Noite de Autógrafos – Agradecimentos

Este jornalista e Marco Schettert atentos a leitura de Gi Rabello, sempre surpreendente

Nada na vida você faz sozinho. Tampouco o planejamento, cronograma, execução, escrita e lançamento de um livro como o nosso – meu e de Marco Schettert – Na Teia da Mídia. Começamos tudo ainda em final de 2010, depois os transtornos durante 2011 até o lançamento oficial em 15 de dezembro na Midas, um momento inesquecível, mágico, cheio de amigos, leitores, autores, um grande presente de Natal para este jornalista. Neste ano começamos a outra parte dura dos autores: a continuidade da divulgação e venda das obras. Pensa que é fácil, não é não!

Já estive em palestras em faculdades como na Sociesc, na Feira do Livro no espaço Fala do Escritor, e agora uma noite de autógrafos feita ontem, quinta-feira, na Livraria Curitiba do Mueller Joinville (SC). Noite bacana, agradável, e vários amigos que estiveram na primeira ação na Midas, refizeram seu pacto comigo. Outros novos, e que não puderam aparecer em dezembro, estiveram lá para nossa alegria. Isso dá um animo redobrado, uma força que vocês não imaginam. Por isso que disse no início, na vida nada se faz sozinho, sempre há muitas pessoas e amigos envolvidos, e por vezes, até inimigos ou adversários, todos acabam ajudando e muito o caminhar. Como diz um ditado latino, acredito, o caminho se faz ao caminhar…

Pena que vários que esperávamos faltaram, assim como faltaram jornalistas, autores, e estudantes de direito e jornalismo pelo menos. Quem sabe os encontraremos em suas faculdades, ou redações…

Panorâmica do evento

Mas o que desejo mesmo é agradecer. Agradecer a minha amada Gi Rabello, companheira de todas as horas, de todos os humores (e maus humores também!), que surpreendeu ao abrir o evento com um fragmento do livro de Rubem Alves, “Ostra feliz não faz pérola”, momento sarau da noite de autógrafos, a quem desejo sempre todo amor, saúde, paz e sucesso, ela que deve ser em breve mais uma defensora do direito e da justiça. Mil beijos meu amor. Agradeço também aos amigos que já citei no Facebook, alguns que não via há anos como o Wilson da Costa, colega de trabalho nas multinacionais Coca-Cola e Pepsi-Cola há quase 20 anos… o tempo passa não é amigo velho?

Deixando marcas, lembranças...

Ver e conversar com Cleonir Branco, Mario Cezar da Silveira, Zeca Chaves, Leandro Schmitz, Eberson Theodoro, Jéssica Gelbcke, Jonathan da Costa, Silvana Ferreira, Andrea Sueli de Oliveira, Altair Nasário, Ana Paula Zeca Chaves (ehehe), dona Marli Plocharski a mãe de Aluísio, personagem central do livro e que passa ainda por dificuldades sérias de saúde, enfim, todos que lá estiveram nos prestigiando, eu e Marco. Desejos de muita saúde, paz, sucesso, alegrias, luz e sonhos, muitos sonhos para que possam realizar a todos! Muito obrigado, e nos ajudem a continuar a distribuição e divulgação do livro Na Teia da Mídia, valeu!!

Mídia, Demóstenes e Cachoeira – A nova temporada de caça*

Começa a se aquecer mais uma temporada de notícias no departamento em que a imprensa brasileira parece mais vivaz: o dos escândalos. Nos jornais de sexta-feira (20/4), as manchetes já nascem com o propósito de desacreditar os personagens que assumem o papel do “bem”. Nas páginas internas, estendem-se os relatos sobre detalhes do esquema revelado, desta vez centralizado por um representante do negócio das máquinas viciadas de apostas.

O primeiro olhar dá ao leitor a sensação de que, desta vez, os jornais estão dispostos a destrinchar o enredo e expor ao julgamento informal e institucional os culpados e seus crimes.

No Estado de S. Paulo, a manchete informa que a Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar as ligações de políticos e empresas com o contraventor Carlos Cachoeira foi criada, mas a bancada governista ainda não havia definido quem seria o relator.

Sabe o leitor que da disposição do relator sai a peça mais ou menos condenatória ao final da CPI. O jornal insinua que o cuidado na escolha desse personagem se deve a uma preocupação com a seletividade dos dados que serão oficialmente incluídos no documento final. Então, na abertura do processo o jornal já planta a hipótese de que, seja qual for o resultado da investigação, haverá suspeitas sobre os investigadores.

Como funciona

O Globotambém noticia a abertura da CPI, mas avança em novas denúncias envolvendo o governador de Goiás, Marconi Perillo, em relações mais íntimas com Cachoeira, tendo contratado para seu governo uma cunhada do contraventor.

Também estende a malha de corrupção até a capital de Minas Gerais, afirmando que o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, contratou a empresa Delta – apontada como beneficiária de licitações fraudadas com o objetivo de lavar dinheiro da corrupção – para uma obra orçada em R$ 170 milhões, ainda antes de ser oficializado o consórcio a ser contratado.

Nesta fase do escândalo, a tática da imprensa parece ser disparar na direção de todas as sombras. AFolha de S.Paulo, porém, avançou uns passos na estratégia de noticiar a iniciativa do Congresso de investigar as acusações, mas ao mesmo tempo criar no público a convicção de que o resultado ficará aquém das expectativas.

A tática consiste em observar, na manchete, que entre os 32 membros da Comissão Parlamentar de Inquérito indicados por seus respectivos partidos, nada menos do que 17 têm pendências com a Justiça. A informação é relevante e cria realmente uma dúvida fundamentada sobre as verdadeiras intenções dos criadores da CPI.

O jornal paulista cita, entre esses personagens de antigos escândalos de corrupção, os senadores Fernando Collor, que sofreu processo de impeachment quando presidente da República, Romero Jucá, alvo de processo criminal, e Cássio Cunha Lima, condenado por crime eleitoral e que só escapou da inelegibilidade pela nova Lei da Ficha Limpa quando o Supremo Tribunal Federal adiou a aplicação da nova norma.

Folha de S.Paulo também apresenta, em suas páginas internas, um infográfico de página inteira, fartamente ilustrado, que “explica” o funcionamento do esquema, conforme os dados já disponíveis e publicados pelos jornais.

Dois olhares sobre a notícia

Do ponto de vista de uma leitura superficial, a coleção de reportagens seria suficiente para criar a convicção de que a imprensa está cumprindo bravamente seu papel.

Embora ainda não tenham aparecido os resultados de uma investigação jornalística, pode-se dizer que o leitor mais ou menos atento já tem uma noção bastante clara de como funciona a transferências de dinheiro dos cofres públicos para bolsos privados por meio do esquema aparentemente organizado pelo contraventor Carlos Cachoeira e o senador goiano Demóstenes Torres.

Também deve se consolidar no leitor a sensação de que tal esquema, por suas características primárias, revela a fragilidade dos sistemas de controle do Estado.

Aqui começa uma leitura subliminar que deve merecer a atenção do observador. Se os próprios investigadores são suspeitos, por já haverem ocupado em algum momento o banco que agora é esquentado pelo senador Demóstenes Torres, quem assegura o equilíbrio e a lisura do julgamento?

Sem deixar de considerar que a imprensa cumpre com empenho seu papel de fiscalizar os poderes institucionais, é preciso atentar para o direcionamento de reportagens e artigos que, muito além de apontar culpados, se concentram em demonizar e marginalizar o próprio Estado.

Portanto, é preciso acompanhar a cobertura do presente escândalo com dois olhares: aquele olhar sobre os fatos objetivos, compostos pelos indícios que revelam as culpabilidades, e o olhar sobre intenções subjetivas, de ordem ideológica, que procuram consolidar na sociedade a sensação de que a instituição pública não funciona – mesmo quando se sabe que o ato de corromper quase sempre nasce na iniciativa privada.

* por Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa

Palestra para acadêmicos de direito da Sociesc sobre o livro Na Teia da Mídia

Era para ter sido um dia, depois outro, e mais outro, depois cancela, marca de novo, e justamente hoje, quando já tinha compromisso na Ajorpeme de Joinville (SC), fui “convocado” a comparecer pela manhã para palestrar aos acadêmicos de direito da Sociesc – Campus Marques de Olinda. O tema, o livro do qual sou co-autor, Na Teia da Mídia. Confesso que a surpresa foi dupla. Primeiro por não ter me preparado, e segundo pela presença maciça de mais ou menos 70 acadêmicos, o que me deixou bastante satisfeito. Não só pela presença, mas também pela participação e atenção. A todos o meu muito obrigado!

As professoras Ana e Susimara me acolheram muito bem, deixando-me bem à vontade para falar de um tema que gosto de tornar público, os erros da mídia, da polícia, e os danos que podem causar à pessoas por suas ações. Me perguntaram se eu não tinha medo de trazer à tona um tema que envolve policiais, gente do poder. Respondi claramente que não. E não porque desejo caçar bruxas a todo custo, mas sim porque pretendo que a nossa obra, minha e de Marco Schettert – que não pôde comparecer por conta do chamado surpresa – faça com que os profissionais envolvidos tenham muito, mas muito mais cuidado no dia a dia de suas profissões.

Agradeço também aos acadêmicos que adquiriram o livro Na Teia da Mídia, uma obra que foi produzida de forma independente, aos quais desejo que ajude em seus estudos e reflexões acerca da sua profissão. Afinal, eu jornalista estava falando com futuros advogados, mas o tema permeia tanto a comunicação social quanto o direito, na medida em que a família Plocharski busca reparação por danos morais causados pelo Estado e órgãos de comunicação, e somente 11 anos depois conseguiu a condenação em primeira instância. Lembrando sempre que justiça lenta não faz justiça, remenda o erro apenas.

Aproveito também para avisar aos leitores do Blog que eu e Marco Schettert estaremos no espaço da Confraria do Escritor na Feira do Livro de Joinville no próximo domingo, 22 de abril, as 15 horas no auditório da Feira. Vamos conversar com a mediação do professor Nielson Modro, esperando a presença de quantos puderem ir ao evento. Também quero convidar desde já para a noite de autógrafos que faremos na Livraria Curitiba do Shopping Muller no dia 26 de abril (quinta-feira) às 19 horas. Lá também poderemos nos encontrar e conversar mais sobre livros, literatura e vida.

Nova programação da Band é anunciada

Divulgada na noite da última terça-feira, 6, em evento que reuniu publicitários e profissionais da imprensa, a programação da TV Bandeirantes que entrará no ar a partir deste mês vai unir humor, entretenimento e jornalismo em algumas de suas atrações. Essa estratégia foi confirmada por alguns apresentadores e pelo diretor-geral de conteúdo da emissora, Diego Guebel.

O executivo do canal, que está no cargo desde outubro do ano passado, afirmou à reportagem do Comunique-se que a mescla informação-entretenimento tem tudo para ser sucesso e ser o diferencial da Band. Argentino, Guebel é o criador da produtora Eyework-Cuatro Cabezas, responsável pelos formatos ‘CQC’, ‘A Liga’ (que na nova temporada terá o cantor Lobão e Cazé “Peçanha” Pecini, da MTV, nas reportagens) e ’Polícia 24 horas’, todos exibidos pelo canal do Morumbi.

Nesta nova fase da Band, a primeira atração a estrear tendo como base notícia e diversão será ‘Os Donos da Bola’, que irá ao ar a partir da tarde desta quarta-feira, 7. Com o comando de Neto e as participações de Denílson e Edmundo, o programa, que entrará no lugar ‘SP Acontece’, vai “ir fundo na notícia, mas também terá espaço para brincadeiras e diversão”, conforme disse o apresentador Neto.

“Não será um programa para as crianças. Será para toda a família”, avalia Marcelo Tas, que, em 2012, estará à frente do ‘Conversa de Gente Grande’, com a participação de crianças para comentar, de modo bem peculiar, os últimos acontecimentos. Além da nova atração, Tas continua na equipe do ‘CQC’, que volta na próxima segunda-feira, 12. Informação “leve” para o público infantil, o apresentador já fazia – e continuará fazendo – com o ‘Plantão do Tas’, no Cartoon Network.

Outro programa apresentado por Tas na Band também traz novidades para a sua quinta temporada. O ‘Custe o Que Custar’ terá a estreia do quadro ‘Nem Fu’, com Felipe Andreoli, no qual convidados terão que acertar uma bola no balde – que estará a 25 metros de distância. ‘Sem Saída’ é mais um novo atrativo do ‘CQC’; nele, celebridades passaram pelo detector de mentiras. A saída de Danilo Gentili, a ida de Oscar Filho para a bancada e a entrada de mais um repórter, que ainda não foi revelado, encerram as novidades do humorístico.

Sem ter espaço para o jornalismo, mas com a presença do jornalista responsável por apresentar de segunda a sexta-feira o policial ‘Brasil Urgente’, essa será a marca do ‘Quem Fica em Pé’, game show que, ainda sem confirmação da data de estreia, será produzido três vezes por semana com José Luiz Datena na apresentação. “Eu tenho um clone, inclusive foi o meu clone que foi para a Record”, brincou o comunicador, ao ser questionado de como seria a rotina para comandar os dois programas da TV e o ‘Manhã Bandeirantes’, na Rádio Bandeirantes.

Eleições
Apesar de destacar a mescla do humor com informação, o noticiário sem brincadeiras também tem espaço na nova programação da Band. A emissora divulgou que dará amplo destaque à cobertura das eleições municipais que ocorrerão em todo o País em outubro. Nos grandes municípios, o veículo pretende manter a tradição de ser o primeiro a realizar debates entre candidatos.

‘Pânico na Band’
Por outro lado, também terá espaço para atrações que tem foco no humor sem a necessidade de se preocupar com a prática jornalística. Com novo nome, ‘na Band’ no lugar de ‘na TV’, conforme foi durante os nove anos na Rede TV, o ‘Pânico’ vai estrear na emissora no dia 1° de abril, mantendo a exibição durante as noites de domingo. Apresentador da atração, Emílio Surita disse que na nova casa até ele poderá fazer reportagens.

Do Comunique-se

Curso: Estratégias Eleitorais, para assessores, candidatos e líderes – Dia 5 de março

Crônica da talentosa Vanessa Bencz: Sobre ser repórter

Recebi um chamado da jornalista, e recém-premiada com apoio do Simdec para lançar um livro, a jornalista Vanessa Bencz, via twitter para ler seu texto. Achei ótimo, forte, sincero, e reproduzo aqui sob permissão dela. Parabéns, compartilhar nossos momentos da profissão ajuda a nos humanizar um pouco, nos retirando do alto do pedestal em que por vezes nos colocam, ou que alguns se auto-colocam. Boa leitura aos leitores do Palavra Livre:

“Sobre ser repórter”
“Ao me aproximar do entrevistado, percebi que ele se arrumara especialmente para a entrevista. Camisa branca, bem passada. Cabelos penteados com pente de cerdas finas. Havia feito a barba naquela manhã. Estava muito cheiroso. Me aguardava na recepção do jornal com um sorriso sincero. Foi impossível não sorrir de volta. Assim começou a apuração da matéria que mais me marcou, nestes três anos de reportagem. André, 33 anos, é portador de uma doença degenerativa que o mantém eternamente sentado sobre uma cadeira de rodas. Neste dia, eu chorei duas vezes. Uma, pela história de vida do rapaz. Outra, por não ter conseguido levá-lo para conhecer o jornal por dentro – um degrauzinho de 20 centímetros impediu que conseguíssemos levá-lo para o interior da empresa. Senti vergonha por isso.

Este dia me marcou não apenas porque guardei André no coração. Registrei esta data porque foi a primeira vez que olhei meu reflexo no espelho e me senti grata por, cinco anos atrás, ter escolhido jornalismo como minha primeira opção no vestibular. Desde então, eu havia me decepcionado com o curso, me tornado uma universitária rebelde e havia lamentado para todos os ventos o piso salarial baixo. Ao me despedir de André, tratei de não calar aquela desconfiança que, de quando em quando, falava baixinho no meu ouvido: talvez jornalismo não seja tão ruim. Talvez a reportagem seja uma estratégia para dar voz aos que não tem. Talvez eu possa fazer muito como repórter. Talvez eu me divirta muito como jornalista. Talvez eu mude alguma coisa com a minha profissão.

Aos 18 anos, preenchi o quadradinho ao lado da palavra “jornalismo”, no ato da inscrição do vestibular. Mas eu não fazia a mínima ideia do que era ser jornalista – e acho que os vários estudantes que rabiscam o mesmo quadradinho, ano após ano, também não fazem. Ser jornalista é um mistério; cada um encontra um tesouro diferente. Não é objetivo como ser advogado, médico ou sacerdote. Ser jornalista é ser os entrevistados, as fontes e os adjetivos. É ser literatura, denúncia e relato. É encontrar seus Andrés e, com emoção, transformá-los em palavras, vírgulas e orações.

Hoje, com um livro de contos para sair do forno, concluo que a minha melhor forma de relatar o mundo é através de uma literatura que melhoro a cada dia, a cada André, a cada passo mais perto da naturalidade em ser um repórter cansado com um crachá balançando na barriga.”

Imprensa brasileira ignora Estatuto da Igualdade Racial

O Estatuto da Igualdade Racial aprovado em julho 2010 passa por processo de invisibilidade e oposição dos meios impressos brasileiros. Essa foi uma das conclusões do primeiro relatório da pesquisa Faces do Brasil, apresentada em Salvador no último dia 13 de maio, dia da abolição. O material coletado é de 12 jornais e cinco revistas entre os meses de outubro e dezembro de 2010. Até o momento a sistematização se balizou por 506 matérias sobre ciganos, povos indígenas e negros.

O relatório contextualiza conquistas institucionais e políticas dos grupos étnicos estudados pós-redemocratização (1985), porém, segundo a coordenação, no campo midiático tal avanço não é repercutido, configurando “uma visão negativamente estereotipada sobre os afrodescendentes e outros grupos sociais etnicamente discriminados”.

No geral as legislações sobre grupos étnico-raciais ocupam apenas 13,4% do total avaliado. Já as políticas públicas são citadas em 20,6% das matérias. Os temas predominantes são de fundo cultural. No conteúdo recortado, a abordagem a população negra é predominante (71,7%), seguido dos indígenas (26,8%) e ciganos (1,5%). Porém, conforme a localização geográfica ou perspectiva de distribuição, os veículos modificam o enfoque étnico.

O Estado de S. Paulo costuma expor o temas étnicos-raciais em seu editoriais, ou através de carta de leitores, ambos de cunho contrários a pautas como o Estatuto, a titulação de terras quilombolas, os conflitos na construção de Belo Monte e polêmica sobre o livro de Monteiro Lobato, Caçadas de Pedrinho.

O baiano A Tarde alcançou o destaque quantitativo com 87 matérias sobre a temática, porém, reservadas ao âmbito cultural e dentro de tendência nacional de não posicionar a pauta em condição de manchete. Já o Diário do Nordeste de Fortaleza é apontado como o jornal que mais prioriza as leis no conteúdo.

Em O Liberal do Pará os povos originários têm maior destaque qualitativo, os demonstrando de forma positiva enquanto beneficiários para políticas públicas, em especial as cotas na universidade federal. No caso do Zero Hora de Porto Alegre as reservas indígenas são abordadas explicitamente como entraves para o desenvolvimento econômico.

Quanto aos povos ciganos a invisibilidade dos meios ao segmento provocou a exceção de analisar como os jornais brasileiros abordaram a política do governo francês em relação aos mesmos.

Metodologia
O primeiro período escolhido é convergente com os debates da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enfocam cinco pontos: políticas de ação afirmativa; cotas; Estatuto da Igualdade Racial; violência explícita contra juventude de comunidades periféricas; e implementação da legislação que trata da inclusão de conteúdos pedagógicos sobre a contribuição negro-indígena na história do país.

A metodologia é centrada em critérios jornalísticos como posicionamento da matéria dentro do veículo, utilização de fotografias e fontes selecionadas. O resultado final se dará com dados de até julho de 2011 e acrescentará mais 5 jornais e uma revista.

Críticas
Jocélio Telles de Souza, diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da UFBA, ao analisar os dados apresentados destacou que o estatuto é um divisor de águas, até no jornalismo, e que alguns veículos dão espaço, mas muitos assumem o lado de “oposição feroz”. Jocélio também aponta que a representatividade geográfica do relatório dá elementos para avaliar o preconceito regional e a constituição das elites pelo país.

Para o relatório final, Jocélio sugeriu que fossem aperfeiçoados os dados qualitativos que a pesquisa aponta em relação aos estereótipos e preconceito, assim como as definições sobre os grupos estudados e porque a exclusão de outros que habitam o país.

Do Observatório do Direito à Comunicação (Pedro Caribé)

Livro pode ter dois prefaciadores, bacana!

Gente, este blogueiro, Marco Schettert e Rubenson, conseguimos que dois grandes nomes topassem ler nossos originais com o intuito de que prefaciem a obra, que está aguardando somente isso para ir à gráfica. Para quem não lembra, nosso livro trata da famosa história ocorrida no ano 2000, quando um estuprador atacava mulheres em Joinville (SC), sempre acompanhado da sua bicicleta, daí a marca de maníaco da bicicleta.

Nós contamos o que aconteceu com um trabalhador braçal, Aluísio Plocharski e sua família, que tiveram suas imagens utilizadas indevidamente pelo programa Fantástico, jornal A Notícia, liberadas que foram pela Polícia Civil. Não darei os nomes ainda, até porque eles estão lendo a obra, e ainda não nos responderam. Breve novidades!

Livro sobre caso Maníaco da Bicicleta e suas implicações em fase final

Um sonho de três jornalistas vai sair do papel em breve: o livro que conta a história do caso Maníaco da Bicicleta em relação ao personagem que foi vítima da mídia, e não o verdadeiro maníaco que foi preso tempos depois. Este blogueiro e jornalista, o advogado, historiador e também jornalista, Marco Schettert, e Rubenson Gonçalves, jornalista e servidor público do judiciário, abordam o tema contando a história, falando sobre dano moral e também a ética jornalística.

Hoje, sexta-feira (8/4/2011), estivemos em visita à uma gráfica em Jaraguá do Sul acertando detalhes para a impressão do livro. Agora vamos finalizar a diagramação e arte final, dar uma última revisada e mandar para o prelo. Estamos definindo ainda o nome do livro, e buscando uma ideia boa para a capa. Queremos que as pessoas leiam e acessem essa história de erros policiais e da imprensa que provocaram a derrocada de uma família, a sua busca por justiça, dano moral, e por que não, falar sobre ética jornalística. Jornalismo e direito andando juntos, lado a lado nas mesmas páginas.

Ele está quase nascendo. Precisamos buscar financiamento, e principalmente ideias para a capa, lançamento e distribuição. A primeira edição terá mil exemplares. Vocês não perdem por esperar!

‘Maior censura é acreditar que mídia não pode ser criticada’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação da mídia e defendeu a necessidade de regulamentação do setor. As declarações foram dadas durante entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (24) no Palácio do Planalto a dez blogueiros. A conversa foi transmitida ao vivo para quase 7 mil pessoas.

Foram postos em pauta temas como liberdade de imprensa, regulamentação da mídia e direito de resposta e afirmou que a mídia pode e deve ser criticada. “Eu sou o resultado da liberdade de imprensa neste país. A maior censura que existe é acreditar que a mídia não pode ser criticada. A gente critica até nosso time de futebol, quanto mais a mídia”, disse Lula, bem-humorado.

“Povo está mais sabido”
O presidente recordou momentos em seu governo em que a mídia ajudou a disseminar o medo na população através de falsas denúncias ou informações incorretas. “Se daqui a 100 anos alguém for fazer uma história do meu mandato e pegar certas revistas, vai ter uma imagem horrivel. Vai ter que pegar uma revista estrangeira, ou quem sabe vocês da internet para ver a realidade”, disse o presidente. “Eles se assustam com a aprovação de 80% do governo porque trabalharam o tempo inteiro para isso não acontecer. A eleição da Dilma foi uma vitória do povo brasileiro, e acho que vocês têm consciência do papel que desempenharam nisso”, elogiou.

“Eles (a mídia) pensam que o povo é massa de manobra como era no passado. O povo está mais inteligente, mais sabido agora. Quando o cidadão conta uma mentira, é desmentido em tempo real, tem de se explicar”, avaliou Lula, destacando o papel da internet e dos meios de comunicação alternativos – como os blogs – na representação democrática do país.

Lula comentou acontecimentos como a divulgação da “epidemia” de febre amarela, quando muitas pessoas adoeceram por tomarem a vacina preventina antes da orientação oficial do Ministério da Saúde. O mandatário lembrou também da gripe aviária, durante a qual ocorreram alegações de que havia ocorrências da doença em Marília (interior de São Paulo), o que causou instabilidade no mercado avícola.

Lula mencionou também o comportamento da imprensa durante a crise econômica de 2008, quando disse que a “crise é tsunami nos Estados Unidos e, se chegar ao Brasil, será uma marolinha”. À época, essa declaração foi bombardeada pelos grandes meios de comunicação que defendiam que o Brasil deveria se preparar para uma grande turbulência na economia em crescimento. “Os setores da economia exageraram apenas no medo. Ninguém na história, do G20, o que for, tomou medidas tão rápido quanto nós”, declarou o presidente, lembrando de ações como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Os blogueiros lembraram que o alarde provocado pelos meios de comunicação provocou demissões precipitadas e maciças no setor automobilístico.

Outro caso lembrado foi o da queda do avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Lula afirmou que aquele foi o seu dia mais triste no cargo de presidente da República. Ele comentou da forma como as notícias começaram a chegar, primeiro como se tivesse ocorrido um incêncio em um depósito do aeroporto, depois como um incêndio no depósito de cargas da TAM. Só se confirmou a queda da aéronave quando o presidente ligou a televisão. Ele contou sobre como a reportagens acusavam o governo de ser culpado pelo acidente, por negligência com as normas de segurança na pista de Congonhas. “Eu acho que eles pensaram assim, ‘agora nós pegamos o Lula e trucidamos ele’. Depois que ficou patente, visível, que não era problema de pista, que foi um erro humano, foi um alívio”, comentou.

A imprensa também foi criticada no caso da “bolinha de papel”, quando o então presidenciável José Serra foi supostamente agredido por militantes do PT durante caminhada no Rio de Janeiro. “No dia do papel, eu não ia me pronunciar, mas aí vi a reportagem mostrando toda aquela desfaçatez. Eu perdi três eleições, poderia ter perdido a quarta e a quinta, mas jamais faria algo como aquilo”, contou o ex-sindicalista, para quem o candidato derrotado deveria se retratar à população. “A violência foi o desrespeito ao povo brasileiro. Eu acho que o Serra tem que pedir desculpa, porque não se brinca com o povo brasileiro da maneira como aconteceu.”

Rede Brasil Atual