maria Cristina Willemann, epidemiologista que atua no COES e é uma das responsáveis pela ferramenta.

O sistema computacional de inteligência da ferramenta foi desenvolvido pelo Núcleo de Inovação e Inteligência Analítica (NIETTA) da Defesa Civil de Santa Catarina (DCSC).

“A metodologia e indicadores foram definidos pela área técnica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), e a DCSC colaborou com o desenvolvimento da ferramenta computacional para que os gestores municipais tenham acesso e visualização das informações que serão utilizadas para apoiar os munícipios catarinenses na tomada de decisão”, explicou o coordenador do NIETTA, Flávio Rene Brea Victoria.

Segundo ele, o NIETTA utilizou instrumentos de inteligência analítica para o desenvolvimento da ferramenta, que conta com o apoio de análises multiescalares nas regiões de saúde e municípios.

Durante a última semana a ferramenta foi testada com os gestores municipais por meio de webconferências.


Governo de SC decreta nova estratégia regionalizada de combate ao coronavírus

O governador Carlos Moisés assinou digitalmente nesta segunda-feira, 1º, um decreto que permitirá a regionalização das decisões para o enfrentamento à pandemia de Covid-19 a partir de 8 de junho. Com a ação, prefeituras e o Governo do Estado passam a tomar decisões compartilhadas para adotar medidas específicas de acordo com a realidade de cada região. Todas as deliberações serão norteadas por critérios técnicos e científicos, balizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).

“Hoje se inicia uma nova fase desta nossa batalha contra o novo coronavírus, com a regionalização de medidas. Como a doença evoluiu de maneira distinta por Santa Catarina, precisamos de ações diferenciadas. Isso não significa que o Estado deixará de dar suporte aos municípios. As decisões devem ser baseadas em parâmetros como número de casos e óbitos, além de taxas de ocupação de UTI e de transmissibilidade. É importante destacar que esse não é um movimento de flexibilização, uma vez que entendemos que algumas regiões deverão tomar medidas mais restritivas”, destacou Carlos Moisés.

O novo decreto para o enfrentamento ao coronavírus em Santa Catarina foi anunciado em uma coletiva de imprensa durante a manhã desta segunda-feira. Com a determinação, os prefeitos das 16 regiões de Santa Catarina terão indicadores precisos para a tomada de decisão sobre o funcionamento de serviços.

Na coletiva, o governador lembrou que Santa Catarina foi o primeiro estado a adotar medidas de distanciamento social, com o decreto do dia 17 de março. Segundo ele, Santa Catarina colheu bons resultados até o momento, na comparação com outros locais, e isso permitiu a regionalização das decisões a partir da próxima semana.

O presidente da Fecam e prefeito de Caçador, Saulo Sperotto, participou virtualmente da entrevista coletiva e agradeceu ao Governo do Estado pelo compartilhamento de informações que permitirão a tomada de decisões pelos prefeitos.

“Temos agora um modelo diferenciado, regionalizado e compartilhado. Isso nos ajudará muito, essa interação entre Estado e prefeituras. Entendemos que a intenção do Governo é criar uma regra lógica para achar o equilíbrio entre as atividades empresariais e saúde, respeitando a vida das pessoas”.

O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, destacou que o conjunto de indicadores da pasta fornecerá subsídios para que os prefeitos tomem decisões baseadas na ciência. Segundo ele, o distanciamento social continua fundamental neste mês de junho e as autoridades sanitárias contam com a colaboração da população.

“Ainda não temos vacina nem remédio para essa enfermidade. Dessa maneira, os cidadãos devem respeitar as regras de higienização e distanciamento. O Estado trabalha com planejamento para superar todas as dificuldades advindas da pandemia. Quanto mais as pessoas colaborarem, mais rápido sairemos dessa situação”, salientou Ribeiro.

O procurador-geral do Estado, Alisson de Bom de Souza, destacou que os municípios continuam com a possibilidade de tomar medidas mais restritivas, com o apoio do Estado. Ele frisou a importância do diálogo entre os entes estaduais e municipais, de modo a garantir segurança jurídica.

“Esse cenário que se desenha evidencia a cooperação entre o Estado e os Municípios. Isso é fundamental e é o que determina, inclusive, o Supremo Tribunal Federal em decisões recentes dizendo que cabe aos Estados e Municípios, além da União, o dever de proteger as vidas e tomar todas as medidas necessárias para a proteção da saúde das pessoas”.

Transporte

O governador salientou que a partir do dia 8 de junho, os prefeitos poderão decidir pela volta ou não do transporte coletivo municipal e intermunicipal, de acordo com os critérios técnicos estabelecidos. A entrada de ônibus de outros estados e países segue proibida até o dia 2 de agosto.

Educação

A volta das aulas no ensino superior será debatida a partir do dia 6 de julho, a depender do cenário. As atividades presenciais em estágios obrigatórios e as aulas práticas em laboratórios de cursos superiores poderão voltar a partir de 8 de junho. As aulas presenciais nas redes privada e pública, nas esferas municipal, estadual e federal, no que se refere à educação infantil, fundamental e ensino médio, seguem suspensas até o dia 2 de agosto.

Eventos e cultura

Em relação à realização de eventos, tais como shows e espetáculos, a proibição em todo o território catarinense segue vigorando até o dia 5 de julho. O mesmo vale para cinemas, teatros, casas noturnas, museus e parques temáticos.

Esportes

O calendário esportivo da Fesporte também está suspenso até 5 de julho e, posteriormente, a realização de eventos, caso liberada, deve ocorrer sem a presença de público.

Leia o Decreto aqui.

Veja a apresentação do novo plano aqui.

A política baixa no Parlamento Catarinense

No mínimo infeliz a publicação e divulgação de uma postagem do deputado estadual Jessé Lopes (PSL) em seu twitter nesta segunda-feira (25), quando afirma que uma secretária da Casa Civil do Governo de SC teria aparecido grávida e que o ex-secretário da pasta, Douglas Borba, teria assumido a paternidade. Ainda na postagem, Jessé afirma que a secretária, após Borba ser demitido, teria dito que o filho seria do governador Carlos Moisés (PSL) e que um exame de DNA seria feito. Após a imediata repercussão negativa do ato, publicou outra postagem dizendo que somente repassou o que dizia a nota de um colunista da Capital, mas na nota em questão nada dizia sobre o que o deputado divulgara.

Isso não é a política que os catarinenses querem ver, e precisam ter. Certamente atacar adversários políticos pela via da honra, em casos pessoais sejam eles quais forem – e este em especial atinge a secretária, um ex-Secretário e o Governador, sem contar familiares – não é o caminho correto, tampouco ético. A Assembleia Legislativa de Santa Catarina poderia tomar uma medida exemplar para o país ao punir condutas como estas, que podem ser mais uma das fake news tão utilizadas por bolsonaristas para atacar adversários.

Não é honroso para o Parlamento catarinense ter entre seus quadros deputados que, em meio a pandemia do coronavírus, preocupam-se em atacar a honra de quem não gostam. Santa Catarina precisa de trabalho duro dos seus parlamentares para combater o Covid-19, com projetos, ações, fiscalização. O deputado do PSL do B, PSL do Bolsonaro, apagou a postagem depois da péssima repercussão até entre os seus seguidores, mas publicou uma nota de esclarecimento que nada esclarece, diz ter feito uma analogia equivocada em relação a responsabilidade dos envolvidos com o caso dos respiradores.

Tenta retratar-se, mas não consegue, até porque não nomina a quem buscou atacar, como o fez na primeira publicação. Insinua que foi mal interpretado. Mostra que não tem apreço pela imagem das pessoas, da responsabilidade que seu cargo exige. O cargo que ocupa não é um brinquedo, o nome das pessoas não pode ser utilizado de forma deturpada, sob pena de constranger famílias, manchar carreiras, e até destruir reputação e vidas. Lastimável que SC tenha um deputado que age desta forma. Espera-se que a Alesc aja não somente com notas para a imprensa, mas também com o rigor que o caso merece.

O Governador Carlos Moisés enviou nota, assim como o presidente da Assembleia Legislativa de SC, Julio Garcia. Seguem as notas:

Nota do Governo do Estado
“É lamentável que em meio a uma pandemia que coloca vidas em risco, algumas pessoas se aproveitem da situação para divulgar mentiras. Uma destas faz referência ao Governador Carlos Moisés e sua família. Em relação a esta mentira estão sendo estudadas as medidas legais cabíveis – cíveis e criminais – contras os responsáveis pela divulgação. Elas serão anunciadas tão logo definidas. Santa Catarina e os catarinenses merecem respeito.

Carlos Moisés da Silva
Governado do Estado de Santa Catarina”

Nota da Presidência da Assembleia Legislativa
“Aos parlamentares cabe debater ideias e projetos para superar desafios e encontrar caminhos para o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado, com vistas a uma melhor qualidade de vida para todos.
A Presidência da Assembleia Legislativa não compartilha com iniciativas que, de alguma forma, venham a ferir a honra das pessoas, bem como não compactua com pré-julgamentos em quaisquer circunstâncias.

Florianópolis, 25 de maio de 2020.

Coronavírus em SC – 125 novos leitos de UTI são habilitados para SC

Uma portaria do Ministério da Saúde (MS) publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira, 20, habilitou 125 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o atendimento a pacientes Covid-19 em Santa Catarina. As habilitações atendem a 13 unidades hospitalares, ampliando a oferta em todas as regiões catarinenses e representando investimento de R$ 18 milhões do MS.

“Esse é mais um passo importante no enfrentamento à doença em Santa Catarina. Com um esforço constante, desde o início da pandemia, já criamos 396 novos leitos de UTI na rede pública e assim ampliamos o atendimento a esses pacientes”, destaca o governador Carlos Moisés.

Pela portaria nº 1.384, a habilitação tem validade de 90 dias, prorrogáveis por igual período, para atendimento exclusivo a pacientes de Covid-19. Os recursos serão disponilizados aos municípios e Estado de Santa Catarina em parcela única. Por cada diária do leito serão pagos R$ 1,6 mil, o dobro do que normalmente é repassado.

>>> Governo do Estado pagará valor máximo aos hospitais filantrópicos durante pandemia

O secretário André Motta Ribeiro destaca que o compromisso do Governo do Estado é com a ampliação de oferta de serviços de saúde para a população catarinense. “Essas habilitações reforçam a premissa de que o trabalho da nossa equipe técnica está exclusivamente focado na missão principal da SES, que é a de salvar vidas”, disse.

De acordo com o boletim epidemiológico mais recente de Santa Catarina, publicado na noite de quarta-feira, 20, o Estado tem 1.210 leitos de UTI SUS ativos em Santa Catarina, com uma taxa de ocupação de 58%.

Novos leitos de UTI habilitados

  • Hospital Regional de Araranguá – 10 leitos
  • Hospital Municipal Ruth Cardoso (Balneário Camboriú) – 9 leitos
  • Hospital Maicé (Caçador) – 10 leitos
  • Hospital São Francisco (Concórdia) – 11 leitos
  • Hospital de Gaspar – 10 leitos
  • Hospital São José (Joinville) – 20 leitos
  • Hospital Regional Terezinha Gaio Basso (São Miguel do Oeste) – 6 leitos
  • Hospital Oase (Timbó) – 7 leitos
  • Instituto de Cardiologia (São José) – 9 leitos
  • Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes (São José) – 10 leitos
  • Hospital Universitário (Florianópolis) – 8 leitos
  • Hospital de Caridade (Florianópolis)- 5 leitos
  • Hospital de Florianópolis – 10 leitos

CPI dos Respiradores – Cinco depoimentos estão previstos para esta terça-feira (19)

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga supostas irregularidades na compra de 200 respiradores artificiais ouvirá mais cinco pessoas na reunião programada para esta terça-feira (19), às 17 horas. Os depoimentos ocorrem no Auditório Antonieta de Barros.

Conforme anunciado na última reunião da comissão, realizada na semana passada, estão programadas as oitivas de Janine Silveira dos Santos Siqueira, gerente de Contratos e Licitações da Defesa Civil; Carlos Eduardo Besen Nau, lotado na Defesa Civil; Débora Regina Vieira Trevisan, consultora jurídica da Defesa Civil; Iná Adriano de Barros, técnica em atividades administrativas da Secretaria de Estado da Comunicação; e João Gilberto Rocha Gonçalez, representante legal do Instituto Nacional de Ciências da Saúde, que mora em São Paulo e será ouvido por videoconferência.

Segundo o relator da CPI, deputado Ivan Naatz (PL), o objetivo com esses depoimentos é esclarecer como funciona o trâmite de compras e licitações dentro da estrutura do governo do Estado. A comissão terá ainda uma segunda reunião nesta semana, marcada para quinta-feira (21), às 10 horas.

EPIs vindos do Ministério da Saúde chegam a SC em desacordo com normas

O Governo de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, detectou que alguns lotes de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) enviados com a identificação do Ministério da Saúde estavam em desacordo com as normas sanitárias vigentes. Uma vistoria foi realizada pela Diretoria Estadual de Vigilância Sanitária (DIVS) em materiais recebidos na manhã desta sexta-feira (15).

Técnicos da SES foram alertados por servidores públicos diante da entregas de equipamentos de proteção individual (EPIs) com o nome do MS. Foi constatado que as luvas descartáveis não vieram identificadas, apresentavam armazenamento e acomodação em desacordo com as normas sanitárias vigentes, além de quantitativo menor.

De imediato, foi acionado o Superintendente do Ministério da Saúde de Santa Catarina para averiguar possível fraude de fornecedor. Integrantes da DIVS analisaram o material recebido na manhã desta sexta-feira, para tomar as medidas cabíveis.

O fato foi imediatamente comunicado para a Controladoria Geral da União e Superintendência da Polícia Federal em Santa Catarina. Os lotes foram fotografados pela Secretaria de Estado da Saúde e interditados para fazer parte de futura investigação.

CPI dos Respiradores – Aprovado cronograma e primeiros depoimentos

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura denúncias de irregularidades na compra de 200 respiradores mecânicos pelo governo do Estado aprovou, em reunião nesta terça-feira (12), o cronograma de trabalhos, escolheu o deputado Fabiano da Luz (PT) como relator-adjunto e analisou requerimentos de acareações entre testemunhas a serem ouvidas e de documentos a serem requisitados.

Na reunião, o relator, deputado Ivan Naatz (PL), apresentou um cronograma de reuniões da comissão. A tomada de depoimentos – que começa nesta quinta-feira (14), às 10 horas – está prevista para ocorrer até 28 de maio.

Naatz pretende apresentar o relatório preliminar na última semana de junho, após colher sugestões de todos os deputados, e, em seguida, após vistas coletivas apenas a membros da CPI, apresentar o relatório final.

Primeiros depoimentos
Na sessão da CPI da próxima quinta, serão ouvidos Karin Sabrina Duarte, diretora de gestão de licitação de contratos da Secretaria de Estado da Administração; Leandro Adriano de Barros, ex-secretário de Saúde de Biguaçu, advogado e pessoa de confiança do ex-secretário de Estado da Casa Civil Douglas Borba; Mariana Rabelo Petry, advogada em Biguaçu; Mateus Hoffmann, ex-secretário-adjunto da Casa Civil; e o coronel PM João Batista Cordeiro Júnior, chefe da Defesa Civil do Estado.

De acordo com Naatz, a ideia é primeiro compreender o processo e os trâmites de compras dentro das secretarias para depois ir mais fundo na investigação da compra propriamente dita. “É preciso compreender a estrutura interna, identificar quem facilitou os procedimentos e chegar em quem efetivamente apertou o botão de transferência”, afirmou o relator.

Naatz destacou que quer também investigar como é o sistema de compras na Fazenda, na Defesa Civil e na Saúde e como funcionava no governo anterior. “Precisamos saber o que foi alterado que permitiu essa compra”, explicou. “E também quero saber por que o sistema de controle não funcionou”, completou.

Parcerias
Para colaborar com a investigação, a CPI vai se valer de parcerias com órgãos como o Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Vamos requisitar documentos ao Gaeco, Ministério Público, Polícia Civil e até da comissão interna criada pelo governo do Estado para que investigar internamente esse caso”, revelou o relator.

Uma equipe técnica está sendo formada para dar suporte às investigações. O primeiro nome é o do delegado da Polícia Civil Marcio Fortkamp. Também serão requisitados um servidor do TCE, um da assessoria jurídica da Assembleia Legislativa e outro do Setor de Licitações da Secretaria de Estado da Administração. Os nomes ainda não foram definidos.

Omissão
Na sessão desta terça, o deputado Marcos Vieira (PSDB) descreveu brevemente como funciona o sistema de compras do Estado. Segundo Vieira, é competência da Secretaria da Administração promover as licitações das outras secretarias, autarquias e fundações. “Mas ela pode delegar essa competência para as outras secretarias, o que não aconteceu. O secretário (Jorge Eduardo) Tasca foi omisso e precisa ser ouvido na CPI”, disse o parlamentar.

Vieira também questionou o porquê da aquisição dos respiradores não ter passado pelo Grupo Gestor, procedimento obrigatório em compras acima de R$ 500 mil. “Nesse caso, o secretário Paulo Eli (Fazenda) também foi omisso”, afirmou.

Requerimentos
A CPI aprovou dois requerimentos do deputado João Amin (PP). O primeiro foi para que seja feita uma acareação entre Helton Zeferino (ex-secretário de Estado da Saúde), Douglas Borba (ex-secretário da Casa Civil) e Márcia Pauli (ex-superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria de Estado da Saúde). O segundo pede para ouvir na CPI Rafael Wekerlin, CEO da Brazilian International Business, e o controlador-geral do Estado, Luiz Felipe Ferreira.

O presidente da CPI, deputado Sargento Lima (PSL), acolheu requerimento do deputado Milton Hobus (PSD) solicitando ao governo do Estado cópia de um documento assinado com a empresa Intelbras no qual a empresa se compromete a importar, sem custos adicionais para o Estado, respiradores a um custo de US$ 12 mil (cerca de R$ 70 mil ao câmbio dessa terça). “Este foi o mesmo preço que a Veigamed pagou no exterior pelos respiradores (que seriam vendidos ao governo catarinense)”, disse Hobus. Segundo o deputado, a negociação com a Intelbras não avançou.

Fabiano da Luz sugeriu que sejam enviados a outros estados pedidos de informações sobre valores das compras, para comparar com o que foi feito em Santa Catarina.

Governo anunciou novo Secretário da Casa Civil em SC

O Governo de SC anunciou o nome do novo Secretário de Estado da Casa Civil no lugar de Douglas Borba, que deixou a pasta em meio às denúncias de sua participação na suspeita compra dos respiradores milionários. Recebemos o texto enviado pela SECOM, e reproduzimos aqui no Palavra Livre.

“O Governo do Estado informa que Amandio João da Silva Junior, ex-secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, será o novo Chefe da Casa Civil. Ele assume suas novas funções nesta segunda-feira, dia 11, e imediatamente passa a compor a equipe de Governo que tem trabalhado 24 horas por dia no enfrentamento ao novo coronavírus.

Este desafio frente à pandemia – que é de todos os cidadãos catarinenses – se soma à missão primordial do Governo, que é a de trabalhar ininterruptamente para melhorar a qualidade de vida dos catarinenses. A estrutura governamental segue ativa e atuante em todas as demais áreas, além da Saúde, garantindo a quem vive em nosso Estado a manutenção dos serviços essenciais e a continuidade dos projetos e ações de Governo. Unidos venceremos mais este desafio”.

Governo ou Castelo de Areia?

Caiu o Secretário da Saúde. Caiu o Secretário da Casa Civil. Força tarefa do MPSC, Polícias civil e militar, TCE e atém quem sabe, a Polícia Federal, vasculham a operação suspeita dos respiradores no Governo de SC. A Assembleia Legislativa de SC abriu uma CPI que pode apear do cargo o governador Carlos Moisés. Além da pandemia, o pandemônio apavora um governo que se dilui tal qual castelos de areia construídos a beira da praia.

Soberba, incapacidade de diálogo, falta de gestores qualificados e competentes tanto administrativa quanto politicamente levam o Governo Carlos Moisés (PSL) a um redemoinho de erros que pode lhe custar o cargo. De forma até amadora, buscou se sobrepor aos demais poderes, chegando até a usar a imagem de todos em movimentos políticos que desejou mostrar como de “união”, e apoio. Calejados de tanta indiferença, todos deixaram de estender a mão, e não só a recolheram como ficaram desconfiados do que havia de fato no Governo.

Em meio ao crescimento da contaminação do Covid-19, Santa Catarina não precisaria de tamanho quadro de instabilidade a pressionar quem deveria liderar. Na área da saúde, Carlos Moisés trocou seis por meia dúzia. Na Casa Civil acaba de colocar no lugar do suspeito Douglas Borba, antes um super primeiro-ministro, coloca outro nome que não dá a mínima sustentação e força ao seu governo. Com respeito ao indicado, não devolve a credibilidade perdida, e tampouco dá garantias aos deputados estaduais e demais líderes das demais instituições de que não serão mais “usados”, e até enganados.

Os próximos capítulos não parecem ser de alegrias. A força-tarefa avançou firmemente na investigação da operação suspeita dos respiradores. Encontrou o fio da meada, e vai até o final. A CPI vai começar a ouvir os envolvidos de perto, e de longe. Vamos ver até onde este governo castelo de areia vai ficar de pé.

Caiu!

Com uma nota oficial envergonhada, o Governo do Estado comunicou no início da noite de ontem (30/4) o pedido de exoneração do agora ex-secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino. Envergonhada sim, pois o envolvimento claro do ex-Secretário na lambança, para dizer pouco, na compra de respiradores por R$ 33 milhões, pagos à vista e ainda sem receber os equipamentos, só pode dar vergonha. O governador Carlos Moisés, avesso à imprensa, já deveria ter afastado Helton Zeferino quando a denúncia veio à tona. Afastado, deixar a investigação rolar, e aí definir o que fazer. Fizeram pior: tentaram incriminar uma servidora como se tivesse sido ela a realizar todo este jogo que precisa ser ainda desvendado.

Não se nega que o ex-secretário da Saúde fez um bom trabalho na pasta em alguns aspectos. A pandemia pode ter afetado os sentidos de alguns secretários do governo Moisés, é o que se nota neste caso dos respiradores tanto quanto no caso do hospital de campanha, que aliás deve também ser investigado. Há que se saber o que ocorre em um governo que tem dois casos graves de possíveis desvios em tão pouco tempo. O mesmo modus operandi. Quem conhece de perto a administração pública sabe que a historinha contada para jogar no colo da servidora não existe. Aliás, pode onde andava a tal Secretaria de Controladoria Geral, que agora se sabe, não controla nada? Para quê existe? Para dar lugar a quem ajudou na campanha? Mas não é para controlar? Se não controla, não previne, que seja extinta!

A Assembleia Legislativa de SC já pode economizar com ofícios e correios. O Secretário já se demitiu. Mas não pode deixar de investigar a fundo e mostrar para os catarinenses como, porque e quem está envolvido nesta fraude dos R$ 33 milhões. E claro, recuperar o dinheiro público que passa estranhamento pelo Rio de Janeiro e Joinville nesta operação kamikaze do Governo Moisés. A saída tardia de Zeferino não impedirá que a crise siga no Governo do Estado. O governador tem de sair das lives, de ser um porta-voz de números e falas em monólogo para governar. Visitar as cidades, hospitais, dialogar com as lideranças, imprensa, sair deste marketing sem sentido.

Segue abaixo a Nota Oficial do Governo de SC:

“O Governo do Estado de Santa Catarina comunica que no fim da tarde desta quinta-feira, 30 de abril de 2020, o governador Carlos Moisés recebeu do secretário de Estado da Saúde, Helton de Souza Zeferino, o seu pedido de exoneração.

O Governo agradece os serviços prestados pelo secretário em prol das políticas públicas de saúde dos catarinenses, ao tempo que reconhece as conquistas e avanços da pasta sob o seu comando.

Cabe registrar que a quitação da dívida da saúde, estimada em quase R$ 750 milhões, e a construção da política hospitalar catarinense, em parceria com os municípios e hospitais filantrópicos, são resultado do trabalho efetuado desde o início de 2019.

Em especial, ainda, a coordenação das ações do Estado de Santa Catarina no combate à pandemia da Covid-19, que traz até aqui resultados diferenciados para o nosso Estado no comparativo com o Brasil em relação à baixa taxa de letalidade assim como na exemplar preparação do sistema de saúde pública de média e alta complexidade.

O nome do novo secretário de Estado da Saúde deverá ser divulgado nos próximos dias”.