Udesc Joinville realizará 3º Workshop Informática e Síndrome de Down

PalavraLivre-sindrome-down-inclusaoSerá realizado na próxima sexta-feira, 1º, na Udesc Joinville, o 3º Workshop Informática e Síndrome de Down (Wisdown).

Organizado pelo Laboratório de Pesquisas na Área Gráfica (Larva), o evento contará com três palestras sobre o passado, presente e futuro do uso de jogos educacionais para estimulação da aprendizagem em crianças com síndrome de down.

A primeira palestra será proferida pelas professoras Juliane Pereira de Pinho, da Escola Abdon Batista; Aline Klug, da Escola Avelino Marcante e Tatiane Arins, das escolas Paul Harris e Anita Garibaldi. O trio relatará suas experiências recentes com o uso de jogos na atividade docente e a repercussão da iniciativa com as crianças.

A segunda palestra será ministrada pelo acadêmico em Ciência da Computação, Marcelo Diatel, que fará o lançamento do jogo Movipensando, voltado para o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças. Durante a atividade também será mostrado como obter o jogo gratuitamente.

O último palestrante será o mestrando em Computação Aplicada, Mayco Carvalho, que apresentará a proposta de um jogo de Alfabetização Matemática para crianças com e sem síndrome de down. O evento é gratuito, aberto à comunidade em geral e será realizado das 18h30 às 20h30, no Auditório do Bloco E.

Com informações da Ascom Udesc Joinville

Jogos Mundiais Indígenas: Fogo Sagrado é aceso em Palmas (TO) dando início ao evento

Poucas pessoas compreendiam o que se passava ontem (22) na Praça dos Girassóis, no centro de Palmas (TO), mas de uma coisa todas tinham certeza: aquele era um momento único, singular na história dos indígenas de vários países. Em que outra oportunidade as etnias Guna (Panamá), Txche (Nicarágua) e Manoki (Brasil) dividiriam o mesmo ritual? E quando pensaríamos ver os Maori, da Nova Zelândia e os Xavante, brasileiros, frente a frente?

A Cerimônia de Acendimento do Fogo Sagrado, que antecedeu a abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), misturou indígenas brasileiros, argentinos, bolivianos, neozelandeses, panamenhos e muitos outros em uma miscelânea de cores, cantos e danças. Hoje, o povo de Palmas e de várias partes do mundo pode ver a dimensão desse evento.

Várias etnias chegaram à praça para a cerimônia do Fogo Sagrado por volta das 17h20 e, antes do ritual começar, vários indígenas abriam rodas, cantavam e dançavam em apresentações completamente espontâneas e simultâneas. Filmando e fotografando, centenas de pessoas tentavam entender o que se passava e acompanhar tudo que acontecia.

“Eu acho perfeito trazer esse evento para cá. É um marco histórico para a cidade”, disse o servidor público Alex Tosta, 36. O piso da praça, inclusive, traz vários desenhos de tribos do estado. Segundo a organização dos jogos, a praça foi escolhida pelos deuses indígenas para o acendimento do Fogo Sagrado e, por isso, o local só foi divulgado horas antes de sua realização.

Pouco antes das 18h, o articulador dos JMPI, Marcos Terena, reuniu as várias tribos para o início do ritual sagrado, enquanto a população local se aglomerava para entender o que se passava. O fogo estava sendo preparado. Então, os Maori iniciaram um ritual tradicional. Fazendo caretas e empunhando lanças e outros objetos, os Maori abriam caminho entre a multidão e dominaram as atenções. Homens brancos e índios assistiam fascinados à performance neozelandesa.

“Tentamos mostrar nossa força interior arregalando os olhos e pondo a língua para fora. É para apresentar quem somos, quão forte amamos as pessoas e o quanto queremos doar aos outros. Somos muito espirituais. Então, antes que tudo aconteça, o caminho espiritual precisa ser limpo. Depois disso, nós sorrimos e falamos com as pessoas”, explicou o sorridente maori Thomas Strickland.

Palmas (TO) - Símbolo de vida e da força dos Povos Indígenas, o Fogo Sagrado é aceso pelos pajés e líderes religiosos das etnias que participam dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
 Em Palmas, um Maori, indígena da Nova Zellândia, faz careta como forma de mostrar  força interior e se apresentar  aos outros participantes dos Jogos Mundiais, antes de ser aceso o Fogo Sagrado na Praça dos Girassóis Marcelo Camargo/Agência Brasil

Então, os índios Xavantes, em frente aos Maori, começaram seu canto e uma cena improvável acontecia. Maoris encarando e Xavantes cantando, frente a frente, olho no olho. Após esse momento, uma roda se abriu para o acendimento do Fogo Sagrado. Ao modo tradicional, provocando faíscas no atrito entre um graveto e uma pedra, o fogo foi aceso, já no início da noite.

Com isso, uma verdadeira festa teve início, com várias tribos dançando ao redor do fogo, celebrando o momento. “O fogo, para todos os povos do mundo, é extremamente importante. É um conhecimento milenar em todos os povos. E ele é vida, é energia, tem uma energia espiritual e em torno dele se unem todos os povos”, disse a indígena Joana Munduruku, integrante do Comitê Intertribal.

O Fogo Sagrado foi retirado da praça e será levado à Arena Verde dos JMPI amanhã, durante a abertura oficial do evento, marcada para as 17h30. Aos poucos, indígenas, moradores da cidade e turistas deixaram a praça, cientes de terem presenciado um acontecimento inédito e marcante em suas vidas.

Com informações da Ag. Brasil

Jogo incentiva aprendizado de história

Wellington Rutes, Éwerton Cercal e Matheus Ramos da Silva - Foto de Carlos Marciano

O ano é 1986, o solo é seco, os aliados de Euclides da Cunha foram derrotados e o protagonista é um historiador do futuro. Um personagem fora dos livros didáticos da  História do Brasil, mas fundamental no jogo que está em desenvolvimento pelo Núcleo de Aplicações Visuais (Navi) da Udesc Joinville. O projeto será apresentado nesta terça-feira, 27, no I Simpósio de Pesquisa em Games da UFSC, em Florianópolis.

Como o próprio nome diz, “Historiador do futuro: missão Canudos”, irá retratar o conflito (1896 a 1897) entre o Exército Brasileiro e os integrantes de um movimento popular de fundo sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro. Porém, o protagonista não é um combatente, mas sim um pesquisador vindo do futuro, que se vê dentro do campo de batalha a fim de registrar o acontecimento. Curioso e sem compromisso com nenhum dos lados, ele resgatará aspectos tanto do lado militar quanto dos opositores, reescrevendo a história.

Embasado pelo conceito dos Jogos Sérios (formatos que trazem à tona assuntos de interesse amplo, podendo até ser de cunho social), a proposta do grupo é fazer um jogo que ensine de forma lúdica o fato histórico. “O nosso diferencial será permitir a interatividade e imersão. No comando do Historiador, o aluno irá coletar informações, escutar conversas, interagir com objetos, enfim, vivenciar o conflito”, ressaltou Éwerton Cercal, estudante de Ciência da Computação, que faz parte do grupo de desenvolvedores.

A base histórica que permeará o roteiro do jogo virá do livro “Os Sertões”, do jornalista Euclides da Cunha, além de seus escritos divulgados no jornal O Estado de São Paulo, quando na época o escritor presenciou parte desta guerra como correspondente do veículo. Neste sentido o projeto desenvolvido pelo Navi também trata-se de um Newsgame, ou seja, jogo que retrata acontecimentos, atuais ou não, difundidos na mídia jornalística.

Embora migre para o cenário e interaja com o ambiente, o personagem principal é um pesquisador que volta no tempo com a tarefa de compreender a história humana, porém sem alterar os acontecimentos propostos em “Os Sertões”. No entanto, o jogador poderá tirar suas próprias conclusões sobre o conflito, por conhecer os dois lados combatentes.

Para progredir no jogo o usuário terá que coletar informações dos exércitos, preencher formulários com os achados além de receber recompensas por tarefas bem sucedidas. “Isto fará com que o aluno assimile o conteúdo ali retratado, e somente passará de fase e receberá recompensas se responder corretamente aos questionamentos”, destacou Éwerton.

Programadores, game designers, modeladores e roteirista integram a equipe, formada por estudantes de três instituições e apoiada também por profissionais de outras áreas como professores de história que auxiliam para que o desenvolvimento do enredo esteja de acordo com os registros históricos do conflito. Ao todo, 12 pessoas trabalham diretamente com o projeto.

Por ser um projeto extracurricular o jogo ainda está em início de desenvolvimento, porém já tem a parte conceitual estruturada além dos avanços no roteiro, modelagens e personagens. A mecânica e ferramentas técnicas também estão definidas: a modelagem, texturização e animação 3D será feita na plataforma Blender. Já o motor que rodará o jogo nos computadores será desenvolvido no Unreal Development Kit (UDK).

“A princípio queríamos fazer um jogo on-line, com acesso pelo navegador. Mas devido a questões de segurança e outros problemas que poderiam surgir optamos por criar o jogo nessa plataforma e instalá-lo posteriormente nos computadores”, explicou Éwerton.
Ele destacou que a meta é finalizar o tutorial do jogo até a segunda quinzena de dezembro e desta forma testar as configurações de movimento e mecânica. Feito isso e já com a programação traçada, o próximo passo será criar a versão beta com a primeira fase do jogo. Esta deverá ficar pronta no início de 2013 e será testada com as turmas do ensino fundamental da Escola Celso Ramos.

“O início é a parte mais complicada, após os primeiros testes práticos na escola teremos um feedback do projeto e saberemos onde aprimorar. Com a parte técnica estruturada o trabalho tende a ficar mais rápido”, espera Éwerton  ressaltando que a partir de então o foco será na construção do enredo das próximas fases, até o conflito ser totalmente retratado no jogo.