Horário de Verão diminuirá demanda de energia entre 5 e 5,5%, diz especialista

horário de verão, que começa no próximo dia 21 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e mais o estado da Bahia, trará uma diminuição da demanda de energia nos horários de pico entre 5% e 5,5%, dando maior estabilidade ao sistema elétrico, mas não representará redução da conta de luz para o consumidor. A avaliação é do professor Reinaldo Castro Souza, do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC-PUC-Rio).

O professor explicou, que a ideia do horário de verão é aproveitar a iluminação solar e diminuir o uso da iluminação artificial. Quanto mais próxima a pessoa está do Hemisfério Sul, mais luz solar tem. O contrário ocorre para quem se encontra próximo ao Equador.

No verão, a ponta do sistema elétrico tende a ficar muito carregada no horário que se estende das 18 horas às 21 horas, principalmente no horário de pico, quando a iluminação pública é ativada e as pessoas vão para suas casas, ligam a televisão e aparelhos de ar condicionado. “A demanda de energia é muito alta nesse período”. Com o horário de verão, não há a coincidência de uso de energia, principalmente de iluminação pública, destacou Reinaldo Castro Souza.

Para os consumidores residenciais, considerados de baixa tensão, o professor explicou que nenhuma melhora na conta, em termos financeiros, é percebida durante o horário de verão. Os consumidores continuam usando energia, mas apenas deslocam esse uso. “Você apenas está ajudando o sistema elétrico brasileiro e o Operador Nacional do Sistema (ONS) a não ter que ligar termelétricas e fazer altas manobras para gerar mais energia”.

Para o sistema, segundo Souza, verifica-se uma redução da demanda. “Há uma queda, nesse período mais crítico, em torno de 5% da demanda. A potência demandada pelos consumidores vai ser menor nesse horário de ponta. As estimativas ao longo dos anos são em torno de 5% a 5,5% de redução de demanda. Mas o consumo praticamente fica o mesmo, principalmente para os consumidores de baixa tensão”. Ressaltou, porém, que a diminuição da demanda é registrada somente nos dias quentes, quando a luminosidade natural é forte. Nos dias nublados e com chuva, a diminuição é zero.

O professor da PUC-Rio disse que para a indústria e o comércio, dependendo da tarifa que têm contratada com a distribuidora, pode haver algum ganho porque vão estar economizando nesse horário de ponta.

Souza insistiu que para a massa de consumidores de baixa tensão essa economia inexiste. O benefício para o consumidor consiste em ter um sistema com menor risco de desabastecimento. “Você passa a ter uma confiabilidade melhor. Ou seja, há mais chances de o seu fornecimento não ter interrupções. A qualidade da energia melhora”, disse.

Do Planeta Sustentável

Horário de verão termina neste sábado (19)

horárioÀ meia noite do próximo sábado (19), o Horário de Verão (HV) chegará ao fim e os brasileiros que vivem nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste terão de atrasar o relógio em uma hora. Com a duração exata de quatro meses, essa edição começou dia 17 de outubro.

Os dados preliminares do ONS indicam redução de 5% na demanda (150MW) e 0,5% na energia (12MWmédios) na área de concessão da Celesc Distribuição. A redução na demanda é equivalente à metade da carga de Florianópolis no horário de ponta durante o HV. Em termos de consumo, os valores representam o consumo mensal médio de um município como Biguaçu, 20% do consumo de Criciúma ou 10% do consumo médio de Blumenau.

Na edição anterior houve redução de 4,4% na demanda do sistema elétrico na área de concessão da Celesc Distribuição. No horário de ponta, entre 18h30 e 21h30, esses valores corresponderam a uma demanda de 115 MW ao longo de todo o período do horário de verão.

Com o deslocamento de carga, induzido pela mudança de horário, o País economiza combustível na geração térmica, que seria necessária para garantir a confiabilidade do sistema elétrico durante esse período do ano e reduz a necessidade de cortes no abastecimento. Para o consumidor final, o principal benefício é que o Horário de Verão evita ajustes tarifários decorrentes de investimentos para atender esse acréscimo sazonal na demanda.

História – O procedimento é adotado durante o verão porque os dias são mais longos, em função da posição da Terra em relação ao Sol, daí o nome em português, espanhol, alemão e outras línguas. Em inglês, o termo “Daylight saving time” (Horário de economia com luz do dia, em tradução livre) enfatiza a função prática, enquanto no idioma italiano “Ora legale” (Hora legal) destaca o caráter institucional da medida.

A idéia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de sol foi lançada em 1784 nos Estados Unidos por Benjamin Franklin, numa época em que ainda não existia luz elétrica. Mas sua idéia não foi adotada pelo governo norte-americano. O primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão foi a Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial.

No Brasil, o horário de verão é adotado todos os anos desde 1985. Inicialmente nacional, a abrangência foi reduzida até que, em 2003, atingiu a atual, sendo adotado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Até 2007 a duração e a abrangência geográfica do horário de verão eram definidas anualmente por decreto da Presidência da República. É designado pela sigla BRST (Brazilian Summer Time).

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