Hospital de Campanha – TCE/SC também afirma não ter participado do processo

Depois do MPSC, agora o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC) se posiciona no episódio do milionário Hospital de Campanha que o Governo Carlos Moisés (PSL) decidiu implantar na cidade de Itajaí/SC ao valor que ultrapassa os R$ 76 milhões para seis meses. Em nota oficial enviada à redação do Palavra Livre, o TCE afirma que vem atuando de forma orientativa, conforme a sua competência constitucional. Chama atenção a um posicionamento taxativo e direto: não participou da contratação e suas orientações “não foram acatadas” pelo Governo do Estado.

Segundo a nota, “o TCE/SC não participou do referido processo de contratação. Neste caso, a atuação do Tribunal deu-se mediante manifestação de cunho orientativo no âmbito do Grupo de Compras Emergenciais, a qual, frisa-se, não foi acatada”. Frisa-se, enfaticamente. Fica ruim para o Governo que mais um órgão de fiscalização e controle trate de rapidamente se desvincular do fato ao qual têm sido levados por manifestações dos secretários de Estado da Saúde e Defesa Civil. Desmentidos não ajudam a deixar tudo transparente, pelo contrário, obscurecem a ação governamental que deve ser no sentido de combate ao Covid-19 – Coronavírus.

Para além das notas oficiais, nota-se que de fato a relação política entre Governo do Estado, Parlamento e órgãos de controle como MPSC e TCE, até agora, não é das melhores. E desde o início do Governo em 2019. Estes ruídos atrapalham a gestão em momento crítico no segmento que dói na vida das pessoas, a saúde. O diálogo de alto nível, o tratamento respeitoso e cortês entre os poderes é o caminho mais inteligente. Não se governa sozinho, e tampouco se governa utilizando de falas que colocam os demais na esteira do que se busca fazer.

Segue a nota do TCE/SC para os leitores avaliarem também:

“Diante de notícias veiculadas acerca de sua participação na contratação do Hospital de Campanha COVID-19 em Itajaí, o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC) vem a público para prestar os seguintes esclarecimentos.

O TCE/SC, diante da calamidade pública decorrente da pandemia causada pelo novo coronavírus e imbuído do mais elevado espírito de solidariedade e cooperação, vem exercendo sua competência constitucional de controle externo da administração pública por meio de uma atuação preventiva, concomitante e orientativa, sem prejuízo de suas demais prerrogativas como órgão de fiscalização.

Nesse contexto, o TCE/SC não tem medido esforços no sentido de colaborar com os Poderes Executivos Estadual e Municipais para que as necessidades da sociedade catarinense sejam atendidas da melhor forma e da maneira mais célere possível. No exercício dessa atuação, têm sido expedidos diversos pareceres, ofícios e orientações, bem como tem havido a participação do Corpo Técnico do TCE/SC no Grupo de Compras Emergenciais do Governo do Estado, juntamente com representantes de outros órgãos públicos de gestão e controle.

No tocante, especificamente, ao episódio que trata do Hospital de Campanha COVID-19 em Itajaí, conforme já alertado no Parecer preliminar encaminhado à Assembleia Legislativa (Alesc) e ao Governo do Estado, o TCE/SC não participou do referido processo de contratação. Neste caso, a atuação do Tribunal deu-se mediante manifestação de cunho orientativo no âmbito do Grupo de Compras Emergenciais, a qual, frisa-se, não foi acatada.

Por sua vez, de maneira proativa e no exercício de sua função fiscalizatória, o TCE/SC iniciou, ainda na semana passada, procedimento próprio, de onde, inclusive, se originou o mencionado parecer preliminar encaminhado à Alesc.

Por fim, o TCE/SC destaca que irá se manifestar com a maior brevidade possível e com a urgência que o caso requer sobre a referida contratação nos autos dos processos específicos que tratam da matéria e que se encontram em tramitação no âmbito da Corte de Contas catarinense”.

MPSC se posiciona sobre a polêmica do Hospital de Campanha em Itajaí (SC)

As denúncias sobre a licitação do projeto milionário de construção do Hospital de Campanha em Itajaí (SC) vão ganhando novos contornos, e as chamas vão se ampliando. Neste momento quem que publico esta notícia, os secretários da Saúde, Helton Zeferino, e da Defesa Civil, João Batista, tentam explicar aos deputados estaduais os porquês de valores investidos, lugar de implantação, envolvimentos estranhos ao processo e muito mais.

Agora acaba de chegar na redação do Palavra Livre uma nota do Ministério Público de SC negando a sua participação no processo de licitação do hospital. A confusão só aumenta. Leia a posição do MPSC:

“O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) esclarece que não participou de qualquer tomada de decisão em relação à contratação do hospital de campanha em Itajaí, a qual compete exclusivamente ao Poder Executivo.

É importante esclarecer que, desde o início da pandemia em nosso estado, considerando o espírito de solidariedade exigido de todos em momentos como este, o MPSC tem buscado colaborar com os gestores públicos para, nos limites de sua atribuição constitucional, contribuir com as discussões e medidas necessárias para assegurar o atendimento da população catarinense.

Nesse contexto, inclusive, o MPSC elaborou e compartilhou com os Promotores de Justiça, Prefeitos Municipais e com o Governo do Estado diversas orientações sobre os mais variados temas, como estudos afetos às cautelas necessárias quanto à contratação emergencial de bens e serviços para enfrentamento à covid-19. 

Sempre que convidado, o Ministério Público tem participado de reuniões das mais diferentes áreas – saúde, defesa civil, educação, assistência social, entre outras -, com o objetivo de aumentar a capacidade do estado de buscar respostas aos problemas que se apresentam, sem, porém, participar de qualquer decisão de governo.

A 26ª Promotoria de Justiça da Capital, com atribuição para a investigação pertinente, recebeu representação sobre esse assunto e está procedendo à análise da documentação apresentada. Posteriormente, com melhor análise do material, a Promotoria de Justiça realizará os encaminhamentos necessários”.

Hospital de Campanha em SC – Deputados convocam Secretários para explicações

Os deputados estaduais aprovaram, na sessão virtual desta terça-feira (14), a convocação do chefe da Defesa Civil Estadual, João Batista Cordeiro Junior, e do secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, para esclarecer sobre a contratação de um hospital de campanha que será instalado em Itajaí, no valor de R$ 76 milhões. Os dois serão ouvidos nesta quarta-feira (15), a partir das 14 horas.

O autor do requerimento para a convocação é o deputado Milton Hobus (PSD), na condição de presidente da Comissão de Proteção Civil da Alesc. Ele criticou a contratação do hospital, a qual considera desperdício de dinheiro público.

“Não dá para se admitir um contrato desses”, disse Hobus. “Vai se pagar por serviços que não sabem se vão ser executados”, completou. “Deveriam botar esses leitos de UTI na rede hospitalar já existente. Da forma como está proposto, esse contrato é uma atrocidade contra o povo e a saúde pública.”

Hobus chegou a sugerir a dispensa da convocação do secretário da Saúde, que foi ouvido nesta terça-feira pela Assembleia. Mas, diante da insatisfação dos parlamentares com as respostas do titular da Pasta da Saúde, ele foi novamente convocado.

O requerimento foi aprovado por unanimidade. Deputados da oposição, como Ivan Naatz (PL) e Mauricio Eskudlark (PL), também justificaram que o chefe da Defesa Civil e o secretário devem ser ouvidos em virtude de notícias veiculadas na imprensa catarinense, sobre a proximidade entre representantes da empresa contratada para a instalação do hospital, sediada no município de Catanduva (SP), e membros do governo catarinense.

Academias
Com a abstenção do deputado Paulo Eccel (PT), foram aprovadas moções que apelam ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL) pela reabertura das academias esportivas, de autoria dos deputados Ricardo Alba (PSL) e Fernando Krelling (MDB). Os parlamentares argumentam que a retomada das atividades físicas é importante para fortalecer a saúde da população para o convívio seguro com a Covid-19.

Kennedy Nunes (PSD), Altair Silva (PP), Jessé Lopes (PSL), Mauricio Eskudlark (PL), Dr. Vicente Caropreso (PSDB) e Coronel Mocelin (PSL) defenderam a reabertura das academias. Eles entendem que é possível retomar as atividades de forma segura, respeitando as recomendações das autoridades sanitárias para evitar a contaminação e, ao mesmo tempo, possibilitar que as pessoas mantenham a prática de exercícios, importantes para a saúde.

Ao final da sessão, os deputados Milton Hobus e Sargento Lima (PSL) fizeram um apelo pela retomada das atividades, em especial do transporte coletivo.

Projeto aprovado
Por unanimidade, os deputados aprovaram o Projeto de Lei Complementar (PLC) 1/2020, de autoria da Mesa da Alesc, que restringe as formas de conversão de licença-prêmio dos servidores efetivos da Assembleia em pecúnia. A aprovação do projeto faz parte das medidas adotadas pelo Poder Legislativo, em conjunto com outros poderes e órgãos estaduais, para redução de gastos, em virtude da pandemia do coronavírus.