Com apenas um voto, candidata assume como vereadora no Paraná

“Foi uma grande surpresa”, afirmou a manicure Sirlei Brisida (PPS) ao saber que uma das nove cadeiras da Câmara Municipal de Medianeira, no oeste do Paraná, seria sua. Brisida teve apenas um voto nas eleições municipais de 2008 –e não foi o dela. A vereadora assumiu o cargo na última quarta, no lugar de Edir Josmar Moreira (PSDB), cassado sob acusação de infidelidade partidária.

Moreira foi eleito pelo PPS, mas decidiu mudar de partido. Os outros suplentes do PPS que tiveram mais votos do que a manicure (sete candidatos a vereador que receberam de 430 a 90 votos) também tinham trocado de legenda e por isso não tentaram ocupar a vaga. Brisida era a última candidata do PPS que poderia assumir a cadeira.

A situação não é inédita
Em abril, uma professora aposentada de 79 anos que teve só um voto (o dela) tomou posse na Câmara de Coivaras (PI) na vaga de uma vereadora cassada por infidelidade partidária. Os outros suplentes não assumiram porque também trocaram de sigla. Para o advogado Alberto Rollo, presidente do Idipea (Instituto de Direito Político, Eleitoral e Administrativo), o primeiro suplente em Medianeira que trocou de partido poderia ter pleiteado o direito de assumir, mesmo que fosse cassado depois.

“O processo de cassação levaria de oito a dez meses, tempo que ele ficaria no cargo.” Antes de iniciar sua campanha, em meados de 2008, Brisida desistiu da corrida eleitoral para tratar um câncer. “Preferi votar em alguém que teria mais chance. Minha família também votou em outro. Ainda não sei quem votou em mim”, afirma. “Mas fiquei muito feliz quando soube que iria assumir.” Brisida diz que vai conciliar o trabalho de vereadora com o de manicure e fazer “o melhor para Medianeira”.

Do Jorna Absoluto

Política: 12 prefeitos eleitos em 2008 foram cassados em SC

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (13) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) demonstrou que dos 5.563 prefeitos eleitos em 2008, 383 não estão mais no cargo. Desses, 210 foram cassados, 48 deles por fraudes na campanha eleitoral. Em 56 municípios do país, a troca de prefeito ocorreu por morte do titular, sendo que oito prefeitos foram assassinados ou se suicidaram. Vinte e nove saíram para concorrer a outro cargo, 18 por doença e 70 por outros motivos como renúncia e acordo entre partidos.

As cassações por infração à lei eleitoral representaram 22,8% dos casos de afastamento dos prefeitos. Os casos mais comuns incluem a tentativa de compra de voto, uso de materiais e serviços custeados pelo governo na campanha e irregularidade na propaganda eleitoral.

Já os atos de improbidade administrativa motivaram 36,6% das trocas. Além disso, 4,76% dos prefeitos deixaram seus cargos por causa de crime de responsabilidade, 17,62% por infração político-administrativa e 2,86% por crime comum.

Os estados de Minas Gerais e do Piauí apresentam o maior número absoluto de prefeitos cassados. Em cada um desses estados, 29 prefeitos perderam o mandato após processo de cassação. Em segundo lugar vem o Paraná, onde 14 prefeitos foram cassados. O Ceará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina tiveram 12 prefeitos cassados em cada estado.

A pesquisa foi feita a partir do cruzamento de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das federações regionais de municípios e da própria CNM, com o objetivo de detectar onde houve mudança de prefeito desde 2009. Depois, os pesquisadores entraram em contado com os municípios onde as mudanças ocorreram para saber dos motivos que levaram às trocas.

Do ABC Digital