Alesc aceita um dos pedidos de abertura de impeachment do Governador Carlos Moisés (PSL)

O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) anunciou há pouco que a Procuradoria Jurídica do parlamento deu parecer favorável a um dos cinco pedidos de impeachment protocolados, o que abre caminho para o início do processo contra o Governador Carlos Moisés (PSL). O pedido acatado é do advogado Ralf Zimmer Júnior, ex-defensor público do estado, que protocolou o pedido em janeiro deste ano, pedindo o impeachment contra o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, e a vice-governadora, Daniela Reinehr, ambos do PSL.

Assembleia Legislativa de SC acatou pedido para processo de impeachment do governador de SC, Carlos Moisés (PSL)
Reprodução/Governo de SC

A Procuradoria Jurídica da Alesc rejeitou o primeiro pedido, mas o advogado recorreu, e apresentou novas provas. Ralf Zimmer contesta, em sua representação, a decisão administrativa que que aumentou o salário dos procuradores do Estado a partir de outubro de 2019. A medida teve como objetivo equiparar os valores ganhos pela categoria com o salário dos procuradores da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que é, em média, de R$ 35 mil mensais.

Carlos Moisés e Daniela Reinehr vão enfrentar uma dura batalha agora em um momento em que não possuem base sólida de sustentação no parlamento estadual. O presidente da Assembleia, deputado Julio Garcia (PSD), deve determinar a abertura da comissão processante que vai analisar o pedido, podendo decidir pela continuidade, ou não, do processo.

De acordo com o Art. 342 do regimento interno da Alesc, o governador terá 15 dias para se manifestar, enquanto uma comissão com nove deputados é formada para emitir parecer que concluirá com projeto de decreto legislativo pelo recebimento ou não da representação. Se aprovado por 2/3 dos deputados, o governador e seu substituto legal são notificados para que o substituto assuma o poder no dia em que entrar em vigor a decisão da Assembleia Legislativa. Questionado pelo Palavra Livre, o Governo do Estado ainda não se manifestou sobre a decisão da Assembleia.

Impeachment dá a largada para as eleições

O pedido de impechment do governador de SC, Carlos Moisés da Silva, protocolado por um defensor público que foi chefe do órgão em que trabalha no governo anterior, dá a largada do que devem ser as eleições de 2020. Uma lástima sob o ponto de vista de evoluirmos enquanto sociedade.

Digo isso porque desde a eleição de 2018, quando uma onda provocada por grandes interesses financeiros mundiais foi impulsionada por intensas atividades da grande mídia, que elegeu Bolsonaro e inúmeros deputados, senadores, alguns governadores conservadores, e de extrema direita, o que se vê não é nada novo. Nova política? Zero.

As práticas continuam as mesmas. Denúncias, ataques, baixarias. Vide deputados do PSL na Assembleia Legislativa despejando ódios e preconceitos, vide governo Bolsonaro e seus “ministros” de baixíssimo nível, citando até Goebbels e trazendo as sombras do nazismo sobre o nosso pobre país.

Esta denúncia contra Moisés é mais do mesmo. Cria embaraços, tenta colar negatividade, eleva o valor envolvido para garantia de maioria para governar, e também para estabelecer estratégias nas eleições municipais. Nada mais que isso. Este processo é mais um ato midiático que prático.

Santa Catarina precisa urgentemente de inovações e investimentos que promovam a geração de empregos. É preciso inovação para gerir o Estado, e dar uma infraestrutura muito melhor que motive turistas a visitarem nosso estado. É preciso mais ação para ampliar a qualidade da educação, e também dar retorno ao cidadão na saúde.

Não se enganem. A nova política não chegou não. Temos muito a trabalhar para que ela realmente aconteça.